Oito questões para acompanhar no Draft 2018

Consegue imaginar alguém narrando o que foi a temporada 2017-18 sem falar sobre Ben Simmons, Donovan Mitchell, Jayson Tatum e até mesmo Markelle Fultz e Lonzo Ball? Não dá. De diferentes formas, todos já marcam a história de seus times e por eles o futuro, bom ou ruim, de cada franquia. Esse é o poder e a crueldade do Draft: você sabe que a história está sendo feita a cada escolha, mas só o tempo dirá quem é Taison e quem é Messi.

E nesta quinta-feira, às 21h (com transmissão da ESPN), teremos uma nova chance de ver a história, de alguma forma, ser feita. Ganharemos novos personagens na NBA, novas estrelas, novos fracassos, mais histórias de superação, mais ~figuraças~, musos e coadjuvantes que vão ajudar a montar nossa liga favorita na próxima década. Para acompanhar melhor esse momento histórico, separei OITO das principais questões em que ficaremos de olho enquanto tudo se desenrola:

1 – O Suns vai ficar com a solução caseira?

Dono da escolha NÚMERO UM do Draft pela primeira vez em sua história, o Phoenix Suns contratou o sérvio Igor Kokoskov para ser seu novo treinador. Ele, que já foi assistente no próprio Suns e na temporada passada trabalhou como parceiro de Quin Snyder no Utah Jazz, foi o técnico campeão do Eurobasket com a Eslovênia há um ano. Parecia tudo ensaiado para que Kokoskov repetisse essa parceria europeia com o jovem Luka Doncic, cotado por muitos como o melhor jovem desse Draft, certo? Errado.

A que tudo indica, o time do Arizona vai ficar com o outro grande nome do Draft, DeAndre Ayton, pivô da universidade local e que já tem sua legião de fãs na cidade. Um deles é Robert Sarver, DONO do time, formado na Universidade do Arizona e com fortes ligações dentro da instituição até hoje. Ver um ano inteiro de lances como o abaixo deve mexer com a cabeça do cara:

Entre a ligação do técnico e a do dono, o time dá sinais de que vai ficar com o lado mais forte da corda. As notícias locais indicam que o time sente que precisa de um pivô e que Ayton seria uma escolha menos arriscada que Doncic. Mesmo nos piores cenários, a maioria vê o cara como uma máquina de double-double com um corpo perfeito. Depois de algum tempo de dúvida, parece que não será dessa vez que teremos um Draft com mistério no topo. Os boatos de que eles ofereceriam essa escolha por Kawhi Leonard parecem que não são sérios.

2- Para onde vai Luka Doncic?

Esse é um dos casos mais estranhos de todo o Draft. O armador esloveno é tudo o que se quer num jogador moderno: sabe arremessar, sabe passar, joga com MUITA inteligência e, como armador mais alto que a média, pode trocar de marcação e jogar ao lado de jogadores de outras posições. Alguns questionam sua capacidade atlética, mas não só ele nem é tão lento assim como parece que nunca viram o Joe Ingles jogar. Quer abrir mão de um cara que faz isso tudo só porque ele não é EXPLOSIVO? Vai na fé.

Seria bom se ele pudesse jogar contra outros jogadores de alto nível para mostrar que pode se dar bem, né? Bom, só nos últimos DOZE MESES ele foi campeão do Eurobasket pela Eslovênia e venceu a Liga Espanhola e a Euroliga pelo Real Madrid. No caminho foi MVP do torneio nacional, do continental e do Final Four que decide a Euroliga. Tudo isso com 19 anos de idade! E mesmo assim ainda muitos times o tratam como aquele clichê do “estrangeiro misterioso que não sabemos como irá se adaptar à NBA”. Certeza nunca temos, mas ninguém nesse Draft foi mais testado em alto nível do que esse cara. Ele acabou de ser eleito O MELHOR JOGADOR dos principais torneios do mundo fora da NBA. Cheirinho de arrependimento para muitos times por aí…

Bom, dito isso, não sabemos para onde o moleque vai. Depois do Phoenix Suns quem escolhe é o Sacramento Kings, que deixou todo mundo saber que não acham que Doncic vai ser tudo isso. Para alguns, eles estão fazendo jogo de cena, para outros é opinião real. O Kings faz coisas inexplicáveis no Draft há anos, então tudo é possível. E Doncic é um dos MUITOS jogadores que não mandaram registros médicos para a análise do Kings. É um jeito sutil de ser Eric Bledsoe e dizer “não quero estar aí”.

Se não rolar com o Kings, chegamos no Atlanta Hawks, que só nessa semana deu indicações de interesse por Doncic. Muito em cima da hora? Estão fazendo cena para atrair uma proposta de troca? Dizem que o Hawks quer o armador Trae Young e que toparia descer umas posições se a proposta for boa. Depois disso chega o Memphis Grizzlies, que por um lado parece até gostar de Doncic, mas que parece muito mais próximo de negociar essa 4ª escolha do que qualquer coisa. Se passar do Dallas Mavericks na QUINTA POSIÇÃO, aí eu largo tudo.

3 – O que vai sair de Sacramento?!

