>Preview 2010-11 / Los Angeles Lakers

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Adeus número 37. Artest agora usará o número 15, o primeiro que usou na NBA

Objetivo máximo: Terceiro título seguido
Não seria estranho: Perder na final do Oeste
Desastre: Cair antes da final de conferência

Forças: Time experiente, talentos em todas as posições, um dos melhores técnicos da história e Kobe Bryant
Fraquezas: Às vezes é um time relaxado e dependendo da formação que usa tem dificuldades nas bolas de três.

Elenco:

Los Angeles Lakers
Titulares
Reservas
Resto
PG
Derek Fisher
Steve Blake
Shannon Brown
SG
Kobe Bryant
Sasha Vujacic
Devin Ebanks*
SF
Ron Artest
Matt Barnes
Luke Walton
PF
Pau Gasol
Lamar Odom
Derrick Caracter*
C
Andrew Bynum
Theo Ratliff


Técnico: Phil Jackson

Quando o cara tem mais anéis de campeão do que dedos na mão (e não é o Lula), o negócio é sério, ele é bom mesmo. Os malas sempre vão falar que ele teve sorte por sempre ter à mão elencos ótimos, sendo campeão com Jordan, Pippen, Shaq, Kobe e Gasol. Bom, Jordan não foi campeão nos anos que passou sem Phil Jackson no Bulls. Shaq ganhou 3 títulos em 5 anos com Jackson e só um nos outros 13 anos de carreira, e a única vez que Kobe não foi para os playoffs foi no ano que o técnico tirou de férias. Phil Jackson é como o arremesso feio do Leandrinho, você acha que é sorte na primeira vez que acerta, na segunda também, mas na décima primeira você se convence que ele sabe o que está fazendo.

Phil Jackson, junto com Greg Popovich, são os treinadores que melhor sabem combinar tudo o que um treinador precisa ter para ser bem-sucedido. Ambos tem um sistema tático definido há muito tempo e sabem ensinar isso para os novos jogadores, os dois são bons em motivar e tirar o melhor do elenco que tem e também sabem fazer os pequenos ajustes dentro de um jogo quando as coisas não andam bem. Não dá pra pedir mais nada de um técnico.

A tática de Phil Jackson é o internacionalmente conhecido sistema de triângulos. A criação não é de Phil Jackson, ele aprendeu com seu assistente Tex Winter, que por sua vez aprendeu o sistema com seu antigo técnico Sam Barry. Mas foi com Jackson que ela foi consagrada, sendo usada em todos os 11 títulos vencidos pelo treinador.

O sistema é bem simples no fim das contas, é uma movimentação ofensiva em que os jogadores se adaptam ao que a defesa oferece, respondendo com os passes rápidos e cortes para os espaços vazios, sempre se movimentando em busca da formação de um triângulo que tenha um jogador no pivô e duas opções de passe para ele. Do outro lado da quadra os dois jogadores que sobram fazem o chamado “jogo de dupla”. Essa movimentação tem como objetivo abrir espaços na defesa adversária e o ataque responde sempre da maneira mais eficaz de acordo com o que lhe é oferecido. Por isso que sempre dizemos que jogador burro não funciona nesse sistema, precisa entender de basquete. Quem quiser mais detalhes do sistema de triângulos pode ver esse site que usa umas animações em flash.

Já na parte da motivação o Phil Jackson é gênio. Não é amigão e incentivador como Doc Rivers, mas mais um provocador. Sabe quando elogiar e quando criticar um jogador publicamente, sabe quando dar tapinha nas costas e quando dar um esporro. Ele também ficou famoso por distribuir livros para seus jogadores. Anualmente, geralmente antes de uma longa viagem para jogos fora de casa, ele compra livros e dá de presente para os jogadores. É um jeito sutil e inteligente de conhecer melhor os jogadores, passar uma mensagem para eles que não seja através de um discurso e também para se aproximar deles, afinal, é um presente.

No ano passado ele comprou “Montana 1948”, sobre uma família de classe média abalada por um escândalo nos anos 40 para Kobe Bryant, “2666”, um livro de quase 1.000 páginas sobre assassinatos não resolvidos no México para Pau Gasol e “Sacred Hoops”, um livro escrito pelo próprio Phil Jackson sobre o que ele acredita e prega dentro do basquete para Ron Artest.

O próprio Phil Jackson diz ter sido muito influenciado na sua vida por um livro, que, aliás, foi o que lhe rendeu o apelido de “Zen Master”. O livro tem o hilário título “Zen and the art of Motorcycle Maintenence” ou “Zen e a arte da manutenção de motocicletas”. Logo no começo do livro o autor explica que o título é uma brincadeira com o livro “Zen in the art of Archery” (Zen na arte do tiro com arco) e que na verdade não tem nem a ver com o Zen Budismo e nem com manutenção de motos. Na verdade conta a história do autor e da viagem que fez de moto de Minnesota até a California com o seu filho e as conversas entre os dois sobre, segundo a Wikipedia, epistemologia, filosofia da ciência e emotivismo ético, seja lá o que isso queira dizer.

O técnico também tem ficado conhecido nos últimos anos por seus problemas de saúde. Ele tem uma cadeira especial que leva a cada jogo fora de casa para suas dores nas costas e não assina mais contratos longos. Ao fim de cada temporada diz que precisa consultar seus médicos antes de se comprometer com um novo contrato. Por isso e por ser um chato com a imprensa já disse umas mil vezes que “essa é minha última temporada como técnico”. Se vencer mais um título nesse ano irá conseguir o seu quarto “three-peat”, o tri-campeonato consecutivo, sendo o primeiro e provavelmente o único em muito tempo a ter alcançado esse feito.

