>Preparados para tudo

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Josh Smith prefere nem olhar

O Cavs surpreendeu todo mundo com a facilidade com que venceu o Lakers na noite de Natal. Todo mundo sabia que o time era bom e que eles poderiam vencer, mas não com tamanha facilidade um time com o garrafão tão forte. Será que o estilo de jogo do Cavs que é o certo para bater o Lakers? Será que contra outros times eles teriam o mesmo sucesso? Bom, que tal analisar a sequência de vitórias do Cavs desde aquela derrota para o Dallas Mavericks sem Dirk Nowitzki? Desde então são 6 vitórias em sequência para o Cleveland Crabs.

Primeiro eles pegaram o Phoenix Suns. O Suns é um time veloz mas não tão veloz quanto antigamente. É “apenas” o quarto da liga em posses de bola por jogo e o 9º em pontos de contra-ataque. Mas ainda são velozes e se caracterizam pelas decisões rápidas no ataque e por espalhar os jogadores pela quadra. O espaçamento que os arremessadores de três trazem e a velocidade do Nash nos passes são os segredos do Suns.
A quadra do Suns até parece um campo de futebol às vezes de tão grande. É o Leandrinho num canto, Jason Richardson no outro, Nash correndo pra todo lado e os dois caras de garrafão mais estranhos da NBA. O Amar’e Stoudemire, que deve ter comissão por corta-luz feito, e o Channing Frye, que tem desconto no salário se passar da linha dos três, “tem lava lá dentro”, disse ele sobre o garrafão outro dia. Para lidar com esse time no mínimo esquisito (embora bem eficiente, bateu Lakers e Celtics nessa semana), o Cavs botou seu time pequeno em quadra: Mo Williams, Delonte West, Anthony Parker, LeBron e Varejão. Assim, venceu por quase 20 pontos de diferença jogando no estilo imposto pelo Suns.
Logo depois veio o jogo contra o Sacramento. O Kings pressiona na defesa, dobra o tempo inteiro e usa muito mais o ataque de meia-quadra, com infiltrações e gente (Donte Greene e Omri Casspi principalmente) cortando pra cesta. Nesse jogo o garrafão veloz de Jason Thompson e Spencer Hawes estava abusando do Shaq, que só queria pegar seu tricô e ir dormir porque já tinha acabado a novela.
O Cavs então respondeu com sua combinação de garrafão com Ilgauskas e Varejão e uma defesa avassaladora. Nos últimos minutos de jogo ninguém infiltrou no garrafão do Cavs e o jogo foi para a prorrogação, em que o Kings não marcou nenhum ponto e o Ilgauskas acertou 3 bolas de três quando a marcação dobrou no LeBron. 13 a 0 no tempo extra e mais uma vitória.
Depois veio o Lakers no jogo que o Danilo comentou com mais detalhes. Garrafão alto com Shaq e Ilgauskas ao mesmo tempo durante boa parte do segundo tempo, linhas de passe para o garrafão cortadas e muito contra-ataque para não precisar enfrentar Artest, Kobe e Bynum o tempo inteiro. Lavada histórica.
Depois veio o Houston Rockets. Enquanto o Lakers tem dois pivôs de 2,13m, o Rockets tem um pivô de 2,06m. Joga de um jeito completamente diferente e destrói o adversário nos rebotes ofensivos. O Cavs resolveu usar sua formação mais alta, deixou o Shaq mais tempo em quadra e assim bateu o Rockets na sua própria área, com um 15 a 5 nos rebotes ofensivos. Venceu por mais de 20 pontos mesmo cobrando apenas 16 lances livres contra 34 do Rockets.
Para terminar a sequência de vitórias veio uma mini-série contra o Hawks. Um jogo em Atlanta na terça e outro ontem em Cleveland, no aniversário do LeBron James. O Hawks é um adversário difícil porque é um time que tem um plano de jogo e o aplica não importa o que está acontecendo, é um time correto e frio (por isso que os chamo de “Novo Spurs” mesmo não os vendo com 4 anéis nos próximos 10 anos).
