>Os meus reservas

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– oi eu sou um allstar….rs

Na última quinta-feira à noite finalmente foram divulgados os reservas para o All-Star Game. E se ontem pitacamos (existe o verbo pitacar, do latim, pitacus?) sobre as escolhas para o jogo dos novatos, hoje é dia de comentar os escolhidos para o principal evento do fim de semana, o jogo das estrelas no domingo à noite.

Os escolhidos oficiais foram:
Leste: Derrick Rose (Bulls), Rajon Rondo (Celtics), Paul Pierce (Celtics), Joe Johnson (Hawks), Gerald Wallace (Bobcats), Chris Bosh (Raptors) e Al Horford (Hawks)
Oeste: Chris Paul (Hornets), Deron Williams (Jazz), Brandon Roy (Blazers), Kevin Durant (Thunder), Dirk Nowitzki (Mavericks), Zach Randolph (Grizzlies) e Pau Gasol (Lakers)
A coisa mais difícil na hora de escolher os reservas é que cada um usa um critério diferente. Tem gente que acha que não se deve escolher jogador de time que está perdendo, outros acham que deve-se votar em quem dá show, outros que deve-se levar em consideração também a história do jogador e não só essa primeira metade da temporada. Se com critérios iguais já teríamos horas e horas de discussões, imagina quando não se concorda nem no que levar em consideração antes dos votos!
Pra mim a coisa é bem simples. Os titulares premiam o gosto (duvidoso) dos torcedores. Cada um vota em quem dá na telha, com os seus critérios, e eles vão lá jogar. Até por isso o Iverson, mesmo não sendo nem o terceiro melhor jogador do seu time, deveria ir jogar sem pedir desculpa pra ninguém. O público quer ver ele jogar, gastou tempo da sua vida indo lá votar pra ele ir, então que ele jogue e pronto.
Já os reservas são votos dos técnicos e aqui me coloco no lugar deles pra escolher os meus. Meus critérios são os seguintes: sendo um evento que acontece uma vez por temporada, deve premiar os melhores da temporada, ignorando a história que cada um tem dentro da NBA. A vaga no jogo das estrelas é um prêmio individual que premia a atuação de um jogador, não do seu time, para isso já existe aquela coisa chamada “playoff”, então não acho certo tirar caras como o Brook Lopez ou o Monta Ellis da discussão só porque seus times fedem bem fedido. Considero, porém, o resultado do time, o fato do cara jogar bonito e até a história do jogador critérios justos de desempate, quando você fica preso entre dois jogadores e uma vaga.
Sendo assim e lembrando que deve-se escolher dois armadores, dois alas, um pivô e dois jogadores de qualquer posição, esses são meus votos:

