Resumo da Rodada 6/6 – Kevin Durant salva o dia

Nada alimenta mais a esperança do Cleveland Cavaliers de ser campeão da NBA do que os acontecimentos das Finais de 2016. Na ocasião, o time também perdeu as duas primeiras partidas fora de casa, chegou a estar perdendo a série por 3 a 1 e, de repente, trocou a marcha. A partir do Jogo 5 o Cavs passou a ser o time mais alto, mais rápido e mais forte e aos poucos o Warriors foi cedendo ao tranco. No derradeiro Jogo 7, em que o Cavs se sagrou campeão, o Golden State Warriors já não fazia bandejas com medo de tomar tocos históricos. O Warriors é certamente o grande time de nossa geração, mas 2016 colocou na cabeça de todos – principalmente de LeBron James e do Cavs – que eles podem ser vencidos, especialmente se você tirá-los da zona de conforto e jogar de maneira física e agressiva o tempo inteiro.

A memória de 2016 permeava todos os envolvidos no Jogo 3 das Finais da NBA ontem à noite: a torcida de Cleveland estava ensandecida, fora de si, gritando em níveis insalubres; os jogadores do Cavs entraram agressivos, atacando a cesta, dominando os rebotes e forçando faltas; o Warriors estava preocupado, tentando evitar ter bolas roubadas e mais uma vez focando em Kevin Durant, o sinal universal de que o time saiu de zona de conforto e entrou em seu MODO PÂNICO. Durante todo o primeiro período parecia que o Cavs iria deslanchar e atropelar, que o Warriors não via a hora de poder voltar para casa, que os reservas de fundo de banco teriam que assumir o jogo no quarto período. A diferença no placar saltou para 13 pontos muito rápido, ainda nos primeiros minutos do quarto, e não dava sinais de que fosse diminuir tão cedo.

A receita para o sucesso foi até que simples: atacar a cesta mesmo sem a bola, girar a bola rapidamente em busca de bons arremessos em caso de passes de LeBron James e dominar por completo os rebotes, impedindo com isso que o Warriors puxasse muitos contra-ataques. Na defesa, a ideia era de novo atacar as linhas de passe, impedir que a bola chagasse em seus alvos (especialmente Kevin Durant) e, com sorte, deixar o Warriors assustado de passar a bola e mais focado no jogo de mano-a-mano, onde a defesa do Cavs se sai infinitamente melhor do que em transição.

A agressividade no ataque rapidamente fez com que Stephen Curry cometesse duas faltas ainda no primeiro quarto em jogadas em que ele estava marcando adversários que sequer tinham a bola, o que mostra que os coadjuvantes do Cavs estavam finalmente se mexendo e forçando a defesa do Warriors a lutar contra eles fisicamente. Curry não saiu de quadra, a exemplo do que aconteceu com Klay Thompson nas Finais da Conferência Oeste contra o Rockets, mas foi como se tivesse saído: teve que se poupar na defesa, pareceu muito frustrado, não encontrou qualquer traço de ritmo ofensivo e chegou a sair do jogo rumo aos vestiários no meio da partida, sabe-se lá porquê. LeBron teve muitas oportunidades no mano-a-mano contra Curry no período inicial, mas estava focado em acionar seus companheiros, gerar situações de bolas de três pontos no perímetro que inclusive permitissem que os demais jogadores pudessem usar o espaço para infiltrar – não fosse por isso, Curry certamente teria cometido ainda mais faltas na partida.

Na defesa, a atuação do Cavs nesse primeiro quarto foi tão MISTA que é preciso dividi-la em duas partes. O time certamente fez o melhor trabalho defensivo da série negando a bola para Kevin Durant, especialmente com a ajuda na cobertura de JR Smith, e contestando as bolas da zona morta de Stephen Curry e Klay Thompson, uma jogada muito tradicional do Warriors que o time de Cleveland conseguiu finalmente neutralizar. Parece ótimo, não é mesmo? No entanto, o Cavs continuou DESASTROSO em todas as defesas de pick-and-roll, especialmente nas situações em que o jogador do corta-luz faz um corte para a cesta antes mesmo do impacto com seu adversário. E foi assim que o Warriors foi se mantendo vivo na partida.

