>Por pouco

>

Uh!

A história agora foi outra. Ao invés de parecer o Orlando que ameaçou perder para o Sixers, o Magic de ontem lembrou mais o Magic que eliminou o Cavs convincentemente. A diferença foi só que contra o Cavs o Orlando estava conseguindo vencer os jogos no final, agora não conseguiu.

A situação para o Magic agora é bem complicada. Além da derrotal moral de não ter conseguido vencer mesmo quando jogaram bem e com o Kobe em noite de atuação abaixo da média (dele), o time pela primeira vez nesses playoffs começa uma série perdendo de 2-0. Eles já saíram de um 3 a 2 contra o Boston, de um 2 a 1 contra o Sixers e tanto na série com Celtics quanto na com o Cavs estava sem mando de quadra, mas nas duas oportunidades tinha voltado pro Magic Kingdom com um empate em 1 a 1.

O jogo de ontem começou feio. Aquele 15 a 15 no primeiro quarto com 8 turnovers do Magic foi patético. O Lakers parecia que estava jogando câmbio, aquele vôlei for dummies que você pega a bola na mão e fica parado até jogar a bola pro outro lado. Nenhum dos times aproveitou o mau momento do outro time pra deslanchar e tomar conta do jogo.

No segundo quarto, com os reservas, os times se soltaram mais. O Farmar entrou bem nos seus primeiros minutos, o Odom estava inspirado e o Lakers abriu alguma vantagem, que logo virou farofa quando o Rashard Lewis incorporou o NBA Jam e seus arremessos começaram a sair pegando fogo. 18 pontos em um período (em um período de um jogo de final fora de casa) é para entrar para a história da NBA e ele é só o Rashard Lewis!

Sem querer tirar os méritos do Rashard em seu quarto histórico, o Lakers vacilou grandão. O ala do Magic estava com duas faltas desde a metade do primeiro quarto e nenhuma alma do Lakers foi capaz de cavar mais uma até a metade do terceiro período.

Bastava uma faltinha no segundo período pra ele ser obrigado a sair de quadra ou pelo menos jogar com muito cuidado. Sei que faltas não se arranjam facilmente mas ontem os juízes estavam marcando falta até quando os jogadores batiam nas mãos uns dos outros para comemorar cesta. Uma infiltração do Odom ou o Gasol mano a mano com o Lewis e uma faltinha providencial poderia ter ocorrido.

Quem tá sofrendo com essas faltas exageradas é o Andrew Bynum. Ele não sabe como marcar o Dwight Howard sem se jogar pra cima dele e acaba tendo os mesmos problemas que teve contra o Yao Ming nos primeiros jogos contra o Rockets. Os juízes estão exagerando nas faltas para os dois lados, parte da culpa é do excesso de zelo deles, mas é para saber lidar com situações desse tipo que os atletas tem algo chamado cérebro. Se marcam falta do jeito que você está marcando, se adapte.

O segundo tempo foi bem amarrado. O Stan Van Gundy disse no intervalo que queria o time correndo mais, saindo pro contra-ataque e o time obedeceu. Durante uma posse de bola. Logo depois do intervalo, o time marcou seus únicos dois pontos de contra-ataque na série. O Efeito Dory então bateu neles e voltaram a jogar só meia-quadra. O Lakers atrapalha a correria deles mas a média de 1 ponto de contra-ataque por jogo na série é patética.

A partir do terceiro quarto o Lakers se preocupou mais em não deixar o Rashard Lewis livre na hora de dobrar a marcação do Dwight Howard (o que aconteceu o tempo inteiro) e com isso ele teve mais participação em passes do que em finalizações, terminou com 7 assistências. Além disso, foi importante para que o Hedo Turkoglu fosse a estrela do terceiro período. Mas que não pareça que o Turkoglu ter jogado bem no terceiro período e o Rashard ter brilhado no segundo tenha feito o jogo algo de maravilhoso, foram atuações individuais impressionantes no meio de um jogo um bocado feio. Emocionante, mas feio.

No quarto período era a hora das estrelas do Lakers aparecerem um pouco. Enquanto o Kobe fazia um mix de belos pontos e alguns turnovers, quem brilhou mesmo foi o Lamar Odom. O Candyman do Lakers resolveu que não era mais amarelão desde o jogo 5 da série contra o Nuggets e está incorporando o herói desde então, jogou demais e foi o líder do Lakers no ataque e nos rebotes. Aliás, tem jogada mais legal do que quando o Odom marca um homem grande, faz ele errar, pega o rebote e sai para o contra-ataque como um armador? Quem vê só uma jogada dessa deve achar o Odom o melhor e mais completo jogador da história.

