>Preview 2010-11 / Cleveland Cavaliers

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Nenhum jogador do Cavs merecia ter uma foto aqui, então resolvemos
 usar melhor o espaço com nossa musa na série “As Cariocas”

Objetivo máximo: Chegar aos playoffs para começar bem o projeto de ganhar um título antes do Heat
Não seria estranho: Ficar em último lugar do Leste
Desastre: Perder LeBron James… opa, acho que já era.

Forças: Um técnico inteligente e jogadores coadjuvantes dispostos a dar umas cabeçadas
Fraquezas: Um elenco em que todos os jogadores, sem exceção, seriam reservas em qualquer outra equipe

Elenco:

…..
Técnico: Byron Scott

Sem dúvida nenhuma, Byron Scott é o melhor técnico a assumir o Cavs nos últimos 10 anos, o que é bem irônico porque também é um dos piores elencos do Cavs nos últimos 10 anos. Scott é famoso não apenas por ser um excelente motivador e fazer seus times darem o máximo, mas também por implementar a famosa “Princeton Offense”, um complexo sistema de movimentações ofensivas que costuma ser o pesadelo de qualquer defesa da NBA. O sistema basicamente coloca quatro jogadores próximos ao perímetro e não permite isolações, garantindo que todas as jogadas sejam feitas em grupos de 2 ou 3 jogadores enquanto os outros continuam a se mover ocupando os espaços vazios da quadra. Isso costuma garantir que os pivôs sejam abandonados pela defesa que tenta conter as movimentações e que sobre muito espaço próximo à linha de fundo, nas costas da defesa, onde jogadores podem cortar despercebidos em direção à cesta. No vídeo abaixo dá pra acompanhar o técnico Eddie Jordan ensinando o básico do básico da “Princeton Offense”:

Se você é um daqueles que viu o vídeo e ficou com a mesma cara do coitado do estagiário que não fazia ideia de pra onde se mover no vídeo acima, dá pra entender logo de cara os problemas que o Byron Scott enfrenta ao adotar a “Princeton Offense”. Além de demorar para que uma equipe se acostume a fazer a série de movimentações com naturalidade, também é preciso ter um punhado de jogadores inteligentes e dispostos a se mover o tempo inteiro para que o ataque funcione com um mínimo de eficácia. Quando Byron Scott assumiu o Nets em 2000, o time foi um fracasso, ninguém entendia bulhufas do que estava acontecendo. Mas na temporada seguinte, um time mais acostumado com a “Princeton Offense” se livrou do Marbury em troca do gênio-da-física-quântica Jason Kidd, e aí eles foram simplesmente os campeões do Leste. Quase a mesma coisa aconteceu quando o Scott assumiu o Hornets em 2005, com duas temporadas fracassadas seguidas por um segundo lugar no Oeste na temporada regular e uma derrota na semi-final apenas no Jogo 7 com o então campeão San Antonio Spurs. Mesmo com um elenco muito, muito, muito limitado, a “Princeton Offense” e a motivação sensacional de Byron Scott permitiram que a armação de Chris Paul brilhasse e todos pudessem render em quadra mesmo sem muito talento.

Depois de flertar com o convite de alguns times, Byron Scott resolveu topar ser treinador do Cavs porque pela primeira vez pegaria um elenco já formado. A “Princeton Offense” permitiria que LeBron sempre tivesse opções de passe ao invés de ter que jogar sozinho enquanto o resto do time tomava chá e assistia. Mas LeBron foi brincar com seus amiguinhos em Miami e, de novo, Scott tem uma bomba nas mãos, um elenco fraco que vai levar um tempo para entender o esquema ofensivo e aí, quem sabe, chegar longe nos playoffs como o Nets e o Hornets fizeram em suas mãos. Mas pra quem esperava LeBron, acho que ter esse elenco não é lá muito animador, como dá pra ver no vídeo abaixo durante um jogo de Summer League do Cavs:

Por anos e anos o Cavs adicionou peças aleatórias ao elenco apenas para provar ao LeBron que estavam fazendo o possível para melhorar o time. Várias aquisições foram polêmicas, e mesmo as que não foram – como a troca por Antawn Jamison, numa última e desesperada tentativa de manter LeBron em Cleveland – acabaram se mostrando impensadas, feitas às pressas, e nunca se encaixaram dentro de um time que não tinha muita identidade além de defender e passar para o LeBron. Sem sua grande estrela, o Cavs se viu repentinamente com um elenco que não faz um puto de um sentido, punição divina (nórdica) por falta de planejamento.

