Resumo da Rodada 18/4 – O Thunder entra em pânico; LeBron domina

No Jogo 2 da série, o Utah Jazz já começou com uma sequência de 9 pontos consecutivos sem tomar um pontinho sequer do outro lado. Parece que é sempre assim, o Thunder precisa tomar uns três tapas na cara, daqueles ardidos, antes de acordar e participar do jogo. O Jazz entrou com o mesmo plano do jogo anterior: limitar ao máximo o jogo de garrafão e de infiltração do Thunder, colocando Rudy Gobert e Derrick Favors juntos em quadra para isso, e desafiar o Thunder a tentar – e acertar – seus arremessos de três pontos. O plano não deu muito certo no Jogo 1, mas foi uma ABERRAÇÃO: o Thunder só acertou tantas bolas de três pontos num jogo uma vez em toda sua história, e não havia ganhado uma única partida nessa temporada marcando tão poucos pontos no garrafão. A aposta, então, era ver se eles conseguiam esse ECLIPSE SOLAR de novo.

Embora a dupla Gobert e Favors tenha suas limitações óbvias (no ataque acabam limitando o espaço de infiltração de Donovan Mitchell, e na defesa um dos dois precisa constantemente defender o perímetro), conseguiram ao menos limitar o ataque a cesta adversário e, o mais importante de tudo, aporrinhar a vida do Steven Adams. Como um time de baixo aproveitamento nos arremessos e muito volume de jogo, o Thunder depende muito das “segundas oportunidades”, os rebotes ofensivos. Adams é essencial não necessariamente para PEGAR essas rebotes, mas para causar caos no garrafão, dar tapinhas na bola, mantê-la VIVA para alguém do Thunder conseguir agarrá-la. Tentar impedir Adams de tocar na bola nessas situações faz os times adversários cometerem muitas faltas, tira os jogadores de suas posições ideias e além de tudo atrasa o contra-ataque. Mas dessa vez, o pivô do Thunder precisou lutar contra outros dois pivôs nessa situação, além de ter que marcá-los do outro lado da quadra também. Acabou, nessa bagunça, cometendo 2 faltas rápidas, seguidas de outras 2 faltas rápidas quando retornou, e acabou mal ficando em quadra. Jogou apenas 22 minutos antes de sair com sua sexta falta no meio do quarto período, quando o Thunder mais precisava de sua ajuda. Sem Adams no garrafão, Rudy Gobert pegou 15 rebotes (5 ofensivos) e Derrick Favors pegou 16 (8 ofensivos).

Essa estratégia de dominar o garrafão foi a principal responsável pelo Jazz terminar o primeiro tempo 8 pontos na frente do placar, mas não foi suficiente para criar uma vantagem mais elástica. Mais uma vez a defesa do Thunder tornou o ataque do Jazz bastante estático, desafiando Ricky Rubio a finalizar sozinho, Mitchell a forçar bolas de longe, e entregando constantemente a meia distância. Se você assistisse a apenas esse jogo na temporada, arriscaria que o Derrick Favors era o motor ofensivo desse time, porque conseguiram transformar o espaço na meia distância em passes rápidos para ele embaixo ou próximo à cesta, que lhe renderam 20 pontos (somando, também, as duas bolas de três pontos que ele acertou para ajudar a espaçar a quadra para Rudy Gobert, uma LOUCURA).

Curiosamente, o Thunder só voltou para a disputa no terceiro quarto quando abriu mão completamente do garrafão, com Steven Adams saindo novamente com mais faltas, e colocou os pivôs adversários para correr. Foi uma versão bizarra do “Quinteto da Morte” do Warriors: Russell Westbrook, Corey Brewer, Paul George, Carmelo Anthony e Jerami Grant como pivô com seus míseros 2,03m de altura – mas DOIS METROS E VINTE de envergadura. A correria funcionou tanto no ataque quanto na defesa, gerando roubos de bola, interceptando linhas de passe e colocando 20 mãos no garrafão quando a bola chegava por lá. O Jazz entrou tão em pânico que Donovan Mitchell, numa rara situação em que ficou livre, errou uma enterrada da forma mais tosca possível. De repente, o Thunder deixou de estar 9 pontos atrás no placar para construir uma vantagem de 5 pontos – que teria sido pior se Mitchell não tivesse inventado 6 pontos consecutivos no minuto final do terceiro período, com infiltrações fora da realidade.

