Preview das Finais 2020 – Los Angeles Lakers x Miami Heat

Foi uma temporada bizarra, encurtada, paralisada, retomada, depois paralisada de novo, aí retomada de novo. Teve “Torneio Colher de Chá”, com jogo extra entre Memphis Grizzlies e Portland Trail Blazers para definir o oitavo do Oeste. Teve o Phoenix Suns não se classificando para os Playoffs e mesmo assim tendo uma sequência histórica; teve o citado Blazers com uma recuperação histórica. Teve Semifinais de Conferência em que o Milwaukee Bucks, melhor time do Leste na temporada regular, tomou uma surra, e um dos grandes favoritos do Oeste, o LA Clippers, foi eliminado num Jogo 7. Teve o azarão Denver Nuggets chegando nas Finais da Conferência Oeste. E teve, pela primeira vez na NBA, dois times que não tinham ido aos Playoffs na temporada anterior, LA Lakers e Miami Heat, alcançando as Finais da NBA.

Apesar do medo de que uma temporada encurtada e jogada em meio a tantas adversidades não fosse levada a sério (a constante história de um possível “campeão com asterisco”), o que não faltou nos últimos meses foram grandes histórias: de superação, de inventividade, de inovação, de surpresa, de basquete bem jogado. Foram personagens incríveis, momentos memoráveis, séries surpreendentes, e um lembrete constante de que mesmo em meio a tantas adversidades a gente ainda dá um jeito de manter as coisas que fazem sentido. A gente dá sempre um jeito de manter as boas histórias.

E é nesse clima que será nosso Preview das Finais da NBA: mais do que tentar prever um resultado, vamos tentar contar a história que envolve essa série e deixá-la aqui, pra gente poder revisitar quando tantos netos quiserem entender o que aconteceu naquela estranha temporada encurtada por uma pandemia, numa “bolha” no meio da terra do Mickey Mouse.

Mas se você quer um Preview mais tradicional, temos em áudio nossa edição semanal do podcast (e sua versão em vídeo, lá no nosso canal do YouTube). Ouve/assiste lá!


O QUE UM TÍTULO SIGNIFICA PARA O LAKERS?

A última vez que o Lakers foi para as Finais da NBA foi em 2010, uma década atrás. Mas não é só isso: o Lakers não vai aos Playoffs desde 2013, quando foi varrido pelo San Antonio Spurs na primeira rodada. Desde então, a equipe de Los Angeles tem amargado um longo processo de reconstrução. A franquia, sempre acostumada a contratar as melhores estrelas da liga, passou anos sem conseguir convencer ninguém de peso a ir jogar lá, e se viu obrigada a começar do zero com a aposentadoria de Kobe Bryant. O plano, no entanto, nunca foi apostar no draft e ir lapidando novos jogadores; a ideia era tornar jovens atletas boas moedas de troca, não se comprometer com contratos longos e ter flexibilidade salarial para eventualmente convencer alguma grande estrela. Calhou que LeBron James, depois de conquistar seu lendário título no Cavs, ficou MUITO LOUCO e topou a aventura de jogar num Lakers capenga. Foi o suficiente para que Anthony Davis, descontente com o New Orleans Pelicans, pedisse uma troca para acompanhar seu amigo. Ao Lakers, bastou fazer a troca funcionar: todas aqueles jovens jogadores viraram peças de troca finalmente, o salário bateu e a dupla atual em Los Angeles formou-se. O resto do elenco foram sobras, veteranos, desgarrados e jogadores de apoio, num APANHADÃO que muita gente achava que não funcionaria logo de cara; é normal times montados às pressas, após muitas trocas, levaram uma ou duas temporadas para encontrar um estilo de jogo. Mas não: o Lakers foi a melhor campanha da Conferência Oeste da temporada regular, uma das melhores defesas e um elenco enxuto-porém-arrumadinho. Nos Playoffs, passou sua dose de sustos, mas fechou todas as séries por 4-1, ou seja, com muita sobra.

