>O que mudou e o que não mudou

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provavelmente ele acertou esse arremesso

Depois da facilidade do jogo 1 todo mundo tinha 99% de certeza que não ia ter repeteco na Final da NBA. Nunca que o Boston, depois de ter derrotado Cavs e Magic, ia se entregar tão fácil bem na rodada decisiva. Mas o que realmente mudou? O que não mudou? Vamos analisar tudo hoje. Mas já adiantamos, uma coisa bem importante foi diferente, o vencedor: deu Celtics, com a primeira derrota do Lakers em Los Angeles na pós-temporada.

O que não mudou
O domínio dos pivôs do Lakers: Andrew Bynum jogou a sua melhor partida dos playoffs com 21 pontos, 6 rebotes e 7 tocos, ao lado de Pau Gasol (25 pontos, 8 rebotes e 6 tocos), e os dois lideraram a quebra do recorde de mais tocos de um time na história das finais com 14. Também deram uma surra no garrafão titular do Celtics, que somando (SOMANDO!) Perkins e Garnett, teve 18 pontos, 9 rebotes e nenhum toco. O Gasol simplesmente dominou todo mundo que tentou marcá-lo, com ganchos, arremessos e uma enterrada maravilhosa, provando ser realmente o jogador de garrafão mais talentoso da atualidade.
Com Kobe em problema de faltas, Fisher nem tentando arremessos (alguém me explica o motivo) e o Artest com o pífio aproveitamento de 1-10 chutes, foi a dupla de garrafão que manteve o Lakers no jogo o tempo todo.
Kevin Garnett: Todo mundo esperava uma volta triunfal do KG no jogo 2 como resposta àquele ridículo jogo 1. Mas não, ele conseguiu ser pior. De novo teve problema de faltas, de novo foi incapaz de acertar cestas fáceis e foi, de longe, o jogador de garrafão mais inútil do time. No fim das contas foi um favor ele ter feito tantas faltas, porque o Celtics jogou melhor com Rasheed Wallace e Glen Davis na quadra.
Não sei o que está acontecendo com o Garnett, se é contusão ou nervosismo, mas definitivamente não é só a defesa e o ataque do Lakers que está fazendo isso com ele, nunca o vi jogar num nível tão baixo. Não é sombra do jogador que poucas semanas atrás estava engolindo o Antawn Jamison vivo.
Lamar Odom: Trabalho de escola: copiem o texto do Garnett e colem aqui. De novo um jogador que estava voando nas semi-finais e finais de conferência repetiu um jogo medíocre nas finais. Incrível como o Odom foi absolutamente inútil até no jogo 1 em que quase todo mundo do Lakers jogou bem. Se antes não fez falta, ontem o Lakers precisava desesperadamente dos rebotes e dos pontos de Lamar e a única coisa que ele fez foi perder um rebote atrás do outro para o Rajon Rondo. Que a Khloe Kardashian dê uma bronca enorme nele dizendo que quando eles casaram ele era campeão e não quer agora ser mulher de um vice. Eu no lugar dela diria isso, em Hollywood tudo é questão de status.
Paul Pierce: De novo ele foi completamente anulado pelo Ron Artest e mais uma vez não pareceu muito desesperado por causa disso e simplesmente resolveu gastar a energia no setor defensivo. No jogo 1 suas intervenções defensivas não tinham surtido tanto efeito porque o resto do time não havia ajudado, mas ontem ele repetiu a dose e os companheiros fizeram sua parte. Com isso Artest e Pierce acabou sendo um duelo engraçado, os dois somados acertaram 3 de 21 tentativas.
O que não mudou mas mudou
Táticas defensivas: Apesar do Celtics ter vencido o segundo jogo, não foi porque mudaram muito da tática defensiva. O que mudou foi a execução, finalmente conseguindo evitar as infiltrações. Tá bom que em algumas posses de bola parecia que o Celtics estava usando (ou apelando covardemente se formos pela linha Nezinho de pensamento) uma defesa por zona, mas não insistiram nisso por muito tempo.