Mas aí começou o quarto período, o Thunder errou os 7 primeiros arremessos que tentou e Ricky Rubio converteu uma bola de três pontos. Era sinal de que a sequência mágica do “Quinteto da Morte” havia acabado. O quarto período foi, como dizer, veja bem… MEDONHO. Para os dois lados, na verdade. A defesa do Thunder forçou o Jazz a jogadas exclusivamente individuais, contestadas, ou então arremessos propositalmente livres de Rubio. Do outro lado, quando a defesa do Jazz falhou, o Thunder errou arremessos MESMO ASSIM, com bolas de três pontos que giraram no aro e saíram, Paul George errando bandeja e Westbrook errando em velocidade. O único jogador que conseguiu pontuar com tranquilidade para o Thunder foi Steven Adams, que saiu loguinho com sua sexta falta e aí não sobrou MAIS NADA.

Faz as contas aí: Paul George errou os 7 arremessos que tentou no quarto período (incluindo 3 bolas de três pontos), Carmelo errou os 4 arremessos que tentou (incluindo outras 3 bolas do perímetro), Westbrook errou os 4 arremessos que tentou. Foram 15 arremessos tentados pela dupla, NENHUM convertido, e um total de 2 pontos – 2 lances livres de Westbrook, pra diminuir a vergonha.

Enquanto isso, Donovan Mitchell e Ricky Rubio, aos trancos e barrancos em jogadas quase exclusivamente individuais, somaram 20 pontos: Rubio acertou 2 bolas de três pontos só no quarto período, com Mitchell convertendo 5 lances livres – mesmo número que o Gobert, sem ninguém para marcá-lo no quarto final.

Mais uma vez o Thunder impôs sua vontade: Ricky Rubio teve que arremessar 16 vezes na partida, mas acertou 5 bolas de três pontos rumo a 22 pontos; Donovan Mitchell teve que arremessar VINTE E CINCO bolas, rumo a 28 pontos. Mas o controle do garrafão por parte do Jazz e o Thunder sendo incapaz de pontuar nos minutos finais, quando Mitchell acertou bolas cruciais, foram mais do que suficientes para empatar a série. Aliás, sabiam que Mitchell é o armador novato a marcar mais pontos em seus dois primeiros jogos de Playoff, mais até do que – aham – Michael Jordan?

O placar, de 102 a 95, só abriu assim porque o Thunder insistiu em cometer faltas enquanto tentava bolas de três pontos desesperadas nos segundos finais. Para o próximo jogo, vai ter que encontrar uma maneira de pontuar antes disso.


O Cavs começou sua série contra o Pacers perdendo o primeiro jogo dentro de casa, coisa que muita gente acreditou que o LeBron simplesmente não iria permitir. Pois bem, o Jogo 2 mal tinha começado e já ficou evidente: LeBron não iria mesmo permitir outra derrota. Ele marcou nada menos do que os TREZE primeiros pontos do Cavs na partida, tomando só um ponto do outro lado no processo, incluindo arremessos suuuuper facinhos como esse aí abaixo:

O primeiro quarto inteiro foi isso aí: LeBron marcou 20 dos 33 pontos do time, acertou 9 dos 12 arremessos que tentou, e abriu uma vantagem de 15 pontos no placar. É uma daquelas situações em que não há nada que possa ser feito, especialmente quando LeBron acerta esses arremessos longuíssimos de dois pontos. É totalmente impossível de marcar, só resta torcer para que o bom senso das regras da física façam essa bola parar de cair uma hora ou outra. Dica: não pararam.

LeBron terminou o jogo com 46 pontos, 12 rebotes, 5 assistências e 17 arremessos convertidos em 24 tentativas – incluindo arremessos muito difíceis, bolas longas e finalizações improváveis. Foi um espetáculo como só ele é capaz de fazer. Acho que até os árbitros estavam babando enquanto assistiam, porque esqueceram de marcar esse empurrão aqui em cima do Lance Stephenson, que deixou o técnico Nate McMillan tão PUTAÇO que ele até escorregou e caiu de bunda na quadra:

O jogo só não foi um passeio no parque porque o Pacers é, como a gente insiste por aqui, um time ARRUMADINHO, e time arrumadinho não desiste de uma partida, continua fazendo tudo direitinho. A vantagem, que chegou a ser de 18 pontos para o Cavs, foi diminuindo beeeem aos pouquinhos. Victor Oladipo tava lá, tomando surra, e acho que NEM PERCEBEU que estava enfrentando LeBron James: continuou com seu jogo, inclusive infiltrando contra LeBron na cobertura, aquela coisa que NINGUÉM faz porque sabe que vai ser pregado na tabela (e que fez o Warriors inteiro, em 2016, desistir de tentar bandejas). Só que Oladipo, na tranquilidade dele, fez e converteu um par dessas bolas em cima de LeBron, jogando como se nada estivesse acontecendo rumo a 22 pontos.

