>Preview da temporada – Divisão Sudeste

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Orlando é um time gostoso de ver

Como todo site de basquete que se preza, faremos um preview da temporada da NBA. “Preview” para quem não sabe é uma mistura de recapitulação do que aconteceu nos últimos meses com o que nossas poderosas mentes projetam para o futuro. Ou seja, a soma de coisas que vocês já sabem com coisas que nós aqui achamos que tentamos adivinhar, uma ciência exata.
Foi no preview do ano passado, quando o Bola Presa ainda era algo como um projeto de participante do BBB, que tinha sua beleza mas ainda não os quinze minutos de fama, em que eu disse que o Bulls seria o campeão do Leste. Como o Derrick Rose está aí pra provar, eu errei, mas fui motivo de piada durante toda temporada. Então curta nossos previews como uma piada do futuro, será mais divertido assim.
O formato que escolhemos é o de dar motivos para assistir ou não assistir aos jogos desse time na temporada. Afinal existem mutretas internéticas para acompanhar qualquer jogo que você quiser pela internet, mas assistir quem? O Clippers ou o Pacers? O Lakers ou o Bulls? O Spurs ou… brincadeira, claro que você não vai assistir ao Spurs.
Os previews estão divididos por divisão e colocamos os times na ordem em que acreditamos que será a classificação depois dos 82 jogos.
Orlando Magic

Motivos para assistir:
Se você gosta de bolas de três e de enterradas, esse é o time certo para se assistir. No ano passado, o Orlando Magic foi o segundo time que mais arremessou bolas de 3 em toda a NBA, mais do que o Suns e atrás só do Warriors. Foram 25,3 bolas de 3 tentadas por jogo! Imagina se o Antoine Walker jogasse lá! Também é legal para ver enterradas porque o Dwight Howard foi o líder, disparado, em enterradas na temporada passada. Foram 267 enterradas, mais de 3 por jogo e 59 enterradas a mais do que o segundo colocado, Amaré Stoudemire. Assistir ao Magic é ver um jogo de NBA Live com pessoas de carne e osso.
Como curiosidade, será legal também ver como o Magic lida com o JJ Redick. Ele vive enchendo o saco porque quer dar o fora de lá e ir para um lugar em que tenha minutos de jogo. Não é irônico que o chamado “melhor arremessador do mundo” por muita gente (não o Damon Jones) não tem espaço no time que mais arremessa de 3? De qualquer forma, o Magic não atendeu seu pedido de troca e disse que nesse ano ele terá sua chance de finalmente brilhar na NBA.
Motivos para não assistir: O motivo para não assistir ao Magic é o mesmo motivo de assistir. Eles são aquela mesma coisa sempre! Depois do terceiro jogo assistindo a um festival de bolas de 3, a coisa fica meio cansativa.
Mas a verdade é que tudo depende também do nível de inspiração do Jameer Nelson. Se começar o jogo e ele estiver jogando bem, pode esperar uma atuação divertida do time do Mickey, com ele inspirado o time joga em velocidade e o jogo flui mais fácil. Mas quando o Jameer Nelson joga mal, aí sai de baixo, aí a coisa é menos criativa do que Feira de Ciências de 5° série e as bolas de 3 são quase um estupro de tão forçadas.
Outro lado ruim de ver o Magic é que para impedir o Dwight Howard de enterrar a bola, os times costumam bater nele, ou seja, o jogo fica lento e você perde minutos preciosos da sua vida assistindo a um cara de 2,15m ficar amassando o aro.
Miami Heat

Motivos para assistir:
O Miami vai acabar na frente do Wizards sim, e se der tudo certo é capaz até de ameaçar o Orlando no título do Sudeste. O motivo desse meu otimismo é o principal motivo para se ver o Miami Heat: Dwyane Wade.
Na minha vida de futurólogo da NBA eu aprendi algumas coisas. Uma das mais importantes é: nunca aposte contra LeBron James, Dwyane Wade, Kobe Bryant e Tim Duncan. O LeBron levou aquele Cavs para as finais da NBA, o Kobe fez 81 pontos em um jogo e o Duncan acerta até bola de 3 quando interessa. O Wade, por sua vez, despedaçou o Pistons e depois virou praticamente sozinho uma final contra o Mavs em 2006. Eles não são imbatíveis, mas é melhor não apostar contra.
O Wade saudável como estava nas Olimpíadas já é motivo pra ver todos os jogos do Heat, mas além disso tem mais gente por lá que é boa. O Shawn Marion é o faz-tudo que se encaixa em qualquer time e está em ano de contrato, ou seja, ele vai jogar mesmo pra poder continuar ganhando uma fortuna. E ainda tem o Beasley, que é o cara que mais faz parecer fácil o difícil ato de marcar pontos. Ele dá uns arremessos aqui, outros ali, faz umas infiltrações, ganchos, enterradas, ele faz tudo e faz parecer fácil. Mesmo que não seja um jogador completo, já pode beirar os 20 pontos por jogo em sua primeira temporada.
Motivos para não assistir:
O Heat tem um elenco estranho, são três jogadores fora de série (se o Beasley realmente der certo), o Haslem que é um ótimo jogador de apoio e o resto é de talento duvidável. Seja duvidável porque o cara tem cara de uma criança de 10 anos (Chris Quinn) ou porque tem o joelho tão forte quanto o de uma criança de 5 (Shaun Livingston).
Isso pode significar que as jogadas espetaculares do Wade podem ser exceções em um time sem qualquer entrosamento. Vale lembrar que a idéia inicial é usar o Marcus Banks como armador principal, o que pode dar bem errado. O técnico Eric Spoelstra disse que planeja usar um esquema ofensivo parecido com o usado pela seleção americana nas Olimpíadas de Pequim. Pode ser bom, porque era um esquema que usava bastante velocidade e contra-ataques, mas dava certo com o Kobe, Kidd, LeBron e cia. Será que dá certo com o Mark Blount?
Saiba dos riscos quando você for assistir ao Heat. Pode vir show dos Beatles ou show da Rita Lee tocando Beatles, são coisas bem diferentes.
Washington Wizards

