>Preview dos Playoffs – Lakers x Celtics

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Se não dá no jeito, vai na força

É hoje! Às 22h começa a primeira partida da final da NBA entre Los Angeles Lakers e Boston Celtics. Esperem por um STAPLES Center bombando de tensão e de celebridades, em Los Angeles não falta gente famosa querendo aparecer por alguns segundos em rede nacional. Nem precisa gostar muito de basquete, só precisar estar em LA e ter grana. Como já disse o Paul Pierce para apimentar as finais, “Lá são celebridades indo assistir celebridades, em Boston o pessoal entende mais do jogo”. A essa altura qualquer opinião inocente já cria discussões e mais rivalidade para a partida.

Nessa semana já falamos das diferenças entre os dois times de hoje em relação aos que se enfrentaram em 2008 e fizemos uma análise da superação do Celtics, o que o Danilo chamou de “time de pagodeiro”. Para finalizar essa primeira parte de previews, o que os dois times devem fazer para se consagrar como campeões da temporada 2009-10.

O que o Lakers precisa fazer para vencer a série:
Dificilmente o Celtics irá usar por tanto tempo uma defesa por zona como o Suns usou, não é a característica deles, mas depois de ver a dificuldade que o Lakers sentiu, talvez o Celtics use essa tática em determinados momentos do jogo e eles o farão com jogadores mais talentosos defensivamente do que o Suns. O primeiro passo para o Lakers vencer essa série é saber furar a defesa verde. Tarefa ingrata que Heat, Cavs e Magic ainda pensam em como realizar.
O Celtics teve, desde a temporada regular, uma das melhores marcas da NBA em aproveitamento de arremessos do adversário. Mesmo quando perde os jogos costuma segurar o oponente na casa dos 45% de acerto e é sonhar alto demais para o Lakers imaginar que irá conseguir superar essa marca em todos os jogos. Talvez em um ou dois dias mais felizes, mas só isso. Deve-se saber que os placares não serão altos, que a defesa do Celtics é agressiva e saber lidar com isso sem desespero e afobação. Quando se enfrenta uma defesa forte, é fácil alguém querer resolver tudo sozinho (estou olhando pra você, Sr. Bryant) ou ser obrigado a ficar lançando arremessos de três com marcação na cara. Essas duas coisas resultam em turnovers e rebotes longos, as duas coisas que o Lakers mais deve evitar.
Os turnovers deixam a vida do Celtics mais fácil, impulsionam os contra-ataques em que o Rondo e o Tony Allen finalizam com velocidade e o Ray Allen tem um arremesso livre de 3 pontos na transição. Os rebotes longos causam os mesmos contra-ataques e ainda impossibilitam os pivôs do Lakers de brigarem pelo rebote ofensivo. Ofensivamente, portanto, o Lakers deve ter paciência para atacar a cesta e forçar pouco os arremessos, vai precisar de paciência e de calma para aceitar que contra o Celtics não dá pra ganhar jogos fazendo 120 pontos. Também será essencial o trio Lamar Odom, Pau Gasol e Andrew Bynum lutar por boas posições para o rebote ofensivo, esses rebotes podem render os pontos mais fáceis do Lakers na série.
Ainda no ataque será importante desde cedo explorar o duelo entre Pau Gasol e Kevin Garnett. O KG teve uma vantagem impressionante nesse matchup em 2008 e o Lakers precisa que isso não se repita, o negócio é botar o Gasol pra trabalhar desde o começo do jogo e deixar ele ser agressivo. O espanhol precisa de confiança e de uma quantidade decente de arremessos para descobrir o caminho das pedras contra a defesa bem física do KG. Para o técnico Phil Jackson essa disputa entre os dois pode ser o que irá definir a série.
Eu não vejo da mesma forma, acho que o Lakers tem a chance de ganhar essa série na defesa, chance que nunca teve em 2008. Na época, ou eles achavam um jeito de furar o muro do Boston ou estavam ferrados, porque não tinham talento individual para segurar na defesa. Hoje, porém, o Lakers evoluiu demais na defesa e tem vencido nos playoffs ao se focar nesse lado da quadra. Contra Thunder e Suns, os confrontos mais complicados da pós-temporada, o time se acertou quando conseguiu limitar a produção ofensiva de Russell Westbrook, Kevin Durant, Steve Nash e Amar’e Stoudemire. Segurá-los deixou o Lakers vencer mesmo em dias em que o ataque não estava inspirado. Agora é a vez do mesmo esquema defensivo parar Rondo e Pierce.
O confronto mais importante, portanto, acaba sendo Ron Artest contra Paul Pierce. Enquanto Rondo lidera a equipe durante quase todo jogo, o ala é quem chama o jogo no quarto período. Se o Artest conseguir parar o Pierce, o Celtics terá que abusar das infiltrações do Rondo e só, virando um time ainda difícil, mas previsível. E para parar Rondo, tarefa que ninguém chegou perto de conseguir nesses playoffs, o segredo é não apostar no mano-a-mano.
Embora os estilos não sejam iguais, uma boa comparação é o que o Lakers fez com o Deron Williams. Já que o Fisher não podia pará-lo no 1-contra-1, o Phil Jackson montou uma defesa em que os pivôs estavam sempre com um olho no Deron, fechando sua passagem para a infiltração sempre que o armador tentava o bote. Caras que não podem ser marcados individualmente pedem atenção do resto do time e assim eles podem ser controlados. O que o próprio Celtics fez com o LeBron James é o que o Lakers precisa fazer com o Rondo. E considerando o sucesso que essa estratégia deu com Deron Williams e Nash, não vejo porque não pode pelo menos minimizar a eficiência do Rajon Rondo.
