>O Suns não é mais aquele

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Shaq segurando o choro (ou então se transformando no Hulk)

Na semana passada, a ESPN mostrou para o mundo todo o Suns ser humilhado pelo Heat. Mas o Nash não jogou aquela partida, então eles tinham uma desculpa.

Pois eis que ontem lá estava o Suns de novo em rede nacional para passar vergonha de novo. E dessa vez com o Nash em quadra! Mas tudo tem seu lado bom, se eles tinham tomado mais de 40 pontos do Wade e depois do Devin Harris, dessa vez seguraram o Nowitzki a apenas 39! Boa, time!

É impossível não lembrar que há 9 meses atrás, um pouco antes da troca do Shaq, o Suns era o líder do Oeste. Eles tinham Shawn Marion, D’Antoni e lideravam a conferência mais disputada da NBA. Uma troca de Shaq depois e eles caíram para a 6° colocação e perderam na primeira rodada dos playoffs.

Uma troca de técnico depois e eles hoje estariam fora dos playoffs. O que aconteceu nesse tempo todo? O que deu errado com o Suns? O que eles tem que fazer para voltar a ser um time forte?

A troca do Shaq foi igual à do Kidd, foi a do estilo “Ou vai ou racha”, ou seja, ou a gente é campeão ou estamos fodidos. Com o Dallas ainda deu certo, porque embora eles tenham perdido um armador que está chegando agora no ápice do seu jogo, pegaram em retorno um que já está no fim carreira mas que pelo menos consegue ainda fazer a diferença em um jogo apesar da idade. O Shaq não tem tido o mesmo resultado.

A troca do Shaq fez o Suns perder toda a química que havia entre seus jogadores e perder a temporada passada. Como solução para esse ano, chamaram o Terry Porter para substituir o D’Antoni como técnico e fazer duas coisas: fazer o time ter um melhor ataque de meia quadra e fazer o time defender.

No ranking de ataque e defesa, usando os números de pontos feitos e sofridos a cada 100 posses de bola, o Suns, que sempre foi um dos melhores ataques da NBA desde que o Nash chegou, é hoje apenas o oitavo. Na defesa estão em 24°. E hoje tem 14 times na liga que têm mais posses de bola por jogo do que eles, ou seja, 14 times que jogam em mais velocidade.

Portanto, o Terry Porter conseguiu fazer o time jogar em ataque de meia-quadra, mas não fez esse ataque funcionar e nem conseguiu melhorar a defesa. O primeiro mês de temporada foi um fracasso. E nesse período já tivemos o Nash, que tem suas piores médias em tudo desde que chegou no Suns, reclamando que nada funciona, além do Amaré reclamando que não recebe a bola o bastante. Jogador reclamando para a imprensa nunca é bom sinal.

O que dá pra entender disso tudo é que está faltando sintonia. A grande diferença entre o run and gun do Suns e os utilizados no Nuggets pré-Billups e no Warriors era que o Suns parecia saber o que estava fazendo. Mesmo em velocidade todos sabiam o que fazer, hoje eles não sabem o que fazer, o que deveriam fazer, o que vão fazer amanhã e nem o que a Flora vai fazer com o Gonçalo na novela das 8.

Isso é culpa do técnico? É. Ainda dá tempo pra arrumar? Dá. Ele vai arrumar? Não apostaria meu pé nisso. Mas é culpa só do técnico? Definitivamente não.
De Bryan Colangelo a Steve Kerr, a direção do Suns tem muita culpa no que está acontecendo com o Phoenix Suns.

Hoje e em todas as temporadas desde que Nash chegou e o Suns virou uma potência da NBA, um dos grandes problemas do Suns foi não ter banco de reservas. Uma contusão e eles estavam ferrados, um time que anulasse uma de suas armas e eles não tinham resposta vinda do banco de reservas. Foi assim quando Amaré Stoudemire se machucou, foi assim no ano passado quando o Grant Hill não jogou nos playoffs, foi assim quando o Joe Johnson se machucou nos playoffs de 2005 e por aí vai.

Hoje o Suns continua com o mesmo problema e tem outro, a idade. Mais do que nunca, Nash, Shaq e Grant Hill precisam de descanso para aguentar a temporada e os playoffs. E o Suns precisa de armas vindas do banco, além do Leandrinho, para mudar a cara do time de vez em quando. E chances para isso não faltaram.

Essa é uma lista com jogadores que o Suns draftou ou trocou nos últimos anos:

Rudy Fernandez e James Jones – Mandados para o Portland em troca de dinheiro no draft de 2007

Sergio Rodriguez – trocado por dinheiro no draft de 2006

Rajon Rondo – Trocado por uma futura escolha de draft do Cavs (que pertencia ao Boston)

Nate Robinson e Quentin Richardson– Trocado por Dijon Thompson e Kurt Thomas

Luol Deng – Trocado por uma futura escolha de draft do Bulls

Claro que não dava pra ter todos, o Deng por exemplo foi o que rendeu a escolha de draft do ano seguinte, a escolha do Nate Robinson, mas o ponto principal é que o Phoenix Suns teve muito cara bom nas mãos em dia de draft e deixou escapar. Assim como deixou escapar dois de seus melhores arremessadores, James Jones e Quentin Richardson, em troca de nada.

Na época o Suns dizia que estava economizando, que não queria gastar com novos contratos de novatos. Mas quer dizer que eles economizam uns 3 milhões com o Luol Deng para pagar 8 para o Boris Diaw? Economizam menos de 2 no Rajon Rondo pra depois reclamar que não têm reserva para o Nash? Eles tiveram Sergio Rodriguez, Rajon Rondo e Nate Robinson nas mãos e hoje estão chorando atrás de um armador para substituir o Nash, é irônico demais.

Vocês conseguem imaginar o estrago que seria um banco de reserva com Luol Deng e a dupla Sergio e Rudy? Seria devastador. E olha que eu nem estou contando com a perda do Joe Johnson, já que o armador do Hawks fez de tudo para sair quando virou Free Agent, não foi o Suns que não quis segurá-lo.

Podemos então culpar o Steve Kerr e o Bryan Colangelo pelas trocas de draft que só prejudicaram o time. Culpar só o Steve Kerr pela troca do Shaq. Podemos culpar o técnico Terry Porter por não arrumar nada que ele se propôs a arrumar e também os jogadores porque são eles que estão lá tomando pau.

Não sei se alguém se sente melhor ao apontar os culpados. Eu não, mas aí estão todos eles. Mais um time que esteve a um passo de um título da NBA que hoje parece tão longe. Mas como não dá pra trazer todo mundo de volta, o que eles devem fazer? Shaq responde:

“Se nós vamos correr, deveríamos parar de só falar sobre isso e realmente correr. Não precisamos da permissão do técnico para pegar um rebote e sair correndo. Eu vou começar o contra-ataque porque eu é que pego a maioria dos rebotes e não importa pra mim. Eu posso jogar em qualquer estilo de jogo.”

É isso aí, Shaq! Digam para o Terry Porter se preocupar apenas em treinar a defesa, o ataque é só fazer do jeito que sempre funcionou. O Shaq não precisa correr na velocidade do Nash pra dar certo, quantas vezes não vemos o Lakers jogando na velocidade com o Gasol acompanhando o contra-ataque e o Bynum chegando meia hora depois? O Amaré acompanha o contra-ataque e o Shaq vai depois.
Simples assim. Problema resolvido, vamos pra casa.

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