>Perguntas e respostas: a troca do Carmelo Anthony

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Carmelo e Amar’e: trutas

A troca do Carmelo Anthony é a troca com mais assuntos paralelos que eu já vi na minha vida. Mais de 200 dias depois da primeira notícia de que ele estava querendo ir para o New York Knicks, Melo finalmente conseguiu ter seu desejo atendido. No meio do caminho estão envolvidos o futuro do Knicks, do Nuggets, outros 11 jogadores, o Minnesota Timberwolves, Isiah Thomas, a relação entre o presidente do Knicks James Dolan com o manager Donnie Walsh e o técnico Mike D’Antoni, e o homem mais misterioso da NBA, William Wesley. Ou seja, como uma boa novela ela dura quase um ano e tem diferentes núcleos e personagens, é a NBA aprendendo com Manoel Carlos.

São tantas perguntas e questões para entender essa megalomania que decidimos que só com um FAQ para responder tudo. Tudo relacionado ao Knicks fui eu, Denis, quem respondeu. Ao Nuggets e ao Wolves foi o Danilo. A decisão foi feita por sorteio e aprovada por nossos advogados (adoramos eles!).



Q: Amigos do Bola Presa, quem foram todos os envolvidos na troca? Abs 


New York Knicks recebe: Carmelo Anthony, Chauncey Billups, Shelden Williams, Anthony Carter, Renaldo Balkman (Denver Nuggets) e Corey Brewer (Minnesota Timberwolves)

Denver Nuggets recebe: Raymond Felton, Danilo Gallinari, Timofey Mozgov, Wilson Chandler (NY Knicks) e Kosta Koufos (Minnesota Timberwolves). Também recebem uma escolha de 1º round de Draft do Knicks (2014) e duas 2º round (2012, 2013, do Warriors que estavam com o Knicks). O Nuggets também recebe 17 milhões de dólares em “trade exceptions

Minnesota Timberwolves recebe: Eddy Curry, Anthony Randolph (NY Knicks). Também recebem uma escolha de 2º round do Denver Nuggets.



Q: Epa, mas o que é essa tal de “Trade Exception” que você citou? É de comer? Aposto que você já explicou dez vezes mas eu nunca leio os posts inteiros. 

Uma trade exception é um “Vale Salary-Cap” que pode ser usado pelo time para usar em outras trocas para igualar salários. Se o Nuggets quiser mandar um jogador que ganha 5 milhões por outro que ganha 7 milhões eles podem deixar tudo igual usando essa trade exception. É uma mão na roda para times que estão planejando movimentações no elenco e foi criada no governo Lula.

Q: Carmelo Anthony e Amar’e Stoudemire juntos? Como isso vai dar certo?

Essa é uma excelente pergunta, amigo assinante. Dependendo de como você enxergar pode parecer uma idéia bisonha e por outro lado parece perfeita, tudo depende de como o Mike D’Antoni vai montar o time, qual vai ser o esquema tático e tudo mais. Tanto Amar’e como Carmelo são bons o bastante para simplesmente receber a bola em uma jogada de isolação e tirar pontos disso, mais ou menos como o Heat faz de vez em quando (47 minutos por jogo) com Wade e LeBron. É o jeito mais fácil e apelão de conseguir pontos, mas quando não dá certo com o Heat eles tem uma puta defesa para compensar, já o Knicks e o Carmelo…

E o problema das isolações é que o esquema tático do Mike D’Antoni é justamente o oposto disso tudo! Ele é o cara que gosta de ver o seu time rodar muito a bola, de passar ao invés de individualizar e de só concentrar a bola na mão de um jogador se ele for o armador do time, sempre com ele se movimentando entre corta-luzes.

Q: Então o Carmelo vai se adaptar ao D’Antoni ou o contrário? Quem manda na relação?

