>Não é mais um preview

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A beleza da NBA está de volta

Como o Rodrigo Alves disse no seu texto no Rebote, a noite de abertura da NBA foi divertida desde o Twitter até as quadras. No Twitter, geralmente um lugar desagradável onde tem mais gente tentando pagar de inteligente e/ou engraçado para as outras, o clima foi divertido, com comentários inteligentes, piadas, apostas e um monte de gente aprendendo a mexer no League Pass. Faremos uma análise do LP ainda essa semana, mas já avisamos aqui que durante essa semana ele está disponível de graça. É só entrar no site deles, se cadastrar e escolher o jogo que quer ver.

Ah, e também sei que não acabamos os previews antes do primeiro jogo! Faltaram Nuggets, Thunder e Knicks. Tudo culpa do Danilo, claro, nunca minha. Mas ele já cuidou disso e os links para todos os previews estão agora em um só post, esse aqui.

Eu não lembro de outra noite de abertura tão aguardada como a de ontem. Geralmente a NBA (ou mais especificamente esse cara) escolhe jogos que o pessoal está afim de ver, mas nunca tinha conseguido montar logo de cara um jogo com tamanha expectativa. Nada como a estréia do trio LeBron-Wade-Bosh contra o atual campeão do Leste que tem o seu próprio trio de ferro e mais Shaquille O’Neal, Rajon Rondo e Jermaine O’Neal. É muita gente boa ao mesmo tempo e um público na seca por basquete. Perfeito!

A partida começou com 8 jogadores na quadra que já foram All-Stars, os cinco do Boston e o trio do Miami. Apenas Carlos Arroyo e Joel Anthony destoavam. Pelo menos o porto-riquenho pode dizer que era uma estrela no basquete FIBA. No banco ainda tinham outros ex-all-stars, Jerry Stackhouse (recém-contratado pelo Heat), Jamal Magloire e Jermaine O’Neal. Em 2010 esse é um jogão em outubro, 10 anos atrás seria um jogão em fevereiro, no All-Star Weekend.

O Boston Celtics começou tentando explorar o pivô não-galático do Miami, jogando bastante a bola no estreante Shaq, que nas primeiras bolas errou arremessos ridículos embaixo da cesta, mas logo deu umas enterradas alucinantes, se pendurou no aro, pingou suor como um porco e até acertou lances livres, que foram motivo de vibração incontrolável da torcida.

Embalados por Shaq, por passes perfeitos do Rajon Rondo (17 assistências e nenhuma faixa na cabeça) e bolas de três do Ray Allen, o Celtics abriu quase vinte pontos de diferença já no primeiro tempo. Com uma defesa bem forte eles forçaram o Heat a apenas 9 pontos no primeiro período e 30 no primeiro tempo como um todo, marca pior do que o menor número de pontos marcados no primeiro tempo pelo Heat do ano passado. Sim, aquele time com Michael Beasley, Daequan Cook e Dorrell Wright. 

Muitas coisas explicam esse primeiro jogo, em especial o primeiro tempo, horripilante do Heat. Primeiro a falta total de entrosamento, o trio que controla a bola por 90% do tempo jogou junto só por 3 minutos durante a pré-temporada. Wade, machucado, mal treinou. E não é um time que tinha uma base e treinou pouco nos últimos meses, é um time que começou do zero. Também não é um time tradicional, com jogadores que se completam naturalmente, eles tem características conflitantes (tanto Bosh quanto Wade e LeBron gostam de segurar a bola e não são bons arremessadores, por exemplo) o que não significa que vão fracassar, mas que precisam de treino mais do que um time normal. Se você juntar um trio como Chris Paul, Kevin Durant e Dwight Howard, por exemploa coisa fluiria mais naturalmente.

Outra razão pode ter sido o nervosismo, afinal todos esperam o melhor time da história e eles tem uma reputação a zelar, deve bater um medo de fracassar. Alguns passes que eles deram para o meio da arquibancada e outras infiltrações precipitadas não foram só falta de entrosamento, foram desespero mesmo. Também não ajudou o fato deles terem o primeiro jogo fora de casa contra uma das melhores defesas da NBA nos últimos três anos! Se cometerem todos os mesmos erros de novo contra o Sixers aí sim o buraco é mais embaixo. O Celtics soube perfeitamente explorar as fraquezas que o Heat ainda tem: a falta de um pontuador dentro do garrafão (até LeBron tentou se arriscar lá dentro pra compensar, sem sucesso), a falta de arremessadores de longe (e meia distância) e assim deixou o garrafão congestionado para evitar as infiltrações.

No fim das contas, segundo o site HoopData, o Heat tentou 22 infiltrações, conseguindo finalizar 12 com sucesso, um número respeitável. Mas em todos os outros pontos da quadra eles acertaram 15 arremessos em 52 tentativas! O Celtics estava deixando o Heat arremessar porque estava um desastre. Era como se o outro lado tivesse 5 Rondos.

As coisas começaram a mudar quando o Celtics primeiro relaxou, fugindo do que estava dando certo e mostrando que eles também estão em ritmo de começo de temporada, depois mudou por completo, com o Heat chegando a diminuir a diferença para 3 pontos quando o Heat começou a jogar como, quem diria, o Cavs. Ironias da vida. Com Wade e Bosh no banco e jogando ao lado de Zydrunas Ilgauskas, Eddie House e James Jones o LeBron James fez o que fazia em Cleveland. Pegava a bola, recebia um corta-luz na linha dos três e atacava a cesta, aí era ou cesta, ou falta ou um passe para alguém na linha dos três. Básico, simples, Cavs.

