>Preview 2010-11 / Detroit Pistons

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– Como é que tá aí, Villanueva?
– Tá ruim!



Objetivo máximo: Disputar até o final a oitava vaga para os playoffs
Não seria estranho: Ficar entre os piores do Leste
Desastre: Não trocar nenhum jogador e achar que vai acontecer algum milagre

Forças: Jogadores experientes que sabem o que é preciso para ser campeão da NBA
Fraquezas: Não ter nada do que é preciso para ser campeão da NBA


Elenco:

















…..
Técnico: John Kuester


Quando Michael Curry assumiu o Pistons que precisava de alguma mudança para injetar ânimo nos jogadores e tentar vencer outro anel de campeão, Billups foi trocado para o Nuggets e tudo desandou. Não foi culpa no Curry, coitado, ele era um sujeito bacana que todos os jogadores respeitavam muito, mas tacaram o cara numa situação terrível: se ele colocava o Iverson em quadra, o resto do elenco ficava frustrado e quase boicotava o jogo, e se ele colocava o Iverson no banco então não estava utilizando a esperança de mudança no time e aí a troca do Billups seria em vão. No fundo o Curry não fez nem uma coisa nem outra, foi pro olho da rua, o Iverson deu o fora e o John Kuester assumiu uma equipe oficialmente em processo relâmpago de reconstrução. 


A experiência do Kuester antes do Pistons foi treinando times universitários e 19 anos como assistente técnico ao redor da NBA. Já havia passado pelo Pistons campeão em 2004 com o Larry Brown, como coordenador ofensivo, e também foi o responsável pelo ataque do Cavs de 2009, que era uma merda mas não era tão ruim quanto antes, pelo menos existiam algumas jogadas planejadas nas saídas de bola e o ataque funcionou assustadoramente bem quando LeBron perdeu um par de jogos lesionado. A melhora pequena no ataque do Cavs deu ao time o posto de melhor da NBA na temporada regular e ao técnico Mike Brown, que é um dos piores técnicos que eu já vi na vida, o prêmio de Técnico do Ano (tipo o Doc Rivers, que também fede e ganhou o prêmio graças ao então assistente Tom Thibodeau, atual técnico do Bulls).


O John Kuester volta ao Pistons com um sentimento de nostalgia, aquela saudade do time campeão de 2004, com a esperança de que ele, conhecendo alguns dos jogadores, possa unir um elenco ao redor deles, arrumar o ataque e retomar a defesa da época do Larry Brown que, supostamente, Kuester conhecia tão bem. A situação é terrível para o Kuester porque o elenco é muito diferente agora. Na temporada passada ele teve problemas de relacionamento com o Charlie Villanueva (que ele diz já estarem resolvidos e é todo elogios ao garoto-Espiridão Amim), não conseguiu criar uma rotação na equipe, e sofreu terrivelmente com contusões em todo o elenco. O que se espera do Kuester é que ele possa trabalhar pela primeira vez com esse elenco completo, e é esse justamente o meu medo: assim que não houver a desculpa das lesões, o John Kuester vai rapidamente acabar indo para o olho da rua.



O Pistons ainda não decidiu se está em reconstrução ou não. Quando trocou Billups, achava que apenas uma mudança simples poderia levar o time mais longe. Como o Iverson não funcionou, o dinheiro que ele liberou ao ir embora deu início ao que Joe Dumars descreveu como “uma rápida reconstrução”: contratou dois jogadores (Ben Gordon e Charlie Villanueva), assinou uns novatos, e esperava que em um ou dois anos o time voltasse ao topo. Mas o que vemos é um elenco de veteranos ex-campeões que não estão mais em seus auges e nem interessados nesse time decadente, como Richard Hamilton, Ben Wallace e Tayshaun Prince, e uma série de contratações estabanadas como Villanueva e Chris Wilcox que nada acrescentaram à equipe. Em meio a esses jogadores velhinhos e cansados, há um núcleo jovem bastante interessante formando por Rodney Stuckey, Will Bynum, Austin Daye, Jonas Jerebko e Greg Monroe, mas seus minutos são limitados pela presença dos jogadores mais velhos. Seriam os novos jogadores apenas reservas para um time com chances de título, ou seriam eles o futuro da franquia que precisa, então, se livrar da velharia para dar minutos à molecada? Essa dúvida eternamente evitada por esse Pistons ficou ainda mais clara com a contratação de Tracy McGrady, como comentei no post a respeito:


(…) Não faz sentido o Pistons – que é um time que deveria estar em reconstrução mas não está – achar que tem algo a ganhar com o McGrady em quadra. Provavelmente ele tem mais habilidade na armação do que jogadores mais pontuadores como Rodney Stuckey e Will Bynum, mas colocar um armador veterano num elenco que já tem armadores e veteranos demais não tem qualquer propósito. Se é para tirar minutos da pirralhada, algum engravatado do Pistons deve realmente acreditar que falta apenas o T-Mac para que eles tenham chances de playoff, o que é ridículo. Ou é ilusão de grandeza ou então é simples desespero, necessidade de vender camisetas, ingressos, aparecer na TV se aproveitando da antiga popularidade do McGrady. Mas sua popularidade foi pelo ralo junto com a fama do Iverson nessa NBA subitamente apaixonada pelo jogo coletivo e pela estrela capaz de fazer de tudo, não apenas pontuar. Não vale mais nada ganhar sozinho. E é assim que toda a mentalidade da liga fecha as portas para Iverson e abre as portas devagarinho para LeBron, Wade e Bosh. Aos poucos eles param de receber ovos na cabeça enquanto assistem ao Iverson e ao T-Mac virarem peças de museu.”




O T-Mac é uma peça de museu, infelizmente, e está naquele momento de sua carreira em que deveria jogar para times que estão atrás de um título e precisam apenas de um jogador na reserva para fortalecer o elenco. É o caso de Shaq no Celtics e, recentemente, de Stackhouse no Heat. São jogadores que não vão evoluir, não podem render em alto nível, mas ajudam bastante qualquer time prestes a ser campeão e que precise apenas de um pouquinho mais. Colocar qualquer um deles num time que está nas últimas posições do Leste é loucura, porque rouba minutos da pirralhada e não gera nada com isso. Tracy McGrady já está machucado de novo, deve passar mais um mês fora das quadras, mas quando voltar vai roubar minutos de Stuckey, Bynum e de DaJuan Summers, que deveriam ser o pilar de um time em reconstrução. E quem me disser que o Pistons não está em reconstrução pirou, ou alguém acha que esse time consegue se classificar para os playoffs e vencer séries por lá? 


Estou particularmente curioso para ver como Greg Monroe vai se sair na NBA, gosto do rapaz e acho ele um excelente passador, num ataque veloz com Stuckey pode fazer um belo de um estrago, mas nenhum deles está pronto para vencer agora e o Pistons precisa parar de insistir imediatamente na ideia de ir para os playoffs. Jonas Jerebko rompeu um tendão e deverá ficar fora por toda a temporada, é hora de dar minutos para a pirralhada e conseguir uma boa escolha de draft no ano que vem. Se continuarem insistindo, infelizmente vai sobrar para o técnico John Kuester, que vai ser criticado por não ter tornado esse elenco aleatório num time vencedor. Sinal de que os engravatados do Pistons estão com medo de olhar para os reais culpados.

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