>Período de adaptação

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Esse é o estado de um jogador depois de enfrentar a defesa do Heat

Depois de uma offseason tão movimentada, uma das coisas mais legais de ver no começo da temporada é como os times iriam se adaptar. Afinal, nunca é fácil montar um time novo e é normal na NBA os times crescerem durante a temporada mais do que no período de treinos, já que são 82 longos jogos contra um mês de training camp.

Depois de ver pelo menos uns dois ou três jogos de cada equipe deu pra chegar a algumas conclusões. E depois de ver nessa tarde de domingo o jogo entre Nets e Heat, bateu uma vontade de falar desses dois em especial. Não tem como não falar do Heat nesse começo de ano porque eles são os protagonistas da temporada, é fácil odiar um time que recebe tanta atenção, mas é difícil não dar atenção pra eles. Depois daquele desastre em rede nacional (internacional, universal) contra o Celtics, eles embalaram três vitórias seguidas sobre 76ers, Magic e Nets, todas por diferenças astronômicas. Foi uma surra mais dolorosa que a outra, com especial atenção para a contra o Magic, já que é um dos outros candidatos ao título e foi completamente anulado pela defesa do Miami.

Assim como vimos contra o Boston, embora com menos intensidade, o Heat ainda está um pouco perdido no ataque: passa a bola para o vento, não confia no Carlos Arroyo para realmente armar o time e envolve pouco o Chris Bosh no jogo, aliás, faz o Udonis Haslem parecer melhor que ele! Mas em compensação a defesa deles é assustadoramente eficiente para um time que joga junto há tão pouco tempo. Acabo de ver eles roubarem bolas em pelo menos umas 5 posses de bola seguidas contra o Nets! Pra quem reclama que os roubos de bola no NBA 2k11 não são realistas, é porque não viram o Heat jogar. O LeBron James em especial tem se dedicado muito na defesa e parece estar jogando bastante focado, motivado com as ensurdecedoras vaias que ouviu em todos os jogos fora de casa até agora.

Falando em odiar o LeBron, vocês viram o comercial/resposta que ele fez com a Nike (que é bem menos legal e divertida que nossa parceira adidas)? Sem rancor, LeBron, sai dessa vida!

O Heat, portanto, lembra muito o time do Celtics de 2008. Aquela equipe ainda não tinha o Rondo no nível absurdo que tem hoje (alguém viu as destruidoras 24 assistências que ele deu contra o pobre Knicks?) e vivia de uma defesa sufocante e contra-ataques. Quando era obrigada a trabalhar na meia quadra ia para a simplicidade, usando o talento individual de Garnett, Pierce e Allen. Não é tão legal de ver como um ataque mais bem trabalhado, mas é um luxo que você pode se dar quando tem jogadores desse nível. O Heat tem feito o mesmo. Quando tentam inventar você vê o desentrosamento, mas aí eles fazem o jogo de 1-contra-1, abrem 20, 30 pontos de diferença e o jogo acabou.

Vendo o massacre que o Nets tomou do Miami aproveitei para ver o terceiro jogo deles na temporada. Estava curioso pra ver o novo time do Avery Johnson e é o time que eu mais assisti até agora. O time finalmente parece um time, é inacreditável a diferença em relação ao ano passado. Dessa vez eles tem jogadas, os jogadores parecem saber para onde devem correr durante o ataque e as coisas realmente funcionam. Mas o mais engraçado foi na vitória deles contra o Sacramento Kings. Uma das críticas que eu mais fazia ao time do ano passado era que eles não tinham idéia de como ganhar um jogo de basquete. Se a partida estava empatada no final eles conseguiam tomar as decisões mais idiotas possíveis e assim arruinavam as poucas chances que tinham.

Pois então eles estavam perdendo para o Kings no último minuto e decidiram que era uma boa idéia isolar o Devin Harris na cabeça do garrafão e deixar esse jogador, tão conhecido por tomar decisões idiotas, resolver o jogo. Harris, que arremessa de três tão bem quanto eu pinto quadros, resolveu pintar a Mona Lisa. E deu certo. Linda bola de três e Nets na frente. Na jogada seguinte, para matar o jogo, Harris isolado de novo, mas aí ao invés de uma bola de três ele foi calmo, inteligente e só tentou um arremesso forçado, caindo para trás e por cima de um marcador mais alto. Cesta.