O Cavs se manteve fazendo cestas NO MUQUE, na agressividade, na força, incluindo essa obra-prima de LeBron James no primeiro quarto em cima da (boa) defesa individual de JaVale McGee:

Mas o Warriors, mesmo intimidado, assustado e tendo suas bolas de três pontos caçadas em quadra, conseguia arrumar umas cestas MUITO FÁCEIS em falhas defensivas do Cavs, especialmente de JR Smith. E quando o Cavs cometia qualquer deslize no ataque, o Warriors puxava contra-ataques e apostava em Durant, que não errou nenhum arremesso no quarto. Quando essa primeira etapa terminou, aquele ATROPELAMENTO que se anunciava era uma vantagem de apenas UM PONTINHO no placar.

E assim que o segundo quarto começou, lá estava JR Smith errando mais uma movimentação defensiva:

Pare tudo na sua vida para ver a jogada acima. Stephen Curry está com a bola, Kevin Durant se aproxima para fazer um corta-luz e aí antes do impacto ocorrer de fato, Durant bate para a cesta e nem JR Smith nem LeBron James acompanham. Como o time está “trocando” a marcação em todo corta-luz, LeBron deveria de fato ficar em Curry (para que ele não tenha tempo de arremessar) e JR Smith deveria ficar em Durant, de preferência contestando o passe ao invés do arremesso. Não foi o caso, então pode colocar mais uma cesta fácil na conta de Kevin Durant.

Pouco depois LeBron James torceu o tornozelo numa jogada completamente comum, sem qualquer contato, e aí parecia que a torcida de Cleveland iria jogar a toalha, voltar para casa e tentar de novo ano que vem:

Mas não. LeBron sequer foi para o banco, só apertou mais ainda os cadarços do tênis e voltou a CORRER como se nada tivesse acontecido. E isso nem pareceu estranho porque como Rodney Hood estava em quadra, toda a estranheza possível do momento foi direcionada para ele.

No podcast passado comentamos que Rodney Hood estava muito próximo de não ter mais uma CARREIRAna NBA: teve uma passagem desastrosa por esses Playoffs, foi afundado no fim do banco num time PELADO que precisa desesperadamente de qualquer ajuda (depois de já ter saído da rotação do Utah Jazz) e perdeu totalmente a confiança da comissão técnica e dos seus companheiros. Se esse Cavs, na situação atual, não consegue colocar o sujeito em quadra, qual time da NBA conseguiria? E eis que num Jogo 3 essencial, em casa, o técnico Tyronn Lue convoca Rodney Hood das profundezas do banco de reservas, ainda cheirando a formol. E o desgraçado defendeu como se fosse O ÚLTIMO DIA DA SUA VIDA, especialmente na zona morta, tornando o perímetro do Cavs um inferno. No ataque, acertou as três bolas de meia distância que tentou no quarto, ajudou a tirar JR Smith de quadra por uns minutos e permitiu que ninguém visse nem o CHEIRO de Jordan Clarkson nesse jogo depois dos desastres dos jogos anteriores.

Com ajuda de Rodney Hood, LeBron regenerando seu tornozelo mutante em tempo real e Kevin Love dominando os rebotes como se fossem seus tempos de Wolves, o Cavs voltou a fazer o Warriors parecer um time menor e mais frágil. Tivemos novo sinal de ATROPELAMENTO, a vantagem no placar passou novamente dos 10 pontos, mas um erro defensivo aqui, um contra-ataque cedido ali e um par de bolinhas de três pontos MUITO CONTESTADAS de Kevin Durant foram suficientes para impedir o Cavs de deslanchar.

