>Preview 2010-11 / Minnesota Timberwolves

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– SIM, EU ADORO JOGAR BASQUETE!!!
Objetivo máximo: Chegar perto dos playoffs, surpreender alguns times grandes
Não seria estranho: Ficar em último no Oeste
Desastre: Draftar o Ricky Rubio mas ele não querer ir jogar lá. Espera… já foi.
Forças: Um elenco muito novo e eficiente na transição
Fraquezas: Falta de identidade, ninguém faz ideia do que está acontecendo, o elenco não faz sentido e quase todo mundo fede
Elenco:

…..
Técnico: Kurt Rambis

Quando assumiu o Wolves, Rambis sabia que era um projeto a longo prazo. Passaria ao menos 4 anos à frente da equipe, cuidando do desenvolvimento dos pirralhos e colocando em prática o complexo sistema de triângulos tão famoso graças ao sucesso do Lakers de Phil Jackson. A ideia era não se importar com vitórias, focar apenas no amadurecimento de cada jogador em particular e fazê-los jogar como um time. Mas Kurt Rambis teve muitas dificuldades em colocar em prática os triângulos. Al Jefferson e Kevin Love não conseguiram executar as movimentações juntos, batiam cabeça, ocupavam os mesmos espaços, e Kurt Rambis foi obrigado a colocar Love no banco, limitando um pouco os seus minutos – justamente o contrário do que foi proposto quando contrataram o técnico, que era dar minutos à pirralhada. Após 60 jogos com o novo técnico, Kevin Love não teve medo de colocar a culpa do péssimo desempenho do Wolves nas costas do treinador, já que a temporada estava acabando e não tinha um único jogador sequer que tivesse conseguido compreender o tal do esquema dos triângulos. Uma coisa é conhecer a fundo a tática, como é o caso de Kurt Rambis, e outra completamente diferente é saber explicar isso de um modo compreensível. Phil Jackson tem anos e anos de experiência e mostrou-se um excelente professor, enquanto Rambis está lidando apenas agora com o fardo de um elenco inteiro de crianças cheirando a talco, com inteligências limitadas, tentando aprender um dos esquemas táticos que mais dependem do entendimento e da reação dos jogadores.

Ainda no final de sua temporada de estreia, o Wolves já abandonava lentamente os triângulos em nome de um jogo mais veloz de contra-ataques. Nas ligas de verão, em que o técnico se viu obrigado a lidar apenas com novatos ou jogadores muito novos, os triângulos foram para as cucuias e o foco foi na velocidade e no contra-ataque. Não faz sentido ignorar os triângulos por completo, já que são a especialidade do Rambis, mas ficou bem claro que não dá pra pegar um elenco de novatos e fazê-los compreender o estilo. A abordagem deve ser mais lenta e Rambis deve colocar a molecadinha para correr mais. Os triângulos exigem criatividade enquanto os novatos assustados precisam de jogadas mais fixas e pré-estabelecidas, então o meio-termo será um jogo corrido, que use a velocidade e o atleticismo do time, com alguns elementos dos triângulos no jogo de garrafão.


Quando Al Jefferson foi mandado para o Jazz, ficaram claras as intenções do Wolves e escrevi um post a respeito que valhe a pena citar aqui:

“Quando o Wolves resolveu finalmente trocar o Kevin Garnett, parabenizei a franquia. Não tem nada mais horrível para um time da NBA do que ser exageradamente mediano, ter um elenco grotesco, uma baita estrela que consegue segurar as pontas, brigar desesperado por uma classificação para os playoffs e perder sem chances na pós-temporada. O formato da NBA é brutal com os medianos, com os times que não estão brigando por título e nem são ruins o bastante para conseguir bons jogadores no draft. (…)


Se o David Stern tem razão e nenhuma equipe da NBA conseguiu ter lucro nos últimos tempos, não faz sentido manter uma equipe que não vencerá títulos, te dá prejuízo e não tem esperanças de melhora. A melhor saída é feder bastante para conseguir boas escolhas de draft, encerrar todos os contratos longos e imbecis que foram assinados, esperar a pirralhada amadurecer, e então assinar grandes estrelas para formar um elenco decente. (…)

Imaginei que o Wolves, ao trocar o Garnett, conseguiria um núcleo bastante jovem com uma futura estrela em Al Jefferson, e que a reconstrução duraria pouco tempo. Era só esperar a pirralhada pegar o jeito e depois conseguir um ou outro jogador para fechar algumas posições. Mas não funcionou.


