>Os mais fortes se reforçam. De novo.

>

Mike Brown é o único chefe puxa-saco de subordinado

Antes de mais nada, desculpe pela falta de posts nos últimos dias, mas é que é feriado aqui em São Paulo e estamos aproveitando. Dia 9 de julho é quando comemoramos nossa tentativa frustrada de nos livrar do resto do país, uma atitude que me deixaria dizer que fiz várias viagens internacionais e que o Timão foi mais de 20 vezes campeão nacional. Mas tudo bem, não deu certo, segue a vida e ganhamos um feriado.

Lembram que eu fiz um post falando que os times mais fortes continuam ficando mais fortes e que os outros lutam pra ganhar um trocado ou outro nos restos? Pois é, com a exceção da aquisição do Shawn Marion pelo Mavs, isso continua acontecendo.

Nessa semana o San Antonio Spurs confirmou que está muito próximo de ter Antonio McDyess, o Cleveland Cavaliers trouxe Anthony Parker, manteve Anderson Varejão e, por fim, o Orlando Magic contratou o Brandon Bass.

No ano passado, após a decepcionante derrota para o Mavs na primeira rodada, o Gregg Popovich disse que não era hora do Spurs buscar super-estrelas. Eles já tinham três e só queriam restaurar os jogadores à sua volta. Começaram bem ao conseguir uma quase-estrela, um cometinha, o Richard Jefferson, e agora cumpriram a promessa de bons coadjuvantes pegando o McDyess.

O McDyess se dizia apaixonado pelo Pistons, mas deve ter percebido a merda que fez no ano passado quando pediu pra ser dispensado do Nuggets, onde ele foi parar na troca do Billups, para voltar a Detroit. Alguém tem alguma dúvida de que é melhor jogar em Denver do que em Detroit hoje em dia? Então o veterano não perdeu a chance de ser relevante em um time com chance de título e aceitou a proposta do Spurs.

Para o jogador é uma chance de ouro de disputar jogos importantes de playoff. Para o Spurs é bom, mas não o ideal. O próprio Tim Duncan e alguns críticos, eu inclusive, preferem o Duncan jogando na posição 4 ao invés de pivô. Mais longe da cesta ele tem mais espaço para desfilar seu arsenal infinito de jogadas sem graça e muito perto da cesta ele acaba apanhando demais e jogando de menos. Quando McDyess e Duncan jogarem juntos eles não terão escolha senão colocar o Duncan de pivô, até para aproveitar o ótimo arremesso de meia distância do recém-contratado.

Porém, não dá pra xingar o Spurs pela contratação porque não tem pivô dando sopa a toa por aí. Melhor jogar com o Duncan um pouco menos efetivo de pivô do que usar vários dos Free Agents disponíveis por aí, como Ryan Hollins ou DeSagana Diop. Como diz o velho ditado chinês, melhor um Duncan improvisado do que mil Dampiers.

Curioso que o Spurs está no chamado luxury tax, que é quando um time ultrapassa tanto o teto salarial que passa a ser obrigado a pagar multas à NBA. Só conseguiram assinar o McDyess porque usaram o “mid-level exception“, uma brecha dada pela NBA para os times conseguirem assinar jogadores mesmo com o teto salarial estourado. O Spurs sempre foi conhecido por respeitar as regras salariais, foi sempre um time consciente que não saia por aí oferecendo contratos dantescos. Não é à toa que já comparei o São Paulo FC ao Spurs. Time metido e bem administrado.

Mas com o Duncan e o Manu Ginóbili ficando velhos, bateu um pouco de desespero no time, que quer aproveitar os últimos anos deles na equipe para ganhar pelo menos mais um título. Pra isso, o dono do time liberou esses negócios que vão fazer o time pagar multas. Não é o ideal, mas melhor que o Knicks, que é o time que mais gasta dinheiro e está a anos-luz de um título.

Falamos agora do Cavs, que terminou sua tríplice coroa dos melhoramentos de offseason. Primeiro melhorou por troca, ao adicionar o Shaq, depois melhorou por manter peças chave do time, ao segurar o Varejão, e finalmente pelos Free Agents, ao pegar o Anthony Parker.

O Varejão vem sendo assunto na imprensa americana porque a maioria acha seu contrato um exagero. Ele assinou por seis anos um contrato de 50 milhões de dólares, que dá, na média, um pouco mais de 8 milhões por ano. O número é realmente altíssimo para um jogador que nunca teve média de mais de 10 pontos por jogo e que tem poucos jogos como titular na sua carreira. Mas dá pra entender o pensamento desesperado do Cavs.

Assim como o Spurs tá afim de pagar multas pela chance de título, o Cavs está disposto a tudo para ganhar um título já na próxima temporada. Temos que lembrar, pela milésima vez, que tanto o LeBron quanto o Shaq podem virar Free Agents daqui um ano e dar o fora de Cleveland. Por isso não vão poupar esforços para manter um time que possa ser campeão. Imagina perder o Varejão só porque não querem gastar nada e serem obrigados a usar o Joe Smith por trocentos minutos todo jogo.