No fim do jogo, comigo já borrando as calças achando que o Lakers ia entregar o ouro, o Magic não conseguiu mais colocar a bola na mão dos seus jogadores mais importantes. Tirando um fade away do Turkoglu a quarenta segundos do fim, as jogadas mais importantes do time saíram da mão do JJ Redick e do Courtney Lee. O Lee estava na quadra porque o Pietrus saiu com 6 faltas e o Redick porque o Stan Van Gundy mistura momentos de genialidade com outros de completa estupidez.

O momento de genialidade ontem, porém, não deu em resultado. Depois de um toco limpo e espetacular do Turkoglu no Kobe, há 0,6 segundo do fim do jogo, o Van Gundy desenhou uma jogada linda onde parecia que o Lee ia fazer um corta para o Lewis chutar, mas foi o contrário, o Lewis fez o corta e o novato mascarado partiu em direção à cesta, sem marcação, para uma ponte aérea. Um pequeno erro de cálculo ou na hora do salto ou no lançamento do Hedo Turkoglu fez com que a ponte-aérea acabasse em uma bandeja um bocado sem ângulo. Sem o tempo de segurar a bola para arrumar, ele errou. Por muito pouco.

Como torcedor do Lakers, ao ver o jogo empatado no final do tempo normal eu lembrei do toco que o Dwight Howard deu no Gasol por dentro da cesta. Eu não gosto de reclamar de arbitragem aqui no blog e é idiota e exagerado achar que aquela jogada em si decidiu o jogo, mas a jogada mais infantil da história das finais merece um registro. (infelizmente esse vídeo não mostra o replay com close, onde dá pra ver a jogada mais claramente)

Prorrogação, amigos da Rede Globo. Haja coração! De madrugada, ajoelhado, vendo o jogo na casa da minha namorada, finalmente o time do Lakers me ouviu. “Essa prorrogação vocês tem que ganhar na defesa”. E foi assim que ganharam mesmo. O Trevor Ariza grudou no Turkoglu e não deixou fazer nada, as bolas para o Dwight resultaram em turnover e o único arremesso do Rashard Lewis foi um de 3, forçado, marcado e no desespero (que não entrou por milagre, puto).

Destaque para o Derek Fisher que foi o Ariza do dia com um roubo crucial de bola em um passe do Redick para o Dwight Howard. Depois o Fish, que finalmente calibrou a mão para as finais, ainda cavou uma falta que colocou o Lakers em vantagem antes do time fechar o caixão do Magic com uma cesta-e-falta do Gasol e lances livres do frio Lamar Odom.

Mérito do Fisher nessa jogada e, claro, demérito do JJ Redick, que deu um passe idiota. Mas mais culpado que ele é o Stan Van Gundy, que fez aí seu momento de estupidez. Com o Ariza grudado no Turkoglu como uma namorada apaixonada, o Magic precisava de alguém para bater bola, para driblar, para armar uma jogada. No tempo normal a bola caiu na mão do Lee, que errou uma bandeja a 10 segundos do fim, e na prorrogação caiu nas mãos do Redick, que fez a cagada de errar o passe.

A ironia está no fato de que o time tem armador demais. Com o Nelson de volta, o Tyronn Lue nem está sendo relacionado para os jogos, deixando o Magic com ‘apenas’ 3 armadores puros no time: Alston, Nelson e Anthony Johnson. Custa colocar um deles no jogo quando o time precisa justamente de alguém pra armar o jogo? A cara de cu do Anthony Johnson vendo o jogo ontem, somada à atuação nula do Nelson, mostram como essa volta do capitão do time mais atrapalhou do que ajudou.

Mas que fique claro que mesmo com esses problemas e com alguns erros do seu técnico, o Orlando Magic esteve a alguns detalhes de distância de empatar a série. Se virar um 2 a 0 é difícil, pelo menos o time já sabe e viu que pode vencer o Lakers se jogar bem. Para o Lakers fica a tranquilidade de ter 3 jogos fora de casa para conseguir apenas uma vitória.

Pode ser precipitação minha, mas essa bandeja errada do Courtney Lee vai ser o novo fantasma de finais do Magic, subsitituindo os 4 lances livres errados do Nick Anderson no minuto final do jogo 1 das finais de 95 contra o Rockets.

Como funcionam as assinaturas do Bola Presa?

Como são os planos?

São dois tipos de planos MENSAIS para você assinar o Bola Presa:

R$ 14

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

R$ 20

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Como funciona o pagamento?

As assinaturas são feitas no Sparkle, da Hotmart, e todo o conteúdo fica disponível imediatamente lá mesmo na plataforma.