Leste

Armadores: Rajon Rondo e Joe Johnson
Deixa eu aproveitar esse espaço pra babar ovo no Rondo. Ele é o melhor armador do Leste, o cara que está carregando o Celtics nas costas até agora na temporada, tem meu voto para entrar no time de defesa da NBA, é o melhor armador em rebotes desde os tempos áureos do Jason Kidd e vai ser um dos grandes armadores da próxima década. Ele também é bonito, sarado e cheira melhor do que pizza.
Pelo Joe Johnson eu não estou tão apaixonado assim, mas discreto como sempre, tem sido um dos melhores jogadores do Leste. Ele sempre joga mal no All-Star Game mas a vaga é dele, nem precisa pensar duas vezes.
Alas: Gerald Wallace e Chris Bosh
O Gerald Wallace está jogando demais nessa temporada, não fosse aquele número 23 do Cavs que eu esqueci o nome ele poderia até ser titular. Com seu jeito insano de pular com tudo a 100 por hora para um toco quando o seu time já está vencendo por 20, ele é o cara ideal para jogar para o Larry Brown e, assim como o Rondo, tem o meu voto para a seleção de defesa da temporada. Também será legal vê-lo pelas suas enterradas e pelo fator histórico, ele é o único Bobcat remanescente da primeira temporada da equipe e ontem se tornou o primeiro All-Star da história da franquia.
O Chris Bosh deveria estar no time titular ao invés do Garnett, que perdeu grande parte da temporada machucado. Mas tudo bem, fica na reserva mesmo. Ele tem seus defeitos, não acho que ele nunca vai ser tão bom quanto o KG era em seus melhores dias, mas isso não faz dele um jogador ruim, longe disso. Com aquela velocidade toda ele é um dos alas de força mais difíceis de parar no 1-contra-1.
Pivô: David Lee
Aqui é um voto difícil. Brook Lopez e Andrew Bogut são pivôs muito bons e até mereciam votos, mas eu acho que os dois são ainda muito irregulares, o que me faz pensar duas vezes. E aí tem o David Lee, que tem na regularidade seu maior trunfo nos últimos 3 anos, além de sempre melhorar alguns aspectos do seu jogo. O Lee não é um pivô nato mas joga assim no Knicks e joga bem mesmo quando enfrenta caras muito mais fortes do que ele. Entre Lopez, Bogut e Lee, apenas uma certeza absoluta: não votaria no Al Horford.
Os outros 2: Josh Smith e Derrick Rose
O Josh Smith foi uma escolha fácil. Amadureceu seu jogo em relação às temporadas passadas e hoje consegue ser um bom defensor, atlético, mestre em tocos e sem estragar tudo forçando arremessos de longa distância no ataque. Assumiu seu papel na equipe e tem sido bastante regular, escolha fácil. Quero ver como o Al Horford vai ter coragem de olhar pra cara do J-Smoove depois dessa inversão de valores no Hawks, se o time tem dois all-stars eles são Joe Johnson e Josh Smith. Só.
Os técnicos escolheram o Paul Pierce, eu quase escolhi o Andre Iguodala mas acho que a melhor escolha é mesmo o Derrick Rose. Tanto ele quando Iggy já tiveram momentos bons e outros nem tanto na temporada mas o bom momento do Rose impressionou mais. Aos poucos ele tem achado a medida certa entre armar para os outros jogadores da equipe e saber quando ele mesmo deve chamar o jogo para marcar seus pontos.

Oeste
Armadores: Chris Paul e Deron Williams
Precisa realmente explicar a escolha do Chris Paul? Já não basta ele estar mantendo os números e a qualidade das duas últimas temporadas, quando ele foi candidato sério ao prêmio de MVP? Pra completar ele ainda finalmente conseguiu colocar o Hornets na zona de playoff mesmo com o resto do time sendo um lixo e a diretoria tentando trocar todo mundo por escolhas de draft de 2020 para economizar uns trocados. Votar no Chris Paul para o All-Star é tão óbvio quanto votar na Alinne Moraes para as 100+ da VIP.
Dá pra acreditar que o Chris Paul vai para o seu terceiro All-Star e o Deron Williams ainda não tinha ido pra nenhum? Muito esquisito, mas erro corrigido. Deron foi o único ponto positivo do Jazz durante um grande período de tempo em que o Jazz era um time apático e lento, e agora que eles resolveram acordar e estão jogando o melhor basquete do Oeste ao lado do Nuggets ele continua sendo o melhor da equipe. Em uma entrevista divulgada hoje pela revista Dime, o novato Jonny Flynn elegeu o Deron Williams como o armador mais difícil de se marcar na NBA. “Ele é muito alto, é forte, dribla e sabe arremessar de longe”. Bem-vindo à NBA, Jonny.
Alas: Kevin Durant e Dirk Nowitzki
Pra falar a verdade esses foram os meus votos no site para os titulares. Se meus votos tivessem feito a diferença eu estaria aqui votando em Duncan e Carmelo como reservas, então tá tudo certo.
O Durant tá jogando tão bem, mas tão bem, que ele foi a escolha de All-Star mais mal colocada na tabela que eu já vi nos últimos anos. Os técnicos levam bem a sério essa história de chamar caras de times vencedores e mesmo assim escolheram o Durant com o seu Oklahoma City Thunder em 11º no Oeste. Claro que deve ter ajudado o fato do Oeste ser tão difícil que o Thunder, apesar da colocação, está com 53% de aproveitamento, mas mesmo assim é uma baita conquista do KD. E bastante merecida. Ele tá jogando muito, fazendo muitos pontos e ainda é um pirralho, o puto nasceu em 88!
O Nowitzki é o Nowitzki. Sempre bom, sempre fazendo muitos pontos, sempre abusando de qualquer marcador, alto ou baixo, que tente marcá-lo, e sempre acertando aqueles arremessos impossíveis. Só precisa tomar cuidado para o arco do seu arremesso não bater no telão do estádio do Dallas Cowboys onde será feito o All-Star Game.
Pivô: Chris Kaman
A NBA sacaneou todos os pivôs do Oeste nessa temporada. Antes de começar a temporada todo mundo queria saber quem ia herdar a vaga deixada por Shaq e Yao, cogitou-se Al Jefferson, Chris Kaman e Andrew Bynum. Aí vão lá e colocam o ala Amar’e Stoudemire na lista de votos como pivô e ele ganha fácil. Aí na hora dos técnicos votarem eles liberam o Pau Gasol, que é ala de força no Lakers, para ser votado como pivô. Ganhou também.
Entre Gasol e Kaman eu acho o espanhol muito mais jogador, mas o fato é que nessa temporada ele não tem jogado nessa posição. O David Lee não é um pivô nato mas pelo menos joga por lá, o Gasol poderia jogar, mas não joga. Pela sacanagem e pelo talento incrível do Kaman, meu voto é nele.