O primeiro jogo em Atlanta estava do jeito que o Hawks queria. Bom aproveitamento dos seus jogadores, todo mundo envolvido e defesa pressionada no LeBron, que acabou acertando apenas 6 de 20 arremessos na partida. O ataque do Cavs não estava funcionando nem com macumba.
Mas como o saudoso Detroit Pistons nos ensinou, se você só consegue marcar 60 pontos em um jogo, faça o outro time marcar apenas 59.
O Hawks fez uma cesta faltando 32 segundos para o fim do terceiro quarto com o Zaza Pachulia, depois disso foi marcar outro ponto apenas quando faltavam 3 minutos para o fim do QUARTO período numa cesta do Josh Smith. Sim, um time frio, calmo, correto e que tem Jamal Crawford e Joe Johnson no elenco ficou todo esse tempo sem marcar uma cesta sequer! Defesa melhor só se tivesse o Gamarra no lugar do Mo Williams. O pior é que o ataque do Cavs estava tão ruim que mesmo assim o jogo ficou disputado até o final, a vitória só foi garantida como foi naquele jogo contra o Kings, com uma bola de três do Big Z, o Channing Frye lituano.
Ontem era a revanche do Hawks. O time estava mordido e foi pra vencer. Fez um jogo impecável, com uma partidaça do Mike Bibby, que tinha fedido no dia anterior. A cada cesta do Cavs a torcida ia ao delírio, o time vibrava e o Hawks respondia com um arremesso sem graça de meia distância pra cortar a diferença. Estilão Spurs mesmo! Teve uma hora que o Cavs cortou a diferença de 10 para 1 e o ginásio veio abaixo, uma barulheira só. O técnico Mike Woodson pediu tempo, o time voltou, fez 9 pontos seguidos e o silêncio voltou.
Parecia uma vitória merecida para esse timaço do Hawks que é uma das grandes surpresas da temporada (não surpresa por ser bom, mas por estar pau a pau com o Top 3 do Leste), mas o Cavs está preparado pra tudo. Se usar garrafão alto, baixo, com arremessadores ou o time de defesa não funcionou, que seja então a técnica Fresh Prince of Bel-Air que comandou o time nos últimos anos. O quarto período foi só com a bola na mão do LeBron e o time abrindo pra ele. Deu no que deu, 48 pontos para o King James e o jogo empatado em 101 a menos de um minuto do fim.
O Hawks decidiu dobrar a marcação no LeBron se ele movesse um músculo e fez uma ótima cobertura quando ele tocou a bola. As trocas de passe e de marcação resultaram numa situação ideal para o Hawks: bola na mão do Anderson Varejão na linha dos três com o cronômetro de 24 segundos estourando. E não é que ele acertou sua primeira cesta de três em sua carreira na NBA? Pela milésima vez a torcida foi à loucura e o Hawks teve 17 segundos para tentar uma bola de 3 pontos. O Bibby arriscou mas, bem marcado, errou. O Hawks merecia a vitória, jogou melhor e perdeu.
Essa sequência de vitórias não definiu o campeonato, é óbvio, mas impressionou. Dos 6 jogos, apenas dois (Hawks e Rockets) foram em casa e nenhum foi contra um time ruim, todos contra boas equipes e, mais importante, equipes com características completamente diferentes. E sempre o Cavs teve uma resposta para cada uma delas, sempre explorando a versatilidade dos seus jogadores.
Desde um time bem baixo com o LeBron na posição 4, passando por uma formação com dois jogadores de pelo menos 2,16m no garrafão ao mesmo tempo até apelar para o talento puro do LeBron James, tudo deu certo. Com essas vitórias e as três derrotas seguidas do Celtics, o Cavs está de novo em primeiro do Leste e parece que não vai largar essa vaga tão cedo.
Abaixo duas jogadas que chamaram a atenção nesses jogos contra o Hawks. Primeiro a enterrada MONSTRUOSA do Delonte West pra cima do Josh Smith e depois a histórica bola de 3 do Varejão. É engraçado perceber como o Jamal Crawford passa reto pelo Varejão, sem preocupação alguma com ele que está com a bola, só para não deixar o Boobie Gibson livre para o arremesso.

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