É o que eu quero saber também! Como já vimos na seleção americana, o Carmelo Anthony pode ser muito útil para o seu time mesmo quando não concentra a bola na sua mão o tempo todo. Nas Olimpíadas de 2008 muitas vezes a gente mal percebia ele em quadra, com a bola controlada por Kidd, Kobe, Wade e LeBron, e no fim das contas ia ver as estatísticas e ele era o cestinha. Com boa movimentação e sabendo pontuar de todos os lugares da quadra ele estava sempre contribuindo com ótimo aproveitamento.

O problema é que na seleção ele tinha todos esses nomes de peso para jogar enquanto ele só pontuava, no Knicks vai ser quem? Corey Brewer, Toney Douglas e Landry Fields? Amar’e Stoudemire também não é nenhum Tim Duncan na hora de encontrar seus companheiros livres para o arremesso, só faz o óbvio. Carmelo vai precisar tocar mais na bola e quando ele faz isso ele não movimenta a bola como seu técnico idealiza. A última opção é Chauncey Billups comandando o show e distribuindo a bola.

Q: Billups? Você está ousando insinuar que o cerebral Chauncey Billups, o coração do Pistons de 2004, o time mais em câmera lenta da história, irá ser o líder de um Run and Gun?

A minha primeira reação também foi de “é mais fácil a Deborah Secco ganhar o Oscar por ‘Surfistinha'”, mas para e pensa: Embora nossa memória do Billups sempre remeta ao Pistons campeão de 2004, ele está faz tempo no Nuggets e eles também são um time que jogam com extrema velocidade. O Knicks, aliás, é o segundo com mais posses de bola por jogo e o Nuggets vem logo atrás em terceiro. E em termos de eficiência ofensiva, onde o Knicks é oitavo, o Nuggets é o primeiro. Eu lembro de quando o Billups foi trocado para o Nuggets e eu disse aqui que a troca só daria certo se houvesse um entendimento das duas partes. Ou Billups se adaptaria à correria do Nuggets, ou o time aprenderia a lidar com o fato de ter um armador que gosta de mandar no jogo. Acabou sendo um pouco dos dois, Billups mandava e segurava a bola, principalmente logo no começo quando chegou, mas não deixou de impôr a velocidade. Bisonhamente deu certo. Só temos que lembrar que nesse ano o Billups não está jogando tão bem assim e que cedo ou tarde a idade pesa.

Então por mais estranho que seja, acho que sim, o Billups pode comandar esse ataque sem fazer o time perder tanta velocidade como a gente imagina. Se o D’Antoni confiar o time a ele e deixar Melo e Stoudemire não jogarem tanto assim sozinhos (talvez só no último período), o time pode manter a identidade do seu técnico e ter suas estrelas rendendo ao mesmo tempo.


Q: Tá bom, estou começando a me animar com o Knicks, mas não foi uma aquisição muito cara?

Sim, foi MUITO cara, um asburdo de cara. É daquelas compras em que o produto é bom, de qualidade, funciona, mas mesmo assim bate aquele peso na consciência toda vez que você lembra o quanto custou. Eles mandaram 3/5 de um time titular que estava atuando muito bem junto e mais um bom reserva, todos jovens, com bons contratos e vivendo o melhor momento de suas carreiras por uma estrela e o Billups em fim de carreira. Eles abandonaram tudo isso por esse sonho de ter mais uma superestrela ao lado do Amar’e Stoudemire, sem dúvida vivemos uma era em que os times estão montando elencos na estratégia do “mande até a alma por uma estrela e pesque veteranos depois”.

Q: Soa como algo terrível, mas não está dando certo por aí?

Se você considerar que os principais adversários do Knicks no Leste são o Celtics e o Heat, que fizeram a mesma coisa, dá pra entender a inspiração. Mas a grande diferença no caso do Knicks é que talvez não precisasse ser tão caro. Desde o começo da novela o Carmelo deixou bem claro que queria jogar no Knicks, não em Nova York com o Nets, queria o Knicks. Recusou todas as ofertas do Nets e não levou muito a sério propostas do Rockets, Warriors ou Mavericks. Eu acredito que em qualquer um desses times ele iria deixar seu contrato acabar e então virar Free Agent, a pressão dele mesmo (e de outras partes, que veremos depois) para ele jogar no Knicks era enorme, eu acho que ele iria mesmo que isso significasse um salário menor.