Times com LeBron James nunca são “surpresas” – é a décima vez que ele alcança as Finais da NBA, com 3 títulos conquistados até aqui. Mas a trajetória do Lakers não deixa de ser, no mínimo, inusitada. É um time construído quase no susto, baseado na tradicional ideia da franquia de contratar estrelas ao invés de necessariamente produzi-las, e que precisou de uma dose considerável de sorte: sorte de LeBron topar, de Anthony Davis querer se juntar a ele, do New Orleans Pelicans aceitar a troca. Mas tem coisa demais nessa história que não é sorte, e que justifica o Lakers ter optado por essa arriscada estratégia: LeBron, como construtor de jogadas, torna seus companheiros melhores, facilitando o trabalho de montar um elenco de apoio às pressas e sem jogadores badalados, e Anthony Davis é um dos “unicórnios” da NBA, um desses jogadores muito altos e muito versáteis, que torna qualquer time em que esteja um pesadelo para enfrentar. Com estrelas assim, basta montar uma defesa forte capaz de gerar contra-ataques e todo o resto parece magicamente se encaixar aos poucos, com o elenco descobrindo jogo após jogo como contribuir para aquilo que já funciona – LeBron e Anthony Davis, no caso.

Um título para o Lakers não é apenas o retorno de uma franquia que passou anos “de castigo”, longe dos holofotes; é também a vitória de um modelo muito específico de se construir elencos. O Lakers dessa temporada será lembrado por décadas como um dos principais exemplos de que a NBA “é uma liga de estrelas”, de que os grandes nomes são os pilares fundamentais de uma equipe que quer brigar pelo título, e de que todo o resto até precisa ser bem feito, mas é secundário – vem depois da garantia de um motor principal.

Um possível título também tem valor histórico para LeBron James e Anthony Davis. LeBron, aos 35 anos, colocaria mais uma conquista num currículo que almeja ser o melhor de todos os tempos, e deixa com isso mais algumas lições para as novas gerações: primeiro que hoje, como nunca, um cuidado quase obsessivo com o corpo é capaz de prolongar carreiras em níveis nunca antes imaginados, e segundo que não dá para decidir o lugar na história de um atleta sem ver sua carreira chegar até o fim, de modo que ela construa suas próprias regras e sua própria narrativa. Anthony Davis, por sua vez, deixa para trás o histórico de lesões e o peso de nunca ter vencido na pós-temporada e acrescenta um possível adendo: o de que ele provavelmente não tinha apoio suficiente para cumprir as expectativas depositadas sobre ele. Ninguém ganha um título sozinho, e tanto LeBron quanto Anthony Davis descobriram isso amargamente ao longo de suas carreiras; em dupla, parecem muito perto de alcançar esse resultado.

O QUE UM TÍTULO SIGNIFICA PARA O HEAT?

A última vez que o Heat esteve nas Finais da NBA foi em 2014, curiosamente sob comando de LeBron James, numa sequência de quatro Finais da NBA em quatro anos e que rendeu dois títulos para a franquia. Desde então, o Heat vai para os Playoffs ano sim, ano não, uma consistência bem esquisita. Sem seu trio de estrelas (LeBron deixou a equipe para voltar para o Cavs, Dwyane Wade caiu muito de rendimento com a idade e foi liberado, e Chris Bosh acabou se aposentando muitíssimo cedo por conta de coágulos no sangue), restou ao Heat confiar no MODELO que havia construído aquele time duas vezes campeão: técnicos de ponta, desenvolvimento de jogadores e um clima geral de SERIEDADE.

Juntar LeBron, Wade e Bosh rumo a dois títulos foi mais difícil do que parecia: foi necessário que os atletas fizessem concessões, confiassem num estilo de jogo e mudassem algumas características ao mesmo tempo em que a franquia tentava encontrar e desenvolver atletas para compor um elenco que estava, em termos salariais, quase integralmente comprometido com apenas três jogadores. Sem os três, o Heat manteve a premissa de impor um estilo de jogo capaz de tirar o melhor dos seus atletas, com base num dos melhores times de análise de dados da NBA, e desenvolver atletas para que alcançassem os melhores números de suas carreiras. Aos poucos, o boca-a-boca foi espalhando a seriedade do Miami Heat nos bastidores, com análise aprofundada, técnicos dedicados, treinos puxados e um departamento médico muito rígido para conseguir a melhor forma física possível de cada atleta. Nos últimos anos, faltaram estrelas no Heat, mas jogadores ostracizados ou ignorados conseguiram números impressionantes – até Dion Waiters tornou-se um jogador relevante nesse modelo, comandado desde o princípio pelo técnico Erick Spoelstra.

