>Preview 2010-11 / Oklahoma City Thunder

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O uniforme mais feio da NBA





Objetivo máximo: Passar da primeira fase dos playoffs e se consolidar como força do Oeste
Não seria estranho: Passar da primeira fase dos playoffs e se consolidar como força do Oeste
Desastre: Dar uma de Hornets e começar a regredir

Forças: Time veloz e liderado pelo jogador mais jovem a ser cestinha de uma temporada da NBA
Fraquezas: O garrafão ainda é movido mais por vontade do que talento

Elenco:

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Técnico: Scott Brooks

O Scott Brooks é o atual detentor do troféu de técnico do ano, o que parece ser uma coisa ótima, mas na verdade tem virado uma maldição. Vejam o que aconteceu com os últimos vencedores:

2005-06: Avery Johnson, Dallas Mavericks (mandado embora em 2008)
2006-07: Sam Mitchell, Toronto Raptors (mandado embora em 2008)
2007-08: Byron Scott, New Orleans Hornets (mandado embora em 2009)
2008-09: Mike Brown, Cleveland Cavaliers (mandado embora em 2010)
2009-10: Scott Brooks, OKC Thunder (será?)

E isso já aconteceu outras vezes no final dos anos 80 e começo dos 90, é bem comum. Uma explicação pode ser dada pelos critérios de votação para o prêmio. Muitas vezes quem vota acaba escolhendo o técnico que fez mais coisas com menos material, ao invés de simplesmente votar no melhor treinador. O melhor exemplo é o Byron Scott em 2007-08. Fez um Hornets bem mais ou menos render mais do que o esperado, levou o troféu pra casa e no ano seguinte todo mundo estava esperando pra ver eles brigarem pelo título. Mas ao invés disso o time caiu na realidade do seu elenco limitado e piorou em relação ao ano anterior, aí mandaram o cara embora basicamente baseados nas expectativas que tinham e não em seu trabalho.

Mesma coisa com o Sam Mitchell e bem parecida com a do Avery Johnson. Com o Scott Brooks não sabemos, mas o começo da história é o mesmo. Ele pegou um time bem jovem, que as pessoas achavam que ia começar a render daqui uns três anos, e de repente tudo começou a dar certo. Ele montou uma defesa forte, baseada na velocidade e juventude dos seus jogadores, compensou a falta de altura da equipe desse modo e no ataque contou com a dupla devastadora Russell Westbrook e Kevin Durant. Aí foram 50 vitórias, aperto no Lakers durante os playoffs e hoje está todo mundo acreditando que o time vai ser uma das forças da conferência na próxima década.

Eu também acredito nisso, não vou mentir, mas é uma baita armadilha. É só aparecer uma contusão, alguns times tirando proveito dos defeitos que o time ainda tem e é bem capaz que eles façam uma campanha ou igual ou levemente pior que a do ano passado. E aí vemos se quem vence é a paciência da diretoria do Thunder ou maldição do técnico do ano.

Só para não ficar faltando uma pequena biografia: Scott Brooks é pirralho para um técnico, tem 45 anos, e jogou 9 temporadas na NBA. Como assistente técnico trabalhou com o George Karl no Nuggets e depois foi para o Thunder ajudar PJ Carlesimo. O veterano foi um desastre sem tamanho e resolveram dar uma chance para o assistente, que fez sucesso como interino e assumiu a equipe no meio da temporada 2008-09, sendo efetivado ao fim daquela temporada. No dia seguinte da garantia do emprego, o Thunder conseguiu uma das maiores vitórias da sua história (que, infelizmente, é a mesma do Sonics) ao bater o sempre perdedor Clippers por 126 a 85.

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Quando o Thunder deu o maior sufoco no Lakers nos playoffs passados tendo que compensar a falta de tamanho, todo mundo imaginou que eles estivessem a apenas um pivô fodão de distância de alcançar o topo do Oeste. O problema era encontrar ao fim da temporada um pivô relativamente barato que pudesse correr com a pirralhada, fosse bom defensor e não demandasse muito a bola, para manter o estilo de jogo focado na rotação de bola no perímetro. É nessas horas que um time com espaço salarial moderado e que não espera conseguir grandes estrelas pode conseguir as melhores barganhas: se aproveitando da urgência do Hornets por pagar menores salários e manter menos contratos, o Thunder fez uma troca no dia do draft pelo pivô Cole Aldrich – e veio de brinde o Morris Peterson, que não joga nada faz uns 10 anos mas que um dia, um dia, já foi um excelente arremessador de três pontos.