No fim das contas o Knicks perdeu para o próprio desespero, pressa e história recente de fracassos. Preferiram mandar até as calças pela certeza de ter o Carmelo Anthony, não quiseram correr mais riscos esperando. Imagina perder o Melo porque não quiseram incluir o Timofey Mozgov ou uma escolha de 2º round na troca, eles nunca iriam se perdoar.

Q: Polêmica no Mesa Redonda, é verdade que o Mike D’Antoni não queria que o time fosse desmontado assim?

O que foi divulgado pela imprensa americana é que o D’Antoni não estava nem um pouco satisfeito em ver o time que ele montou ser dilacerado em nome de uma estrela. E se você ver como o George Karl, técnico do Nuggets, não parecia lá muito triste de ver o Melo ir embora dá pra entender a posição do técnico. Ele tinha feito o Felton jogar o melhor basquete da sua vida, foi quem fez, pouco a pouco, o Wilson Chandler um jogador completo em relação ao cara cru que chegou na NBA; e foi influência direta na escolha do Danilo Gallinari no dia do Draft. Era um time com sua identidade que foi desfeito enquanto sua voz não foi ouvida na hora de dar a confirmação na troca.


Q: Então foi o General Manager Donnie Walsh o responsável por essa limpeza no elenco?

Aí que entra a parte divertida da coisa: Também não! A negociação tinha entrado em mais um impasse porque o Nuggets estava pedindo o Timofey Mozgov além de todo o resto e o Knicks estava se sentindo assaltado, o Donnie Walsh, com o apoio do D’Antoni, não queria enviar o russo até porque mesmo o resto dos jogadores já era demais pra eles. Aí o presidente da equipe James Dolan interviu dizendo para colocar o russo e mais qualquer coisa que pedissem para conseguir o Carmelo de uma vez por todas.

Não é nada comum ver presidentes interferindo assim no trabalho do General Manager, muito menos no trabalho de um cara como o Donnie Walsh, que pegou o Knicks afundado em contratos horripilantes da Era Isiah Thomas (Jerome James, Eddy Curry, Jamal Crawford, Stephon Marbury, nenhuma escolha de Draft) e conseguiu zerar as contas da equipe, abrir espaço salarial, contratar Amar’e Stoudemire e começar uma boa reconstrução. E o pior, segundo informações do repórter Adrian Wojnarowski do Yahoo!, uma das influências na cabeça do presidente James Dolan é o mesmo Isiah Thomas, que planeja voltar ao time!!!

Q: Que porra é essa? Isiah Thomas de volta para o Knicks depois de toda merda que já fez?

O James Dolan é muito próximo do Isiah Thomas, que já quase conseguiu um emprego no Knicks na temporada passada e só desistiu por pressões de Walsh e de outras pessoas lá dentro, mas o contrato do General Manager acaba ao fim dessa temporada e James Dolan pode decidir não renovar e achar um novo nome. Isiah Thomas espera que seja ele.

Segundo Wojnarowski, Walsh, por exemplo, nunca quis colocar Felton, Gallinari e nem mesmo Billups na troca, mas foi forçado a isso pelo presidente. Ele, por sua vez, tem usado Isiah Thomas como um consultor informal, os dois são bem amigos e fontes próximas dizem que é Isiah quem dita as coisas de fundo. A contratação de Carmelo, a saída de Gallinari e Felton seriam vitórias de Isiah Thomas para voltar ao poder em Nova York.

Q: E, por favor, quem poderá impedir essa desgraça?!

