>Os destaques da liga dos fracassados

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Ninguém sabe, mas esse é o Roy Hibbert

Enquanto a maioria dos jogadores está de férias, os ruins e a pivetada estão ralando a bunda nas Summer Leagues. Pra quem não acompanha de perto ou ainda é novato em NBA, a gente explica.

As Summer Leagues tem esse nome porque é verão lá no norte, e se caracterizam por juntar nos times jogadores iniciantes que precisam de mais experiência e jogadores que não tem time e buscam mostrar seu talento para arrancar alguma vaga em qualquer equipe da NBA.
Até um tempo atrás tinham várias dessas Ligas de Verão. Tinha a de Orlando, a de Las Vegas, a de Los Angeles, a de Denver, dentre outras. Mas, dizem que por influência do David Stern, começaram a juntar tudo em uma só e hoje só temos duas principais. A de Las Vegas, que tem a participação de 21 times da NBA e mais um selecionado só com jogadores da D-League (a liga de desenvolvimento da NBA), e a de Orlando, que contou com 7 times.
Essa de Las Vegas é a mais importante. Tem cobertura exaustiva da NBA.com e até transmissões online e ao vivo pelo site. Até o ano passado eram de graça, nesse ano custam 15 dólares, o que é esquisito. E além de estranho é engraçado, até um tempo atrás era difícil achar as estatísticas desses jogos e hoje dá pra ver ao vivo com narrador e comentarista.
Além da NBA ter encontrado um jeito a mais para ganhar dinheiro, continuar na mídia mesmo sem a temporada estar rolando e de valorizar seus atletas mais jovens, os futuros ídolos, não tem nenhuma nova razão pra isso. As Summer Leagues continuam com o mesmo intuito de sempre: preparar a garotada enquanto descobre-se quem presta e quem não presta.
Com o fim da Summer League de Orlando, esse post é para listar os 10 maiores destaques desse torneio. Lembrando sempre que devido a essas características especiais das ligas de verão, todos os resultados são questionáveis. Um cara jogar bem aqui não é garantia certeira de que dará certo na NBA, já que Jerryd Bayless, Donte Greene e o saudoso Lonny Baxter estão aí para comprovar.
Top 10 – Os destaques da Orlando Summer League
10- Kasib Powell (SG, Magic)
O ala de 2,01m jogou a temporada 2007-08 no Miami Heat, onde jogou 11 partidas naquele time recheado de jogadores desconhecidos como Blake Ahearn, Earl Barron e Alexander Johnson. No ano passado não conseguiu entrar em time nenhum mas talvez sobre alguma oportunidade depois dessa Summer League em que jogou pelo Magic.
Ele teve médias de 14,8 pontos, 5,8 rebotes e pareceu muito bom arremessador, acertando mais de 50% da linha dos três. Depois de perder o Courtney Lee e o Turkoglu e de receber em troca apenas o Vince Carter, sobra uma vaguinha no banco de reservas para o Powell, que se duvidar pode render mais que o Redick.
9- AJ Price (PG, Pacers)
De todos os dessa nossa lista ele é o que teve os piores números. Apenas 8,2 pontos e míseras 3,2 assistências, número fraco para um armador que jogou em média 30 minutos por jogo. Mas vendo os jogos do Pacers eu percebi que ele tem um bom potencial.
Sabe bater pra dentro, é rápido e organiza bem o time. Se duvidar é melhor até deixar ele mofando um ano na D-League antes de colocar o moleque pra jogar na NBA, mas o talento está lá escondido. Pode ser um investimento barato e que dará resultados no futuro.
Pra quem não sabe da história maluca do Price, que envolve contusões e roubos de laptops na faculdade, leia nossa análise do Pacers no Draft 2009.
8- Serge Ibaka (PF, Thunder)
O Serge Ibaka é um ala de 2,08m vindo do Congo que foi escolhido no draft do ano passado, mas que continuou jogando na Espanha ao invés de ir para a NBA. Agora, depois de uma promissora liga de verão, acho que vai entrar na NBA.
Seus números não são de cair o queixo, 12,3 pontos, 3,3 rebotes e 1,5 tocos, mas ele é tudo o que o Thunder precisa. Ele é agressivo e bom nos tocos, agressivo nos rebotes de ataque e se posiciona bem para finalizar embaixo da cesta. Ele não é bom o bastante para criar suas situações de cesta, mas com Westbrook, Durant e Harden atacando o aro, ele pode se aproveitar para receber bons passes e garantir seus pontos.
Também parece o tipo de jogador que rende mais em times velozes do que em times que preferem o ataque de meia-quadra, então o Thunder, se mantiver a filosofia do ano passado, é o lugar pra ele.
7- Mareese Speights (PF, Sixers)
Nenhuma surpresa aqui. O Speights já tinha ido bem na sua primeira temporada pelo Sixers, principalmente depois que ganhou mais tempo vindo do banco com a contusão do Elton Brand. Normal ele ter ido bem na liga de verão.
O que eu esperava na verdade eram atuações até melhores. Ele acabou com médias de 14,2 pontos, 6,6 rebotes e 2,2 tocos. Foi o líder do torneio na média de tocos mas depois de um primeiro jogo bem agressivo no ataque eu achei que ele ia dominar o resto do torneio, mas ficou bem mais tranquilo.
Uma coisa que talvez tenha atrapalhado é que nessa Summer League o Sixers se juntou com o Nets. Os dois formaram um time só, que os narradores chamavam de Netxers, e que não sei em que esquema jogava. Geralmente os times usam seus assistentes como técnicos e estes aplicam as jogadas que o time principal usa na temporada. O que eles usaram no Netxers? Sem idéia.
6- Chris Douglas-Roberts (SG, Netsxers)
Já falamos bastante do Douglas-Roberts aqui. Pra quem não lembra ele era o Bebeto quando o Derrick Rose era o Romário na Universidade de Memphis. Em alguns jogos ele até parecia melhor que o Rose, pra falar a verdade.
