>Nem ruim, nem ótimo

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Nem os melhores poderes gráficos deixam Chris Kaman bonito

Saiu hoje a lista dos candidatos a um lugar no All-Star Game 2010. Eu sei, você sabe e todo mundo sabe que é muito cedo para julgar a temporada de qualquer jogador, mas tudo bem. Sabemos também que são os técnicos que premiam os melhores jogadores da temporada com uma vaga no banco de reservas do All-Star, os titulares são apenas resultado de quem os torcedores gostam mais, independente de estarem jogando bem ou não.

Mas mesmo sendo tão desimportante, a lista de candidatos me ofendeu. Se no ano passado foi um absurdo o Nenê ter ficado de fora, nesse é imperdoável não estarem lá Chris Kaman e Joakim Noah.
A ausência deles até que tem uma explicação da liga, embora pouco convincente. A lista é feita no meio de outubro para que a NBA comece desde então a impressão das listas de voto, já que nos EUA, além da internet, se vota em alguns lugares aleatórios com cédulas de papel. E em outubro o Chris Kaman não estava sendo o melhor pivô do Oeste e o Noah não estava arregaçando com tudo no Bulls (embora ele já seja titular desde o ano passado e seu reserva, o Brad Miller, esteja na lista).
A parte legal é que a lista mostra como a escolha de um grande pivô no Oeste está complicada nesse ano. Até para fazer a lista dos 12 votáveis está difícil! São muitos caras razoáveis e nenhum espetacular. Para salvar o All-Star Game de uma aberração, a NBA escolheu colocar o Amar’e Stoudemire listado como pivô (e se não tivessem feito isso teriam colocado o Duncan). Aliás, deveriam ter colocado o Duncan, o pobre Amar’e sempre reclamou dizendo que não é pivô nem a pau. Ninguém ouve o coitado do quatro-olhos.
Tirando o Amar’e, estão entre os candidatos a melhor pivô do Oeste todos os que eu coloquei na enquete aí do lado ontem: Kaman, Dampier, M.Gasol, Bynum, Al Jefferson, Oden … só não está o Charles Bronson.
Desses, o melhor é o Al Jefferson, disso não há dúvida. Mas de todos esses, também, é o com o pior começo de temporada. Tá bom que ele acabou de voltar de uma contusão no joelho, mas todos diziam que ele estava inteiro e até mais magro. Até agora tem jogado mal, aparecido pouco e está achando que pegar rebote passa gripe suína. A ausência do Kevin Love, ao invés de ajudar ele a conseguir melhores números (e mais derrotas), tem piorado seus números (mais ainda com as derrotas).
Outro que todo mundo botava fé era o Greg Oden, que está numa situação esquisita: está melhorando, está defendendo melhor e melhor nos tocos, mas isso só nos 20 minutos que ele consegue jogar antes de fazer 5 ou 6 faltas.
Num parecido meio termo desconfortável está também o Andrew Bynum. Ele é ótimo, faz seu papel perfeitamente em alguns jogos mas em outros desaparece por completo. Ele deveria ter ganhado aquele jogo contra o Rockets sozinho quando foi marcado pelo Chuck Hayes, que tem metade da sua altura. Por sorte, jogando no time que joga a sua irregularidade passa mais despercebida.
Por outro lado, outros jogadores que ninguém reparava estão melhorando. Como o Marc Gasol, que está se saindo bem até no ataque do Grizzlies. Está um pouco mais parecido com seu irmão mais velho e um pouco menos com um gorila. O Dampier, outro estagnado, está, finalmente, jogando bem e fazendo pontos fáceis embaixo da cesta, a obrigação de todo mamífero, bípede com polegar opositor e tele-encéfalo altamente desenvolvido que jogue ao lado do Jason Kidd.
Ainda nessa categoria temos que destacar o Chris Kaman. Antes de começar a temporada, todo mundo achava que com uma semana de temporada ele estaria perdendo a vaga para o Blake Griffin no time titular. Uma semana depois da temporada ter começado ele está ganhando o prêmio de jogador da semana numa conferência que teve atuações monstruosas de Kobe Bryant, Chris Paul, Carmelo Anthony e Kevin Durant.
Eu fiz um texto sobre o Kaman uns dois anos atrás puxando o saco dele (e dizendo que ele teve déficit de atenção quando criança) porque o cara tava jogando demais naquela época. Nem eu esperava mas ele voltou a ser o que foi naquele período. Apesar de ser um dos jogadores mais feios da NBA, é extremamente técnico, sabe finalizar com as duas mãos, não se embanana todo em jogadas de velocidade e é um defensor competente. Um pivô fantástico para qualquer time e que nesse ritmo mereceria uma vaga no All-Star Game numa boa.
Isso não impediu, no entanto, que o vencedor da nossa enquete fosse o brazuca Nenê. Acredito que muitos votaram por pura simpatia pelo compatriota, mas também não duvido que muitos realmente o vejam como o melhor pivô da conferência. O estranho disso tudo é que um pode achar o Nenê o melhor e outro pode achar ele o quinto melhor e nenhum está totalmente errado.
É curioso que o Oeste vive uma situação bem rara numa posição de raro talento. Há uns 10 anos atrás a gente via jogadores do nível de Ostertag e Shawn Bradley como pivôs titulares por aí ao lado de monstros como Arvydas Sabonis e Shaquille O’Neal.
Ter um pivô bom era ter um bem valioso, um diferencial tremendo porque poucos times tinham. Não existia meio termo, ou era um gênio ou era um pedaço de lixo. Hoje vivemos justamente o contrário. Quase nenhum time do Oeste tem um pivô ruim (até Hawes e Krstic quebram um bom galho) e mesmo assim a NBA precisa improvisar um ala de força para ter alguém de nome no seu evento mais lucrativo.
Dessa esquisitice toda eu só torço para que não fique tudo estagnado assim. Nada é mais entediante que o mediano. Que um desses medianos vire uma superestrela para nos empolgar e que um vire um Ostertag para nos fazer rir.

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