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Um dos 25 gritos que Gasol dá por jogo
O penúltimo preview da temporada, o próximo só na grande final! Passaram rápido esses playoffs, não? Acho que foram as varridas em excesso, mas tudo bem, duvido muito que vá ter um 4 a 0 nessa final de conferência. O histórico recente de Lakers e Suns tem duas histórias distintas: Em playoffs foram duas vitórias do Suns, em 2005 e 2006, ambas na primeira rodada. Mas depois disso veio Pau Gasol e desde a chegada do espanhol foram 7 vitórias do Lakers em 9 jogos, nessa temporada deu 3 a 1 para o LA.
Valerá o histórico recente ou o de playoffs? Gasol fará a diferença? Irrita essa preparação com perguntas? Vocês querem logo que eu comece? Posso começar?
O que o Lakers precisa fazer para vencer a série:
Essa virada nos confrontos entre Lakers não aconteceu depois da chegada do Gasol por acaso. Nos confrontos de playoff o Lakers dependia de Kwame Brown para fazer seus pontos no garrafão, e vocês sabem o que isso significa! Na defesa também não dava resultado e Amar’e dava uma surra no Lakers. Com a chegada de Gasol e com o crescimento de Andrew Bynum o desempenho do pivô do Suns caiu drasticamente. Nessa temporada foram 20 pontos por jogo de média contra o Lakers, sua quarta pior média (a pior foram os 15 pontos por jogo contra o Bobcats).
Por outro lado, Bynum costuma ter grandes jogos contra o Suns, como os 26 pontos e 15 rebotes no jogo do dia 12 de novembro. Nesse mesmo jogo o Lakers marcou 78 pontos no garrafão, a segunda maior marca da temporada entre todos os times.
Esses dados dão a receita para o Lakers bater o Suns, usar e abusar do seu garrafão muito mais alto. Bola no Bynum, bola no Gasol e quando Odom estiver na quadra, colocá-lo perto da cesta e jogar a bola nele. Jarron Collins é um pivô patético, Amundson é só vontade, Amar’e tem sempre o receio de ficar com problemas de falta e todo mundo sabe que o seu maior defeito é a defesa. O único obstáculo pode ser a volta do bom pivô Robin Lopez, que pode ser o grande diferencial da série, mas não sabemos como ele voltará depois de tanto tempo machucado.
Mas atacar o garrafão não é passar o dia inteiro tocando a bola nos pivôs, essa estratégia pode ser impedida com a dupla ou tripla marcação, forçando os erros, tática que o Thunder usou muito bem contra o mesmo Lakers na primeira rodada. Para liberar esse espaço para os pivôs é essencial que Artest, Fisher e Kobe acertem seus arremessos de longa distância, para criar uma ameaça que abra a quadra. Também é importante que esses jogadores, principalmente Kobe, ataquem a cesta. Nem sempre atacar a cesta resulta em uma bandeja certa, mas se ela fizer o pivô sair de sua posição para dar o toco já é sucesso, o Lakers é um dos melhores times da NBA em rebotes de ataque e uma bandeja errada pode significar pontos fáceis na segunda chance.
O bom aproveitamento no ataque é um ótimo jeito de impedir os contra-ataques do Suns. Embora eles não dependam deles como já dependeram no passado, ainda é uma força do time de Phoenix e precisa ser olhado com atenção. Forçar o Suns a jogar em meia-quadra é tirar a força de Leandrinho e Jason Richardson no ataque, por exemplo. Esse último, diga-se, está sendo estudado com atenção por Kobe, que se disse dedicado a pará-lo, assistindo seus vídeos para se preparar para a série. Já no jogo de meia quadra o Suns depende bastante de Nash, Amar’e e Grant Hill. Nash teve média de apenas 13 pontos por jogo na temporada regular contra o Lakers e teve muita dificuldade mesmo sendo marcado pelo vovô Derek Fisher, Grant Hill terá que ser parado por Artest e Amar’e já dissemos, sofre contra o Lakers.
Se Kobe e sua galera mantiverem a concentração e as boas atuações da série contra o Jazz e continuarem sabendo explorar suas vantagens sobre o Suns como souberam explorar na temporada regular, a vitória deve chegar mais cedo ou mais tarde.
O que o Suns precisa fazer para vencer a série:
Se o histórico recente dá toda a vantagem para o Lakers, sobra para o Suns pensar em como contornar isso e mudar o resultado. Tá bom que Amar’e tem dificuldade contra o Lakers, mas se ele é tão bom contra o Tim Duncan, por que não seria contra o Bynum? Ele já deu um depoimento dizendo que pretende ser melhor nessa série, atacando mais a cesta e talvez tirando alguns dos pivôs do Lakers com problemas de falta. Se ele fizer o Phil Jackson colocar o DJ Mbenga em quadra, está feito!
Já Nash precisa dar um jeito de render mais do que 13 pontos por jogo. Ficou claro nas duas séries de playoff desse ano como eles dependem muito de que o Nash, além das assistências, faça seus pontos, principalmente no quarto período. Se Nash não chegar aos 20 pontos de média na série, nada feito. Durante os playoffs tanto ele quanto Amar’e e Jason Richardson estão com média de pontos na casa dos 20 e precisam manter isso, não vai ter Goran Dragic vencendo jogos sozinho sempre.
Se tem uma coisa que o Suns pode usar com gosto é o banco de reservas. Se o Lakers colocar muitos reservas em quadra o técnico Alvin Gentry pode correr e colocar Dragic, Leandrinho, Jared Dudley e Channing Frye pra botar fogo no jogo. Somando a qualidade defensiva destes com o desastre ofensivo que costumam ser Jordan Farmar, Shannon Brown e Luke Walton, dá pra ganhar uma boa vantagem no placar. Alguns dos reservas, inclusive, podem ser até mais usados junto com os titulares. Talvez Dudley seja a melhor opção para marcar Kobe, enquanto Frye pode ser a melhor arma para liberar espaço no garrafão para Amar’e Stoudemire.
Mas como disse antes, Robin Lopez tem tudo para ser o nome dessa série. O Suns não tem chance se não conseguir pelo menos diminuir a vantagem do Lakers nos pontos no garrafão e rebotes defensivos e ofensivos. Se Lopez voltar jogando bem e conseguir minimizar o poder do garrafão do Lakers aí basta Nash e Amar’e jogarem o que sabem (e não o que jogaram na temporada regular contra o Lakers) para o Suns ter muitas chances de vencer jogos e a série.
Palpite: Lakers 4 x 2 Suns. O Suns tem chances de vencer a série, mas acho pouco provável que eles vençam quatro vezes a batalha no garrafão. Pelo garrafão forte e, claro, por Kobe poder decidir um ou outro jogo mais apertados, aposto no Lakers para o tri-campeonato do Oeste.