Mo Williams foi a aquisição mais criticada por mim, contratado pelo Cavs para dividir com LeBron o fardo de ter que pontuar. Ele é um armador fominha que levou seus parceiros de Bucks à loucura por tentar decidir todos os jogos sozinho e não obedecer nem à tática ofensiva nem à defensiva. O pior é que ele deu muito certo no Cavs porque não tinha que carregar a bola, já que LeBron cumpria essa função, e podia se focar em arremessar como um maluco sempre que LeBron estivesse no banco ou o resto do time, que basicamente só tem defensores e jogadores “carregadores de piano”, não quisesse ver a cor da bola. Agora, Mo Williams é o mais próximo de uma estrela que restou nesse Cavs, e vai caber a ele o papel de armar as jogadas. Seu cérebro de azeitona vai demorar para sacar a “Princeton Offense” e forçar arremessos é todo o necessário para destruir completamente com as movimentações ofensivas do ténico Byron Scott. A não ser que o tempo com LeBron tenha tornado o Mo Williams um jogador focado e maduro, prevejo um desastre similar à candidatura da Gretchen no Rio de Janeiro.

Por outro lado, a “Princeton Offense” deve fazer Antawn Jamison voltar aos seus tempos áureos. Foi com ela que Jamison fez estrago no Wizards, podendo jogar mais longe da cesta e se aproveitando dos espaços no fundo da quadra para as infiltrações. Seu tempo até agora no Cavs foi vergonhoso, com defesa fajuta e problemas de confiança que ferraram até mesmo com seus lances livres, mas agora o time não tem mais nenhuma pretensão, o plano não é mais passar a bola para o LeBron, e pelo que parece ele vai até começar os jogos no banco, enfrentando os reservas adversários. JJ Hickson também está se aproveitando da “Princeton Offense” e já está pronto para comandar ofensivamente o garrafão do Cavs, sendo provavelmente a primeira opção do time no ataque, o pilar para a movimentação constante. Varejão também deve melhorar muito ofensivamente porque é inteligente pra burro e vai estar nos lugares certos nas horas certas, se aproveitando dos espaços vazios criados, mas o problema é que a habilidade nem sempre segue o cérebro, então não dá pra esperar que ele comece a pontuar como um doido. Deve ser uma melhora moderada.

Jamison, Varejão e JJ Hickson são, juntamente com o tão-cru-quanto-sushi pivô Ryan Hollins e o eternamente lesionado Leon Powe, os únicos jogadores de garrafão relevantes do elenco. Ou seja, não tem nenhum pivô de verdade, todo mundo vai ter que jogar no improviso embaixo da cesta. É um time baixo e rápido sem muitos arremessadores de três nem jogo debaixo do aro, então vai demorar para que a defesa forte e o jogo de contra-ataque consigam se encaixar com a movimentação lenta e metódica da “Princeton Offense”. Talvez a melhor chance de que isso dê certo seja Ramon Sessions, que é um armador inteligente que ainda não teve chances de mostrar que pode ser titular, mas sua falta de arremesso limita muito um time que sofre pela falta de finalizadores. Pelas próximas temporadas, devem feder muito até que alguns desses jogadores floresçam na movimentação ofensiva de Byron Scott, se empolguem com seus discursos motivacionais que devem bater bastante na tecla do “vamos provar que podemos vencer sem LeBron”, mas uma hora pode dar certo o bastante para formar um time sólido e com identidade que aguardará com calma o próximo grande novato chegar à equipe. Mas dessa vez o novato já chegará num elenco que sabe seu papel e com um técnico fodão, ao invés de ter que começar tudo de novo ao seu redor.

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