….
O Lakers não começou bem sua pré-temporada, perdendo para o Wolves e ontem para o Barcelona. Contra o Barça eles até tentaram ganhar no final, colocando os titulares em quadra, mas não foi o bastante e o JC Navarro é bom demais. Gasol não voltou bem do banco depois de muito tempo sentado e Kobe, ainda se recuperando de uma cirurgia no joelho, jogou mal e foi muito bem marcado por Pete Mickael. Achei legal um jogo entre o campeão da NBA e o da Euroliga, mas o jogo significou muito pouco e não foi disputado em alto nível por nenhuma das duas equipes.

O que podemos esperar do Lakers nessa temporada é mais do que vimos nos últimos dois anos, em especial na última temporada: Um time com algumas dificuldades nas bolas de três, com eventuais apagões mas que, sem ser perfeita, é a melhor equipe da NBA. Além disso tem um garrafão que, nesse ano, só pode ser superado pelo do Boston Celtics. Sempre ganhando nos rebotes, em especial nos ofensivos e com um ataque que flui bem, o Lakers é novamente o favorito.

O que será mais interessante de acompanhar na temporada regular são as novas contratações e os novatos. O Lakers contratou bem demais para um time que acabou de ser campeão. Já declarei nesse post o meu amor ao Steve Blake e acho que ele vai se adaptar muito bem ao Lakers. Não há necessidade de colocá-lo de titular já que o Derek Fisher ainda sabe jogar e é um líder, mas até para poupar o vovô para os playoffs (quando ele melhor joga, sempre) é importante ter Blake adaptado e jogando muitos minutos. O armador chegou nos ginásios do time algumas semanas antes dos demais para receber treinamento especial sobre o sistema ofensivo e quando o training camp começou de fato todos rasgaram elogios ao Blake, dizendo que ele aprendeu muito rápido e já está adaptado ao estilo de jogo antes mesmo da temporada começar.
Quando Kobe estava elogiando Steve Blake ele também fez menção ao Matt Barnes, dizendo que era um jogador esperto e que estava treinando bem também. A posição de Barnes é mais fácil de aprender que a do Blake e, pra falar a verdade, ele nem precisaria ser um gênio tático para se adaptar. Barnes foi contratado para defender e acertar bolas de três, se fizer isso está ótimo. Nessa semana foi divulgado pela NBA o “GM Survey“, uma pesquisa anual feita entre os General Managers de cada equipe, e nela Kobe e Artest foram eleitos os melhores defensores de perímetro da liga. Barnes, portanto, nem era tão necessário, mas deixa o time ainda mais forte, com mais opções e oferece as bolas de três.
Como se não fosse o bastante, o Lakers ainda tem um promissor defensor no novato Devin Ebanks, que, já aviso, posso eventualmente chamar de Trevor Ariza. Eles tem as mesmas características de jogo, o mesmo tamanho, o mesmo físico, o mesmo arremesso feio. É um clone! Bom ir treinando o garoto para quando o Artest se aposentar. Nessa semana Ron Ron afirmou que esse atual contrato é o seu último na NBA. Quando ele acabar irá tentar uma carreira no futebol americano e depois no boxe. Na mesma entrevista disse que “O único jeito de parar Kevin Durant é sendo Ron Artest. Se você não for Artest, não tem chance”.
No garrafão o Lakers conseguiu um senhor de idade e um pirralho gordo, mas, apesar do que parece, é uma coisa boa. O senhor é Theo Ratliff, que já teve seus bons tempos na liga há muito tempo, uns 10 anos atrás, quando tinha média de 4 tocos por jogo, mas ainda pode fazer um ou outro estrago defensivo jogando 5, 10 minutos por jogo. É uma versão menos desastrada e com menos força nominal do DJ Mbenga, digamos. O pirralho é Derrick Caracter, novato que se mostrou um ótimo reboteiro nas summer leagues, mas recebeu a exigência de perder peso para ganhar um contrato. Ele pode ser um Josh Powell que pode jogar de pivô, nada mal, vamos ver no que dá.
Essa ajuda, mesmo que discreta, é bem vinda porque Andrew Bynum está sempre machucado. Ele demorou para fazer sua cirurgia ao fim da temporada porque queria ter tempo de viajar para a África do Sul para assistir a Copa do Mundo. Nem ele e nem o Lakers imaginavam que no fim das contas a reabilitação demoraria tanto e ele correria o risco de voltar só no final de novembro ou no meio de dezembro. Mas apesar disso Phil Jackson não ficou bravo, disse que a viagem para ver a Copa era importante para o Bynum se recuperar de uma temporada estressante e que não se incomoda de ficar sem o pivô no começo da temporada, que o que importa é o que acontece em maio e junho. Ele tem razão, o Lakers sempre soube se virar sem Bynum na temporada regular, ele é importante contra outros garrafões fortes na pós-temporada. Pensando nisso até estão considerando usar o Bynum apenas por cerca de 24 minutos por jogo na temporada regular, como o Rockets pretende fazer com o Yao Ming.
Times campeões costumam relaxar, bi-campeões mais ainda, mas acho que o jogo 7 da final contra o Boston mostrou como é bom sempre decidir em casa. Espero um Lakers competitivo e interessado na maioria dos jogos da temporada regular.

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