Na temporada passada, o Thunder já tinha usado esse espaço salarial sobrando para conseguir o Eric Maynor do Jazz a troco de nada, simplesmente porque o time de Utah precisava economizar umas verdinhas, e o armador tem tudo para ser muito bom. Daequan Cook, que também é um ótimo arremessador, veio de graça nessa temporada porque o Heat queria se livrar de todo mundo que pudesse para ter espaço para Wade, LeBron e Bosh. Ou seja, os engravatados do Thunder são espertos e oportunistas, mas não ficam adicionando qualquer jogador aleatório que dê sopa por aí. Todas as aquisições foram para tapar buracos que ficaram óbvios quando o Thunder alcançou a pós-temporada. O perímetro da equipe é paciente e sabe rodar a bola, mas faltavam arremessadores na equipe. Kevin Durant não liga de ter que segurar as pontas no ataque, mas a falta de bons arremessadores nos espaços criados por Durant machucam a equipe sempre. Na defesa, o Thunder sabe dobrar com frequência e tem pulmão para cobrir quem ficar livre, mas faltava alguém para segurar as coisas embaixo do aro, já que Nenad Krstic só se vira mesmo é no ataque. Cole Aldrich pode tapar esse buraco, mas acho que não agora. Teve dificuldades na pré-temporada com excesso de faltas, e embora já consiga acompanhar o time na correria e no ritmo de jogo, vai levar muito tempo para conseguir acompanhar os pivôs adversários em peso e força.

Apesar de serem jogadores menos conhecidos e ninguém ter talento para revolucionar a equipe, ao menos todas as limitações foram abordadas. Se não der certo, ou se demorar para funcionar, pelo menos tentaram usando um espaço salarial bastante limitado, realmente tiraram água de pedra. Até porque dava para manter o mesmo time, sem lidar com nenhuma das limitações, e ainda assim esperar uma melhora da equipe. Russell Westbrook, por exemplo, acabou de ser campeão mundial com os Estados Unidos e, como qualquer mamífero bípede que vai jogar nas regras da FIBA, voltou sabendo arremessar. O cara não voltou nenhum Reggie Miller, mas criou um arremesso consistente de média distância sem nunca parar com as infiltrações e as jogadas individuais, e esse simples arremesso vai deixar as defesas da NBA completamente birutas. Se na temporada passada ele lembrava o Rajon Rondo quando as defesas lhe deixavam livre, agora vai ter que ser marcado de perto pelo menos toda vez que der um passo à frente da linha de três. Do mesmo modo, Durant voltou ainda mais completo de sua passagem pela seleção, sabendo jogar mais dentro do garrafão, e sua evolução constante parece coisa de Pokémon. Jeff Green também deu uma passadinha pela seleção, melhorou seus arremessos de três e se mostra cada vez melhor nos rebotes. Nenad Krstic passou pela seleção da Sérvia no Mundial e parece cada vez mais disposto a chamar a responsabilidade ofensiva no garrafão. James Harden agora é um arremessador perigoso, não apenas um defensor esforçado, e Thabo Sefolosha caminha temporada após temporada para ser o melhor defensor da NBA. Ou seja, todo mundo na equipe passou as férias inteiras jogando, são jovens e melhoram constantemente, e o rendimento da equipe deve aumentar por si só.

O problema é que na temporada passada o time já conseguiu muito mais do que devia, então a melhora dos talentos individuais da equipe não necessariamente irá corresponder a mais vitórias. As falhas da equipe, tão expostas na série contra o Lakers, podem ser melhor exploradas pelos adversários durante a temporada regular. E agora o time conhece, pela primeira vez, o que é a pressão de ter que vencer, de ter que se classificar bem para os playoffs, de ter que vencer uma série na pós-temporada. Como a pirralhada vai lidar com isso, especialmente se passarem a vencer menos partidas apesar de estarem jogando melhor, é o que vai definir o sucesso do time nos próximos anos – e do técnico Scott Brooks. Também estou preocupado com o condicionamento do elenco sendo que tantos jogadores participaram do Mundial desse ano e treinaram sem parar: será que terão o mesmo pique para manter a correria ordenada que fez tanto sucesso na temporada passada? De todo modo, acompanharemos de perto agora que Durant não é apenas um segredo para os felizardos que espiavam no League Pass, todo mundo quer ver o garoto – que merece mesmo toda nossa atenção – e a cobertura em cima dele será brutal. Será que vira estrelinha?

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