Já o Lakers também não mudou nada a teoria, mas na prática não conseguiu executar a sua defesa que estava funcionando, a de meia quadra, de tanto que o Celtics correu quando pegava os rebotes. As defesas não mudaram no conceito, mas mudaram em execução e resultado.
O que mudou:
Ray Allen: Ele jogou! Só por não ter caído nos problemas de falta de novo já merecia ter entrado na lista do que mudou, mas como também teve o pequeno detalhe dele ter marcado muito bem o Kobe, ter sido o cestinha do jogo com 32 pontos e ter quebrado o recorde da história das finais com 8 bolas de 3 eu acho que ele mereceu ser o primeiro da lista. Bom jogador esse ator vestido de jogador de basquete.
Bolas de 3: No primeiro post sobre a série eu disse que o Lakers ter dominado o garrafão não teria sido tão terrível para o Celtics se eles tivessem respondido nas bolas longas, mas naquele dia haviam acertado apenas 1 de 10 bolas de 3. Ontem foi bem diferente, acertaram assustadoras 11 bolas de 3 em 16 tentativas, contra só 5 do Lakers em 22 chutes. E adivinha quem apareceu no jogo quando a defesa do Lakers foi obrigada a se abrir mais que a Mônica Mattos para segurar os chutes de longe?
Rajon Rondo: O deus em forma de armador Rajon Rondo foi quem mais se aproveitou dos ajustes que o Lakers fez para conter os chutes de longe. Passou todo o segundo tempo e em especial o quarto período infiltrando costurando a defesa como se fosse aqueles malas de fim de pelada que driblam todo mundo que está cansado e só quer tomar água e ir embora. A atuação monstruosa do RR culminou em um triple-double de 19 pontos, 12 rebotes (4 ofensivos!) e 10 assistências. Rondo e Allen foram os responsáveis por essa vitória, que a torcida do Celtics agradeça todos os dias a esses dois por terem conseguido ganhar um jogo de final fora de casa com Pierce e Garnett jogando tão mal.
Os pontos no garrafão: Embora os pivôs do Lakers tenham mantido o domínio sobre os do Celtics, não significa que o Boston não fez pontos no garrafão. O caminho aberto pelo Ray Allen no meio da defesa de LA deixou o Rondo fazer a festa na infiltração, o resultado foram 36 pontos do Celtics no garrafão contra 26 do Lakers. No primeiro jogo o Lakers havia vencido esse quesito por 48 a 30.
O Lakers manteve o bom aproveitamento acertando 12 de 16 arremessos dados próximos do aro, mas o mesmo número mostra como o Lakers chegou pouco ao aro. O Celtics, por exemplo, teve um aproveitamento ridículo, mas compensou arremessando 38 bolas debaixo da cesta.
Kobe Bryant: Um dos motivos do Lakers ter infiltrado menos foi a defesa mais eficiente que a do Celtics que citamos acima, o outro motivo foi que o melhor jogador angelino nesse quesito passou o jogo inteiro com problemas de falta. Kobe já tinha uma falta e fez duas seguidas no segundo quarto, passou quase todo o período sentado, voltou apenas para fazer uma bola de três linda nos segundo finais e cortar a diferença do Celtics para 7. No terceiro quarto voltou jogando bem mas fez outra falta, ficando com 4. Sentou e a sua primeira jogada ao voltar no último período foi uma falta de ataque no Glen Davis.
Kobe não jogou mal quando esteve em quadra, mas teve que jogar diferente do que está acostumado e do que deveria. Não pode ser agressivo na defesa a Rajon Rondo, tinha medo de infiltrar e fazer falta e ficou meio sem ritmo depois de tanto tempo sentado. Um desastre que o Lakers não poderia deixar acontecer em um jogo em casa.
