>Prova incontestável

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O Kevin Garnett às vezes faz xixi na cama

Lembra quando você achou a Roberta Close gatinha e aquele amigo estraga prazeres te trouxe uma foto, prova incontestável, de que ela era homem? Lembra quando você achava aquela menininha dos Hanson até que bonitinha e aí se deu de frente com a prova incontestável de que a banda é formada por três irmãos homens? Lembra quando você gostava da Vovó Mafalda e, ao ver suas pernas peludas, viu a prova incontestável de que ela era homem (ou então um gorila)?

Pois bem. O jogo de ontem entre Celtics e Spurs foi tipo isso: uma prova incontestável de que o time de Boston foi montado direitinho pra levar o anel de campeão da temporada para casa. Eu alopro o Spurs, eu digo que eles comem meleca, mas também admito que é nesses grandes confrontos que o Spurs se supera e joga pra valer. Não importa que agora, de repente, eles estejam lá embaixo na tabela surreal do Oeste. Contra o Celtics, eles iriam dar tudo de si para provar o que poderiam fazer numa futura Final da NBA. Eles realmente deram tudo e, ao contrário do já monotono e chato pra burro final convencional em que o Spurs ganha no finalzinho o jogo disputado e nem sequer sorri, dessa vez simplesmente não foi o suficiente.

O Celtics jogando no Leste é como ser a Dona Florinda e enfrentar o Seu Madruga todo dia. É covarde e não prova nenhuma competência fora do normal. Mas ontem foi diferente. O Boston tava tomando um pau, conseguiu correr atrás, tomou a liderança no final e acertou as jogadas que importavam nas horas mais decisivas. Tudo contra uma das maiores potências do Oeste. Só uma coisinha: por acaso eu citei que o Ray Allen nem jogou? A vitória em sua ausência é tão gritante quanto a perna peluda da Vovó Mafalda, não dá pra ignorar, e se olhar demais vai acabar até queimando tua retina.

Ninguém sentiu falta do Raio do Além justamente porque o time agora é ridículamente profundo e todo mundo tem três bolas no saco. O Celtics nada mais é do que um bando de gente que ama dar arremessos decisivos no último segundo (Pierce, Cassell, Rondo, até o Eddie House, meu deus!) e mais o Garnett, que não faz parte do grupo anterior nem um tiquinho sequer.

Os leitores mais “das antigas” do Bola Presa sabem que sou muito fã do Garnett (já fui acusado de ser puxa-saco dele aqui no blog com uso de palavras que não posso repetir antes das 22 horas). Se eu fosse o David Stern, criaria uma regra para o Garnett ser eleito o MVP todo ano só porque eu quero. Mas é que o Kevin Garnett faz de tudo, arremessa de longe, de perto, dá assistências, pega rebotes, joga uma monstruosidade na defesa e passa até aquele rodo esquisito para tirar o suor da quadra se for necessário, e tudo ao mesmo tempo. Mas, digamos assim, ele não é lá um grande fã de assumir a responsa no final dos jogos. E eu não vejo porque criticá-lo por causa disso. É apenas uma hora em que ele prefere passar para o lado e deixar alguém sair com a honra. É só uma característica sua. É só um caso de humildade! (cof, cof!)

Ontem, contra o Spurs, o Garnett quase colocou tudo a perder errando arremessos fáceis, todos completamente livre, em momentos cruciais do último período. Comecei a achar que o San Antonio estava deixando o KG desmarcado de propósito, e pode até ser verdade, vai saber o que se passa naquela mente insana do Gregg Popovich. Mas tudo bem, Sam Cassell é a nova adição do Boston justamente para essas horas. Ele nasceu para jogar em times bons, nasceu para ir para os playoffs, para brilhar no quarto período. E foi justamente o que ele fez na primeira oportunidade, no primeiro jogo importante em que ganhou minutos. No entanto, seu coleguinha de armação, Rajon Rondo, não foi para o banco deixar Cassell jogar. Ficou em quadra junto porque estava jogando bem demais. O Rondo é tão rápido, pensa tão depressa, que o corpo nem sequer acompanha, ele está sempre tropeçando nas próprias pernas. É o preço a se pagar pela velocidade sobre-humana que ele tem. Isso ou então o Denis tinha razão quando comentou ontem comigo, durante o jogo, que o Rondo deveria trocar as travas da chuteira. De todo modo, foi um rebote ofensivo de Rondo que selou a vitória. Um rebote lindo, pra deixar até o Jason Kidd com inveja. Impossível deixar de pensar que esse moleque vai ser grande um dia. Principalmente se parar de enroscar a perna direita na perna esquerda.

Agora, com uma moral destruidora, o Celtics enfrenta o Houston e seu recorde de 22 vitórias seguidas. Caso o Houston ganhe, será também uma prova irrefutável de que o Rockets pode ser campeão da NBA nessa temporada? Ou será apenas a prova de que o Houston tem sorte demais em enfrentar adversários desfalcados, afinal Ray Allen não deve jogar essa noite? Seja qual for sua resposta, o jogo de hoje é imperdível. E uma vitória vermelha vai, já aviso, certamente acordar os meus vizinhos.

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