Foi o bastante para colocar o Heat de volta no jogo, mas logo a defesa apertou e ficou aquele joguinho de LeBron tentando vencer sozinho de um lado e o Ray Allen matando o jogo com bolas de três do outro. Por um lado foi péssimo para o técnico Erick Spoelstra ver que vai ter muito trabalho pela frente e que durante esse trabalho vão ouvir piadas, críticas, vaias e gritos de “overrated” como da torcida de Boston, ontem. Por outro lado foi bom ver que depois de um jogo em que o time jogou de maneira mais desorganizada que a 25 de março em semana de Natal, perdeu só por 8 pontos, esteve perto da virada e mostrou alguns bons momentos na defesa.

Como tudo o que vamos falar em todos os posts nas próximas semanas, esses comentários sempre vêm com um “apesar de ser só o começo da temporada” embutido. Não dá pra querer achar que vai ser ruim assim pra sempre, mas também não dá pra ignorar que foi um fiasco.

O segundo jogo da noite foi Blazers e Suns em Portland. O time da casa começou bem, com Brandon Roy e Andre Miller mostrando algum entrosamento e sabendo dividir a responsabilidade da armação, mas o time não embalou porque LaMarcus Aldridge foi incapaz de tirar vantagem da sua estatura contra o Hedo Turkoglu. O Suns, mesmo sem convencer, jogou bem. Só foi estranho ver o Nash arremessando mais do que passando e triste ver o Turkoglu ajudando tão pouco, mas deu certo e no terceiro período eles estavam voando.

Porém, no último quarto um dos maiores candidatos a jogador que mais evoluiu na temporada, Nicolas Batum, fez 11 dos últimos 18 pontos do Blazers, que venceu o período final por 20 pontos de vantagem e levou a vitória pra casa. O Batum já era bom antes, ótimo defensor, bom arremessador e sabe bater pra dentro. Nesse ano como titular absoluto ele tem tudo pra ter grande destaque. Olho nele e peguem o rapaz na sua liga de fantasy.

Antes do jogo de ontem o próprio Nash disse que se estivesse vendo tudo de longe não apostaria no Suns como um time para ir para os playoffs. Bem racional da parte dele, mas o time já superou outras limitações de elenco antes e nem tudo está perdido, só vai ser bem difícil. Um bom começo seria o Nash confiar mais no Robin Lopez que, coitado, tentou brincar de Amar’e Stoudemire ontem e não recebeu um passe do Nash depois dos bloqueios que fazia, só ficava com a mão esperando a bola e nada aparecia.

No último jogo da noite tivemos o já famoso Bola Presa Classic. Meu Lakers contra o Rockets do Danilo. Finalmente a NBA nos ouviu e colocou esse jogo numa data importante. Antes da partida, claro, a entrega dos anéis de campeão para o Lakers. Em uma cerimônia fresca e ensaiada: o anel era dado para um jogador que pegava o microfone e chamava o coleguinha de classe. Para provar que era tudo ensaiado até elogiaram o Sasha Sharapova ao chamá-lo ao centro da quadra. O anel que eles ganharam era todo rico e brega, como sempre. Tem 16 diamantes, para simbolizar os 16 títulos do Lakers, pedaços de couro arrancados da bola usada no jogo 7 da final e a cara de cada jogador nos anéis. Doideira! Olha as fotos aí embaixo. Certo o Ron Artest que vai leiloar o dele.

O jogo de verdade começou com Aaron Brooks e Kevin Martin me dando a certeza absoluta de que vão ser a dupla de armação com mais bolas de três feitas na história da NBA. Aposto um chocolate nisso. E chocolate só não é a melhor coisa do mundo porque existe sexo, então a aposta é séria! O Rockets jogou muito bem durante toda a noite e até merecia a vitória, que só não veio porque o Shannon Brown resolveu achar que é o Anthony Morrow e acertou 4 bolas de três, quase todas no último período . E depois, quando o Houston vencia por um ponto a 18 segundos do fim, o estreante Steve Blake meteu uma bola de três para ganhar o jogo. Quem é Jordan Farmar mesmo? Não lembro. É muito difícil bater o Lakers quando Pau Gasol está bem (98% dos jogos) e as bolas de longe estão caindo.

O Lakers jogou o seu basquete preguiçoso de temporada regular. Muito bem durante uns momentos, relaxado em outros e bem sério quando a água bate na bunda nos minutos finais. Deu certo, mas o time ainda parece fora de ritmo, especialmente Kobe, que está bem lento na defesa. O Rockets pareceu mais entrosado, mais interessado e parece que vai dar trabalho pra valer. O Yao Ming jogou e até que tá bem para alguém todo quebrado, que não joga há um ano e que se move como se estivesse embaixo d’água. Mas o que me deixou mais surpreso foi ver como o Luis Scola pareceu mais à vontade no ataque no fim do jogo, chamando a responsa ao invés de aceitar ser coadjuvante. Ele é bom o bastante pra isso e sempre foi, mas no ano passado era mais comum a gente ver o Aaron Brooks querer bancar o herói.

Foi um bom primeiro dia, mas só o primeiro. Hoje tem mais 13 partidas, com quase todos os outros times fazendo seu primeiro jogo e aí vem a primeira grande dúvida da temporada: O que assistir no League Pass? Tem Miami tentando a sua primeira vitória contra o Sixers, a estréia do lixo do Cavs ou um potencial  jogão entre Bulls e Thunder. E mais tarda a estréia do Warriors sem Don Nelson e o primeiro jogo oficial do Blake Griffin, isso sem contar a estréia do Amar’e como um Knick e um empolgante Nuggets-Jazz. Por enquanto só sei que não vou ver Hawks contra o Grizzlies. Como eu vivi todos esses meses sem NBA todo dia?

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