>Os dois menores

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Um brontossauro e o Nhonho magro decidiram a série

Eu sei que peguei bastante no pé do Bulls – e do Derrick Rose – nessa temporada, mas também peguei no pé do Celtics que acabou sendo campeão em 2008, então não é nada pessoal. Mesmo com resultados diferentes, os dois times apresentavam os mesmos incômodos problemas: baseados em defesa forte e sufocante, o ataque era simplesmente um adendo, aquilo que você faz simplesmente porque não dá pra ficar defendendo o tempo inteiro porque “pegaria mal”. Aquele Celtics quase não tinha jogadas no ataque, tudo tinha cara de improvisação, a bola não girava, e quando parecia que a equipe precisava conseguir um padrão ofensivo senão seria eliminado, Kevin Garnett riu na cara de todo mundo e disse que o ataque se resolveria sozinho caso a defesa funcionasse. Critiquei o técnico Doc Rivers na época pela falta de movimentação ofensiva e por reduzir seu papel no time a ficar gritando umas frases de auto-ajuda e de calendário da Seicho-no-ie. O mais triste era ver que nas bolas decisivas o Celtics chamava jogadas desenhadas envolvendo a movimentação de vários jogadores, por que não tentar implementar isso no jogo inteiro? Mas que seja, aquele Celtics foi um tapa na cara de todo mundo que se preocupa com essa bobagem de “atacar” no basquete e foi campeão mesmo assim simplesmente porque seus jogadores eram bons o bastante pra se virar na parte ofensiva caso a parte defensiva dominasse o jogo. No caso do Bulls, esperei o mesmo, mas o tapa não veio. Alguns poucos problemas no ataque do Bulls fizeram a série contra o Heat ir para o saco.

Inocento um pouco o Thibodeau porque ele tentou desesperadamente, ao longo dessa série contra o Heat, fazer os ajustes necessários tanto no ataque quanto na defesa. Mudou a marcação para lidar com o LeBron, depois mudou a marcação para lidar com o Bosh, depois mudou de novo pra tentar se aproveitar do fato que o Joel Anthony não sabe amarrar os próprios cadarços. No ataque tentou tirar a bola das mãos do Derrick Rose, colocou o armador para correr pela linha de fundo e receber passes do Joaquim Noah, aumentou as jogadas de isolação, tentou fugir da marcação dupla do Heat. Mas o problema é que nada disso tinha sido usado na temporada regular e o Bulls deixou claro que não aprende rápido. É um time novo e assustado que, como o Denis bem disse, não acreditava ser o melhor time da série. Viu desde o começo que teria que se ajustar, se adequar ao confronto – ação sempre da equipe mais frágil – e não estava preparado para isso. Se as movimentações ofensivas tivessem vindo antes, se o Thibodeau tivesse evitado colocar tanta pressão no Derrick Rose antes, os playoffs teriam sido diferentes. Mas seu armador era o MVP, a defesa era sufocante, para quê se preocupar com esse tipo de bobagem? A crença de que o ataque se resolveria sozinho saiu pela culatra porque o Bulls não aprendeu a improvisar, a se transformar. Mesmo as variações defensivas, implementadas desde a série contra o Pacers, eram recebidas com trapalhadas dignas de Dedé, Didi, Dida, Aldair, Mussum e Zacarias. No garrafão, Boozer e Noah passaram a bater cabeça no que antes era a defesa mais sólida da NBA, tudo porque o Bulls teve que adequar seu jogo a um Pacers que conseguiu se impor em quadra ao limitar Derrick Rose (mérito absurdo do novato Paul George). Ao invés da defesa garantir o ataque, como era o plano, foi a falta do ataque que passou a exigir modificações na defesa. Todas as pequenas falhas defensivas foram se tornando maiores e mais óbvias conforme o ataque não era suficiente para impor uma vantagem no placar. Se o Pacers conseguiu se impor desse modo, como o Heat não conseguiria?

Mas você pode se perguntar: o Heat não é exatamente a mesma coisa? Não usa também a escola “Celtics de 2008” de se focar exclusivamente na defesa e deixar que o ataque se resolva na base do talento, da experiência e do improviso? Bem, o plano era esse. Antes mesmo de LeBron e Bosh chegarem, o Heat já se mantinha vivo no Leste na base da defesa e do Wade fazendo o que desse na telha. Então quando o trio se formou em Miami, a filosofia defensiva foi a primeira coisa a ser abraçada e LeBron mesmo invocou seu Garnett interior para afirmar que o ataque não era uma preocupação. Pois é, não era mesmo uma preocupação dele, mas sempre foi uma preocupação do técnico nerd Erik Spoelstra.