O problema é que o Heat pegava jogadores indesejados, transformava eles em jogadores decentes e aí o valor de mercado desses atletas imediatamente subia, criando uma dúvida cruel: abre-se mão desses jogadores para não comprometer o futuro salarial da franquia, mas perdendo aquilo que você tão talentosamente construiu, ou abre-se os bolsos para manter esses jogadores mesmo sabendo que eles no fundo não são tão bons assim e só brilharam graças ao seu modelo? Ao não conseguir contratar grandes estrelas, o Heat optou por abrir o bolso e se viu na difícil situação de ter um elenco que não era tudo isso mas sem dinheiro para fazer melhorias significativas. O Heat passou 6 anos confiante no modelo, jogando da maneira que acredita, desenvolvendo talentos, mas ninguém desabrochou para tornar-se uma grande estrela, e as estrelas já desabrochadas não pareciam querer jogar por lá. Jogar direito não parecia ser suficiente.

Até que Jimmy Butler, descontente com o suposto “amadorismo” que via nos bastidores de Wolves e Sixers, resolveu jogar pelo Heat após ouvir de Dwyane Wade que a franquia era “séria de verdade”. Jimmy Butler é um dos melhores jogadores “duas vias” da NBA, um dos melhores talentos defensivos do basquete que ainda consegue ser muito produtivo no ataque, mas ninguém acreditava que ele seria capaz de carregar sozinho uma franquia que não havia sequer alcançado os Playoffs – se ele não carregara Wolves e Sixers, com elencos muito mais estrelados, por que o faria num Heat cheio de jogadores secundários? Mas o que descobrimos é que o MODELO não precisava de Jimmy Butler para carregar o time; precisava dele apenas para empurrar um pouquinho um motor que já era perfeitamente funcional e carecia de uma força inicial. Com ele no elenco, aquilo que sempre vimos no Heat passou a ficar mais evidente: jovens talentos sendo desenvolvidos (Tyler Herro é novato, Duncan Robinson e Bam Adebayo são segundo-anistas), esquema de jogo sólido, todo mundo na melhor forma física da carreira. Só que agora com a nova empolgação de ter um líder em quadra capaz de carimbar, com sua confiança, um modelo que agora todos os atletas tem ainda mais razão para se entregar. Se o Jimmy Butler acredita, não tem como não acreditar junto, senão ele grita com você.

Um título para o Heat seria, portanto, a coroação de um modelo – de jogo, mas também de bastidores, de comando, de desenvolvimento interno de atletas. Seria a prova definitiva de que a “liga de estrelas” pode criar as suas próprias, desenvolver seus próprios talentos, dar protagonismo para jogadores menos badalados, e convencer estrelas como Jimmy Butler não com espaço salarial, mas com uma estrutura séria que não admite derrota. O Heat, mesmo nos seus piores momentos, estava tentando ganhar, nem que fosse transformando Dion Waiters numa quase-estrela; é o anti-Sixers, uma recusa ao “perder agora para ganhar depois”, e um aceno para o modelo vencedor do San Antonio Spurs nos anos 2000 que prefere manter uma consistência e adequar atletas ao modelo para vencer quando tiver a oportunidade, sem movimentos bruscos. E aqui está, a oportunidade veio: o Heat é o time melhor treinado, em melhor forma física, com o elenco mais profundo, tirando minutos valiosos de jogadores que em outras franquias não teriam tido sequer uma chance, que em outros lugares técnico nenhum confiaria minutos importantes da pós-temporada.

Para Jimmy Butler, que ganhou fama como uma figura caótica e excessivamente crítica nos vestiários, seria também uma história de casamento feliz: no fundo, ele só queria um modelo estruturado, sério e profissional para obedecer. Todo rebelde, eventualmente, encontra sua casa.


QUAL É O ESTILO DO LAKERS?

O Lakers destoa do momento atual da NBA por ser um time muito alto. Em outras franquias, Anthony Davis seria certamente um pivô, mas no Lakers ele só precisa jogar nessa posição quando o time quer “jogar baixo”; em situações normais, Dwight Howard ou JaVale McGee assumem o garrafão. Isso significa que o Lakers é um monstro nos rebotes ofensivos: nos Playoffs, praticamente 30% de todos os arremessos que o Lakers deu viraram rebotes de ataque, que se transformam em novas oportunidades de arremesso ou, quase sempre, em cestas fáceis embaixo da cesta. O tamanho também permite que o Lakers possa garantir os rebotes defensivos enquanto seus jogadores – inclusive, e principalmente, Anthony Davis – corram imediatamente para o ataque, o que tornou o Lakers um dos melhores times da NBA em contra-ataques, e o melhor dos Playoffs nessa categoria. Cercar Anthony Davis com jogadores altos também permite que ele não precise jogar no garrafão e possa, por exemplo, receber a bola na altura da linha de lance livre, o que é ideal contra defesas por zona – especialmente aquelas que tentam tapar o garrafão para impedir as infiltrações de LeBron James.

Abaixo temos um vídeo incrível em que Sam Quinn coletou jogadas de Anthony Davis contra a famosa defesa por zona do Miami Heat na temporada regular, e o que vemos é Davis receber a bola entre as duas linhas da zona, assim como fez Daniel Theis na série contra o Celtics – com a diferença de que, ao contrário de Theis, Davis tem um arremesso brutal de média distância e consegue usar esse espaço para bater para a cesta.

Outra coisa que o tamanho permite: o Lakers é o líder dos Playoffs em pontos no garrafão e líder em tentativas dentro do garrafão, com 34% de todos os arremessos do time vindos da área pintada. Desses pontos no garrafão, praticamente metade é responsabilidade de LeBron James, seja pontuando ele mesmo, seja com assistências vindas de sua mão.

O tamanho do Lakers e os contra-ataques terminados no garrafão ajudam a camuflar a deficiência nas bolas de três pontos: na temporada regular o time esteve entre os 10 piores aproveitamentos do perímetro, mesmo sendo um dos 7 times que menos tentou esse tipo de arremesso. Nos Playoffs a história mudou e o Lakers está acertando as bolas de longe (Rajon Rondo, historicamente um arremessador muito ruim, com 31% de aproveitamento, está acertando 45% dessas bolas até aqui nessa pós-temporada), mas ainda assim a má pontaria do perímetro foi o tema comum de todas as derrotas nas séries anteriores. Na derrota para o Blazers, o Lakers acertou 15% das bolas de três; na derrota para o Rockets, acertou 29%; na derrota para o Nuggets, acertou 23%, todos muito abaixo dos 36% que são a média da NBA.

Quando precisa jogar mais baixo (na NBA atual é difícil defender usando vários pivôs), quando não garante rebotes de ataque ou quando as bolas de três pontos não estão caindo, o Lakers precisa usar sua defesa – a cola que juntou esse elenco CATADÃO – para gerar contra-ataques, e sente muita falta de Avery Bradley, fora da bolha, para ajudar a marcar o perímetro. Mas o que o Lakers deixa para a NBA, em termos de estilo, é que defesas podem ser o motor principal de um ataque, e que ainda dá para jogar alto mesmo que isso caminhe na contramão do que o resto da liga está fazendo nos últimos anos.

QUAL É O ESTILO DO HEAT?

