>Nate Robinson voltou

>

-Aaaaaah!

Olá pessoal, Bola Presa de volta depois de um pequeno recesso de ano-novo. Espero que tenham gostado do nosso show da virada. E eu tenho uma vida sim, não postei o último post à meia-noite e um, eu fiz o post antes e deixei programado pra ir ao ar no primeiro minuto do ano. Moderno, né? Coisas do século XXI.

Nesses dias fora a gente perdeu cerca de 20 jogos da temporada regular, foi angustiante mas deu pra correr atrás e ver tudo o que precisava. O grande momento desses dias do novo ano foi o jogo entre Atlanta Hawks e New York Knicks, a primeira prorrogação de 2010.
O Knicks venceu e o cestinha do jogo foi o Nate Robinson. Não, o bug do milênio não chegou atrasado e você não está lendo uma notícia atrasada, o Nate Robinson voltou e fez QUARENTA E UM pontos depois de ficar 14 jogos sem sequer pisar em quadra. Pelo jeito a resolução de ano novo do Mike D’Antoni foi perdoar as pessoas, dar uma nova chance a todos e ser um pouco mais tranquilo.
Os problemas entre o D’Antoni e o Nate Robinson já existem faz tempo. Começaram porque o jogador é um baita de um fominha! Ele é talentoso, ele sabe marcar pontos e joga com uma vontade e uma dedicação fora do comum, mas o seu “QI de basquete”, essa expressão bizarra e feia que soa um pouco melhor em inglês, é igual ao de um macaco. Ele força arremessos em qualquer momento do jogo e força ainda mais no fim das partidas, é um cara qualquer metido a herói. Ele tem o espírito de Kobe e LeBron sem ter o talento deles.
Ele lembra bastante o JR Smith. Basta ver um jogo deles pra perceber que não são jogadores normais, eles podem fazer a diferença, o problema é que querem tanto decidir os jogos que às vezes definem para o lado errado. E o Nate Robinson está no time do Mike D’Antoni, um cara que valoriza demais o passe e a movimentação da bola. De que vale o time se espalhar pela quadra, espaçar bem a defesa adversária, se o que vem depois é mais uma jogada de isolação do Nate Robinson?
Durante a temporada passada o clima ficou ruim algumas vezes mas deixaram passar, afinal o Nate Robinson viveu alguns bons momentos e venceu alguns jogos importantes para o Knicks. Mas nesse ano a coisa esquentou já que David Lee, Al Harrington e a Beyoncé Gallinari estão jogando muita bola (olha o que o Gallo fez com o Roy Hibbert) e o Nate estava atrapalhando o desempenho dos três. Uma vez até foi publicado um número que mostrava que o Knicks tinha um aproveitamento de vitórias infinitamente melhor quando o Nate jogava menos de 15 minutos no jogo.
A gota d’água foi uma discussão sobre a jogada abaixo:

É isso mesmo que você viu. Com meio segundo para o fim do primeiro período do jogo contra o Nets, o Nate Robinson pegou a bola, virou e acertou a própria cesta. Os três pontos não valeram porque o tempo já tinha estourado e o Nate sabia disso, mas a atitude e risco levaram o D’Antoni à loucura. E, convenhamos, o técnico tinha razão. Mais valia ele atirar a bola para a outra cesta e tentar uma cesta maluca a favor da sua equipe. Para um cara que já tinha fama de tomar má decisões em quadra, essa foi decisiva.

