>O legado de C-Webb

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“Quase!”

Quando o Chris Webber anunciou que iria voltar a atuar nessa temporada pelo Warriors, eu fiz um texto bem otimista sobre sua volta. Mas não podia ter errado mais.

Sua volta foi um desastre, atuou em apenas 9 jogos e em todos jogou pouco tempo e mal. Parecia fora de forma e não só porque todo mundo corre no Warriors, ele parecia lento mesmo, perderia uma corrida para o Ilgauskas, até. Depois ele parou de entrar, alegaram contusões e por fim ele disse que as dores no tornozelo voltaram e que sua carreira está acabada. De certa forma esse final resume um pouco a imagem que Chris Webber deixará para trás para a maioria das pessoas, a do cara que sempre ameaçou, chegou perto, animou todo mundo com seu talento mas na hora H sempre acontecia alguma coisa para atrapalhar.

Primeiro foi o fato que mais o marcou até hoje. Estava ele na Universidade de Michigan. Melhor jogador universitário do ano, futura primeira escolha no draft e no jogo final da NCAA, o do título. Com o time perdendo por 73 a 71 e com 11 segundos faltando no relógio, Webber pediu um tempo. Tempo que não existia, todos os de Michigan já haviam sido pedidos. O resultado foi uma falta técnica que decidiu o jogo a favor de North Carolina. Isso perseguiu ele por toda a carreira. Seu nome veio à tona rapidinho nas finais de 2006, quando o Josh Howard fez a mesma coisa em um dos jogos contra o Miami Heat.

Já na NBA ele foi a primeira escolha do draft, pelo Orlando, e aí foi trocado para o Warriors, onde foi o novato do ano e, depois de ter brigado com o técnico Don Nelson, foi para o Washington Bullets. Foi uma decepção a troca dele do Warriors já que o time era muito forte e tinha tudo para engrenar, logo no primeiro ano de Webber já tinham voltado aos playoffs.
Então a missão de Webber foi a de levar dessa vez o Washington de volta aos playoffs, o que ele também conseguiu, era a primeira vez em nove anos que a equipe ia para os playoffs.

Mas o auge da carreira de Webber foi no Kings, quando liderou um dos times mais fantásticos da década, talvez o melhor, competindo com o atual Phoenix Suns e o Dallas do ano passado, a não ter ganho um título. Era um ataque hipnotizante, bons passadores em todas as posições e que jogava em uma velocidade fora do comum. Por anos foi o time mais bonito a ser assistido em toda NBA, com Webber sendo escolhido até para o primeiro time da NBA no fim da temporada 2001.
Mas mais uma vez Webber não transformou esse sucesso em título. Foram 3 anos seguidos sendo eliminados pelo Lakers de Shaq e Kobe, a rivalidade mais forte da liga na época.
Em 2002 o Kings teve sua grande chance quando levou a série para o jogo 7 em Sacramento. Uma entrevista com o Kobe antes do jogo mostrava como as coisas estavam encaminhadas para uma vitória do time de Sacramento.

Repórter: Nenhum time do Lakers já venceu um jogo 7 fora de casa, nenhum time venceu fora de casa a final de conferência ou da NBA fora de casa, por que será diferente para esse Lakers?
Kobe: É um bom desafio, não é?

E o Lakers levou o desafio a sério e ganhou a partida, o Oeste e a NBA toda. Mais uma vez, Chris Webber tinha chegado muito perto e deixado passar.

Sua última chance de ganhar um título foi no ano passado, com o Pistons, mas como todos vocês se lembram bem, eles foram destruídos pelo LeBron e pelas bolas de três do Boobie Gibson. E como fato mais negativo ainda, o técnico Flip Sauders costumava deixar McDyess, ao invés de Webber, em quadra nos minutos finais, dando ainda mais combustível para a fama de amarelão de C-Webb.

Webber é um dos seis jogadores da história da NBA a ter média na carreira de pelo menos 20 pontos, 9 rebotes e 4 assistências. Os outros são Elgin Baylor, Larry Bird, Wilt Chamberlain, Billy Cunningham e o ainda ativo Kevin Garnett. Os quatro primeiros estão no Hall da Fama do basquete e Garnett provavelmente estará. Mas e Webber?

Em uma pesquisa no site da ESPN, quase 70% das pessoas acreditam que ele não deve ir para o Hall da Fama e já ouvi gente até dizendo que ele vai acabar caindo no esquecimento pela falta de títulos. Mas será que isso é justo?

Eu sei que o esporte é um jogo que tem como objetivo a vitória, logo, a vitória pode ser vista como a coisa mais importante do jogo, mas a verdade é que já existe um prêmio para a vitória. Na NBA o prêmio é o troféu de campeão e o anel para os jogadores, o cara é um vitorioso, leva pra casa o anel e pronto. O Hall da Fama, imagino, deveria ser para homenagear grandes indivíduos que com seu talento ajudaram a tornar o esporte algo mais gostoso de assistir, algo mais espetacular, deveria se homenagear quem foi inovador, ou seja, homenagear os melhores talentos no esporte.

E Chris Webber foi um dos melhores no jogo. Se ele não ganhou títulos, isso pode ser por inúmeros motivos, talvez porque só times com Michael Jordan, Hakeen Olajuwon, Shaquille O’Neal ou Tim Duncan (tirando o Pistons de 2004) conseguriam vencer títulos desde que Webber chegou na liga, e todos esses venceram pelo menos 2 e com isso deixaram muita gente de talento sem anel nenhum.

Vamos então deixar Barkley, Malone, Stockton, Kemp, Webber, Dirk, Iverson, todos de lado só porque eles eram piores que Jordan ou que Shaq e Kobe juntos? Acho que Webber já foi punido por não vencer quando ele mesmo relembra as chances que teve e não conseguiu aproveitar, mas na hora de apenas analisar o talento bruto do jogador, Webber foi um dos melhores em sua posição e é por isso que ele deveria ser lembrado para sempre.

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