O Heat é o time que não para de se movimentar: lidera a NBA nos Playoffs em cortes para a cesta, ou seja, tem sempre alguém correndo em direção ao aro e se o defensor não perceber, recebe a bola livre para uma bandeja. Mas além disso, o Heat também lidera em assistências para arremessos do perímetro, o que significa que tem jogadores se movimentando sem a bola também longe da cesta, o que eventualmente gera arremessos livres: o novato Tyler Herro e o segundo-anista Duncan Robinson, que em vários times seriam reservas com minutos limitados apenas por desconfiança dos técnicos, no Heat estão convertendo mais de 38% dos seus arremessos de três pontos nesses Playoffs. Essa movimentação sem a bola só é possível porque todos os jogadores se movem sabendo que, caso estejam livres, vão receber a bola e podem arremessar; há uma carta branca que garante a qualquer jogador do elenco a possibilidade de pontuar em qualquer momento do jogo, independente da distância no placar, do poder do adversário e dos minutos restantes no cronômetro. É essa crença irrestrita em todo o elenco – e no técnico Spoelstra, seu modelo e sua capacidade de decidir quem vai estar em quadra – que torna o Heat um time fascinante de se assistir e um pesadelo de se enfrentar.

Essa versatilidade ofensiva acaba aparecendo nos quartos períodos, quando vários times limitam suas movimentações ofensivas em busca de arremessos “seguros”, o que muitas vezes significa colocar a bola nas mãos de uma estrela e torcer para que ela consiga um bom arremesso. O Heat, pelo contrário, pode encontrar bons arremessos nas mãos de qualquer jogador do elenco, o que aumenta o repertório ofensivo e complica a defesa adversária, que no final dos jogos está acostumada a marcar apenas uma ou duas jogadas de segurança do oponente. Por conta disso, o Heat marcou 68 pontos a mais do que tomou quando somamos todos os quartos períodos desses Playoffs – a melhor marca da história da NBA. Isso significa que o time não tem uma jogada de segurança, nem um jogador que sempre decide; é um cenário impensável para a maior parte dos times, que prefere confiar em jogadores mais experientes para momentos importantes, mas o Heat está destruindo seus oponentes com minutos decisivos de atletas que, como Herro e Duncan, nunca haviam participado dos Playoffs na vida.

Defensivamente o Heat também aposta nessa versatilidade, seja com um esquema em que todos os jogadores trocam de oponente a cada corta-luz, seja com a defesa por zona que virou marca do time ao longo desses Playoffs. A defesa por zona ainda é pouco usada na NBA (em média, só 5 posses de bola por jogo), mas o Heat foi o líder em defesas por zona na temporada regular, bem acima dessa marca. Contra o Lakers, ainda na temporada regular, usou em 35 posses de bola; nos Playoffs contra o Celtics, chegou a usar em mais de 80 num único jogo. Marcando por zona, os defensores do Heat não precisam se ater a jogadores específicos, marcando regiões da quadra, inclusive com mais de um atleta na mesma região para impedir infiltrações, por exemplo. É uma defesa que ao mesmo tempo em que exige confiança em todo o elenco – alguém que não cumpra seu papel compromete o trabalho de todos os outros jogadores – também consegue amenizar as limitações defensivas individuais, porque sempre há ajuda para marcar um oponente quando ele infiltra.

O Heat, então, mantém no ataque e na defesa uma espécie de filosofia única: é o elenco inteiro que deve produzir, se movimentando sem parar dos dois lados da quadra. É uma lição importante numa NBA que cada vez tem mais dificuldades para trazer estrelas para suas franquias, e que ainda engatinha no uso de defesa por zona. Nos próximos anos, independentemente do resultado, veremos muitos times mais limitados imitando o Heat na defesa e no ataque – isso se conseguirem, claro.


O resultado do encontro dessas histórias e desses estilos será a coroação de uma temporada histórica – e histórica por motivos bons, não apenas pelas adversidades. São dois times formados de maneiras opostas, mas que dependem de estrelas e elencos de apoio coesos, e que fazem coisas fora da curva: defesa por zona, de um lado, e tamanho no garrafão, do outro. Seja quem for o campeão, a história da NBA será impactada e influenciada por essas histórias, e temos a honra de poder acompanhá-las de perto no confronto logo mais. Não percam!

Torcedor do Rockets e apreciador de basquete videogamístico.

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