O Heat mostrou, ainda nos primeiros jogos da temporada regular, que conseguiria se virar muito bem focando nas jogadas de contra-ataque, nas isolações de LeBron e Wade e em jogadas de pick-and-roll com o Bosh. É claro que o Heat perdeu uns jogos que não esperava, tomou uns sustos, mas a culpa poderia ficar com a falta de entrosamento, o banco limitado, as dúvidas sobre que papel cada jogador teria em quadra. Só que o técnico Spoelstra colocou a culpa no ataque. Continuou se focando na defesa, mas insistiu que o Heat perdia muitos jogos porque estava fazendo cagada na parte ofensiva. Fez questão de que a movimentação ofensiva fosse diversificada, com várias opções possíveis. Alguém se lembra da época em que o George Karl estipulava para o Carmelo Anthony um número de jogadas que ele tinha que finalizar no garrafão todos os jogos, porque achava que o Carmelo não era tão bom quando ficava no perímetro? Ou então do Gregg Popovich, que limitava os arremessos de três pontos que o Tony Parker podia dar por jogo e o francês era obrigado a recusar arremessos completamente livres para não irritar o técnico? O Spoelstra colocou em prática uma versão nerd disso: cada tipo de jogada realizada pelo Heat (isolação, passe seguido de arremesso, corte para a cesta, pick-and-roll, pick-and-pop, jogadas de costas para a cesta) aparecia no vestiário com a porcentagem que deveria ser executada no jogo. Em geral, a intenção era manter as porcentagens bastante próximas, então para cada jogada de isolação, o Heat precisava chamar uma jogada de arremesso, por exemplo.

Falando assim parece a ideia mais idiota do mundo, e por uma série de motivos. Pra começar, nem todas as jogadas possuem o mesmo grau de eficácia. É bem óbvio que o Heat é mais eficiente no pick-and-roll, com Wade e LeBron atacando a cesta, do que dando arremessos de longa distância. Mas o absurdo vai além: com jogadores inteligentes como LeBron e Wade, que seguram a bola e são excelentes em criar as próprias jogadas, você nunca vai querer limitar o que eles podem fazer em quadra apenas para cumprir uma meta idiota numa lousa branca que seu técnico nerd impôs. No começo foi mesmo bem idiota, mas todo começo é sempre a pior parte, é quando você está consciente do que está fazendo (“puta merda, estou mesmo correndo sem sair do lugar, como um rato, nessa esteira de academia?”) e o processo fica explícito na sua cara, com todos os seus absurdos, ridículos e impossibilidades. Mas depois se torna natural, com o tempo é como se fosse parte da sua natureza, como se você escolhesse aquilo livremente (“é claro que eu escolhi Coca-Cola, sempre foi minha favorita!”), e é possível ser espontâneo enquanto se segue o padrão. Aí dá pra jogar o padrão fora, esconder a lousa e as estatísticas nerds, e ir pra praia porque o trabalho já está feito. Tem muita gente dizendo que o Heat tropeçou no começo porque não tinha entrosamento e que agora eles pegaram o jeito. É verdade, mas vai além: no começo eles estavam pensando, eles estavam tentando seguir padrões delimitados pelo Spoelstra. Agora não pensam mais, apenas fluem com o padrão.

A dúvida inicial ainda continua, no entanto: para quê forçar uma jogada em que você tem menor acerto do que num simples pick-and-roll? Por que seguir aquele padrão estatístico? A resposta pode não ser óbvia na temporada regular, mas ela surge em toda sua glória nos playoffs: essas jogadas passam a ser necessárias dependendo da defesa do adversário, especialmente em séries longas, em que as defesas vão aprendendo o que você faz e vão se ajustando. No fim do jogo, depois de usar uma série de movimentações diferentes, o Heat pode usar o tão amado pick-and-roll sem parar e o Bulls não está tão acostumado a defendê-lo. No quinto jogo, eles ainda não conseguiam um plano capaz de parar a jogada de isolação do LeBron porque ele podia simplesmente não executar essa jogada e colocar outra em prática. A defesa do Bulls se tornou um cobertor curto. O Heat tem tantas armas, mesmo que elas não sejam bem executadas, que quando resolveu chamar apenas isolações no Jogo 5, o Bulls ainda não fazia ideia do que fazer. É importante ter em quadra o Mike Bibby, mesmo errando todos os arremessos que der até o fim da vida, apenas para mostrar que essa jogada de três pontos existe, que ela é uma de várias opções, que ela precisa ser contestada. É por isso que James Jones nunca fez uma bola de dois pontos na temporada, ele não precisa – na verdade, ele não deve! Spoelstra teve muito trabalho na série decidindo qual deveria ser a rotação da equipe, qual jogador traria para a quadra a necessidade de ser marcado, de ser contestado, de tornar uma jogada diferente possível. No final acabou colocando tantos jogadores diferentes, sem qualquer padrão, que o Bulls não fazia ideia do que esperar. O Bulls ficou doidão, mesmo que o Spoelstra tenha corrido o risco de deixar o Heat doidão também com sua rotação maluca. Cheguei ao nível de passar a apostar comigo mesmo quais seriam os jogadores usados pelo Heat em cada jogo da série, e errei sempre. O cara é doido.

