>O Irã na NBA

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O iraniano Hadadi e sua supermodelo. Já está pronto para morar nos EUA

Até um tempo atrás esses campeonatos internacionais de basquete como as Olimpíadas eram lugares para ficar discutindo quem poderia ou não jogar na NBA. A graça de assistir Turcomenistão e Singapura era saber que o armador de Singapura tinha sido, durante um dia, o provável 27° escolhido no segundo round do draft de 2009 segundo o site NBAdraft.net.

Mas hoje isso não tem a mesma graça porque a maioria dos jogadores que poderia ter jogado na NBA já está lá ou foi pra lá e não deu certo. Na Espanha, por exemplo, temos Gasol, Navarro, Calderon, Garbajosa e Raul Lopez que já jogaram na liga e Rudy Fernandez, Marc Gasol e Ricky Rubio que com certeza quase absoluta estarão na liga nesse ano ou em futuro próximo, não tem o que especular, sabemos que eles estarão lá. Além disso, todos os campeonatos mais importantes do velho continente, como a Euroliga ou o Eurobasket, tem passado regularmente no Brasil via TV a cabo, então não é com tanta surpresa que vemos seleções como a da Croácia e a da Lituânia, já conhecemos todo mundo de longa data e sabemos do talento e potencial de cada um.

Mas o velho charme de observar um desconhecido pela primeira vez e, baseado em um jogo ou dois, especular sobre o cara poder ir para a NBA, está de volta! Nessa Olimpíada o jogador em questão foi o iraniano Hamed Hadadi, pivô titular de sua seleção nacional. O time do Irã ganhou o último torneio asiático e Hadadi foi o principal destaque, principalmente na final quando fez 31 pontos e pegou 10 rebotes contra o Líbano. Ele acabou o torneio como segundo colocado em rebotes, com 9,6 e foi o líder em double-doubles, empatado com Ha Seung-Jin, o famoso “Homem mais feio do mundo“.

Nessa Olimpíada de Pequim a sua grande atuação foi contra a Argentina, com 21 pontos e 16 rebotes, o que despertou muito interesse de gente da NBA, interesse que já havia começado quando o Irã foi gentilmente convidado pelo David Stern a fazer sua preparação para a Olimpíada na Summer League de Utah, em que o time mostrou que seria saco de pancada de todo mundo, já que perdeu para times de pivetes americanos que nunca vão chegar na NBA.

O pivô chegou a dizer que era seu sonho jogar na NBA mas o sonho começou mal, já que David Stern, percebendo o interesse de alguns times, conversou com o governo americano e acabou por mandar uma carta para todas as equipes da liga avisando que eles não poderiam negociar com o iraniano. Isso porque o governo nacional não permitia esse tipo de negociação com pessoas do Irã, país amigo, brother e camarada dos Estados Unidos.

Mas a gente conhece o David Stern, aquilo não ia acabar assim. Imagina a publicidade que teria um jogador iraniano na NBA, chamaria a atenção de todo mundo, seria o máximo mostrar a que ponto chega o alcance global da liga americana. Lembremos que a NBA já conseguiu fazer um jogador chinês sair da China para ir jogar lá e ganhar um salário próprio, já que na China todo atleta fica com apenas parte de seus prêmios, a maior parte vai para o governo. Isso só não acontece com o Yao, que tem um contrato especial só dele em que ele pode ficar com praticamente toda a bolada que recebe do Houston. Ou seja, Stern é bom negociador e faz de tudo para a NBA crescer cada vez mais mundialmente.

Some isso a o fato do David Stern querer ter times da NBA na Europa e uma liga afiliada à NBA na China. Some também o fato do comissário da NBA ter criado até normas de como os jogadores devem se vestir e multar qualquer um que fale demais. O resultado é um líder completamente megalomaníaco que quer dominar o mundo. Stern quer mostrar que a NBA é maior do que todo mundo pensa e que serve de ponte entre países que têm muitos problemas culturais e políticos um com o outro, como a China e agora com um país que os Estados Unidos podem começar uma guerra a qualquer momento, o Irã. Conseguir levar um iraniano para jogar nos Estados Unidos poderia servir até para a NBA ser mais bem vista até onde os Estados Unidos não são bem vistos.