O que o Celtics precisa fazer para vencer a série:
Lembra desse post do Danilo comentando as defesas do Celtics contra o Cavs? Nele, está postado um depoimento do Garnett dizendo “Ataque? Que ataque? Só pensamos em defender”. Podem pensar a mesma coisa para essa série contra o Lakers. O ataque do Celtics é bem simples: algumas isolações do Paul Pierce, Ray Allen vai tentando se livrar da marcação sem a bola para ficar livre e Garnett faz bloqueios e pick-and-rolls. Rondo assiste a tudo isso e cabe a ele tomar as decisões corretas. É tudo bem simples, não marca 130 pontos em ninguém, mas costuma ser eficiente o bastante quando a defesa funciona.
Outro motivo para o ataque poder ser simples é que quando a defesa pára o adversário, eles nem sempre precisam confiar no seu ataque de meia-quadra. Tem jogada mais mortal do que o contra-ataque do Celtics? Rondo é rápido como o diabo, Paul Pierce nunca termina uma infiltração sem a cesta ou pelo menos uma falta, e ainda tem o Ray Allen que escapa para um arremesso de três livre. Não tem nada mais Celtics do que deixar um jogo amarrado e, de repente, em 5 posses de bola, forçar 5 erros e abrir uns 10 pontos de vantagem.
Eu não sou ninguém pra dizer o que o Celtics deve fazer pra defender, eles sabem mais que qualquer um na NBA, mas conhecendo bem o meu Lakers, pensei em algumas coisas. A primeira delas é não confiar na marcação mano a mano na defesa. Sim, eu sei que Garnett é capaz de parar o Gasol e o Perkins é capaz de parar o Bynum, mas pra quê correr o risco? O Suns teve enorme sucesso em anular os dois pivôs do Lakers ao dobrar a marcação neles e forçar os arremessos longos de 2 ou as bolas de 3, duas coisas em que o Lakers não é especialista. Na série contra o Suns, principalmente no jogo 6, Derek Fisher, Kobe Bryant e Ron Artest acertaram a pontaria e garantiram a vitória, mas foi exceção, não regra. O Celtics poderia obrigar o Lakers a jogar fora do garrafão com as dobras de marcação e se por acaso as bolas começarem a cair, aí sim confiar na marcação individual.
Na teoria é bem mais fácil que na prática, afinal não é sempre que dobrar a marcação é uma boa idéia, não é só correr em direção ao cara com a bola, ainda mais contra um time que passa a bola tão bem como o Lakers, mas no momento certo é uma tática ótima. Por exemplo, é mais útil o Paul Pierce ajudar na dobra do que o Rajon Rondo. Pierce é mais alto, atrapalha mais o passe do espanhol (que é ótimo) e deixa livre o Ron Artest, pior arremessador do Lakers. Já Rondo atrapalha menos pela altura (embora seja um bom ladrão de bola) e deixa livre o Derek Fisher, que pela milésima vez na carreira está acertando arremessos decisivos na pós-temporada.
Também é mais inteligente dobrar a marcação quando o Gasol estiver numa posição da quadra onde seja mais difícil acertar um passe, ou quando ele já tiver parado de driblar e correr o risco de andar com a bola. São vários detalhes básicos do basquete que todo jogador do nível da NBA sabe (ou pelo menos deveria saber) e que podem decidir se essa escolha de dobrar a marcação vai ser um sucesso ou não. Minha aposta é que isso pode machucar muito o jogo de garrafão do Lakers e ser uma das soluções para o Celtics vencer essa batalha. O Celtics pode se beneficiar muito se o ataque do Lakers for parado por turnovers ao invés de arremessos errados, assim eles correm menos risco de sofrer pontos com os rebotes ofensivos. Não custa lembrar que o Celtics foi um dos piores times da NBA (sim, perto de Wizards e Nets) nos rebotes de defesa na temporada regular.
Com o garrafão do Lakers menos participativo, o ataque fica bem mais previsível. Claro que o Kobe vai tentar fazer milagres e eventualmente vai fazer, mas nunca que ele, sozinho, vai ganhar uma série de 7 jogos contra um time tão bom quanto o Celtics. Pode ganhar um jogo, mas não 4. E com Kobe não tem segredo, é colocar um cara para marcá-lo, provavelmente Pierce, com Tony Allen vindo do banco, e não cair nos fakes que ele faz antes de arremessar. Para marcar Kobe Bryant o negócio é não sair do chão, não tentar ser herói, e aceitar que vez ou outra você vai tomar um arremesso humilhante no meio da fuça. O que o Celtics precisa saber, e sabe, é que mesmo que Kobe faça 30 pontos por jogo o Celtics pode vencer.
Palpite: Lakers 4 x 3 Celtics. Como eu já disse no meu último post, sempre considero o time da casa favorito em uma final por causa do sistema 2-3-2, em que o time sem mando é obrigado a vencer 3 jogos seguidos para manter seu domínio em casa. Nesse nível disputado é muito difícil qualquer time vencer três partidas seguidas.

Também pesa o fato do Lakers estar invicto em casa nessa pós-temporada. Acredito que em 7 jogos o Lakers vença pelo menos três em casa e um fora. O Celtics até arranca um em Los Angeles como em 2008, mas precisa ou vencer duas em LA ou faturar as três seguidas em casa, bem difícil.

E apenas para reforçar a igualdade nessa série vale lembrar dos confrontos da temporada regular: uma vitória do Lakers em Boston por 1 ponto de diferença e uma vitória do Celtics em LA por um ponto de diferença. Vai sair sangue!

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