Motivos para assistir:
Eu não acredito no Wizards nessa temporada, até pensei duas vezes em colocar eles na frente do Hawks! A que ponto chegamos! Mas vou confiar que quando o Arenas voltar, em dezembro ou janeiro, ele volte de uma vez por todas e o Wizards seja um time decente o bastante para ficar na frente do Atlanta.
Mas mesmo se eles não se recuperarem, é um time até legal de se ver jogar. Além do Caron Butler, que é espetacular, tem o DeShawn Stevenson fazendo suas palhaçadas, o Nick Young tentando ser o Kobe, o Pecherov que parece o Stewie do Família da Pesada e ainda pode ficar tentando descobrir como funciona a porcaria da Princeton Offense. Pura diversão!
Ou você fica vendo seus DVDs da Vivi Fernandes até o Arenas voltar. É mais fácil.
Motivos para não assistir:
Enquanto o Arenas não voltar você nem precisa justificar se não quer ver um jogo do Wizards, a gente entende e deixa quieto. Mas mesmo quando o Arenas voltar a coisa pode ser meio feia.
Nos playoffs do ano passado, quando o Agente Zero voltou, ele estava claramente fora de forma e completamente sem entrosamento com os companheiros. Imagina ele de novo sem passar por uma pré-temporada, sem treinar e junto com o Etan Thomas, que também não joga há mais de uma temporada e irá lutar com um novato pela vaga de titular deixada pelo contundido Brendan Haywood.
Dá pra imaginar o nível de entrosamento que esse time vai ter com os dois em quadra? O negócio pode até dar certo, mas até lá vai ser feio. Recomendo cautela para os menores de 16 anos.
Atlanta Hawks

Motivos para assistir:
Te dou dois motivos para assistir ao Hawks: Josh Smith e Joe Johnson.

Há umas duas temporadas o técnico do Hawks, Mike Woodson, disse que o Joe Johnson era tão bom quanto o Kobe, só não tinha o reconhecimento da imprensa. Acho que ele exagerou um pouco, mas ele vale o ingresso sim, o cara é pura finesse, uma maravilha de ver jogar, um dos jogadores mais completos da NBA.
Já o Josh Smith não é nada de finesse, é muita força. E você tem que concordar que o Josh Smith é especialista nas duas coisas que mais fazem os torcedores pularem da cadeira no meio de um jogo, as enterradas e os tocos. O cara é uma máquina de dar tocos quando alguém acha que vai para uma bandeja sozinha no contra-ataque.
Se você realmente se importa com o Hawks, o que eu duvido, você ainda pode acompanhar a evolução do fenômeno reboteiro Al Horford, do segundo-anista Acie Law e até ver como o Mike Bibby se comporta agora que ele está no último ano do seu contrato. Mas só faça isso se não tiver namorada, um video-game ou uma peteca, senão é perda de tempo.
Motivos para não assistir:
Ué, é o Hawks. Mas tudo bem, dou três motivos para você não ver jogos do Hawks então:
-Você gosta de basquete
-Você tem bom senso
-Você não assiste nada que envolva o Zaza Pachulia
Brincadeiras à parte, quem acompanhou a série contra o Boston nos playoffs do ano passado sabe como o Hawks pode ser em um jogo um time empolgante e no jogo seguinte parecer um time juvenil que te dá desgosto de viver.
Charlotte Bobcats

Motivos para assistir:
Pegue tudo o que eu disse acima do Josh Smith e troque o nome por “Gerald Wallace“, é a mesma coisa mas com mais chances de contusão.
Além dele tem o Okafor, que nunca foi tão bom quanto deveria ser mas sempre toma uma enterrada bonita na cabeça. A versão 3.0 do Mbenga é legal de assistir pelo motivo errado, mas é legal.
Além disso, tem a volta do Adam Morrison, que obviamente nunca vai dar certo na NBA mas que tem o bigode mais firmeza da história da liga. Sim, bigodes são motivos pra ver um jogo, assim como eu só vejo o Celtics jogar pra ver que penteado o Scott Pollard está usando.
Motivos para não assistir:
Vai dar errado. Eu não estou torcendo para eles se ferrarem, mas essa experiência com o Larry Brown parece aqueles casamentos de artista que você já começa a contar os dias para o divórcio assim que vê os dois recém-casados na Caras. Outro dia ele já deu uma entrevista dizendo que os armadores DJ Augustin e Ray Felton estão se esforçando muito para respeitar o sistema ofensivo, mas que eles estão se esforçando tanto que não tá dando certo, eles têm que se soltar mais.
Aí quando eles se soltarem mais o cara vai dar um piti e vai brigar com todo mundo. Aí o Gerald Wallace vai ter dor nas costas, o Okafor vai torcer o pé, o Adam Morrison já voltou a sentir dor no joelho, o Sean May está gordo, o Matt Carroll é coleguinha de classe do Chris Quinn e o ginásio vai ser atacado por terroristas que vão acusar o Nazr Mohammed de ter traído o movimento.
Então o Larry Brown vai repetir uma frase que ele já disse antes mesmo da temporada começar: “Eu deveria ter me aposentado”, que foi o que ele disse, em tom de brincadeira (ainda), depois daquele jogo em que o Bobcats perdeu o primeiro período por 40 a 9.

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