>O que faz uma série ser boa?

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Cuidado, atrás de você!

Sou só eu ou vocês também estão começando a ficar incomodados com a falta de vitórias dos times que jogam fora de casa? Até agora, nessas semi-finais de conferência, foram 21 jogos, 5 das séries Lakers-Jazz, Celtics-Cavs e Pistons-Magic, e 6 jogos da série Spurs-Hornets. Dessas 21 partidas, foram 20 vitórias dos times que jogaram em casa, a exceção foi aquela vitória do Pistons sobre o Magic com a cesta do Prince no finalzinho. Se o Turkoglu acerta a última bola, poderíamos estar agora com 21 vitórias dos mandantes em 21 jogos. Isso deve ser um recorde.

Por um lado, isso me deixa feliz, já que meu Lakers tem mando de quadra contra todo mundo do Oeste, mas por outro é um pouco decepcionante. Tem uma frase famosa nos Estados Unidos e que até o LeBron James usou em uma entrevista coletiva nessa semana que é a de que “Uma série de playoff só começa de verdade quando alguém ganha fora de casa”. Se isso é verdade mesmo, a gente tá perdido, porque a única série que começou já acabou, e se Jazz e Cavs perdem amanhã, a série começa e termina no mesmo momento, o que é algo perturbador e deveria ser estudado pelos grandes físicos da humanidade.

Acho que a frase é exagerada, claro, e apesar de incomodado com todas essas vitórias em sequência dos times da casa, não acho que isso seja necessariamente sinal de uma série boa por ficar empatada ou ruim por não ter surpresa, precisamos olhar para outras coisas para achar alguma coisa. Então vamos fazer uma listinha pra ver o que deixa uma série legal ou não, independente dela ter 4 ou 7 jogos.

1 – Partidas disputadas

Nesse quesito, a série Spurs-Hornets vai pro beleléu, quem ganha em casa não só ganha como faz questão de humilhar, pisar, atropelar, dar ré e atropelar de novo o adversário. Se o Horry quer brilhar de novo com uma cesta no último segundo, ele tem que torcer pro Spurs vencer o decisivo jogo 7 e continuar na parada, porque nessa série isso não vai acontecer.

Nesse quesito, Cavs e Celtics estão mais ou menos, dos 5 jogos as partidas 1 e 5 foram até que bem emocionantes, embora o jogo 1 tenha sido duro de assistir. Mas como emoção não é sinônimo de qualidade, meio ponto para a série do Garnett e do LeBron nesse quesito. E um ponto inteiro para a série Lakers e Jazz, os jogos 3 e 5 foram decididos apenas no último minuto e o 4 teve até prorrogação. O engraçado é que em todos os jogos da série, o time que estava na frente faltando 35 minutos para o fim do jogo, ou seja, ainda no primeiro tempo, nunca perdeu a liderança, o outro time até empata e até prorrogação teve, mas quem estava atrás no segundo quarto nunca virou.

A série acabada, a do Pistons, teve dois jogos muito emocionantes nas partidas 4 e 5, ambas decididas pelo Prince. O placar de 4 a 1 na série engana, não foi tão fácil assim.

2 – Duelos pessoais

Um bom duelo pessoal sempre anima qualquer série. Volta e meia a gente até esquecia como o Wizards e o Cavs estavam desorganizados no ataque só porque estávamos esperando pra ver se o LeBron ia meter uma na cara do Stevenson ou se o Arenas ia fazer a torcida do Cavs calar a boca. Mas passada essa baboseira (divertida) da primeira rodada, o que não estão faltando são duelos pessoais bons.

Na série Lakers-Jazz tem o veterano Derek Fisher fazendo de tudo pra parar o Deron Williams. O Deron, depois de um fraco jogo 1, vem deitando e rolando, todo jogo é um drama para quem torce pro Lakers pra saber se o Fisher diminui o ritmo do Deron ou se pelo menos não entra em problema de falta. Na mesma série, ainda tem o duelo pessoal do Kobe contra o Kirilenko, que é, de longe, o que melhor marca o Kobe no time, quando você assistir ao próximo jogo veja a diferença de como o Kobe passeia sobre Korver, Brewer e Harpring e só encontra um desafio à altura nos longos braços magricelos do russo.

Qem ganha disparado esse quesito é o confronto Spurs-Hornets. Primeiro com o Duncan, que quando ataca tem duelos épicos com o Tyson Chanlder (e o mané que vem pra dobrar a marcação) e na defesa, quando o Timmy tenta parar o David West. Além desse, tem o Bruce Bowen, que ao invés de pegar o Paul o tempo inteiro, está tendo um trabalhão correndo atrás do Stojakovic, que hoje até bateu pra dentro e fez bandeja ao invés de arremessar como ele faz desde os 11 anos de idade só pra ver se surpreendia o Bowen (e deu certo!).

