>O futuro dos derrotados

>Dois dias antes de todas as atenções se voltarem aos dois grandes times da temporada, vamos dar um pouco de atenção aos derrotados das finais de conferência, Nuggets e Cavs, estes talvez os grandes times da temporada regular e das duas primeiras rodadas dos playoffs.

Cleveland Cavaliers


Foi o melhor time da temporada regular com sobra. O Magic se enfraqueceu depois da contusão do Nelson, o Celtics depois da contusão do Garnett e o Cavs superou as contusões de Delonte West, Ben Wallace e Ilgauskas como se nada tivesse acontecido. Perderam apenas dois jogos em casa e um deles foi usando quase todo o time reserva na última rodada. Impecável.
Aí chegaram os playoffs, varreram Pistons e Hawks sem nenhuma dificuldade e, de repente, o que parecia perfeito virou um time limitado que não merecia ganhar porque só se bastava de um jogador. O que aconteceu com o time balanceado de melhor defesa e um dos melhores ataques da NBA?
Primeiro aconteceu que o Magic, como já comentamos aqui, era o time feito para bater o Cavs. O Cavs não tinha o Kendrick Perkins para conseguir marcar o Dwight Howard 1-contra-1 como o Celtics fez, não tinha ninguém versátil o bastante para marcar o Rashard Lewis e sem defesa eles não emplacaram os seus consagrados contra-ataques. Depois veio a avalanche psicológica por ter ido mal nos primeiros jogos e o resto é história.
O que esses times feitos para bater um outro time fazem é expor, em jogos seguidos, todos os defeitos de um time. Isso quer dizer que tal time não é horrível, não é um lixo, mas que tem defeitos que podem ser explorados. O Spurs mostrava a incapacidade do Suns de atacar em meia-quadra, o Jazz mostrava como o Rockets não sabia lidar com um time agressivo nos rebotes ofensivos, o Warriors mostrou como o Dallas não tinha time pra lidar com aquela velocidade toda, o Celtics mostrou como o Lakers era um time com garrafão fisicamente fraco e por aí vai. Todos estes derrotados eram ótimos times que enfrentaram o adversário errado na hora errada.
O que o Cavs precisa fazer primeiro é não se desesperar. Deixar esfriar a cabeça pra perceber que o time é bom sim, mas que, como todos na liga, precisa de mudanças para poder vencer o campeonato. Mudanças de elenco e pessoais.
Como mudança pessoal dou o exemplo do Gasol, que no passado sofreu um bocado nas finais e percebeu que se não aprendesse a lidar com essa defesa mais física, ele não iria a lugar nenhum. Pois nessa temporada ele decidiu o jogo do Natal contra o Celtics sofrendo a mesma defesa e superou nos playoffs três times extremamente físicos, chegando ao ápice que foi enfrentar, jogar bem e vencer um garrafão com Nenê, Kenyon Martin e Birdman.
Que sirva de lição para o Mo Williams. Se ele quer ser o Robin do LeBron James, ele tem que expandir seu jogo para além de ser apenas um arremessador, precisa ser mais do que um cara que puxa a bola em contra-ataque. Ele precisa de ferramentas que o façam mais útil no ataque de meia quadra e precisa colocar a cabeça no lugar, porque depois daqueles dois primeiros jogos a confiança dele estava no ralo.
No elenco, a principal mudança tem que ser no garrafão. Ben Wallace anunciou que deve se aposentar, Ilgauskas não dá conta do Dwight Howard e o Varejão, segundo notícias da gringolândia, deve decidir virar Free Agent e talvez saia do Cavs.
Então, talvez o garrafão sofra uma reestruturação total e nessa reconstrução eles devem não só procurar alguém que continue dando uma identidade defensiva para o time, mas também alguém que possa ser capaz de marcar alguns pontinhos lá dentro do garrafão. Jogar com o Varejão ou o Ben Wallace é praticamente jogar com só 4 jogadores no ataque, o que facilita muita a dobra de marcação dos adversários.
Achar alguém que saiba pelo menos finalizar um pick-and-roll em direção à cesta, fazer uns 12 pontos por jogo já tá mais que bom. Difícil tirar ele do Knicks, mas o David Lee, Free Agent restrito, cairia como uma luva para o Cavs.
Denver Nuggets

