>O basquete que ganha jogos

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Nash mostra o que o basquete bonito fez com ele todos esses anos

Primeiro já deixo claro que não estou aqui pra falar do jogo do Cavs. Vamos falar do time do LeBron só quando eles enfrentarem um desafio de verdade, o que quer dizer que ficaremos mais algumas semanas sem mencioná-los. Essa série do Cavs com o Hawks já poderia ter acabado, deveriam usar uma variação da regra da Copa do Brasil de eliminar o jogo da volta. Somando os dois primeiros jogos, o Cavs está vencendo a série por 47 pontos, deveria ser o bastante.

Mas parei com o Cavs. Estou aqui para continuar a discussão do post de ontem do Danilo. Ele comentou o tal “basquete de playoff” e lamentou como os juízes levaram o jogo entre Lakers e Houston. O assunto rendeu muitos comentários então estou aqui para dar uma visão do lado vencedor do jogo, de modo que aqui todas as opiniões estão livres de qualquer sentimento imediato de derrota.
Primeiro eu acho deplorável que exista tal diferença de definição, não deveria existir o “basquete de temporada regular” e o “basquete de playoff” na NBA. É natural que o jogo seja mais disputado, mais tenso, com os jogadores se importando mais. Mas o jogo deve ser diferente para os jogadores, não para a arbitragem. Volta e meia tem comentarista gringo comentando que tal jogada teria sido falta na temporada regular mas que nos playoffs não é nada. Como assim? Falta é falta, o que não é falta não é falta.
Uma comparação que eu sempre faço na minha cabeça e que acho engraçada é que no futebol mundial é diferente. Os jogos da Copa do Mundo e da Champions League tem muito menos falta e é bem mais “leal” (não sei se é a palavra certa) do que a maioria mesmo sendo jogos de importância bem maior, os playoffs do futebol mundial. Em compensação, na América do Sul a Libertadores é dez vezes mais física que qualquer joguinho de playoff da NBA.
Na questão das faltas podemos fazer uma crítica geral, que engloba temporada regular e playoffs. O Danilo já fez um post comentando a vida dura dos pivôs que sofrem tanto com marcações de faltas, o Yao sofre com isso, o Dwight Howard, o Shaq e, no Lakers, o Bynum também. Tem jogo que eles simplesmente não conseguem jogar porque tudo o que fazem é falta, um dia depois fazem a mesma coisa e tá beleza, dominam o jogo. Parece escanteio no futebol, todo mundo se pega e tem dia que os juizes resolvem que um cara é o culpado e dão pênalti, ou que só o décimo quarto soco é que foi realmente falta.
Essa diferença de marcações dos juízes de um jogo para o outro e da temporada regular para os playoffs atrapalha bastante a vida dos jogadores, isso é fato, eu acho que demoraria para me adaptar a saber, de uma hora pra outra, o que pode e o que não pode fazer. Claramente o Bynum, por exemplo, não está conseguindo diferenciar o que é um jogo físico do que é fazer falta na visão dos juizes.
Essa diferenciação é idiota pra mim, mas nos EUA praticamente não achamos críticas sobre isso. Para eles é natural um empurrão ser falta na temporada regular e não ser nada nos playoffs, isso é consenso principalmente entre os ex-jogadores da liga que comentam jogos. O que é bem intimidante, convenhamos, quem sou eu pra discordar de caras que são jogadores de verdade e que estiveram lá jogando? Mas o dia em que eu entender, juro que concordo com eles.
Isso mostra como o jogo físico nos playoffs não só é aceito como é muito valorizado. É sempre dito por lá que times que jogam baseado em passes, velocidade e finesse são times de temporada regular, como o Suns do D’Antoni, o Mavs do Don Nelson e o Kings do Rick Adelman de 2002, 2003. Enquanto os times que são pura defesa, com jogo físico, são os que têm sucesso nos playoffs, como o Pistons de 2004, o Spurs dos últimos 10 anos e o atual campeão Boston Celtics.
A teoria ganhou ainda mais força nas finais da temporada passada quando o Celtics venceu o Lakers na final. O LA tinha um time que jogava com um ataque todo baseado em jogadores leves, rápidos e bom passadores, e o Celtics os anulou usando um basquete de força. E não vão entender que essa simplificação pareça que eu acho que o Celtics venceu só porque bateram no Lakers ou qualquer coisa assim.
Eu mesmo defendi que o Lakers deveria buscar jogadores mais físicos para conseguir competir com o Celtics e outros times parecidos nos playoffs para ser campeão (lembro que, num fórum, um torcedor do Lakers disse que faltavam uns “pretos ruins” pra fazer do Lakers campeão). Mas pra falar a verdade essa é a minha opinião de torcedor do Lakers, que quer ver o time ser campeão usando qualquer esquema de jogo. Como simples amante do basquete eu queria que o Lakers ganhasse com o time que joga mas bonito (que por sinal é o que tem o Odom no lugar do Bynum).
Mas fica aquela coisa, o Kings de 2002 tinha um dos basquetes mais bonitos de todos os tempos e perdeu do Lakers que tinha forte defesa, jogadores nada simpáticos com os adversários (Shaq, Kobe, Horry e a doçura do Rick Fox, por exemplo). O Suns e o Dallas, com um jogo de pura velocidade, eram presas fáceis para o Spurs. O Mavs só venceu o Spurs quando o Avery Johnson chegou lá implementando defesa forte, ataque de meia quadra e usando brucutus do nível de Erick Dampier e DeSagana Diop.
Como torcedor você acaba querendo o time mais físico porque historicamente é o que dá mais resultado e não quer torcer pra time de temporada regular.
Já sei que uns vão dizer que time que joga bonito é time que ganha. Mas isso pra mim é palhaçada, esse argumento só vale pra torcedor. Eu aceito ver o Corinthians ganhar com uma defesa forte e violenta e com 1 a 0 gol de sorte. Mas se o Once Caldas faz isso eu acho um porre.
Se o Lakers vence jogando como o Spurs eu acho legal, ver o Spurs jogar aquele joguinho deles trocentas vezes não é legal.
Mas será que tem um jeito de ser campeão da NBA sem se entregar à essa regra de time defensivo com alguma variação do Kendrick Perkins no garrafão? Qual é o limite do jogo físico, quando ele se torna desleal? Ele deveria ser aceito na temporada regular ou os playoffs é que deveriam ter arbitragem mais firme? Mais assuntos para a sessão “Kobe ou LeBron?” de discussões infinitas.

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