>Preview – 2010-11 / Indiana Pacers

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Darren Collison mudou de time e Danny Granger parece um bubblehead

Objetivo máximo: Não ser mais uma piada na NBA
Não seria estranho: Continuar sendo uma piada
Desastre: Não conseguir achar um Nets para ser pior que eles

Forças: Danny Granger e jogadores jovens que parecem que vão dar em alguma coisa
Fraquezas: Poucos talentos individuais na defesa, time inexperiente, pouca confiança e, até o ano passado, falta de um armador

Elenco: Se deus existisse ele deixaria eu colar as planilhas como nos primeiros previews. Mas pelo jeito estamos sozinhos nesse mundo e vocês terão que clicar aqui pra descobrir os 15 da rotação Paceriana.

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Técnico: Jim O’Brien
Há algumas temporadas a gente fez a chamada “Semana dos Técnicos”, quando falamos de todos os treinadores de todos os times daquele ano. Sempre que vamos falar de um técnico repetido dou uma olhada lá para lembrar de alguns dados. Mas lendo o texto que o Danilo fez sobre o Jim O’Brien decidi simplesmente colá-lo aqui, ficou muito bom:

“Lembrar de Jim O’Brien é lembrar daqueles bons tempos em que o Celtics desafiava as leis da lógica e do bom senso e vencia jogos, mas sem ter um elenco que parece um All-Star Game e ganha anéis mesmo com o babaca do Doc Rivers. Naquela época, o Celtics era formado por Paul Pierce e Antoine Walker, quebrava todos os recordes em bolas de 3 pontos arremessadas e era muito divertido de assistir. Me sinto velho lembrando de um Antoine Walker retardado porém sensacional, que levava seu time às vitórias. Naquela época a gente podia atravessar a rua sem olhar para os lados e continuar se perguntando quando é que o Papa João Paulo II ia finalmente morrer.


Jim O’Brien era responsável por um ataque veloz, de contra-ataques, baseado no jogo de perímetro, arremessando muito de fora do garrafão. Seu assistente técnico, Dick Harter, era uma das maiores mentes defensivas do mundo desde os bons tempos do goleiro Zetti, do São Paulo. Juntos, levaram o elenco limitado do Celtics até a final do Leste em 2002, mas foi aí que o maluco do Danny Ainge começou a lascar com tudo. Trocou o Walker sem motivo nenhum, passou a obrigar a utilização de novatos sem talento e afundou o time de vez com trocas absurdas que sonhavam apenas com o futuro. Jim O’Brien, então, falou que estava saindo para comprar cigarros e nunca mais voltou.


Foi para o Sixers e levou o time para os playoffs imediatamente, com um ataque que deixou Iverson feliz da vida. Mas como a diretoria do time queria contratar Mo Cheeks (vá entender o porquê), mandou o pobre Jim embora. Passou um tempo como comentarista e então assumiu o Pacers na temporada passada, o pior Pacers para se ter nas mãos nos últimos tempos. Além de Jermaine O’Neal contundido, o time de Indiana é uma tentativa do dirigente Larry Bird de construir um colégio católico para moços politicamente corretos. Todo mundo que arruma encrenca ou tem uma vida fora das quadras conturbada foi, aos poucos, sendo trocado ou afastado. O resultado final é um time que perdeu talentos como Stephen Jackson e Ron Artest e tenta vencer com o branquelo do Troy Murphy, que já tem no nome a certeza de que tudo vai dar errado. Jamaal Tinsley, um jogador que tinha tudo para se dar bem no esquema ofensivo do técnico O’Brien, foi cada vez mais punido por sua conduta e pelas contusões, até chegar ao ponto atual: ele não tem sequer um armário no vestiário, mesmo ainda não tendo sido trocado ou mandado embora. Estão apenas fechando os olhos e fazendo pensamento positivo para que ele desapareça, no melhor esquema “O Segredo”.

