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Objetivo máximo: Final de conferência
Não seria estranho: Perder na primeira rodada de novo
Desastre: Ficar fora dos playoffs
Forças: Jogadores bons em todas as posições e forte banco de reservas
Fraqueza: Inúmeras contusões. Há anos não jogam com o time completo.
Elenco:
Portland Trail Blazers
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Titulares
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Reservas
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Resto
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PG
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Andre Miller
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Jerry Bayless
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Patrick Mills
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SG
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Brandon Roy
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Wes Matthews
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Rudy Fernandez
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SF
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Nicolas Batum
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Luke Babbitt*
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Dante Cunningham
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PF
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LaMarcus Aldridge
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Jeff Pendegraph
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C
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Greg Oden
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Marcus Camby
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Joel Pryzbilla
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Técnico: Nate McMillan
Como descobrimos no último post, a maior parte dos nossos leitores tem entre 20 e 24 anos. Foi no mesmo ano que os mais velhos desse grupo nasceram que Nate McMillan foi draftado pelo falecido Seattle Supersonics. Sua carreira não foi espetacular, mas marcou os torcedores locais, que chamavam de Big Mac o trio que ele fazia com Xavier McDaniel e Derrick McKey. Logo depois da sua aposentadoria, 12 anos depois do draft, já virou assistente técnico e, em 2001-02, técnico principal até 2005. Seus 19 anos de serviços ao time renderam o apelido que ainda persiste de Mr. Sonic.
Foi como técnico em Seattle que ele conseguiu o maior feito de sua carreira. Em 2005 comandou o elenco mais limitado que já vi chegar em uma semi-final de conferência. Perderam em 6 jogos (e o jogo 6 foi decidido no último segundo) para o futuro campeão San Antonio Spurs. O forte do time estava nas posições 2 e 3 com Ray Allen e Rashard Lewis, máquinas de três pontos, mas tinha como armador principal Luke Ridnour, o homem que não defende, e o garrafão era uma piada: o agarrador de bolas Reggie Evans e o cara que é mais gordo que Eddy Curry e Zach Randolph juntos depois da feijoada, Jerome James. Os dois estavam em ano de contrato e jogaram uma defesa forte e suja que era a marca do time.
Ele na verdade deve receber créditos por fazer o time funcionar mesmo com Jeff Pendegraph e Juwan Howard no time titular. McMillan é bom em tirar o melhor de seus jogadores: sabia usar bem a dupla Sergio Rodriguez e Rudy Fernandez quando os dois estavam por lá, sempre viu o potencial da defesa de Nicolas Batum e conseguiu achar um jeito de introduzir o fominha Jerryd Bayless na rotação sem estragar o conjunto da equipe. Não é um estrategista ou um gênio da motivação, mas é um dos bons técnicos da NBA. Não custa lembrar que ele também fazia parte da comissão técnica campeã olímpica em 2008 com Mike Kryzewski e Mike D’Antoni.
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Há anos que a gente sempre baba ovo nas offseasons do Blazers. Eles sempre pareciam não perder nada de mais e ganhar jogadores espetaculares. Mas em compensação durante a temporada tinham resultados abaixo do esperado. Não é que jogavam mal, longe disso, mas é que a expectativa era sempre a de um time forte que pudesse ir longe nos playoffs, não um time remendado que perde na primeira rodada.
O motivo desse desempenho bom mas abaixo do esperado pra mim é um só: contusões. E não estou pensando só no Greg Oden que perde a temporada inteira, mas das pequenas contusões que tiram LaMarcus Aldridge por uma semana, Brandon Roy por um mês, Rudy Fernandez por 10 dias, etc, etc, etc. Com esses problemas o McMillan está sempre improvisando. Lembram no ano passado dele usando o Juwan Howard de pivô ou o Jerryd Bayless de armador principal titular? Coisas que ele nunca faria numa situação normal. Aposto que o McMillan preferiria usar o Luke Ridnour com uma mão amarrada nas costas como armador ao invés do Bayless. Por isso ao invés de achar que o Blazers jogou abaixo do esperado nas últimas duas temporadas eu prefiro dizer que nunca vimos de verdade o que aquele time poderia ter feito.
Para essa temporada, algumas mudanças importantes. Primeiro no comando do time, o General Manager Kevin Pritchard, o responsável pela criação de todo esse elenco, foi demitido uma hora antes do Draft 2010 começar e fez nesse dia suas últimas movimentações. Pois é, vai entender essa cartolagem da NBA! Há anos ele é considerado o melhor e mais criativo GM da liga e aí chutam o cara no dia em que ele tem mais trabalho no ano.
A perda de Webster eu não acho que será tão sentida. O Luke Babbitt tem tudo para ser o melhor ou um dos melhores arremessadores de três dessa classe de novatos e só precisa acertar as bolas de longe para fazer qualquer torcedor achar que Webster é só mais um dicionário.
Já com o espanhol a sua ausência vai ser sentida só por aqueles torcedores que não entendem muito de basquete e querem ver enterradas, dribles e contra-ataque fulminantes, as especialidades de Rudy. Para o seu lugar, na reserva de Brandon Roy, foi contratado a peso de ouro (ou de uns 900kg de ouro) Wesley Matthews. Na temporada passada ele surpreendeu todo mundo ao ser um jogador que passou em branco pelo draft, ganhou um contrato mínimo de um ano e poucos meses depois era titular do Utah Jazz. Um ano depois é o jogador mais bem pago da classe de novatos do ano passado, com seu novo contrato está fazendo mais grana que Tyreke Evans, Blake Griffin ou Brandon Jennings. Matthews é ótimo defensor, tem um arremesso confiável de três pontos (38% na temporada passada) e logo no seu primeiro treino com o novo time recebeu trocentos elogios pela sua inteligência dentro de quadra. E acredite, se você é inteligente, sabe se movimentar e está no mesmo time que Andre Miller, vai se dar muito bem.
Como o time dessa temporada está montado e nenhuma troca é necessária até o próximo ano, não vai ser agora que eles vão sentir falta de Pritchard. Com Matthews e Babbitt também acho bem possível que Rudy e Webster não sejam lembrados. Nicolas Batum como titular também não deve fazer feio, muito pelo contrário, acho mais provável vê-lo recebendo votos de jogador que mais evoluiu na temporada. Portanto, eles simplesmente voltam à posição do ano passado: com um ótimo elenco e bom técnico, será que conseguem ficar inteiros?
Eu já não espero mais que Greg Oden seja o melhor pivô defensivo da NBA e justifique ter sido escolhido antes do Kevin Durant, nem penso mais nisso. Sinceramente só espero que ele vire um jogador de basquete. Quero ver ele jogar mais de 70 jogos em uma temporada e está ótimo. Se jogar mal, paciência, vira reserva do Marcus Camby, mas que jogue, esse time não suporta mais tanta gente com pequenas, médias ou grandes contusões. É ridículo, um ano depois da polêmica contratação, não poder ter uma opinião totalmente formada sobre se a combinação Andre Miller e Brandon Roy funciona bem. Tudo porque Roy perdeu muitos jogos e jogou outros tantos baleado no último ano. Se Oden jogar o tempo inteiro e as pequenas contusões não assombrarem o time de novo, poderemos, finalmente, ser capazes de ver não só as reais chances do Blazers, mas também seus reais problemas.