>Negócio é negócio

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A melhor dupla de ponte aérea na NBA não está mais junta

A data-limite de trocas da NBA é na quinta-feira, dia 19. Pasamos pelo menos um mês ouvindo dezenas de rumores e agora é a hora de ver quem abandona a temporada em busca de contratos expirantes e escolhas de draft e quem busca as peças finais para ir com tudo para os playoffs.
Porém, dessa vez existe um terceiro tipo de troca. Os times estão trocando para poder economizar e fugir da crise econômica.
As primeiras trocas já aconteceram hoje. O Celtics mandou o Sam Cassell para o Sacramento Kings em troca de uma troca de draft de segunda rodada de 2015(!!!). Dizem que a troca tem um monte de cláusulas que vão fazer com que a escolha nem chegue a ser do Celtics. No fundo foi uma maneira do Celtics se livrar do Cassell, que eles nem estavam usando em quadra, e pagar menos taxas por excederem o teto salarial. Junto com o Cassell, o Celtics mandou uma graninha para que o Kings, que entrou na troca apenas como um facilitador, dispense o Cassell.
Outra troca foi entre Pistons e Clippers, o Pistons mandou a super estrela Alex Acker em troca de uma escolha futura de segundo round também para liberar espaço salarial. E a situação do Pistons é mais delicada do que a do Boston.
Em matéria publicada ontem no site da NBA é dito como o Pistons está lutando para enfrentar a crise econômica, crise esta que atinge em cheio a cidade de Detroit, conhecida pela produção de automóveis, e que é uma das que mais sofre com a crise em todos os EUA. O símbolo da chegada da crise foi sentida pelo Pistons quando a sequência de 5 anos de ingressos totalmente vendidos no Palace of Auburn Hills chegou ao fim no dia 4 de fevereiro contra o Miami. A marca atingida foi a de 259 jogos de ingressos esgotados!
O que a matéria denuncia é que a sequência já deveria ter sido interrompida antes, só não aconteceu porque o Pistons sempre fazia promoções com preços baixos para a sequência não chegar ao fim.
Não só os torcedores estão indo embora do ginásio como os compradores de produtos relacionados ao Pistons não estão mais comprando como antes (os souveniers supérfluos são rapidamente cortados da vida de quem está em dificuldade financeira) e mesmo os torcedores que vão ao ginásio consomem menos lá, obrigando o time a fazer promoções de refrigerantes, cervejas e cachorros-quentes a 1 dólar para atrair o público.
Os patrocinadores do ginásio também estão de saída. Antigamente se você queria anunciar nos telões do ginásio do Pistons você tinha que fechar um contrato para todos os 41 jogos em casa, agora estão liberando contratos de 10 jogos para as empresas terem condições de bancar.
A outra troca que movimentou o dia foi a mais importante dentro da quadra. O Hornets mandou Tyson Chandler em troca de Chris Wilcox e Joe Smith. O próprio Hornets disse que a motivação da troca foi que os contratos de Wilcox e Smith acabam no fim desse ano e com isso o Hornets não ultrapassará o limite salarial na temporada que vem. A primeira notícia era que o Hornets queria trocar o Peja Stojakovic, mas como o mercado para ele estava fechado devido à sua idade, contusões e salário alto, foi mais fácil trocar o Tyson Chandler.
Com isso, o Hornets se torna talvez o primeiro ou pelo menos um dos primeiros times com chance de título a desistir de uma peça fundamental da equipe no meio da temporada apenas motivado por razões financeiras.
O engraçado é que isso também mostra a dimensão global das finanças na NBA, já que New Orleans é uma das poucas regiões dos EUA que não está sendo atingida pela crise econômica. Depois da devastação da cidade pelo Katrina, a cidade ficou aos cacos e pior que aquilo não ficava, então começou a crescer, a atrair empregos e hoje a taxa de empregos lá subiu quase 7% no ano passado enquanto no resto do país teve uma taxa de desemprego subindo 5,9%. Lá também não chegou a crise do setor imobiliário e a construção civil é uma das que mais emprega pessoas na cidade.
Porém, ao mesmo tempo, a cidade ainda não é rica como era antes e as finanças do time não dependem só dos moradores. Grande parte dos investimentos em propaganda são de empresas multinacionais que estão sofrendo com a crise, além dos produtos vendidos no mundo inteiro, que rendem bem mais dinheiro do que os comercializados apenas dentro de New Orleans. Além disso, muitas vezes são os milionários donos das equipes que precisam arranjar o dinheiro quando eles extrapolam o limite salarial, é o que acontece com o Dallas Mavericks, por exemplo.
Somando a crise econômica, o medo de pagar taxas desnecessárias por exceder o limite salarial e a tara pelo mercado de Free Agents de 2010, só podemos esperar que a próxima offseason seja bem morna e que os jogadores que estiverem em busca de contratos gordos e milionários vão se dar bem mal.
Pensando em termos apenas de basquete, acho que a troca acabou sendo boa para os dois lados, não era o ideal para o Hornets mas também não foi ruim.
Eu não acho que o Hornets com Tyson Chandler fosse capaz de ser campeão. Eles tinham até chance, mas bem menos que Spurs, Lakers, Celtics e Cavs. Com a saída de Chandler eles não só economizam para a temporada que vem como vão ter espaço em 2010 para assinar novos jogadores sem precisar perder Chris Paul, David West e James Posey, que já é um trio bom o bastante para atrair jogadores interessados em lutar por um título. E eles nem precisam entrar na luta por Bosh, Wade ou LeBron, com esse trio basta outras boas e baratas peças que o time já está de volta a disputa pelo título.
Para o Thunder foi perfeito. O Chandler ainda tem 26 anos, tem muito pra dar na NBA e é um dos grandes pivôs da liga. Pega rebotes, defende, é um dos melhores em rebotes ofensivos e seu único defeito é tudo o que o Thunder sabe fazer, atacar. O máximo que ele faz é pegar ponte-aérea ou enterrar as bolas que ele pega no rebote, mas com Durant, Green e Westbrook no time, o ataque não é uma grande preocupação. É só ele voltar da sua contusão e transformará o Thunder, que está com 50% de aproveitamento em vitórias desde o começo de 2009, em um time que brigará por vaga nos playoffs nas próximas temporadas.
Falando em dinheiro, hoje à noite tem o Blazers enfrentando o Grizzlies do Darius Miles, o jogador que faz o Blazers gastar 18 milhões de doletas pelos próximos dois anos mesmo jogando por outra equipe. Uns economizam milhões, outros gastam milhões em troca de nada. Negócio é negócio e vice-versa.

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