Os outros 2: Zach Randolph e Tyreke Evans
Fiquei numa dúvida cruel entre Pau Gasol e Zach Randolph, é difícil apontar qualquer defeito na temporada dos dois, mas acho que o gordinho merece mais. Se na qualidade ficou difícil de escolher, tinha que apelar para outros motivos. O Gasol já jogou outros jogos das estrelas, já é campeão e vai disputar outro título nesse ano, é um cara consagrado. O Randolph conseguiu finalmente sair, com méritos, da sua fama de gordo preguiçoso, de talento desperdiçado, para ser o principal motivo do Grizzlies estar indo para os playoffs. Quem diria que o Grizzlies poderia estar na frente de Suns, Hornets, Rockets e Thunder?
Randolph é o líder da NBA em rebotes ofensivos e joga com uma vontade e determinação que eu nunca tinha visto antes nele. Outro dia o Grizzlies venceu um jogo apertado porque o Randolph defendeu bem, depois pegou um rebote ofensivo na raça e deu um passe picado lindo para o Rudy Gay. Defesa, vontade e toque de bola em menos de 2 minutos, esse é o novo Zach Randolph com seus Monstars Reverso. Merece muito uma vaga!
Por fim minha última escolha é o novato Tyreke Evans. Não seria nenhum crime ou injustiça tirar ele e no lugar colocar Brandon Roy, Monta Ellis ou Chauncey Billups, mas são poucas vagas pra muito jogador bom e de todos quem tem feito a melhor temporada é o novato. Quer dizer, será que ele é um novato mesmo? O cara sabe perfeitamente quando deve chamar o jogo pra ele, quando deve passar para os companheiros, ele é um líder dentro de quadra e todo mundo o respeita, ele sabe infiltrar, arremessar de meia distância e de longe, nunca se afoba, joga bem na posição 1 com o Kevin Martin do lado (esse tem jogado mal!) ou na posição 2 com o Beno Udrih armando. Acerta arremessos em momentos decisivos dos jogos e o Paul Westphal, técnico do Kings, disse que acha seu pupilo desde já um dos melhores marcadores de perímetro da NBA.
Como é possível um moleque fazer tudo isso nos seus primeiros meses de NBA? Deve ser gato! Tem alguma maracutaia que a gente ainda não percebeu! Ele é o time sub-20 com 30 anos de Gana.
Um exemplo claro de novato é o Jonny Flynn. Talentoso pra caramba mas tem dias que faz 20 e outros que faz 5 pontos. Parece às vezes muito confiante e depois bastante inseguro. Confessou na entrevista que eu citei antes para a Dime que ficou meio nervoso quando viu pela primeira vez seu ídolo Allen Iverson e contou em outra ocasião que quando enfrentava o Lakers tentou dar um passe picado e o Artest roubou a bola só esticando a mão. Flynn saiu rindo da jogada e disse depois para seus companheiros que nunca na vida dele imaginou que alguém seria capaz de alcançar aquela bola, muito menos de agarrar ela e sair com a redonda dominada. Esse é o tipo de aprendizado básico de um novato que o Tyreke Evans parece ter pulado como se fosse aquela baba de primeira fase do Super Mario do SNES.
Esses foram os meus votos, se o Danilo tiver um tempo aparece por aqui colocando as escolhas dele. Pitaquem (o verbo tem que existir!) na caixa de comentários!

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