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Pau Gasol e Rafael Nadal duelam por sua audiência
Estou acompanhando essa Copa América via BasketBrasil, Draft Brasil e Rebote. Só. Nenhum motivo pra puxar o saco deles mas dá pra ficar bem atualizado com esses três. O Rebote acompanha in loco, o BasketBrasil é bem completo e o Draft Brasil é o mais crítico. O legal da cobertura crítica é que ela além de informar cria discussões interessantes e foi num post deles de hoje que eu me inspirei para o texto de hoje.
Via Twitter o pessoal do DB comentou que hoje começava o US Open de tênis e que com isso a cobertura da SporTV da Copa América ficaria comprometida. Nas palavras deles seriam “jogos de tenistas desconhecidos por uma semana, o dia inteiro, na sua telinha.”
Acho que nessa eles foram longe demais mas ao mesmo tempo levantaram uma questão interessante, a relação dos esportes com o espaço na televisão. O Draft Brasil não foi o primeiro e nem o último a falar sobre isso. Vejo cada um defender seu peixe no mundo das transmissões esportivas. O pessoal do vôlei diz que só tem atenção para as seleções, os de vários esportes olímpicos reclamam que só tem transmissão a cada quatro anos, o pessoal do automobilismo reclama dos horários e todo mundo junto reclama do espaço excessivo do futebol.
Mas acontece que a TV não pode passar um monte de coisa ao mesmo tempo e quando há eventos em horários e dias iguais, tem que tomar uma decisão que sempre vai desagradar alguém. E nesse caso desagradou quem tinha que desagradar.
Pense bem, esses tenistas desconhecidos estão disputando um Grand Slam, um dos quatro torneios que mais valem pontos no circuito e onde estão presentes todos os melhores tenistas do planeta. Quem está na Copa América? O Brasil, o time B da Argetina, Porto Rico, um amontoado de jogadores dominicanos e o Esteban Batista? Não foi uma decisão difícil de tomar para a SportTV.
Vamos falar a verdade, essa Copa América está com um nível técnico patético. O Brasil tem jogado bem, a Argentina deu flashes de seu melhor basquete no último jogo e só. Duvido que qualquer torcedor sem interesse por qualquer dessas seleções assista a Copa América só pelo prazer de ver um jogo de basquete. A SporTV faz muito bem em transmitir o US Open ao invés de dar a mesma atenção à Copa América. Deixar de passar um jogo do Brasil pra passar John Isner e Radek Stepanek seria demais, óbvio, mas duvido que fariam isso.
Vejo muitos basqueteiros se sentindo vítimas da mídia e da televisão que não dá espaço para o nosso esporte, mas a gente que tem que aprender a viver sem a TV, ela, por ser muito cara, é o meio que mais é guiado pelos lucros e o basquete do jeito que anda não dá lucro porque não chama a atenção. Simples assim.
Então começa o dilema Tostines. Será que o basquete não chama atenção porque não está na mídia ou não está na mídia porque não chama atenção? Como é mais fácil o David Lee assinar um contrato hoje do que essa questão ter resposta, podemos entender que é um pouco dos dois.
Por um lado o basquete não faz a sua parte porque a seleção não tem resultados de expressão e até esse ano não tinha uma liga nacional organizada. Por outro lado a mídia nem sempre dá o devido valor às coisas boas que já acontecem no basquete, como os prêmios, vitórias e sucesso individual de Nenê, Varejão, Leandrinho e Splitter ao redor do mundo.
Poderíamos falar que as coisas estão evoluindo com a relação da Globo com a NBB ou podemos dizer que continua um lixo pelo descaso da ESPN Brasil em relação ao campeonato paulista, do qual tem os direitos e não transmite nada. Mas a verdade é que dane-se o que a TV faz. O futuro de todos os esportes e mesmo de todos os assuntos que não tem espaço nos veículos de comunicação em massa é a internet.
Se você gosta de bandas góticas eslovacas, ache outros fãs e músicas na internet. Se quer ver a final do mundial de badminton, internet. Se quer ver a NBA, internet. Como em muitos outros países o basquete é protagonista, queríamos ver isso acontecer aqui, mas não acontece. Basqueteiro aqui no Brasil é minoria, é tribo, então ajamos como tal. Vamos reafirmar nossa identidade entre nós na internet e podemos viver sem a grande mídia.
Não importa se não temos a SporTV porque temos um cara de lá, o Rodrigo Alves, fazendo uma cobertura ótima no Rebote e no Globoesporte.com. Não precisamos de uma mesa redonda como as de futebol porque temos as do Draft Brasil. Não precisamos do Chico Lang e do Avalone se temos eu e o Danilo.
E isso pode se estender para os comentaristas de todos os canais de que tanta gente reclama. Se lá não tem dedicação o bastante para correr atrás e fazer um trabalho bom como comentarista, fuja para a internet, o que não falta aqui é gente que entende ou que pelo menos tem o saco de pesquisar e dar a resposta pra suas perguntas. Se a televisão, ao contrário de você, prefere e investe em futebol russo, vôlei, Fórmula 1 e tênis ao invés de basquete, desligue a televisão e vá ler um blog.
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E na TV oficial da internet, o YouTube, as 10 cestas mais malucas da temporada. A número 4, do Roy, é minha favorita: