>Preview da temporada – Divisão Sudoeste

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Um bando de mulher mas a gente com certeza prefere o Chris Paul

Hoje, vamos dar uma olhadinha nos times da Divisão Sudoeste, do meu amado Houston Rockets. E só pra todo mundo perceber como sou um moço direito, não coloquei meu time no topo. Como o Denis explicou no preview de ontem, damos nossos palpites futurológicos sobre cada um dos times colocando, primeiro, aquele que imaginamos vencer sua Divisão e deixando por último o time que deve feder mais. No meu caso, não foi muito difícil dar o palpite do último colocado, aliás.

Definir quem ia ficar em primeiro é muito mais difícil. Trata-se de uma das Divisões mais disputadas de toda a NBA e se qualquer um dos times (menos o Grizzlies) ficasse como líder do Oeste, não seria bizarro. Ou seja, já estou me desculpando em caso de um erro grosseiro. Então vamos lá!

New Orleans Hornets

Motivos para assistir:
Era uma vez um rapaz chamado Chris Paul que, de repente, tornou-se indiscutivelmente o melhor armador da NBA e quase roubou o posto de jogador mais valioso das mãos de Kobe Bryant. Mas a história não termina por aí. Chris Paul treinou exaustivamente para competir nas Olimpíadas e aproveitou a experiência do modo que apenas um nerd de basquete aproveitaria: perguntando e aprendendo coisas com Jason Kidd e o próprio MVP, Kobe Bryant. É sensacional um jogador que acaba de atingir seu auge e humilhar Kidd nos playoffs ser capaz de abordá-lo nas Olimpíadas em busca de conselhos, aprimoramento e truques de profissão. Além disso, para abraçar um papel na seleção diferente do que exercia no Hornets, treinou seus arremessos com técnicos especializados nas curtas férias. Ou seja, ele deve retornar ainda melhor para a próxima temporada. O ex-técnico do Suns, Mike D’Antoni, disse que a temporada passada do Chris Paul foi a melhor temporada que um armador principal teve na história da NBA, inclusive melhor do que qualquer uma que o Nash já teve. Se for verdade e o sujeito retornar ainda mais eficaz e cheio de truques na manga para liderar um time ainda mais profundo com a adição do reserva-de-luxo James Posey, então você é um débil-mental se perder qualquer partida do garoto. Eu não me importo com o resto do elenco, com outros motivos, com a crise global ou com a Alinne Moraes: assista ao Chris Paul. Agradeça depois.

Motivos para não assistir:
Ser cego. Se você enxerga direitinho, não tem razão alguma para não ver esse time jogar. Jogadores interessantes em todas as posições, uma mistura de experiência e juventude, um banco de reservas profundo, um técnico inteligente, esquema tático divertido, um ataque bonito de se ver e Chris Paul, Chris Paul, Chris Paul. Se ele se machucar, bem, aí todo o resto vai para o saco – quem quer ver um esquema tático bacana em que o armador responsável é Mike James, o cara que venderia a alma para o diabo em troca de uma chance de arremessar 500 bolas num jogo? Em caso de contusão, fique longe desse time e do basquete como um todo, como forma de luto. Mate uma cabra em nome do deus do basquete para que Chris Paul volte logo. Assista bocha até lá.

Houston Rockets

Motivos para assistir:
Até a sua mãe deve estar curiosa para saber como será o Houston agora com Ron Artest. São três grandes estrelas, All-Stars, decididas a colocar o coletivo em primeiro lugar e finalmente passar da primeira fase dos playoffs. É uma das maiores concentrações de estrelas por metro quadrado, comparável ao Celtics e ao falecido “Casa dos Artistas” do SBT, que tinha Supla, Bárbara Paz e Alexandre Frota no mesmo cômodo. Para quem busca talento, é um prato cheio.

Além disso, há a dúvida sobre como o Artest vai se encaixar na equipe. Se der tudo certo, ele poderá se focar na defesa e assumir o ataque nos momentos de crise, o que será sensacional de ver e pode levá-lo de volta ao All-Star Game. Se der errado, Artest pode pedir mais arremessos do que recebe, pode forçar umas bolas no final porque gosta de assumir a responsabilidade, e pode brigar com os companheiros de equipe e dar uns tiros para cima. Seja como for, você precisa estar assistindo! Se o time for um caos, aí é que existirão mais motivos para acompanhar a empreitada. A relação de Artest com o técnico Rick Adelman, que era ótima nos tempos de Kings, deve ter tudo a ver com o sucesso ou o fracasso da experiência, e você vai querer estar assistindo se o Artest esganar o pescoço do sujeito.

Sem esquecer também que, quando a tática ofensiva de Rick Adelman finalmente engrenou na temporada passada, o Houston venceu duas milhões de partidas seguidas apenas usando um basquete inteligente e coletivo, sem Yao e dependendo muito pouco de Tracy McGrady. Se beleza ofensiva fosse uma bunda, o Adelman seria a Carla Perez: tem de monte, mas o resto é uma piada. Não dá pra perder esse tchan! Todo mundo no elenco é capaz de jogar muitos minutos e produzir a qualquer momento nesse esquema tático, então também sempre existe o fator surpresa – será que hoje o Carl Landry faz 20 pontos ou será a vez do Aaron Brooks?

Motivos para não assistir:
Ser um idiota é sempre uma boa razão para não assistir ao Rockets, afinal é um time de quem tem bom gosto e um blog bacana, convenhamos. Sempre tem uns manés que acham o Yao Ming a maior farsa desde a virgindade da Britney Spears e não gostam de ver o chinês jogar, claro sinal de falta de bom senso. Bom, se você não tem fetiches por gigantes chineses que não são muito fãs de enterrar a bola, talvez seja mesmo melhor deixar para lá.

Um bom motivo também para não assistir ao meu time é que todo mundo vai se machucar no primeiro jogo e ninguém precisa gastar sua vida vendo o banco de reservas do Houston chutar uns traseiros. Yao Ming não jogou as Olimpíadas em condições ideais e seu físico sofreu com isso, o cansaço se acumula e ele deverá quebrar um osso cedo ou tarde. Sua estrutura óssea não é feita para aguentar um corpo daquele tamanho, com aquele peso, correndo rápido pra burro de um lado para o outro, então contusões sempre serão a regra. Tracy McGrady, por sua vez, não deve jogar nas primeiras partidas do time na temporada porque ainda se recupera de uma cirurgia no joelho e outra no ombro. O joelho, aliás, alegadamente está se recuperando de modo mais lento do que o esperado. Ou seja, a temporada nem começou e já tem gente quebrada, é apenas questão de tempo para que não sobre ninguém na equipe e não haja qualquer razão lógica para acompanhar os jogos.

Segundo uns chatos por aí, também não existe razão de acompanhar um time chutar traseiros na temporada regular se eles vão acabar perdendo na primeira rodada dos playoffs mesmo. Hunf. Pois é, minha vida inteira é um desperdício.

San Antonio Spurs

Motivos para assistir:
Como essa temporada acaba em ano ímpar, o Spurs tem 97% de chances de levar o anel de campeão para casa, é batata, mesmo que eles só fiquem em terceiro lugar na Divisão. Assistir aos jogos do time que será campeão é sempre mais divertido do que assistir aos jogos do que será último colocado, isso é fato. Então, o Spurs pode ficar no topo da lista de favoritos na hora de você escolher qual jogo assistir.

Para quem gosta de basquete sólido, pensado, milimetrado, bem jogado, equilibrado e todas essas coisas de quem coleciona selos, o Spurs é um orgasmo múltiplo. Trata-se de um basquete eficiente que você sabe que será jogado sempre do mesmo jeito. Ou seja, se você se divertia com o Spurs há 3 anos atrás, se divertirá com ele em todos os 82 jogos da próxima temporada, sem tirar nem por (pausa para o bocejo). Ou seja, Duncan, Manu e Parker continuam sendo bons motivos para assistir a NBA do exato mesmo modo que eram há anos atrás, com a adição de que nesse ano ímpar devem estar jogando ainda com mais vontade.

Mas esqueça tudo acima, é apenas encheção de linguiça para que o post fique grande e eu pareça esforçado. Quer um motivo para assistir ao Spurs? A Eva Longoria aparece em todos os jogos. Pronto.

Motivos para não assistir:
Por acaso eu mencionei que estamos falando do Spurs? Então.

Um bom motivo para não ver o Spurs jogar é o horário de verão brasileiro. Com ele, o fuso horário para os Estados Unidos aumenta em uma hora e os jogos da NBA acabam acontecendo bem tarde da noite, começo da madrugada. Ou seja, ver o Spurs jogar numa hora dessas é certeza de que você vai acabar caindo no sono, o que sempre gera umas posições inusitadas e pode te dar um baita torcicolo depois. Cuidado.

Outra coisa importante é que o Manu Ginóbili está contundido e deve demorar um tempo para retornar para o time. Ele pode ser um ator de novela mexicana que dá nos nervos quando finge doze faltas de ataque por minuto, mas é também o jogador mais divertido e criativo do Spurs. Sem ele o time perde muito da graça e também muito do talento. Se ele fizer muita falta e as derrotas começarem a se acumular, é possível que a temporada do Spurs se lasque logo no começo, o que pode tirar um pouco do ânimo de quem queria acompanhar o caminho para o título. Se as vitórias continuarem vindo mesmo assim, como deve ocorrer, o ânimo também deve se perder porque o Spurs não se importa muito com temporada regular e joga sempre mais-ou-menos, nas coxas, empurrando com a barriga para chegar nos playoffs logo. Mas não se enganem, eu sempre assisto aos jogos do Spurs mesmo assim, especialmente quando não está passando nenhum jogo de dominó na ESPN. Coisa de viciado.

Dallas Mavericks

Motivos para assistir:
O técnico Rick Carlisle. Sua mentalidade defensiva deve transformar o Mavericks como o conhecemos e provavelmente, com isso, criar uma fende irreparável no continuum do espaço-tempo. Pense bem, você quer viver num mundo em que o Dallas saiba defender? Mas é que a presença de Carlisle significa muito mais, no entanto. Quando o jovem promissor Devin Harris foi trocado por Jason Kidd na temporada passada, o que o Mavs basicamente fez foi assinar um atestado de compromisso de que iriam vencer agora, imediatamente (para alguns, o que eles fizeram foi assinar um atestado de que eles não iriam vencer nunca, mas isso é outra história). O que importa é que Carlisle deve ser o responsável por colocar o time nas mãos de Kidd, usá-lo em todo o seu potencial ao invés de apenas colocá-lo na equipe para fazer coisas que não sabe, tipo aquele negócio esquisito chamado “arremesso”. O Kidd tem netinhos e um pouco de reumatismo, é hora de ver se o Mavs vai se encaixar e se um dos melhores armadores de todos os tempos vai conseguir jogar um dos últimos anos de sua carreira em grande estilo. O Kidd ganhando jogos enquanto arruma uns triple-doubles de brinde é algo que ninguém quer perder, e depende apenas do Rick Carlisle (e de uma máquina do tempo, dizem alguns) para que isso possa voltar a acontecer.

Além disso, tem também o Josh Howard, que depois de ter férias mais complicadas que a do “Um morto muito louco” e playoffs completamente esquecíveis na temporada passada (tão esquecíveis que nem lembro porque eu costumava criticar suas atuações), precisa mostrar que pode ser uma estrela nesse time. Se ele destruir, será um show à parte, se ele feder será motivo para muitas críticas sobre sua vida fora da quadra. E como fã de “Contigo”, você não vai querer perder uma boa fonte de fofocas como essa, né?

Motivos para não assistir:
O Dallas defendendo, esse é um bom motivo para não assistir. É uma violação do processo de normalidade do mundo. Se o Carlisle montar um time defensivo e o Kidd mostrar que a idade está pesando nas costas, incapaz de parar os armadores adversários (todo mundo ainda se lembra de como ele foi vergonhosamente humilhado pelo Chris Paul na temporada passada), é capaz de que tenha minutos mais reduzidos e o Mavs se torne um time terrivelmente chato de se assistir.

A gente torce por um Kidd veloz puxando contra-ataques com Josh Howard, mas podemos nos deparar com uma Britney Spears careca, ou seja, uma surpresa muito desagradável. O Kidd da temporada passada foi tacado no Mavs de qualquer jeito, meio tapa-buraco, com um papel completamente secundário e fora de sua identidade. Se isso continuar, o Dallas vai se manter como um time de passes para o lado, cadenciado e monótono, sem a velocidade que o Devin Harris imprimia no ataque. E time lento, crianças, é pior que assistir a filme mudo.

Memphis Grizzlies

Motivos para assistir:
Pedofilia. Para quem curte ver o amadurecimento de ninfetas, o Grizzlies é o time ideal. A maior parte da equipe é formada por pirralhos e dois dos possíveis titulares, OJ Mayo e Marc Gasol, são novatos e portanto nunca jogaram uma partida sequer na NBA.

Falando sério, será muito divertido acompanhar a evolução de alguns desses jogadores, especialmente OJ Mayo. Ele tem tudo para ser um dos maiores talentos ofensivos da Liga e ainda é um monstro na defesa, especialmente nos roubos de bola, como pudemos ver na pré-temporada. Ao contrário de outros times em que os novatos são colocados em quadra aos poucos, OJ Mayo vai ser tacado no fogo de uma vez só e deve comandar a equipe logo de cara ao lado de Rudy Gay, que tem 12 anos mas é quem manda naquela budega (pense na situação como uma espécia de “Terra do Nunca” do basquete). Assim, será possível ver como OJ Mayo lidará com a responsa desde o primeiro dia de trabalho, o que é sempre divertido de acompanhar e contar para os netos depois, se o cara virar All-Star ou for para o Hall da Fama.

Outro motivo razoável é ver se o técnico Marc Iavaroni fede ou cheira. Para quem tem fetiche por técnicos novatos e desconhecidos, pode ser divertido. Hoje em dia, tem fetiche com tudo, basta perguntar para o Orkut.

Motivos para não assistir:
O fato deles despontarem como favoritos para acabar em último lugar do Oeste é um motivo para ficar muito, muito longe de qualquer partida da criançada. Ficar assistindo a um monte de criança fazer merda é coisa de babá, e mesmo que exista a curiosidade de ver como OJ Mayo está se saindo, sempre haverá um jogo melhor sendo transmitido. Bucks e Bobcats, por exemplo.

Quando a vontade de dar uma espiada no elenco estiver saindo do controle, basta lembrar do garrafão do Grizzlies. O Homo fracassus Darko Milicic é o mais experiente, devendo ser o titular e dividindo minutos com Marc Gasol (o promissor e por enquanto horroroso pivô da seleção espanhola) e Hadaddi, o pivô iraniano que também faz sua estréia na NBA. Ou seja, são dois pivôs novatos e um fracassado. Começar uma temporada com um elenco desses na posição deveria ser proibido por lei, vai ser uma piada e deve induzir muitos vômitos em quem se atrever a testemunhar. Assistir a um jogo desse time merece uma camiseta tipo aquelas “Eu pulei de Skycoaster”, com os dizeres “Eu assisti a um jogo do Grizzlies e estou vivo para contar”. Considere-se avisado.

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