Não foi o melhor time do Oeste na temporada regular mas foi a maior surpresa e a grande história da conferência.
Começou a temporada sendo aquele time de elenco bom e atuação medíocre do ano anterior mas dessa vez sem o Marcus Camby. Um desastre anunciado. Depois da miraculosa chegada do Billups, então, o time dá uma guinada completa e a loucura do JR Smith é entendida pelo George Karl, o Carmelo vira um jogador de equipe, o K-Mart não se machuca, o Nenê vira um dos melhores pivôs do Oeste, o Chris Andersen sai das drogas, alguém anda sobre a água e transformam Gatorade em vinho.
O time santo que não perdia em casa desde o meio da temporada regular atropelara o Hornets e Mavs0 mas, quando mais interessa, perde 2 de 3 jogos em casa para o Lakers e dá adeus.
“Fizemos todos pensar, pelo menos por uns 10 dias, que eramos o melhor time do Oeste”
O autor da frase, nosso frasista da semana George Karl, tem toda razão. Depois das primeiras rodadas avassaladoras com o Lakers capengando contra o Rockets, todos achavam, com bons argumentos, que o Nuggets era mais time. O K-Mart foi além e disse que ainda acha o Nuggets melhor que o Lakers, “só não conseguimos mostrar isso na quadra”, completou.
Embora soe estranha a declaração, entendo o Grand Kenyon. O Nuggets tem um elenco que, no papel, parece no mínimo do mesmo nível do Lakers e durante os últimos meses e os playoffs pareceu bem mais regular que o time do Kobe. Apenas na hora de fechar a série contra o Lakers é que o time se perdeu.
Se fosse o Nuggets do ano passado eu diria que foi falta de liderança e que o Billups resolveria isso em minutos. Mas mesmo com o Mr Big Shot lá eu digo a mesma coisa, faltou o Billups. Ele foi medíocre nos jogos 5 e 6, os dois que o Nuggets precisava para vencer a conferência. Se ele joga bem nas duas partidas, a história era outra.
Espero que essa derrota não mexa em nada com o Nuggets, que não precisa mudar o elenco para conseguir um título. Basta assinar seu único importante Free Agent, o Chris Andersen, e no máximo pegar uns caras para completar elenco. O time está aí, o talento está aí, o técnico está aí, é só voltar e não jogar sua pior partida nos playoffs no momento mais importante.
Escrever é mais fácil que fazer, não é fácil voltar depois de uma derrota e sair jogando bem. Não precisa ir muito longe para buscar, curiosamente em um mesmo time, um exemplo que mostra como é possível e como pode ser difícil se recuperar de derrotas nos playoffs.
O Dallas Mavericks estava a duas vitórias de ser campeão da NBA em 2006 quando sofreu uma virada histórica e perdeu para o Heat. Parecia ser uma derrota traumática mas o time voltou mordido na temporada seguinte e cravou 67 vitórias na temporada regular, melhor time com sobras. Usaram a derrota do ano anterior como incentivo para a busca do anel.
Mas nos playoffs sofreram outra derrota traumatizante e aí o time nunca mais se recuperou. Com o mesmo elenco vencedor do ano anterior, não chegaram nem perto de repetir as boas atuações.
Derrotas em momentos decisivos dos playoffs podem servir como incentivo, lição ou para acabar com a moral de um time. Veremos como Nuggets e Cavs se comportam no ano que vem. Agora pé na bunda deles que eu não vou mais falar de fracassado no meu blog, nele já basta eu.
Quer dizer, vou falar de fracassados um pouco mais, pode ser?
É que esse fim de semana eu descobri o que é Slamball. Assistindo a BandSports na casa da minha namorada (que eu não tenho em casa, por isso não sei se é velho ou novo), vi esse bizarro esporte que é basquete só que com cama elástica para enterradas. Cama elástica!

É ou não é, ao mesmo tempo, um esporte de fracassados que não sabem jogar basquete e a melhor idéia que alguém poderia ter?

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