A oposição que também quer mandar no Knicks é um dos nomes mais misteriosos da NBA, William Wesley, conhecido (mas não muito) pelo apelido de Worldwide Wes. Já se referiram mais de uma vez a ele como “o homem mais poderoso do basquete”, o que é bizarro já que pouquíssimas pessoas conhecem ele! Eu não sabia até um ano atrás quando um leitor nosso mandou um e-mail com uma história sobre o cara.

Ele é a definição de low profile e oficialmente não está associado a nada e nem a ninguém, mas tem seus contatos em todos os cantos, o mais importante deles é o seu amigo Leon Rose, empresário de Carmelo Anthony, Chris Paul, Eddy Curry e LeBron James. Lembram da minhoca plantada na cabeça do CP3 no começo da temporada dizendo para ele exigir uma troca? Wes teve sua influência lá. Curry no Knicks? Também. Carmelo no Knicks? Com certeza absoluta, seu empresário Leon Rose não queria ver seu jogador em qualquer outra franquia e usou a negação da extensão de contrato para podar as melhores ofertas enviadas ao Nuggets.

Q: E como Worldwide Wes influencia o Knicks?

Como eu disse ele nunca se envolve diretamente com as coisas, apenas conhece todo mundo e influencia suas decisões. Como disse o jornalista Henry Abbott depois de uma extensa pesquisa sobre um cara que recusa qualquer entrevista, “Se você olhar de perto todas as forças do mundo do basquete em todos os níveis – AAU (Associação de Atletas Universitários) que leva os jogadores às universidades, agentes interessados em achar clientes, as empresas de calçados interessadas em garotos propaganda, técnicos, donos de times, executivos, jogadores – todos tem uma coisa em comum: William Wesley”.

E no Knicks ele tem Mark Warkentien como consultor de Donnie Walsh e Allan Houston, ex-jogador e atual assistente do General Manager do time. Worldwide Wes quer um desses dois assumindo no lugar de Walsh, não Isiah Thomas.

Q: Entre os dois, qual é melhor para o Knicks?

O Isiah Thomas já teve sua chance como técnico e como General Manager e teve, nos dois casos, a passagem mais desastrada de qualquer pessoa que eu já vi na NBA. Resultados patéticos, trocas que nunca fizeram sentido, relação péssima com torcida e atletas, um desastre do começo ao fim.

Por outro lado Worldwide Wes é daqueles caras que só pensam no benefício próprio e em agradar à sua panelinha. Ele vai botar toda sua turma de influência e seus jogadores onde quiser. Canalha, cafajeste ou só mais um megalomaníaco na NBA, não sei, mas ele tem muita influência sobre o Chris Paul. Talvez isso fale mais alto que qualquer outra coisa.

Q: Tudo isso para falar de uma troca! E eu aqui com preguiça de ler esses posts gigantes. Dá uma resumida aí, valeu a pena para o Knicks?

A troca valeu para conseguir o Carmelo Anthony, só. A história da NBA mostra que times com só um ou nenhum jogador fora de série, estrelas, ganham uma vez a cada dez milhões de anos, então eles foram para o home run. Trocaram a base sólida, os bons jogadores, o médio, pela chance do espetacular. Combina com o espírito nova-iorquino de se achar o centro do mundo e não se contentar em ser um bom time, dão tudo só pela chance de ser o melhor.

Mas sem dúvida é um risco. Hoje o elenco é raso, tem um banco de reservas ridículo e terão que trabalhar para descobrir o que Melo e Amar’e precisam a mais para funcionar juntos e ir buscar isso na próxima temporada. Aí vem a questão de quem irá procurar, já que eles arruinaram o clima entre a direção do time e o General Manager e isso talvez possa até levar o técnico Mike D’Antoni embora em um futuro próximo. Para os que não gostam dele é um alívio, para os que gostam fica o medo do que vem a seguir: Talvez Isiah Thomas escolhendo ele mesmo como o mais preparado disponível (de novo!) ou o Worldwide Wes retribuindo algum favor a alguém que não esteja a altura do cargo.