Aí vemos que Bibby, Mike Miller e Udonis Haslem são fundamentais. Eles tornam possível a variação ofensiva que o Spoelstra exigia desde o começo. Mas o jogador mais importante nesse quesito é Chris Bosh. Eu sei que quando analisei o trio assim que ele havia se formado afirme que o Bosh ganharia uns jogos sozinho, nos dias ruins de LeBron e Wade, e isso nunca aconteceu. Ele sofreu para encontrar um papel, sofreu por não jogar mais como pivô, tomou pau da imprensa e todo mundo esqueceu dele, coitado. Mas o Bosh é a variação ofensiva máxima nesse Heat, porque as jogadas que ele executa são muito diferentes das que o LeBron e o Wade gostam de finalizar. Se o time precisa executar um pick-and-pop, que é um corta-luz em que o jogador que faz o corta abre para receber a bola e arremessar de longe, tem que ser com ele. As bolas podem nem cair, mas a defesa é obrigada a responder a isso. Assim que o Bosh dominou um jogo contra o Bulls, a série estava acabada, porque ter que responder ao Bosh abriria a defesa do Bulls a uma série de possibilidades essenciais para o Heat. No dia em que o Bosh é o cestinha do jogo nos playoffs, não há mais esperança para o adversário.

Para entender isso, vamos mostrar com algumas jogadas do Heat a importância do Spoelstra e do Bosh na série contra o Bulls. Primeiro, um momento raro: uma jogada chamada para o Bosh finalizar dentro do garrafão.

Vejam que o LeBron arma o jogo enquanto Mike Bibby faz um corta-luz para o Bosh. Espera, não deveria ser o contrário? Não era o Bosh que deveria fazer um corta para o Bibby arremessar livre? Bem, esse é um mundo bizarro e o Spoelstra um cara esperto. Como o Boozer está tentando ser um bom menino e tá marcando de perto o seu homem, mesmo que seu homem seja o Joel Anthony inútil, o Bosh vai sair livre embaixo da cesta:

Tá lá, o Boozer continua fora do garrafão e o Bosh vai finalizar com o Kyle Korver correndo atrás do seu cangote. Uma série de pequenas variações dessa jogada tornou o Bosh relevante no jogo, recebendo livre na lateral do garrafão e atacando a cesta ou arremessando por cima dos defensores. Onde está o segredo para o Bosh ser relevante? Em lugar nenhum, ele sempre poderia ser relevante se recebesse mais a bola e tivesse jogadas chamadas para ele. Do mesmo modo que o Tyler Hansbrough incomodou o Bulls e expôs a marcação patética do Boozer, forçando uma modificação defensiva (que deu em merda), incentivar o jogo do Bosh causou a mesma coisa. De novo, isso só é possível porque o Spoelstra nunca deixou esse time ficar só isolando LeBron e Wade pelos cantos. O resultado a gente vê na foto abaixo:

O Bosh agora é relevante, ele dominou um jogo e o Bulls tem que responder a isso. Então quando ele se aproxima do LeBron para um possível corta-luz, a marcação não está mais só preocupada com LeBron, mas também com o Bosh. Como aconteceu tanto contra o Pacers, a defesa medonha do Boozer força o Noah a sair para ajudar e muitas vezes eles batem cabeça, marcando o mesmo homem. Na imagem acima, Noah está de olho no corta-luz enquanto Boozer acha que está sendo um bom menino e marca Bosh de perto pra não tomar bronca depois. O resultado é o Joel Anthony recebendo a bola livre embaixo da cesta. LeBron pode jogar uma partida inteira apenas distribuindo a bola e mesmo assim punir o Bulls imensamente, como fica claro aqui. O Bosh passa a punir o Bulls mesmo sem tocar na bola depois de já ter sido envolvido no ataque. Tudo isso porque o Heat não mantém um padrão único de jogo mas todo mundo sabe qual é seu ponto forte, então a defesa precisa ficar constantemente preocupada com a infiltração do LeBron mesmo que ela não venha:

Esse é LeBron isolado na cabeça do garrafão sendo marcado pelo Derrick Rose. Como o resto do time está espaçado porque pode arremessar de longe (Bosh incluso), LeBron tem um caminho para usar sua força e atacar a cesta, cavando faltas e finalizando um arremesso de alta porcentagem para ele. O Bulls reage com uma grande sacada do Thibodeau, que é colocar um jogador só em zona, marcando a bola, enquanto os outros marcam individualmente:

Esse é o Noah indo marcar por zona, correndo para impedir uma suposta infiltração do LeBron. E aquele é o Boozer sendo o Boozer, ou seja, não sabendo quem diabos deve marcar numa situação bizarra dessas. LeBron é um passador fantástico e encontra o Bosh num buraco entre três jogadores para converter um arremesso fácil.

O Bulls é um time fodão, mas eles tiveram que se adaptar no desespero a duas coisas principais. No ataque, como qualquer pick-and-roll do Derrick Rose com o Noah passou a ser respondido com marcação dupla no Rose (e o Noah livre, provando que no ataque ele é uma versão banguela do Varejão), o Noah passou a ser o passador e o Rose a receber na lateral. Ótimo, mas também inédito, pouco explorado na temporada regular, e com isso tirando o time da sua zona de conforto. E na defesa, tiveram que reagir ao ponto forte do Heat (as infiltrações nas isolações do LeBron) mesmo quando elas aconteciam, e as outras jogadas do Heat foram minando o Bulls aos poucos, especialmente o Bosh e as jogadas chamadas para ele. Wade foi menos eficiente no ataque, mas exigiu que o Bulls mantivesse um marcador só para ele e com isso limitou muito os minutos de jogadores maiores ou do Kyle Korver em quadra. A maior participação do Wade foi mesmo na defesa, em que ele fez simplesmente de tudo, e esse Heat pode se permitir isso. Wade pode só defender, LeBron pode só passar, Bosh pode ficar fora do garrafão e nem lutar pelos rebotes, invisível durante dez ou vinte jogos. É fácil olhar para esse Heat e achar que eles só chamam as mesmas jogadas, as mesmas isolações, mas essas jogadas só vem com frequência na hora que importa, na hora de dar o bote, quando o adversário já está confuso tentando marcar todo o resto. Nesse time dá pra não carregar nada, fazer seu papel, passar a bola para os caras ruins, estar vivo no final do jogo e de repente colocar em prática os pontos fortes. Não é preciso jogar sempre do mesmo modo, exaurir as possibilidades, telegrafar suas jogadas, se cansar o tempo inteiro, lutar sozinho contra a defesa. É o exato oposto daquele antigo Cavs do LeBron, e o mais bizarro é que talvez essa abordagem tática até funcionasse por lá ao invés da jogada única que promovia o Mike Brown.

É surreal que o Spoelstra tenha apostado nas jogadas que o time faz pior, nos jogadores menos efetivos, tenha tirado a responsabilidade exclusivamente de LeBron e Wade, e tudo isso mesmo tendo a cabeça a prêmio quando o time tava tomando uns sacodes na temporada regular. Mas agora, mesmo com jogadores piorzinhos executando as jogadas, todas as opções precisam ser contestadas. E Bosh, que é um jogador espetacular e teve que ouvir muita merda nessa temporada, está lá para comer pelas beiradas, para obrigar a defesa a respeitá-lo, para abrir os espaços, e para trucidar o time que quiser deixá-lo livre (ou que tiver o Boozer, o que dá na mesma). O Bulls é um timaço, mas mal resistiu ao Paul George marcando Rose, caindo de vez para LeBron marcando o Rose e as marcações duplas impedindo o corta-luz, prensando o armador contra a lateral ou a linha de meia-quadra.

O Mavs vai ser assunto para outro post, já que nos preparamos para a Final que começa na terça, mas a defesa por zona da equipe de Dallas terá que se preocupar com mais coisas do que enfrentou até agora nos playoffs. Se o Mavs quiser apenas marcar as infiltrações de LeBron e Wade, talvez fique apenas esperando enquanto o resto do Heat vai fazendo estrago aos poucos. Ao invés de se focar nos dois mais importantes, o Mavs vai ter que se focar também nos dois menores: Bosh estará pronto para ter grandes atuações se for ignorado, e o Spoelstra continuará mantendo a diversidade – a um ponto tal que ninguém mais se pergunta quem vai decidir os jogos no final, se eles vão obedecer as ordens táticas, se o técnico vai conseguir segurar as pontas. Agora, são um time.

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