Mas esses duelos são secundários perto de Tony Parker x Chris Paul. Já fiz um post aqui falando que parece jogo de streetball os dois. Eles pegam a bola na defesa, correm como malucos e sempre, sempre, arranjam alguma coisa linda e surpreendente pra fazer, seja uma bandeja, um arremesso, um passe, uma ponte-aérea, não importa, eles sempre sabem o que fazer e nunca precisam parar de correr em direção à cesta pra isso. É um duelo muito veloz, muito divertido e com jogadas lindas pros dois lados. Mas se você só vê vultos correndo de um lado pro outro, não se sinta mal, somente um seleto grupo de pessoas acostumadas à velocidade que eles correm sabem exatamente o que acontece. Se você não é o Ligeirinho, o Papa-Léguas, o Flash, o Leandrinho, o Devin Harris ou o Euller, o filho do vento, você não entende o que eles fazem naquela velocidade.

3- Carga emocional

Adoro esse termo. “Carga Emocional”. Soa bonito, elegante, não se pode usar com qualquer coisa. Se o jogo “traz uma carga emocional enorme” nas palavras do comentarista é porque a coisa tá legal. É sinal de que vamos ver pessoas alteradas, brigas, olhares vidrados, provocações e é isso que a gente paga pra ver!

A tal carga aparece mais fácil em séries que já aconteceram antes, quando um time busca revanche, e nessas semi-finais só o Orlando já tinha perdido pro Pistons no ano passado, mas foi um 4 a 0 tão fácil na temporada passada que ninguém nem deu muita importância pra isso.

Nesse quesito, quem está vencendo é a série entre Cavs e Celtics. Na do Lakers, até tem aquela torcida de mórmons vaiando o Fisher, mas depois que o Ronnie Price cumprimentou o Turiaf depois da falta flagrante, deu pra ver que o bicho não pega lá pra valer. Tá, na do Celtics teve o Rondo se desculpando com o Delonte West, mas mesmo assim uma série que tem o Kevin Garnett jogando sempre vai ser superior a outras quando o negócio é emoção, o nego fica simplesmente possuído quando entra em quadra, é de dar medo.

Some um cara vidrado como o Garnett a uma defesa pressionada e sem medo de fazer faltas sobre o determinado LeBron James e você terá muita cara feia, gritos e vibração no jogo. E dá gosto ver jogo com jogador parecendo que quer ganhar a qualquer custo!

4- Ajustes

Essa parte é o oposto da “Carga emocional”, essa é a parte racional do jogo. São os ajustes que os times fazem de um jogo para o outro e, pra falar a verdade, é o que mais tem me incomodado na boa série entre Hornets e Spurs.

Os técnicos de ambos os times são dois dos melhores da NBA nos últimos anos e mesmo assim parece que os dois times cometem sempre os mesmo erros! O Spurs não sabia o que fazer pra se livrar da defesa pressão e dos contra-ataques do Hornets no jogo 1 e fez os mesmos erros no jogo 2. Quando parecia ter aprendido depois de fáceis vitórias nos jogos 3 e 4, repetiram todos os erros de novo no jogo 5. A mesma coisa para o Hornets, tudo o que eles acertam em casa eles não chegam nem perto de acertar fora, parece que vemos reprises e mais reprises do mesmo jogo. Torço pra um jogo 7 bem diferente e emocionante pra eu calar a boca e deixar de ser chato!

Nos ajustes, a melhor série é a do Lakers e Jazz. O Jazz tomou um sapeca-ia-iá nos dois primeiros jogos ao tomar um vareio do veloz ataque do Lakers e então resolveu jogar com mais físico, dando mais empurrões, chegando junto e isso atrapalhou muito o Lakers desde o jogo 3. O Gasol precisou ser provocado pelo Phil Jackson no jogo 5 para acordar e devolver o jogo físico no garrafão. Além disso, o Jazz mudou sua estratégia de ataque e parou com os arremessos de meia-distância e se preocupou só em atacar a cesta, conseguindo muito mais lances livres que no começo da série. O Jazz também mudou defensivamente, fazendo, ou tentando, Kobe atacar cada vez menos a cesta e arremessar mais. Além de todos os ajustes do Jazz para voltar a série depois de perder por 2 a 0, foi interessante ver como o Lakers se virou diante disso tudo, tentando interceptar os passes em direção do garrafão do Jazz para evitar o ataque à cesta, por exemplo, embora a mudança mais decisiva tenha sido no posicionamento defensivo no segundo tempo do jogo 5 para evitar o festival de rebotes ofensivos do Jazz.

Enquete:

Temos uma enquete nova aí na barra lateral. Queremos que você escolha a jogada mais bonita dos playoffs até agora e demos quatro opções, aqui estão os vídeos das jogadas para ajudar:

1. Enterrada do LeBron sobre o Kevin Garnett

2. Bola de 3 do Duncan contra o Phoenix Suns

3. Cesta de costas do Chris Paul

4. Enterrada do Kobe sobre o Kirilenko

5. Toco do Prince sobre o Turkoglu


6
. Assistência do Kobe para ele mesmo na tabela

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