Por um lado, promessas como Corey Brewer demoraram demais para se firmarem na NBA. Por outro, Al Jefferson tornou-se uma estrela rápido demais, num elenco incapaz de acompanhá-lo. Como todo time apostando em novatos, algumas escolhas não deram muito certo, alguns jogadores não souberam jogar juntos. Foi então que o engravatado David Kahn apareceu para pisar no freio e fazer todo mundo entender que reconstruções não podem ser feitas às pressas. Basta ver o Pistons: ao demolir acertadamente um time em declínio que não ganharia mais nada, assinou correndo dois jogadores disponíveis na hora para não ficar com um elenco furado e deu no que deu, o time fede, não tem flexibilidade para assinar outros jogadores porque torrou tudo em dois meia-bocas, e está fadado a ficar entre os medianos por muito, muito tempo. Falha épica, já diriam os gringos. É melhor assumir a bosta, no famoso “pisou na merda abre os dedos”, e deixar o time fedendo com calma do que correr e assinar qualquer um.

O Wolves virou exemplo de que não dá pra ter pressa. Se o Al Jefferson ficou bom demais, rápido demais, tem que mandar embora mesmo, não adianta ter um jogador fodão em meio a um elenco que ainda precisa de tempo demais para ficar sólido. Se o esquema de triângulos não entra na cabeça dos jogadores, use menos, seja mais maleável, e vá ensinando aos poucos. Se os times da NBA só dão prejuízo e não há perspectiva de ser campeão, pague salários pequenos, para jogadores jovens, e espere bons novatos. A única merda é que o Wolves drafta mal, mas isso é outra história.

Esse clima de “não pode ter pressa” foi perfeito para o Darko Milicic, que finalmente recebeu atenção, carinho, esperança e até desistiu de voltar para a Europa. Será o parceiro de garrafão do Kevin Love, que finalmente pode ser titular, é muito mais indicado para o sistema de triângulos, está destruindo na pré-temporada e já mostrou que valeu a pena se livrar do Al Jefferson. Outro que jogou bem na pré-temporada foi o Michael Beasley, que sofreu muita pressão no Heat porque o time queria vencer nos playoffs sob comando de Dwyane Wade e o pobre pirralho não tinha estrutura nenhuma, metido na erva idiota lá e incapaz de manter a defesa que o técnico Erik Spoelstra exigia. Sem esse tipo de pressão, conseguiu estufar o peito, recuperar a confiança e ser o líder do Wolves mostrando como é um fominha safado que se pudesse nunca passaria a maldita da bola.

O legal da ida do Al Jefferson para o Jazz é que a bola pode passar mais tempo nas mãos do resto da pirralhada, que precisa de experiência para subir de nível e virar outro Pokémon, então jogadores como o Corey Brewer podem evoluir seu jogo ofensivo e tentar conseguir um arremesso consistente. Só esperemos que o Beasley não vire um buraco-negro no ataque e acabe com isso. Se o Wolves quer vencer, o Beasley precisa arremessar muito, mas como vimos o objetivo do time ainda não é a vitória, e sim a criação de um padrão, de identidade, e a evolução dos jogadores. Na ala temos Beasley, Webster, Corey Brewer, o novato Wesley Johnson e até o armador Wayne Ellington, o importante é que alguém daí adquira as qualidades para ser titular absoluto da equipe. Até lá, as vitórias e as derrotas não importam.

Enquanto isso, a armação continua sendo muito limitada e tem sonhos eróticos com o Ricky Rubio. Com o Jonny Flynn contundido e fora da rotação por uns tempos, os únicos armadores puros da equipe são o Luke Ridnour, que é basicamente uma criança de 12 anos com anemia, e o Sebastian Telfair, que é um anão que acha que está numa quadra de rua. Os dois são divertidíssimos de ver em quadra, mas não defendem nem ponto de vista e têm como forte a correria. Me diverti bastante com o Wolves na pré-temporada porque o Ridnour corre e sabe dar os passes certos nos contra-ataques, Beasley é um fominha talentoso, o elenco é cheio de gente explosiva que só sabe correr para frente como o Corey Brewer, e o Kevin Love é um dos melhores passadores da NBA – de qualquer posição, não só de pivô. Se eles não ficarem tentando levar os triângulos muito a sério, podem ao menos ser um time divertido, que vale acompanhar em noites sem sono no League Pass, enquanto todo mundo vai amadurecendo, esperando outros novatos, o Ricky Rubio e um padrão de jogo. Meu único medo é que o Kevin Love fique também bom demais rápido demais, o que abortaria de novo o projeto. O Wolves agora tem uma espécie de luta contra o tempo: conseguir um elenco sólido antes que o Love dê o fora dali ou encha o saco. Veremos quão longe o Wolves está disso com o amadurecimento dos novatos nessa temporada, porque o Love já larga na frente: tem tudo para já ser All-Star agora, imediatamente.

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