>Preview 2010-11 / Philadelphia 76ers

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-Vêm nimim! 

Objetivo máximo: Ter alguma perspectiva de futuro
Não seria estranho: Continuar se condenando por gastar tanto dinheiro com o Elton Brand
Desastre: Evan Turner não dá em nada e o time despenca na tabela

Forças: Time muito forte nos contra-ataques e roubos de bola
Fraquezas: Todos os quesitos do basquete que não são roubos e pontos de contra-ataque

Elenco:

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Técnico: Doug Collins

De todas as mudanças de técnico dessa offseason essa foi a decisão que me deixou mais frustrado. Não porque eu não goste do Sixers ou do Doug Collins, mas é que ele era, de longe, o meu comentarista favorito na TV americana. O Jeff Van Gundy faz uns comentários hilários, é verdade, mas o Doug Collins entende muito de basquete e cada jogo comentado por ele era uma aula. Muitas coisas que eu comento aqui aprendi ouvindo ele nos últimos anos.

Mas acho que essas pessoas que sempre viveram nas quadras não conseguem passar muito tempo fora delas. Vocês lembram desse post onde, no finalzinho, eu conto a história da final olímpica de 1972 quando a URSS venceu os EUA num jogo muito polêmico? Quem acerta os últimos lances livres a favor dos EUA é o Doug Collins, que um ano depois foi a primeira escolha do Draft de 73 pelo mesmo Sixers que defende hoje.

Sua carreira como jogador sofreu muito com contusões e foi encerrada precocemente por elas, mas no meio do caminho ele foi um bom jogador, sempre beirando os 20 pontos por jogo e foi peça importante do Sixers campeão do Leste em 1979. Por ser novidade na época em que sua carreira já acabava, o armador Doug Collins só deu um arremesso de três em toda carreira. E errou.

Logo depois que se aposentou foi para a vida de técnico, começou em nível universitário e em 1986 se tornou técnico do Chicago Bulls. Lá treinava os pivetes Michael Jordan e Scottie Pippen. O resultado foi bom e o time foi longe, alcançando a final do Leste em 1989, mas a derrota na beira da Final deixou o manager do time achando que talvez fosse a hora de dar uma chance para o assistente técnico de Collins, o estreante Phil Jackson. Analisando mais de vinte anos depois dá pra dizer que foi uma boa decisão.

Ele montou um bom time no seu emprego seguinte, com o Pistons de 1995 a 1998, mas novamente não alcançou a final da NBA, embora o time tivesse até potencial pra isso. Passou três anos como comentarista até ser chamado por Michael Jordan, que o queria como técnico na sua volta ao basquete no Wizards. Lá ele passou bem longe dos playoffs e Collins ainda foi peça importante no desastre que foi o começo da carreira de Kwame Brown, como vocês devem lembrar.

Depois desse fracasso homérico ele ficou quase dez anos longe das quadras, só comentando jogos. O pior é que não é que ele queria assim, tentou vagas no Bucks duas vezes e no Bulls e nunca conseguiu o emprego. Quando você é dispensado duas vezes pelo time do veadinho é porque a coisa tá feia! Mas o Sixers estava desesperado por alguém que fizesse o Elton Brand jogar e o Collins tem uma história grande na franquia. Mas isso quer dizer que vai dar certo? Discutiremos na análise do time, logo depois de ver o Tyrus Thomas quase matar o Doug Collins no ano passado.

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O elenco do Sixers não é de todo mal. Tem jogadores bons em todas as posições e fez o que pôde na offseason para corrigir alguns problemas. O Elton Brand e até o meu querido Iguodala talvez recebam grana demais para não serem jogadores que carregam o time nas costas, e ter os dois tira a chance do Sixers contratar qualquer outro grande jogador num futuro próximo por causa do teto salarial. Era ainda pior com o salário monstro do Samuel Dalembert, mas o contrato do haitiano de repente ficou atrativo por estar no seu último ano e eles o mandaram para o Kings em troca de Andres Nocioni e Spencer Hawes.

