>Preview 2010-11 / New Orleans Hornets

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– Ai, olha a roupa dela, que mico!



Objetivo máximo: Tornar disputada uma série de playoff
Não seria estranho: Passar longe de se classificar para os playoffs
Desastre: Mais uma temporada com Chris Paul contundido

Forças: Um carinha lá que dizem que até que é bonzinho armando
Fraquezas: Um elenco sem pontuadores nem jogadores capazes de chamar a responsabilidade

Elenco:

….
Técnico: Monty Williams

Novo técnico do Hornets, Monty Williams não tem qualquer experiência como técnico de basquete. Sequer treinou o time de basquete do filho no colégio. Não deu tempo, já que Monty era jogador da NBA e acabou de se aposentar faz pouco tempo, em 2003. Era um jogador mediano feliz da vida por ter passado 9 anos jogando na NBA após ter sido avisado, ainda no basquete universitário, que um problema cardíaco lhe impedia de praticar qualquer esporte. Foi obrigado a passar dois anos parado até que, segundo ele, Deus fez um milagre e sumiu com qualquer traço da doença cardíaca. O médico responsável pela cura, que não chamava “Deus” mas sim Lameh Fanapazir, usou procedimentos muito arriscados que deram incrivelmente certo e Monty Williams foi capaz de ter uma longa carreira no basquete. Assim que se aposentou, foi chamado para passar uns tempos com o técnico do Spurs Gregg Popovich, acompanhando o time, vendo os treinos, os vídeos, as análises táticas, pra ver se ele gostava da ideia de ser técnico um dia. Acabou ficando por lá, aprendendo as funções básicas dos estagiários, até que lhe chamaram para ser assistente técnico no Blazers. Sua fama é de ser um cara simpático, divertido e educado, completamente focado no desenvolvimento dos jogadores. Dizem que sua casa está sempre aberta caso algum jogador queira descansar, comer ou assistir a algum filme, e nas viagens seu quarto é sempre tomado por jogadores querendo conversar e desabafar um pouco. Nos treinos, Monty Williams foi responsável pela melhora nos arremessos de Travis Outlaw, Martell Webster, e até na melhora nos lances livres do Joel Przybilla. Enquanto o técnico do Blazers, Nate McMillan, não tem saco pra bobagem e está sempre intimidando os jogadores a obedecerem ou darem o fora, Monty Williams é o cara legal que sempre diminui os confrontos.

Sua experiência tática vem apenas da observação de caras com quem trabalhou, como Popovich e McMilan, ou de técnicos para quem jogou, como Larry Brown e Pat Riley. Mas sua compreensão de todos os aspectos de uma equipe técnica, como análise de vídeo, preparo dos jogadores e estudo do adversário permitem que ele faça parte de todo o precesso ao invés de ser apenas o cara que fica na quadra dando ordens. Sua contratação pelo Hornets permite não apenas acalmar e ouvir Chris Paul, mas também trabalhar com cada um dos jogadores individualmente, o que será essencial para o núcleo do time que é muito jovem e ainda cheira a fralda. A princípio, veremos um Chris Paul mais calmo e um time disposto a melhorar, mas o desempenho do Monty Williams com a prancheta é que será decisivo para o sucesso do Hornets. Ao menos no papel, o técnico deverá passar os próximos 3 anos com a equipe – e se o Chris Paul der o fora, Monty Williams vai ter um longo trabalho reconstruindo a equipe e lidando com novatos, que é realmente seu ponto forte.

O Hornets gira ao redor do Chris Paul assim como o Universo gira em torno da Alinne Moraes e o mundo da gastronomia gira em torno do bacon. Quando Chris Paul foi obrigado, no começo da temporada passada, a ser um dos cestinhas da NBA porque não tinha ninguém para passar a bola, o time ia mais ou menos mas não passava vergonha. Sem ele, contundido, o time se viu diante de um dos ataques mais estagnados de toda a liga. As coisas só não ficaram piores porque o então novato Darren Collison tinha, assim como Chris Paul, as características perfeitas para render naquele esquema tático, mas ainda assim não tinha como levar o time muito longe.

Desde o começo fui a favor de trocar Chris Paul ou Collison, porque não faz sentido seus dois melhores jogadores terem características parecidas, jogarem na mesma posição e não renderem juntos. Como em filme de Velho Oeste, o Hornets era pequeno demais para eles dois, e o escolhido para ir foi Collison. Em troca dele, Trevor Ariza veio compor um elenco que precisa desesperadamente de ajuda depois do Chris Paul ter passado as férias inteirinhas reclamando que o time fedia e que ele queria ser trocado. Convenceram o rapaz a ficar, trouxeram o Ariza, mas ainda acho o elenco muito limitado.