Depois de cair pra segunda rodada no draft do ano passado, ele foi parar no Nets, onde teve poucas chances na sua primeira temporada. Com média de 14 pontos por jogo nessa summer league, incluindo um jogo com 27 pontos, e sem o Vince Carter no Nets, acho que ele terá uma temporada com muitos minutos pra provar de uma vez por todas que tem espaço na NBA, nem que seja só para ser um pontuador vindo do banco.
Sim, o arremesso dele continua esquisito pra cacete.
5- James Harden (SG, Thunder)
Tudo o que prometem do James Harden é o que ele é mesmo. O cara joga em câmera lenta mas sabe exatamente o que está fazendo na quadra. Geralmente a Summer League é cheia de pivetes com físico impressionante tentando aparecer, o que resulta numa correria sem fim cheia de turnovers.
Com o James Harden o jogo fica mais lento e mais inteligente. Ele me lembra um pouco o Brandon Roy ao infiltrar, que também sabe controlar seu corpo e a velocidade para se aproveitar das situações. Ele acabou com média de 15 pontos e 1,8 roubo por jogo.
4- Tyler Hansbrough (PF, Pacers)
Na luta Psycho-T versus críticos, o doido saiu na frente. Mas foi a prova mais fácil.
Os críticos dizem que apesar da carreira espetacular em North Carolina ele não pode render na NBA, e em sua primeira experiência na NBA ele acabou com média de 18,2 pontos, 5,6 rebotes e o título simbólico da liga com 5 vitórias e nenhuma derrota.
Mas tudo ainda não vale muito porque o Hansbrough enfrentou nessa Summer League muitos adversários que não são tão bons técnica ou fisicamente. Muitos dos caras que ele enfrentou cara-a-cara eram de nível parecido com os que ele enfrentava quando pegava bons times da NCAA e contra esses caras sabemos como o Psycho-T é muito bom.
Problema mesmo ele terá contra os grandes nomes da NBA, contra eles é que a altura e a técnica um pouco limitada irão atrapalhar, mas pra falar a verdade quem é que não tem problemas ao enfrentar Amar’e, Duncan, KG e cia? Hansbrough não é All-Star mas tem um enorme futuro na NBA.
3- Roy Hibbert (C, Pacers)
Quem não gosta do Hansbrough também pode argumentar que ele deve o trabalho facilitado a jogar ao lado do Roy Hibbert, de longe o melhor pivô do torneio.
O Hibbert teve médias de 20,2 pontos, 9 rebotes e 1,8 toco por jogo, além das bandejas forçadas que não resultaram em toco mas causaram erro dos adversários. Ele simplesmente dominou os garrafões em Orlando com sua altura (2,18m!) e defesa. O quanto disso ele conseguirá transformar em domínio na NBA é difícil saber, mas que é um bom começo dominar a pivetada das Summers Leagues é inegável.
Vendo ele jogar acho que ele pode muito bem repetir os 9 rebotes e os quase 2 tocos de média na NBA. Precisa tomar cuidado com as faltas e com os turnovers, que o atrapalharam em alguns momentos, mas tem potencial para se destacar defensivamente. Os 20 pontos é que será mais difícil, mas pelo menos ele se mostrou decente para finalizar, inclusive nos lances livres, que acertou 75%. Esse jogo eu não estava vendo, mas as estatísticas mostram até que ele acertou uma bola de 3!
Também legal ver como ele se entrosou com o Hansbrough. Os dois tem características complementares que se encaixaram bem e podem significar um futuro bom para o garrafão do Pacers. Uns críticos os chamaram de Duncan e David Robinson da liga, o que era uma piada exagerada, claro, mas que mostra bem o nível do entrosamento.
2- Ryan Anderson (PF, Magic)
Ele saiu do Nets para o Magic apenas para complementar a troca do Vince Carter, mas depois dessa Summer League jogando em casa, ele tem espaço garantido para atuar em Orlando. Foram 21,4 pontos por jogo, a segunda melhor marca, e 9,4 rebotes, líder do torneio. Sem contar o recorde de pontos num jogo, 33, e o bom aproveitamento nas bolas de 3, 12 de 29 tentadas.
Com isso ele foi eleito em votação dos fãs o MVP do torneio e aqui no nosso ranking ficou em segundo lugar. Ele é basicamente perfeito para o Magic. Jogando na posição 4 ele é bom reboteiro e abre o jogo com excelente arremesso de longa distância. É exatamente o que o Magic procurava e ficou longe de achar quando trocou o Trevor Ariza pelo lixo do Brian Cook.
Com a recente notícia de que o Magic igualou a proposta pelo Gortat, o garrafão deles fica com Dwight, Bass, Anderson e Gortat. Muito bom e muito variado.
1- Russell Westbrook (PG, Thunder)
É tradição das Summer Leagues colocar os jogadores que acabaram de terminar o primeiro ano pra jogar. Geralmente isso é bem útil porque a maioria lutou para se adaptar, lutou para ganhar espaço e ainda precisa de muito treino.
Esse não foi o caso com o Russell Westbrook, que arregaçou desde o primeiro segundo que pisou numa quadra da NBA e nem precisava estar aí se misturando com esta gentalha. Mas seguindo a tradição ele se deu ao trabalho, foi lá, viu e venceu. 22,3 pontos de média (líder do torneio), 7,8 assistências (líder também) e só falhou na média de 5 turnovers, o que é aceitável já que a bola ficava na mão dele o tempo inteiro e ele foi bem agressivo.
Ryan Anderson chamou mais a atenção porque era inesperado vê-lo jogar tão bem, mas o melhor foi mesmo o Russell Westbrook.
Vale também destacar alguns nomes como o ala Terrence Williams do Nets, o Nick Fazekas do Celtics, o DJ White do Thunder e o Jrue Holiday do Sixers. Todos misturaram momentos ruins com outros momentos muito bons. Na média não valeu vaga no nosso Top 10, mas é pra ficar de olho.
E agora, a parte mais esperada (tambores)
Top 8 – Força Nominal da Summer League de Orlando