Essa troca já foi a primeira visando uma necessidade do time, arremessos de três pontos. O mesmo motivo levou o Sixers a buscar o Jason Kapono, branquelo que não sabe o que é basquete mas é um dos melhores arremessadores de três da história da NBA. No ano passado o Sixers teve o nono pior aproveitamento de bolas de três da NBA, 34%. Eles chegam para complementar um time que só tinha jogadores com força física, velocidade e que marcam pontos na correria, atacando a cesta. Caras como Iguodala, Marreese Speights e Thaddeus Young.

Esses caras formaram um time limitado, mas bom, há dois anos, quando tinham a oitava melhor defesa da NBA, o que dava muitas chances de contra-ataque. No ano passado, quando tiveram a sexta pior defesa, as chances diminuíram e as deficiências no jogo de meia quadra ficaram ainda mais evidentes. Elas se resumiam a deixar o Iguodala bater a bola até ver no que ia dar ou em todo mundo ficar parado vendo o Elton Brand errar um arremesso forçado.

O desafio do Doug Collins é pegar esses bons jogadores que eu citei, juntar com o promissor armador Jrue Holiday, que além da força nominal jogou muito no fim da temporada passada e ainda mais nas Summer Leagues, e Evan Turner, segunda escolha no Draft, jogador que parece muito bom, mas que jogou bem mal na mesma liga de verão que seu companheiro de time se destacou. Como juntar tudo isso e criar uma identidade para o time? Que estratégia usar em um elenco escolhido no shuffle?

Se formos buscar na história de Doug Collins vamos encontrar três times bem parecidos. Tanto o Bulls dos anos 80, o Pistons dos 90 e o Wizards dos 2000 eram times lentos e que concentravam a bola na mão de um jogador central, que era o responsável por ou decidir a jogada ou dar a assistência no final. Era tudo na mão de um jovem Jordan, de Grant Hill ou do Jordan-velho. Deu certo com os dois primeiros e errado com o último, já que colocar um time nas mãos de um idoso nunca dá certo antes da categoria Masters.

Se ele tentar isso no Sixers vai ser um desastre. Andre Iguodala já fez isso nos últimos anos e para cada ponto e assistência que ele dá são 7 turnovers. Para um ala ele tem bom controle de bola e bom passe, é o meu LeBron James Jr na Liga de Fantasy, mas precisa errar muito mais para fazer bem menos que o King James. E fazer o coitado do pivete do Jrue Holiday ter essa responsabilidade é demais. Em um time em que sua maior estrela é um role player de luxo essa estratégia tem tudo pra dar muito errado, ainda mais se ele tentar dar um ritmo lento para esses jogadores que só sabem jogar de patins.

Por outro lado o mesmo Doug Collins recebeu no Bulls o apelido de “Play-a-Day Collins” porque ele aparecia todos os dias com novas idéias, táticas e jogadas novas para seus jogadores aprenderem. Ele é um nerd do basquete e estuda muito o jogo. Não quer dizer que seja um bom técnico por isso, mas manja do assunto. Se ele usar todo o seu conhecimento e criatividade para testar, testar e testar diferentes esquemas táticos e jogadas até encaixar nesse time, talvez dê certo. Não acho que vá dar playoffs logo de cara, mas o que eles mais querem hoje é perspectiva de futuro. Não querem continuar se achando um time encalhado em contratos gigantescos, condenados a serem ruins até o contrato do Elton Brand acabar e o Iggy fugir como Free Agent. 

Sucesso para eles seria ver o Elton Brand jogar metade do que jogava no Clippers, o Andre Iguodala atuando ainda em alto nível mas errando menos e a dupla Jrue Holiday e Evan Turner se mostrando capaz de formar uma dupla titular entrosada. Com todos funcionando junto dá pra pensar em alguma coisa para depois.

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