Nos minutos finais tínhamos de um lado LeBron fazendo jogadas absurdas (e o Cavs se esforçando para desperdiçar o máximo de bolas possível) e do outro o Pacers mantendo o plano de jogo. Até que, na última posse de bola do Pacers, a diferença no placar já era de míseros 3 pontos e o Cavs precisava ajeitar a defesa. Resultado? JR Smith e Kyle Korver cometeram um erro defensivo HILÁRIO e Oladipo ficou completamente livre para um arremesso de três pontos.

Oladipo errou, mas – juro – saiu rindo da jogada. Talvez em parte pelo nervosismo da situação, talvez por perceber que eles ficaram a um arremesso convertido de vencer um Cavs que teve 46 pontos do LeBron. Placar final de 100 a 97, a uma cestinha de estragar a festa, acho que o Pacers pode voltar para Indiana bem esperançoso de concretizar uma zebra.


No último jogo da rodada tivemos o Rockets destruindo o Wolves por 20 pontos, 102 a 82. O placar final é mais do que esperado – o melhor ataque da NBA contra uma das piores defesas – mas o modo como isso aconteceu foi bastante fora da curva. Primeiro que o primeiro quarto foi inteirinho do Wolves, com o time liberando a zona morta para o Rockets e barrando o pick-and-roll e as infiltrações, forçando basicamente os arremessos mais livres a saírem das mãos de PJ Tucker e de Trevor Ariza, que não estão em fases muito boas. Vale lembrar que no Jogo 1 o Rockets acertou apenas 2 dos 16 arremessos de três pontos completamente livres que deu – ou seja, o Wolves está escolhendo bem quem deixar livre e quem não deixar.

Além disso, Karl-Anthony Towns manteve a tática de ficar EMBAIXO da cesta, liberando os arremessos de média distância, e ajudando a tumultuar a situação de James Harden quando o armador do Rockets bate para dentro do garrafão. Como resultado, o Harden acertou apenas um dos 7 arremessos que deu no primeiro quarto e o time como um todo não conseguiu produzir nada: acertou apenas 3 dos 13 primeiros arremessos tentados, rumo a 5 acertos em VINTE E CINCO TENTATIVAS. Foi a menor quantidade de arremessos que o Rockets converteu num primeiro quarto dessa temporada, fora os 5 desperdícios de bola para piorar a situação.

Mas aí esse primeiro quarto MEDONHO para o Rockets acabou e o time estava perdendo só por 5 pontos, culpa do Wolves errando lances livres e arremessos, especialmente com Towns dentro do garrafão nas trocas de marcação. Insistir no jogo próximo do aro parece uma boa, especialmente quando Chris Paul acaba tendo que marcar algum pivô, mas não apenas TODOS os jogadores do Rockets são fisicamente mais fortes do que parecem como o time também sabe como cobrir e ocupar o garrafão, gerando arremessos contestados e desperdícios de bola. E quem diria que Clint Capela se tornaria tão bom na proteção do aro?

Sem aproveitar a oportunidade de ouro do primeiro quarto, o Wolves simplesmente derreteu. Como se esperava desde sua contratação, Chris Paul apareceu para ocupar a meia distância que a defesa do Wolves insistiu em dar para o Rockets. Enquanto Harden tentava bolas de três pontos com seu famoso “passo para trás” e bandejas contestadas (rumo a 2 acertos em DEZOITO arremessos tentados), Chris Paul acertou seus arremessos de média distância, ganchinhos e floaters a gosto, incluindo esse aqui que nem um Yao Ming em cima do outro seria capaz de bloquear:

Chris Paul puniu as escolhas defensivas do Wolves – que, ao meu ver, são mesmo a melhor maneira de enfrentar o Rockets – rumo a 27 pontos e 8 assistências. E o Rockets, apesar do desastre inicial, continuou usando a zona morta e arredores: PJ Tucker e Ariza somaram 5 bolas de três convertidas, com Gerald Green sozinho acertando outras 5. Foram 16 bolas convertidas do perímetro contra CINCO do Wolves, ou seja, no começo do terceiro período a diferença já estava em 20 pontos, chegou a 27 no quarto período, e o Rockets não precisou nem suar apesar do Harden ter tido a PIOR PORCENTAGEM DE APROVEITAMENTO desde que ele chegou no Rockets:

Por um lado o time pode comemorar, quando sua estrela tem o pior dia da vida e ainda assim você ganha por 20 pontos, tendo ajuda de um jogador que foi contratado JUSTAMENTE PRA ISSO, parece que está indo tudo nos conformes. Mas por outro, a defesa MEDONHA do Wolves não deveria, com apenas alguns ajustes pontuais, ser capaz de parar o cestinha da temporada. Vamos ver como Harden responderá a isso em Minessota.


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