O New York Knicks voltou a ser relevante de novo nessa temporada, com essa troca volta a ser o centro das atenções no mundo do basquete. Os próximos meses irão dizer se pelo motivo certo.




Q: E o Nuggets, não podia conseguir um troço melhor em troca do Carmelo, tipo uma superestrela?

Na verdade o Nuggets teve é muita sorte de conseguir o que conseguiu. Quando se troca uma estrela que está encerrando seu contrato, é muito difícil conseguir valor igual em troca. Em geral o time troca sua estrela admitindo a derrota e tendo que aceitar apenas jogadores secundários e escolhas de draft. Mas, ainda que o Nuggets tenha recebido propostas melhores pelo Carmelo, o time não podia aceitar o que mais lhe interessasse. Isso porque qualquer time só faria a troca com o Nuggets se houvesse a confirmação de que o Carmelo assinaria um novo contrato ou uma extensão, ou seja, era o Carmelo quem decidia para onde ser trocado.

Q: Então o Carmelo é um safado filho de uma quenga?

Danilo: Na verdade não, a única safadeza aqui é do Nuggets. Para o Carmelo, a coisa é simples: seu contrato termina e, se ele não quer continuar jogando pelo Nuggets, sai ao fim da temporada e assina com o time que ele preferir. É isso que está previsto nas regras e é isso que deveria acontecer – acaba o contrato do Carmelo, ele assina com o Knicks e todos vivem felizes para sempre. O Nuggets, no entanto, ficaria sem sua estrela (assim como aconteceu com o Cavs) e apenas o espaço salarial para contratar outro jogador, mas quem iria querer jogar num Nuggets sem estrelas? O que o Nuggets fez, então, é uma brecha no sistema, um migué, um jeitinho brasileiro: trocar o Carmelo antes do fim do contrato e receber qualquer merda em troca pra não ficar de mãos abanando. Nada mais justo, no entanto, que o Carmelo escolha o time para o qual quer ir como seria o normal.

Q: Mas por que o Nuggets não trocou só o Carmelo e enfiou o Billups junto na troca?

Danilo: O Nuggets era um dos 5 times que mais gastava com salários na NBA, ou seja, tinha gastos de time que quer ser campeão. Sem o Carmelo, o time admite implicitamente que não dá pra manter o time com o mesmo rendimento e não faria sentido então manter os mesmos gastos. Apenas parte do salário do Billups é garantido para a próxima temporada (3 milhões), então o time que quiser se livrar dele pode pagar esse grana e pronto. Para mantê-lo, o salário seria de mais de 14 milhões, algo impensável para o Nuggets agora. Então eles aproveitam e mandam o Billups embora agora, poupando a grana que teriam que pagar para ele até o fim da temporada. Por estar acima do limite salarial, o Nuggets já paga mais de 13 milhões de taxas. Mandando o Billups junto com o Carmelo eles ficam abaixo do limite e chegam a economizar quase 25 milhões de dólares só esse ano! Para um time que não tem mais chances de ser campeão e passou os últimos 5 anos endividando até as calças para tentar um título, é uma economia que não dá para ignorar.

Q: É verdade que o Nuggets vai trocar os jogadores que conseguiu com o Knicks?

Danilo: Existe a possibilidade, mas ela é muito difícil. Os engravatados do Nuggets se mostraram muito tristes de não conseguir uma extensão com o Carmelo, mas estão felizes com os jogadores jovens e baratos que conseguiram. Wilson Chandler é uma versão light do Carmelo Anthony, aprendeu a arremessar de três nessa temporada, sabe jogar dentro do garrafão de costas para a cesta, e é melhor defensor do que o Carmelo. Danilo Gallinari é um excelente arremessador que vem mostrando ser capaz em outras áreas, Tomfey Mozgov e Kosta Koufos são pivôs com potencial para um futuro projeto de reconstrução, e Raymond Felton é bom o bastante para garantir que Ty Lawson possa continuar vindo do banco de reservas e prosseguir em seu desenvolvimento gradual. O mais importante é que são todos jogadores muito baratos – o mais caro é o Felton e seus 7 milhões de salário que duram apenas até o fim da próxima temporada. O Nuggets agora tem talento, várias escolhas de draft para reconstruir o time, vários role players competentes, e espaço salarial para tentar uma nova estrela ou economizar dinheiro até que o time possa render alguma coisa.