D’Antoni então decidiu que Nate Robinson não ia mais jogar, o que foi bem exagerado. Ele tem seus defeitos, toma decisões erradas e tudo mais, mas é para corrigir isso que serve um técnico, não para simplesmente punir. A banição faria mais sentido se fosse em um time que briga pelo título e não pode aceitar erros, mas o Knicks está numa fase de descobrir quem são os poucos talentos que valem a pena manter para a temporada que vem. A melhor coisa que o D’Antoni poderia fazer era chamar o Nate Robinson de lado, dar um belo de um sermão e começar a treiná-lo no dia-a-dia para que ele usasse seu talento para o bem da equipe.
Com o JR Smith tem dado certo. Se compararmos o jogador de hoje com o de uns 2 anos atrás, a diferença é muito perceptível. Hoje ele tem muito mais noção de quando deve tentar ser herói e quando deve passar a bola de lado, ainda erra muitas vezes mas compromete bem menos o time. Além de algumas vezes vencer uns jogos sozinho, como quando meteu 10 bolas de 3 contra o Atlanta Hawks.
Durante esses 14 jogos o Nate Robinson chegou a ser multado em 25 mil dólares por ter exigido publicamente uma troca. Na verdade foi o agente dele que disse que o seu cliente tinha exigido a troca, mas o Tio Patinhas Stern não perde uma chance de faturar e aplicou a multa da mesma maneira. Dizem na imprensa americana que uma troca quase aconteceu, para o Memphis Grizzlies. Curioso que o Grizzlies pegou o Zach Randolph, o Iverson, o Tinsley e agora foi atrás do Nate Robinson. A solução deles para o problema de ninguém querer jogar em Memphis foi correr atrás dos caras que não são queridos em nenhum outro lugar da NBA! Tirando o fiasco do Iverson, o resto tem dado certo. O Grizzlies venceu 6 dos últimos 7 jogos, deu uma surra no Suns em Phoenix (onde Lakers e Celtics tinham perdido semana passada) e alcançou os 50% de aproveitamento (16 vitórias e 16 derrotas) depois de começar a temporada com 1 vitória e 8 derrotas. A sequência de vitórias começou assim que Iverson saiu, não que eu queira dizer algo com isso…
Como disse no começo do post, o D’Antoni resolveu dar uma nova chance ao seu jogador. Quando chamou Nate Robinson do banco de reservas ele nem respondeu, não tinha percebido. Depois de um cutucão do jogador ao seu lado é que ele se tocou e foi pra quadra “com borboletas no estômago”, segundo ele mesmo. Fez trocentos pontos rapidamente e depois foi herói no fim do jogo. Marcou 22 dos últimos 24 pontos do Knicks, incluindo 11 dos 13 do time na prorrogação.
Depois da partida foi só alegria. Nate Robinson desabafou dizendo que entrou no jogo sentindo um baita frio na barriga mas empolgado e dedicado, “Vou fazer tudo o que o técnico me mandar”. E depois ainda deu uma mini declaração de amor ao time, “É aqui que eu quero jogar e espero que possa ficar no time. É um novo ano, um novo começo e não estou mais olhando pra trás”.
Acho que o D’Antoni não lidou direito com isso a princípio, o Nate foi meio apressado em exigir uma troca mas ao que parece tudo acabou bem, certo? No jogo seguinte ele foi bem mais discreto mas é até bom que seja assim. O papel do Nate nesse time, pelo menos por enquanto, é vir do banco, botar um fogo no jogo, ser a fonte de pontos da equipe no banco de reservas e, eventualmente, quando estiver num dia inspirado, ganhar uma partida ou outra. Se tentar mais do que isso ele corre novamente o risco de mais atrapalhar do que ajudar.
Abaixo os melhores momentos da vitória do Knicks sobre o Hawks. Destaque para os pontos do Nate the Great na prorrogação, o moleque estava muito inspirado!

Coisas que eu perdi quando estava fora:
– Passei uns dias fora e perdi o terceiro arremesso de último segundo do Kobe na temporada!

Dois meses de temporada e o Kobe tem 3 arremessos de último segundo salvando o Lakers de derrotas para times bem mais fracos: Heat, Bucks e agora Kings. Além disso o Kobe, que tinha feito 40 pontos ou mais em apenas 4 jogos em toda temporada passada, já passou dessa marca 7 vezes nesse ano. Com o Gasol contundido, esperem mais game winners e jogos de 40 pontos para esse mês. Essa temporada fenomenal do Kobe é mais um sinal de que o Lakers tem problemas.
– Ano novo, cabelo novo. E feio. Vocês viram o novo visual do Michael Beasley? Big Ben style. Só tá perdoado porque ele conseguiu uma enterrada alucinante contra o Charlotte Bobcats:

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