A dupla Jim O’Brien e seu assistente defensivo Dick Harter têm uma árdua tarefa nas mãos. O elenco do Pacers está em total reconstrução, tendo se livrado inclusive do Jermaine O’Neal, e agora só tem uma pivetada para cheirar a talco e participar da brincadeira. Mas Jim O’Brien é um ótimo professor de novatos e ensina um ataque espontâneo e livre em quadra. Com ele, o eterno fracasso Mike Dunleavy e a futura estrela Danny Granger (também conhecido no mundo do tracadilho como Granny Danger) tiveram o melhor ano de suas carreiras. O Pacers acabou muito bem a temporada, chegou a tentar pegar a oitava vaga no Leste apesar das contusões e da bagunça que estava acontecendo no time, e era um dos times mais divertidos de se assistir jogar. Eu gosto do O’Brien e coloco uma fé em seu ataque veloz e talento com a pirralhada.”

Pois é, a reconstrução do Pacers não foi nada boa e Jim O’Brien não teve grande sucesso com o time. Ele até conseguiu impor seu ritmo veloz, as bolas de três (duas características que fizeram florescer o jogo do Danny Granger), mas sempre faltaram muitas peças para fechar o time. Um armador, principalmente. E nem o assistente Dick Harter, que se aposentou ao fim da temporada passada, conseguiu arrumar a defesa. Tá bom que ter a 14ª melhor defesa da liga com o elenco que tinham no ano passado foi uma vitória homérica, mas não o bastante para alguém ter percebido isso.

É uma pena que Harter tenha parado, porque é possível que esse seja o primeiro ano que o Pacers tenha peças o bastante para montar um time decente desde que Jim O’Brien assumiu. Uma curiosidade de Harter é que ele já havia trabalhado no Pacers antes, em 2000, quando o time foi até a final da NBA contra o Lakers. Naquela época o Larry Bird era o técnico do time e creditou à defesa montada por Harter o fato do time ter ido tão longe.

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Se nesse ano eles não tem mais Harter, têm como assistentes dois jogadores dos bons tempos de O’Brien no Celtics: Vitaly Potapenko e Walter McCarty. Mas mais importante do que isso, agora eles tem um armador e um pivô. Para um time de basquete ter jogadores bons nessas duas posições, se não for como oxigênio e água, é pelo menos tão importante quanto sexo e chocolate na vida de um ser humano.

Perder os rebotes e as bolas de três do Troy Murphy não foi legal, mas receber em troca o Darren Collison, um dos melhores novatos do ano passado, o cara que conseguiu números de Chris Paul jogando no lugar do próprio CP3, foi um achado. Ele é veloz, tem visão de jogo e deve se adaptar ao esquema do Jim O’Brien em segundos. Só por não ser um retardado que não passa a bola e acha que chuta de três como o TJ Ford já seria uma melhora, mas eles foram além. O pivete tem potencial pra ir muito longe e vai ter todo o espaço e mordomias do mundo para melhorar o seu jogo em Indiana.

No pivô eles tem o promissor Roy Hibbert, que melhorando de pouquinho em pouquinho a cada ano finalmente se tornou um jogador bom. Como foi citado outro dia no nosso formspring, é um dos pivôs que mais dá trabalho para o Dwight Howard em toda NBA. Não prevejo nenhum All-Star Game num futuro próximo, mas ele tem bons movimentos de ataque, dá conta do recado na defesa e não se machuca o tempo inteiro, pra eles tá ótimo! Se você pedir pra qualquer torcedor que acompanha a NBA há pouco tempo para listar os 30 times da liga, ele vai falar o Pacers por último, certeza. Eles não chamam a atenção por absolutamente nada desde que Ron Artest e Stephen Jackson deram o fora.

A espinha dorsal do time está montada com Darren Collison na armação, Hibbert como pivô e Danny Granger na posição três. Falta o miolo das posições 2 e 4. A briga vai ser dura entre muitos jogadores medianos.

Para ser o parceiro de Collison pode-se optar por Danthay Jones, Brandon Rush ou Lance Stephenson. O primeiro, surpreendentemente, fez uma temporada muito boa no ano passado, juntando sua boa defesa com alguns bons jogos no ataque. É o mais cotado para começar o ano como titular, mas tem “RESERVA” tatuado na testa e em todo seu DNA. Brandon Rush é um daqueles caras que ganham vaga na NBA por terem sido bons arremessadores na faculdade mas que demoram para provar o rótulo. Não fez nada de espetacular no seu primeiro ano. E por fim temos Lance Stephenson, talvez o jogador mais talentoso (competindo com Devin Ebanks) do segundo round do draft desse ano, mas um que faz Larry Bird ter arrepios na presidência do time. Ele é bom, jogou bem nas ligas de verão e tudo, mas também empurrou a namorada escada abaixo e está tomando processo na cabeça. É um clássico garoto-problema que joga muito basquete. Chegou a ser proibido de entrar no time logo depois da confusão com a namorada, mas está jogando normalmente a pré-temporada, sempre vindo do banco e jogando poucos minutos.