Na troca do Darren Collison, o Hornets fez questão de se livrar do James Posey, que é um jogador espetacular para times que já estão formados mas que não faz nada de mais em times que estão apenas brigando para ir aos playoffs. Quando Posey foi contratado, o Hornets tinha acabado de fazer uma campanha completamente atípica e acharam, depois de uma boa dose de cachaça, que faltava apenas um bom reserva para serem campeões. Agora que caíram na real, pagar 13 milhões para um cara que deveria ser apenas uma peça final num elenco vencedor é a maior burrada. O que o Hornets não sabe, no entanto, é que ao adquirir o Trevor Ariza está pegando praticamente a mesma coisa. Pelo menos ele ganha apenas 7 milhões, mas ele também só rende de verdade num time que já lute pelo anel de campeão. No tempo em que esteve no meu Houston, foi muito eficiente e versátil em quadra, mas fugiu de toda e qualquer responsabilidade e mostrou todas as suas limitações em quadra, como a dificuldade de criar o próprio arremesso ou de bater bola. Ao lado de Chris Paul, vai render milhões de vezes mais do que rendia no meu Houston, mas não deve chegar a fazer uma diferença muito grande em quadra – especialmente se levarmos em conta que o Chris Paul disse, ao receber o Ariza em New Orleans, que “chegar aos playoffs não será o bastante”, que ele quer “vencer tudo”.

Com David West cada vez mais limitado conforme as defesas foram se acostumando com ele, não resta nenhum outro pontuador sólido na equipe. West está em seu auge quando as defesas estão olhando para o outro lado ou para outro jogador e ele pode aproveitar os espaços vazios da quadra, o que não é mais o caso desde que Stojakovic só falta andar de cadeira de rodas. As aquisições do Hornets tentam, mas não devem ajudar muito: Belinelli é um bom arremessador mas carece de fundamentos em todo o resto, Willie Green não tem critério e mais prejudica do que auxilia quando se mete a arremessar, Joe Alexander só sabe enterrar e não consegue nem escovar os próprios dentes. A grande esperança do time na parte ofensiva é Marcus Thornton, que teve uma excelente temporada de novato durante a ausência de Chris Paul. O pirralho é bom arremessador e sabe colocar a bola no chão, com infiltrações eficientes. Se ele puder se tornar um pontuador consistente, David West vai ter mais espaço em quadra, vai parar de bater cabeça com o Okafor, e Trevor Ariza poderá render melhor sendo apenas aquele jogador faz-tudo que garantirá as vitórias. No entanto, sem um pontuador constante, o Hornets se torna um time limitado, exposto, e nem Ariza nem David West são capazes de colocar um time nas costas. Caberá ao Chris Paul, pra variar, salvar o dia, mas ele pode encher o saco logo e retomar os papos de troca assim que o negócio não dar certo.

Há uma nova esperança na área, contudo. Temos o costume por aqui no Bola Presa de ter um post para cada uma das trocas que acontecem, mas na correria de tentar publicar todos os previews antes da temporada começar deixei para falar de uma delas aqui: o Blazers mandou Jerryd Bayless para o Hornets em troca de uma escolha de primeira rodada. O Blazers há uns dois anos já sofre com o excesso de jogadores bons nas posições de armação, e Bayless é um excelente pontuador que gosta de ter a bola nas mãos enquanto Brandon Roy exige a bola nas próprias mãos na maior parte do jogo e o resto da armação cabe ao Andre Miller. Bayless simplesmente não tinha espaço, e agora o Blazers ganhou mais uma escolha de draft – plano fantástico que gerou todo o talento jovem que forma a equipe incrível e divertida que vemos hoje em dia. Para o Hornets, foi uma maravilha porque Chris Paul precisa ver sinais de esperança agora, não num draft futuro. Bayless é um pontuador nato que poderá armar o jogo quando Chris Paul sentar (já que o armador reserva, Darren Collison, agora arma o jogo do Pacers) e quando jogarem juntos o fardo ofensivo deverá recair no Bayless, liberando Chris Paul para a armação pura e simples. O problema nessas horas será a defesa, mas o cobertor é mesmo curto demais mesm e depois é hora de ver isso. No momento, o Hornets está colocando em vigor a “tática Cavs”: traga quaisquer jogadores que tenham duas pernas e pareçam poder ajudar, porque precisamos enganar, digo, ajudar, o Chris Paul para convencê-lo a ficar.

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