E não é que o Stern conseguiu? Depois de negociar com o governo americano, os times da NBA, segundo notícia de hoje da Yahoo!Sports, podem negociar com Hamed Ehadadi e também com seu companheiro de seleção Mohammadsamad Nik Khahbahrami (força nominal de valor incalculável), mas só com eles, com mais nenhum iraniano. De qualquer forma, a NBA disse que os times devem entrar em contato com a liga antes de concluir qualquer negociação. Até o momento, o time mais cotado para assinar o iraniano é o Memphis Grizzlies, o que é uma pena, já que o cara deve estar cansado de perder depois de jogar tanto pelo Irã, seria legal ele ir para um time de verdade.

O engraçado disso tudo e que daria uma confusão enorme e engraçada de assistir é que dizem que mesmo se o governo americano continuasse a implicar com o Hadadi, ele poderia assinar com o Toronto Raptors, já que o time fica no Canadá e lá não tem essas frescuras. Se bem que o Canadá é a putinha dos Estados Unidos e acabaria fazendo o que o Tio Sam mandasse, mas seria uma situação legal de acompanhar.

Tudo bem, o cara jogou bem na Olimpíada, está autorizado a jogar na NBA, tem um time interessado nele e o David Stern é megalomaníaco, mas e aí, o pivozão de 2,18m vai dar certo na NBA? É isso que interessa, pô! Os fãs do Grizzlies, se existissem, estariam loucos pra saber.

Claro que tudo o que eu sei dele é do que vi em alguns vídeos na internet somado a um ou dois jogos do Irã que eu vi de verdade nessa Olimpíada, já que vários eu não assisti porque estava vendo outro esporte ou porque estava dormindo e babando no meu travesseiro. Mas dentro da minha ignorância acho que ele tem espaço na NBA, sim. Não será uma estrela, provavelmente nunca será titular e é capaz que nem médias altas de minutos por jogo ele acabe tendo no início de carreira americana, mas espaço por lá ele tem.

Precisamos lembrar que a NBA tem eterna falta de pivôs. Tem vários bons, mas para todo time ter um bom titular e um reserva decente, precisamos de 60 pivôs de bom nível, o que claramente não existe hoje em dia. Estamos em uma liga que teve o Kendrick Perkins como pivô titular do time campeão, o Earl Barron tinha contrato, o Magloire já foi All-Star e que cada vez mais alas de força são utilizados como pivô por falta de opção melhor. Então um cara de 2,18m que parece ser um bom reboteiro e que sabe usar a mão direita e esquerda para finalizar bem as bolas que chegam redondas em suas mãos embaixo da cesta é um jogador valioso e que poderá ser reserva em inúmeros times da NBA. Não duvido que ele faria um trabalho melhor que o DJ Mbenga no Lakers, o Johan Petro no Sonics ou que o Paul Davis no Clippers.

Para ver o cara em ação, tem esse vídeo aqui:

Não que um mísero comentário de YouTube queira dizer alguma coisa, mas destaque para um comentário desse vídeo, em que um usuário diz algo que volta e meia pode chegar ao ouvido do iraniano caso ele vá mesmo jogar na NBA:
“Basicamente todo mundo no Irã é um terrorista, ou conhece alguém que é. Por isso que a NBA precisa da aprovação do governo para ele entrar na liga.”

Claaaaro, ele deve ser um terrorista mesmo. Aposto que ele treinou todos esses anos para conseguir entrar em território americano, ele só não irá explodir uma bomba amarrada ao próprio corpo na final da NBA porque o Grizzlies não vai chegar na final da NBA. Espero que o cara tenha escrito isso como piada, mas o pior é que eu não duvido que tenha gente que pense assim por lá, como também não duvido que ele terá que ouvir muita merda de torcedor bêbado e nervoso nos jogos fora de casa.

Hamed Hadadi ou Hamed Ehadadi?
Segundo um cara por aí que não sei se é uma fonte confiável, o sobrenome correto dele é Hadadi, não Ehadadi como alguns lugares colocam por aí. A confusão acontece porque seu nome do meio começa com E e no último torneio asiático acabaram juntando tudo e ao invés de Hamed E. Hadadi, escreveram Hamed Ehadadi. Até o iraniano ir para a NBA e dizer o contrário iremos chamá-lo de Hamed Hadadi aqui no Bola Presa (se é que vamos falar mais dele aqui no Bola Presa), até porque é como está escrito em seu uniforme.

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