Com três opções nada convincentes a escolha da pré-temporada tem sido… nenhum dos três. Tá, Rush foi o titular em um jogo, mas no resto o mesmo técnico que passou mais de um ano usando Mike Dunleavy como um ala de força, agora o usa como segundo armador. Não sei se vai dar certo. Era legal quando ele usava sua velocidade contra os alas de força mais pesados, mas Dunleavy não tem o estilo de jogo para usar sua altura contra os armadores baixinhos. Acredito que esse experimento não vá longe.

É mais provável que Dunleavy apareça na briga para ser o ala de força, que tem como concorrentes fortes Tyler Hansbrough e Josh McRoberts. O primeiro foi um dos melhores jogadores universitários dos últimos anos, mas na sua temporada passada, a de novato, jogou poucos jogos porque ele tinha uma contusão que ninguém sabia o que era. Sério! Como contei na temporada passada:

“Mas o destaque na área médica vai para o Tyler Hasnbrough. Ele só jogou 29 jogos na temporada, sua última partida foi em 16 de janeiro e desde então ninguém sabe o que ele tem. Alguns médicos dizem que é uma infecção no ouvido, mas ninguém tem certeza, o cara não pode ser curado porque não sabem o que tratar. Rumores dizem que o Dr. Foreman acha que é câncer, o Taub acha que é uma doença auto-imune, o House acha que o Hansbrough está mentindo e todo mundo sabe que não é Lúpus.”

Por passar tanto tempo longe das quadras o Psycho-T, segundo Jim O’Brien, está atrás de McRoberts na briga, mas ainda dá tempo de alcançar. O atual titular é bem limitado e só chama a atenção porque, apesar de ser um branquelo, dá umas enterradas alucinantes (veja o vídeo abaixo)! É um jogador bacana de ter no banco, mas ver ele no time titular é assumir que é um time limitadíssimo.

Na posição de palpiteiro que não assiste aos treinos eu posso dizer que eu usaria o Tyler Hansbrough como titular. Ele é ágil e rápido o bastante para se adaptar ao estilo do time e, apesar de meio baixo pra posição, sabe atuar de ala de força. Dentro das suas limitações é a melhor opção do elenco, além de precisar, depois do trágico ano passado, de minutos de jogo para se sentir mais à vontade entre os profissionais e jogar em um nível parecido com o que fazia em North Carolina. Se tem uma vantagem em estar em um time esquecido é poder se dar ao luxo de deixar o cara feder por uns jogos sem que ninguém repare e fique apontando o dedo.

Também não deixaria de fora a possibilidade deles voltarem a improvisar um jogador da posição três como ala de força. Não só Mike Dunleavy como o novato Paul George e o recém-adquirido James Posey são boas opções. Posey em especial já teve boas experiências marcando jogadores mais altos e tem bom arremesso de três, ideal para o esquema aberto e veloz de Jim O’Brien.

Para a posição de segundo armador acho que o negócio é botar o Danthay Jones de titular mesmo,  alguém precisa defender nesse time. Mas ficaria de olho no Lance Stephenson, há algumas semanas ele foi duramente criticado pelo O’Brien pela sua defesa, mas foi na defesa sem a bola. Ele, pelo jeito, marca muito bem no 1-contra-1 mas no coletivo ainda se posiciona mal e falha nas coberturas. Nada que não dê pra aprender. É o bastante para deixá-lo ainda no banco, mas ficando de olho no garoto.

Vai ser difícil para o Pacers sair do ostracismo ainda nesse ano, mas é o elenco mais promissor e talentoso que eles tem desde que desapareceram dos playoffs em 2006. Na briga dos piores times do ano passado eu até me arrisco a dizer que o trio Collison-Granger-Hibbert é mais promissor que Harris-Favors-Lopez do Nets ou Flynn-W.Johnson-Love do Wolves. Mas vai saber, o Carmelo Anthony nem deve saber que o Pacers existe pra cogitar ir pra lá no ano que vem.

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