O Kings, como dito acima, é o grande mistério. Poucas informações saem de lá e o histórico recente do General Manager Vlade Divac é o de fazer todo mundo ficar com cara de ponto de interrogação. No ano passado a surpresa foi menor porque De’Aaron Fox foi um raro caso de jogador que disse a todos que queria ir para lá, que queria ser o responsável por refazer um time desacreditado. Veremos isso de novo?

Se levarmos isso em consideração, pontos para o ala Marvin Bagley, que foi o único entre os mais bem cotados a fazer um treino exclusivo com o time e a enviar todas as informações solicitadas. Se o fator “não tenho pavor de jogar nessa franquia sem controle” é importante para eles, Bagley sai na frente. Mas ninguém sabe de verdade o que se passa naquelas bandas.

4 – Quem fará as próximas escolhas?

No papel, as escolhas 3 e 4 serão de Atlanta Hawks e Memphis Grizzlies, mas nada garante que eles não vão negociar suas posições quando chegar a hora da verdade. O Hawks, pelo o que dizem os rumores, não está apaixonado por nenhum jogador lá do topo e pode aproveitar a chance para fazer um chamado “trade down“, que é quando você troca uma escolha alta por uma mais baixa, recebendo alguma compensação de outro time. É a chance de faturar em cima de alguém que esteja desesperado por Luka Doncic, por exemplo. Some a isso o fato de que Dennis Schröder pediu para ser trocado e o Hawks não está nem um pouco triste com esse pedido.

Já o Memphis Grizzlies tem uma decisão mais polêmica em mente: eles estão pensando em usar a Escolha 4 como isca para fazer alguém levar o sempre machucado Chandler Parsons e seus 50 milhões de dólares em salários nas próximas duas temporadas. Arrependimento é caro, amigos. Mas mesmo que essa vontade seja verdadeira, quem vai mandar uma proposta que faça o Memphão abrir mão de um ativo tão valioso?

5 – O que fazer com tantos pivôs?!

Ano após ano, série de Playoff atrás de série de Playoff, vemos cada vez menos pivôs em quadra nos momentos decisivos dos jogos. Essa NBA de jogadores abertos, velocidade e trocas de marcação é cruel com os caras que são muito altos e não tem a mobilidade para defender longe do garrafão e o arremesso (ou passe) para não ser esquecido no ataque.

E mesmo assim o provável Top 10 desse Draft tem o citado DeAndre Ayton e mais Mo Bamba, Wendell Carter, Jaren Jackson Jr e Marvin Bagley, todos jogadores de garrafão, muitos deles sem convencer de que podem jogar, especialmente na defesa, nessa NBA contemporânea. Não ficaria surpreso se ao menos um deles caia algumas posições porque times não estão lá tão interessados em gastar uma escolha valiosa em talentos pouco usados.

6 – Como os jogadores polarizadores vão dar forma ao Draft?

Tem jogador em Draft que é o equivalente basquetebolístico a puxar assunto polêmico em rede social: você vai ouvir DE TUDO nas respostas. Pesquisa por mais de cinco minutos e você vai ouvir desde que Trae Young é o novo Steph Curry até que ele nunca vai ser titular na vida. Michael Porter Jr é um misto de Kevin Durant e Giannis Antetokpoumnpo segundo ELE MESMO, ou o novo Harrison Barnes para outros. Pode ser um Michael Beasley para os mais maldosos do Twitter. Dono da Força Nominal mais poderosa deste ano, o ala Shai Gilgeous-Alexander está na lista de uns especialistas como o SÉTIMO melhor jogador deste ano, para outros ele é o VIGÉSIMO. Para onde vai um cara desse?!

No fim das contas são esses jogadores de análise mais disputada que acabam definindo os rumos do Draft, confundindo equipes e causando alvoroço. Olho também nos NÃO-irmãos Miles e Mikal Bridges, que recebem todo tipo de análise de olheiros diferentes. O ala/armador Zhaire Smith, ignorado por alguns Mock Drafts, tem feito olhos brilharem nessa última semana de treinos. E basta fazer um time gostar de você para tudo mudar…

7 – O que vão fazer os times com múltiplas escolhas?

O Los Angeles Clippers tem as escolhas 12 e 13 no Draft deste ano e sabe que elas são valiosas, especialmente se enviadas em pacote. Pode ser esse o time que negocia com o Atlanta Hawks? E o Philadelphia 76ers, dono de QUATRO ESCOLHAS na segunda rodada, além de duas na primeira, certamente não vai manter todas elas, ainda mais agora que eles já têm um time bom e vão usar o vasto espaço salarial em veteranos mais consolidados.

8 – Algum time vai reagir antes da hora?

Vários times querem ou devem se mexer nessa offseason, e o Draft pode ser o primeiro dia onde indicam os seus novos planos. O Cleveland Cavaliers pode trocar a Escolha 8 se aparecer um negócio que faça LeBron James ficar, algum time pode usar uma escolha para limpar espaço salarial e entrar na briga por Paul George. Dizem que o Toronto Raptors mira uma revitalização no time e que pode usar Kyle Lowry para entrar no Top 10. Em caso extremo e pouco provável, até o San Antonio Spurs pode fazer um negócio que indique os rumos de Kawhi Leonard.

Torcedor do Lakers e defensor de 87,4% das estatísticas.

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