Em um mundo onde os salários fossem distribuídos apenas de acordo com o talento individual, o Varejão não ganharia isso tudo, claro, mas pensando que os salários devem ser dados de acordo com a situação de cada time, de acordo com a força da concorrência e da importância desse jogador pra equipe, até que o contrato monstruoso faz sentido. Dá pra comparar com o nemesis do Varejão nos playoffs, o Rashard Lewis. Por melhor que ele seja, não merece quase 20 milhões por ano, isso é contrato de Kobe! Mas se você levar em consideração que na época os diretores do Magic achavam que ele era a peça final para um time campeão, fazia algum sentido.

Por bem menos deverá vir o versátil Anthony Parker. O contrato ainda não está assinado oficialmente mas parece que dará tudo certo. Não sei se ele virá pra ser titular, já que a dupla Mo Williams e Delonte West funciona bem, mas será de importância enorme.

O Cavs estava querendo o Ariza porque precisava de um defensor e queria um arremessador de três, até tinham falado do Kleiza. Com o Parker eles conseguem um cara que faz as duas coisas, embora não defenda tão bem quanto um e nem arremesse tão bem quanto o outro. Podemos esperar o Parker como reserva do LeBron na posição 3, como reserva do West na 2 e sempre marcando o melhor jogador adversário. Se ele estivesse nesse ano no Cavs, poderíamos ter visto o Parker parando o Turkoglu enquanto o LeBron pararia o Rashard Lewis, ao invés do Varejão.

Com isso voltamos para o brazuca. Muitos criticaram ele por esse salário e argumentaram comentando sua atuação nas finais do Leste. Mas aqui eu defendo ele. Lá foi uma situação especial. O ala de força do Magic era na verdade um jogador da posição três, rápido demais pro Varejão. E o pivô era uma aberração da natureza chamada Dwight Howard. O Varejão fica no meio termo entre esses dois e, logo, não era o ideal para qualquer função. Em times onde existe um ala de força de verdade, o Varejão é muito útil na defesa.

Chegamos então no próprio Orlando Magic que nos últimos dias finalmente adquiriu um ala de força com características de ala de força, o Brandon Bass. Eu pessoalmente sou fã dele, sempre gostei muito de assistí-lo no Mavs e ficava triste que ele nunca teria espaço lá por ser reserva do Dirk Nowitzki. Esperava o dia em que fosse brilhar num time onde tivesse espaço pra jogar.

E acredito que isso possa ocorrer no Magic. Lá eles tem duas opções de escalação. Ambas usam o Jameer Nelson de armador e o Dwight Howard de pivô. No recheio é que tem as mudanças.
Podem usar Pietrus na posição 2, Vince Carter na 3 e Rashard Lewis na 4, mantendo o esquema de arremessadores.

Ou podem usar o Carter na 2, Lewis na 3 e aí colocar um ala de força de verdade na posição 4, o Bass. Se essa vai ser a escolha oficial do Stan Van Gundy só saberemos com o tempo, mas pelo menos é certeza de que ele deve tentar as duas formas. Com a grande atuação do recém contratado Ryan Anderson nas Ligas de Verão, acho que é capaz que o Van Gundy fique com a sensação que o Anderson e o Bass podem dar conta da situação, liberando o Lewis pra jogar na sua posição 3 de origem.

O que importa nisso tudo é que agora o Magic tem opções! Eu criticava o time do ano passado porque apesar de funcionar muito bem e de ter merecido a vaga nas finais, era um time sempre muito igual e que diante de algumas situações não tinha opções do banco para mudar a cara do jogo. Imaginem como o Bass teria sido útil para deixar aquela série contra o Sixers mais fácil ao abusar do baixo Thaddeus Young! Quando se enfrenta 82 jogos, 29 adversários e mais uns playoffs desgastantes, é preciso ter opções porque você vai encontrar os tipos mais diferentes de adversário. Com o Bass, o Magic finalmente tem essa opção.

O que o Magic ainda não resolveu é a questão do resevra do Dwight Howard. Eles parecem que não vão igualar a oferta pelo Gortat e assim o perderão para o Mavs. O Bass não joga de pivô. Falta alguém para quando o Dwight tiver problemas de falta. Entre os cotados, tem nomes bem fracos como o velho Theo Ratliff.

Falta também mais banco para o Spurs e alguns reforços para o Cavs, mas tudo bem. Como os favoritos tem atraído reforços como dinheiro atrai mulher, veremos esses problemas resolvidos em pouco tempo.

Acompanhem nossos comentários sobre as Ligas de Verão no nosso Twitter. E fotos esporádicas e links bacanas no nosso Tumblr.

Como funcionam as assinaturas do Bola Presa?

Como são os planos?

São dois tipos de planos MENSAIS para você assinar o Bola Presa:

R$ 14

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

R$ 20

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Como funciona o pagamento?

As assinaturas são feitas no Sparkle, da Hotmart, e todo o conteúdo fica disponível imediatamente lá mesmo na plataforma.