8- Richard Hendrix – Purple Haze, Baby! Segundo ano seguido com o Hendrix buscando uma vaga na NBA. Cleveland tem o museu do rock, vai pra lá, Hendrix!
7- Scott Vander Meer – Van der Meer é um nome holandês estiloso e de um físico ganhador do Nobel.
6- Kevin Kruger – Imagine ter um cara que faz pontos até nos sonhos dos adversários. Uma camiseta com “Kruger” escrito atrás venderia mais que qualquer outra.
5- Moses Ehambe – Não dá pra ouvir o nome “Moses” e não lembrar desse vídeo clássico. Assistam.
4- Gary Forbes – Forbes não precisa de agentes e empresários para negociar seus contratos.
3- Leo Lyons – Nas palavras do Sbub no nosso Mock Draft de Força Nominal, “iniciais dobradas, boa pronúncia, nome apelido, sobrenome de thundercat”
2- Jrue Holiday – Primeiro que Jrue não é um nome, é ruído. E Holiday é feriado e música da Madonna, genial!
1- Dionte Christmas – Melhor que ter o sobrenome de “feriado” é ter um feriado em especial. O cara chama Dionte Natal, o que deve render vários apelidos de Papai Noel na roda de amigos. A melhor parte foi que Holiday e Christmas jogaram juntos. Só faltou o John Thanksgiving.
Na foto acima quem aparece é o nosso querido Christimas. Feliz Natal a todos.

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