Para os que não gostam do fato de que sou ateu, admito que essa pode ser a prova da existência do deus do basquete. Agora que eles jogam direitinho e até parecem decentes, têm o direito divino de vencer uns jogos com jogadas imbecis. Ainda tem muita coisa pra resolver e eles devem melhorar quando o Troy Murphy voltar de contusão, mas já saíram do fundo do poço. Ah, e o novato Derrick Favors ainda é mesmo muito cru para ser titular, mas tá jogando melhor do que eu esperava. Sempre pula nos rebotes ofensivos e não tem medo de atacar a cesta mesmo com marcação forte, tem feito boas jogadas. Vamos esperar mais uns jogos pra ver se chamamos isso de coragem ou de burrice mesmo. É como a sutil diferença entre teimosia e persistência, dependendo do resultado damos nomes distintos.

E pra fechar queria falar do Denver Nuggets. Não, eles não mudaram nada e não precisam se adaptar como o Heat e o Nets, e é justamente isso que me irrita. O time funciona tão bem, tem um elenco tão forte, é tão completo que é muito imbecil da parte do Carmelo Anthony insistir em pedir para ser trocado. Na última semana ele deu uma entrevista dizendo que gosta do time, mas que simplesmente “sente que é hora para uma mudança em sua vida”. Sério, Melo? Não vou cair nesse papinho vago, tem que ter um motivo maior e mais importante do que esse.

Todo mundo em Denver ama ele, o time está montadinho perfeitamente para disputar o título pau a pau com qualquer outro time da liga e no ano que vem ele vai poder mudar para onde bem entender, pra que sair agora? A única explicação que eu consigo achar é até bem entendível, mas broxante pra gente que assiste de fora: dinheiro. O Carmelo Anthony decidiu que não quer mais jogar no Denver Nuggets na temporada que vem, mas a próxima temporada é quando a NBA e os jogadores precisam entrar em um novo acordo financeiro, ou seja, pode haver uma greve e os salários podem cair drasticamente. Na última semana o David Stern sinalizou que a queda pode chegar em 30% ou 40% e os jogadores vão resistir até o fim por uma decisão diferente.

Portanto todos os jogadores que tem tido a chance de assinar extensões de contrato nessa temporada estão aproveitando a chance. O Richard Jefferson fez isso optando por sair do seu contrato de Bill Gates, que só tinha mais um ano, pra assinar outro mais longo, o Tony Parker abandonou as especulações de querer jogar no Knicks para assinar uma extensão de 50 milhões por 4 anos com o Spurs e outros como o Jamal Crawford estão choramingando com seus times para chegar em um acordo logo.

O Carmelo não quer ser o bobão que não entrou na onda e ficou sem contrato milionário para o futuro. Mas também não quer aceitar a proposta de extensão que o Denver ofereceu por causa do papo de mudança na vida, aí resta pra ele ficar reclamando, dizendo que quer ser trocado e assim abandonar essa chance fantástica de ir bem longe nos playoffs. Você consegue imaginar qualquer outro jogador que não tem títulos recusando um elenco com Chauncey Billups, Kenyon Martin, Nenê, Al Harrington e George Karl? E ainda tem bons coadjuvantes como o Arron Afflalo, que está jogando demais da conta nesses primeiros jogos e até o lixo humano do Shelden Williams está bem nessa temporada (8 pontos e 12 rebotes por jogo depois de 3 partidas), quer chance melhor que essa?

O George Karl disse que acha que se o time começar a vencer o Melo vai mudar de idéia. Eu duvido cada vez mais disso, ele parece focado em mudar de time e a questão financeira pesa na hora de tomar decisões a longo prazo. Além disso equipes como o Bulls, Knicks e Nets estão babando em cima do Denver para conseguir roubar o Melo, é possível que quando chegar fevereiro e a data-limite para trocas, o time pense bem e veja que umas três escolhas de draft e o Luol Deng agora é melhor do que nada daqui uns meses. Se isso acontecer mesmo, o Denver vai ser mais um time se adaptando, como Nets, Heat e trocentos outros, mas bem quando todo mundo já tiver se acertado há meses.

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