Q: Sou brasileiro com muito orgulho e com muito amor e quero saber se o Nenê agora vai ter um papel central no Nuggets

Danilo: O Nenê disse esperar uma extensão de contrato, já que ele só continua no Nuggets na temporada que vem se ele quiser, o próximo ano do contrato é escolha do jogador. É capaz que o Nuggets até extenda o contrato, mas ao ver a folha salarial do Nuggets percebemos que os únicos jogadores mais caros do que o Raymond Felton e seus 7 milhões de salário são o Kenyon Matin (16 milhões injustos, mas que acabam nessa temporada) e o Nenê (11 milhões). Se o time feder e entrar em processo de reconstrução total, cuidando da pirralhada e esperando as escolhas de draft, não faz sentido pagar o maior salário da equipe para o Nenê. Meu palpite é de que ele só terá o contrato renovado e um papel importante na equipe se o time se sair, desde já, muito melhor do que o esperado e acharem que não precisa fazer uma reconstrução total. Vamos descobrir isso, e analisar a fundo o modo de jogo do novo Nuggets, assim que os jogadores fizerem sua estreia pela equipe.

Q: Para quê o Nuggets vai usar as player exceptions, que parecem vale-CD?

Danilo: Com elas o Nuggets pode mandar um jogador muito barato, com salário risível, em troca de um jogador muito caro. Uma delas, de 17 milhões, permite mandar qualquer mané com salário de novato em troca do jogador mais caro do planeta. Mas esse tipo de troca só acontece se algum time quiser se livrar de seu jogador caro para começar um processo de reconstrução, o que é raro. Se o próprio Nuggets estiver em processo de reconstrução, para quê vai querer um jogador caro pra burro? Essas player exceptions são mais para fazer a troca funcionar do ponto de vista burocrático do que úteis de verdade. Serão usadas caso os jogadores adquiridos sejam trocados, o Nets está interessado, mas por enquanto parece bastante improvável de acontecer.

Q: Por que o Wolves entrou na troca?

Danilo: O Knicks não tinha espaço salarial para receber o Carmelo, então tinha que se livrar do contrato expirante do Eddy Curry de mais de 10 milhões. O Wolves, abaixo do teto salarial, agarrou a chance de receber o jogador – e o Knicks ainda mandou um incentivo financeiro para o Wolves usar e pagar uma parte do seu salário nessa temporada (caso queiram mandar o Curry embora, após um regime que lhe permitisse ao menos passar pela porta de saída). Pela ajudinha do Wolves, outras trocas aconteceram: o Knicks mandou o Anthony Randolph, que eles conseguiram nessa temporada achando que seria um jovem gênio e sequer recebeu minutos de jogo, e o Wolves mandou o Corey Brewer, que é um defensor atlético excelente para ser role player em time vencedor, mas que era cada vez mais desnecessário no Wolves. Além disso, o Nuggets mandou uma escolha de segunda rodada do draft em troca do Kosta Koufos, o pivô que eles nunca usavam porque são apaixonados pelo Darko. Ou seja, o Wolves se aproveitou da brincadeira apenas para dar uma chance ao Anthony Randolph, jogador de potencial que estava apodrecendo no Knicks, do mesmo modo que eles já fizeram com o Darko Milicic e têm orgulho disso.

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Se você tiver mais alguma pergunta pode mandar nos comentários. Só não prometemos responder logo, afinal temos uma troca do Deron Williams já comentada e agendada para entrar no ar amanhã de manhã!

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