Contra-ataque: O Jeff Van Gundy fez um ótimo comentário durante o jogo de ontem ao reclamar de como são contados os pontos de contra-ataque. Ele disse que é uma pena que os pontos dos lances livres que são resultados de faltas que aconteceram em contra-ataque não contem para as estatísticas dos pontos na transição. É a mais pura verdade. Por isso a vitória do Celtics no jogo de ontem por 12 a 4 nesse quesito não ilustra o quanto isso foi decisivo para a partida. Não só pelas faltas, mas também por jogadas um pouco mais longas, mas que só nasceram pela boa movimentação de bola sobre a defesa que só aconteceu porque o Celtics foi perfeito em forçar erros, entregar a bola no Rondo e deixar ele correr. No próximo jogo reparem nos corta-luzes feitos nesses contra-ataques, eles deixam a jogada mais lenta mas destroem a defesa de meia quadra do Lakers.
Glen Davis: A revista Dime acertou em cheio ao chamar ele de “o novo Leon Powe” depois do jogo de ontem. Vocês lembram da final de 2008 quando o Powe entrava com uma energia que só pode ter vindo da mesma água (também conhecida por outros nomes menos legais) que o Chris Andersen toma? Pois era assim que estava o Big Baby ontem. Tudo bem que ele tomou 4 tocos, tudo bem que só acertou 4 de 13 arremessos, mas nada apaga os seus 5 rebotes de ataque e a energia com que defendeu. Com sua atuação e a boa defesa de Rasheed Wallace, fez o banco do Celtics ser mais útil do que Farmar, Shannon Brown, aquele cara com “Odom” escrito no uniforme e o resto do banco angelino.
O que não mudou e provavelmente não vai mudar:
As faltas: Se eu pudesse definir essas duas partidas tão diferentes em uma palavra ela seria “apito”. Foi o que eu mais ouvi nas duas partidas em Los Angeles. Como já havia dito no outro post, os juízes, talvez com medo da intensidade física dos jogadores, estão apitando qualquer contato e às vezes apitando até contato nenhum.
Eu não gosto desse tipo de arbitragem. Os dois times estão jogando de maneira física, forte e ninguém está reclamando da força usada pelo adversário, muito pelo contrário, o que parece é que ambos os times estão sedentos por jogos bem brigados. Mas em nenhum momento os times parecem desleais e nenhuma falta flagrante aconteceu até agora, não vejo motivo para uma arbitragem tão zelosa como se uma guerra estivesse para acontecer. Acaba prejudicando a qualidade do jogo e os dois times.
Mas ao mesmo tempo acho que os jogadores, ao perceber essa mentalidade dos juízes, devem ser mais espertos e tomar o cuidado necessário. No jogo 1 foi o Ray Allen que exagerou na dose, ontem foi o Kobe e o Garnett. O KG chegou a fazer falta tentando pegar um rebote ofensivo que já estava perdido faz tempo! Por acaso (não acredito nessas teorias da conspiração) o Celtics acabou sendo mais prejudicado pela arbitragem no jogo 1, com o Ray Allen ficando fora muito tempo e o Lakers ontem, com o Kobe. Nem tanto por acaso esses times prejudicados perderam os jogos. Não foi só isso, claro, citamos inúmeros outros motivos para as derrotas, mas as faltas não ajudaram.
Torço para que agora tanto jogadores quanto juízes pensem bem sobre esses dois jogos (ou que o David Stern apareça na sala dos juízes e mande eles deixarem de ser tão medrosos!). Os jogadores importantes dos dois times não tem porque forçarem marcações físicas e pesadas quando já estão capengando em faltas, é burrice, e os juízes precisam deixar de fazer guerra preventiva e só marcar faltinhas bobas (as faltas à brasileira como se diz no futebol) depois que o Ron Artest e o Paul Pierce tirarem sangue um do outro.

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