Quando acabou o primeiro tempo, o cenário era BIZARRO: Warriors tinha apenas 28% de aproveitamento nas bolas de três pontos, Stephen Curry tinha apenas um acerto em 8 tentativas, Klay Thompson tinha 2 acertos em 7 tentativas, o Cavs somava 10 rebotes ofensivos, LeBron sozinho já tinha tantas assistências (9) quanto o Warriors inteiro somado, Kevin Love já tinha um double-double, Rodney Hood parecia um jogador de basquete e… a diferença no placar era de apenas 6 pontos. SEIS. PONTOS.

Isso porque os erros defensivos do Cavs deram cestas demais para Kevin Durant, que parecia imparável a não ser por faltas em suas infiltrações. Sozinho, Durant cobrou 7 lances livres no primeiro tempo contra ZERO do Cavaliers – graças a um misto de LeBron passando a bola demais para o perímetro, atacando pouco a cesta, e uma defesa do Warriors decidida a não cometer faltas frente à agressividade do rival depois do susto dos minutos iniciais. Os 24 pontos de Durant, incluindo 3 bolas de três pontos, foram o bastante para deixar o Warriors vivo depois de um primeiro tempo TENEBROSO, e em condições de construir uma virada com o famoso TERCEIRO QUARTO DA MORTE.

E quando o terceiro período começou, adivinha só? Mais um erro defensivo de JR Smith:

O pior é que essa jogada é fácil, se o time está trocando é só ele FICAR e trombar com JaVale McGee, mas ele continua perseguindo Stephen Curry, deixando McGee livre. Assim que Thompson tem que correr para fechar McGee, a bola vai para Draymond Green livre, que tem espaço para fazer o que quiser – no caso, a ponte aérea.

Aliás, os 10 pontos de McGee – que na maior parte do jogo foi o segundo cestinha do Warriors – mostram bem as falhas defensivas do Cavs nessas situações de gente cortando para o garrafão. Em situações normais de temperatura e pressão, McGee NUNCA conseguiria esse tipo de pontuação, mas a defesa do Cavs simplesmente não consegue tomar boas decisões na hora de trocar a marcação.

Pouco depois disso acontecer, Tyronn Lue pediu um tempo técnico e LeBron e JR Smith começaram a discutir no banco de reservas sobre a defesa desastrosa do time nessas jogadas. Algumas jogadas depois, mais um erro defensivo, mais um tempo técnico de Tyronn Lue. Foram duas paradas em menos de 5 minutos jogados no terceiro quarto, no desespero para concertar o que está irremediavelmente quebrado, e na esperança de incomodar o ritmo do Warriors. As paradas ajudaram: o Cavs manteve a compostura, a forte defesa individual no perímetro e, o mais importante, CUIDOU BEM DA BOLA. Os terceiros períodos do Warriors são, mais do que tudo, grandes atuações defensivas que geram contra-ataques fulminantes com excelente movimentação de bola. Não perder a bola é essencial para impedir justamente esses contra-ataques.

LeBron continuou passando a bola em toda marcação dupla, confiando em seus companheiros para rodar a bola e converter, o que até deu certo. Vejam como LeBron passou a bola até em situações em que costuma arremessar com tranquilidade: nesse ataque em transição do Cavs, LeBron abre mão da bola de três pontos livre (que ele acertou ao longo dessa série) para dar um passe para Tristan Thompson embaixo da cesta. A ideia, provavelmente, é evitar ao máximo os possíveis rebotes longos que o Warriors, especialmente no terceiro quarto, transforma em contra-ataques agressivos:

Mas nem sempre esses passes são viáveis. LeBron pouco depois se viu obrigado a forçar duas bolas de três pontos que, dessa vez, viraram rebotes longos que o Warriors transformou em pontos do outro lado com duas bolas de três de Durant. Um terceiro quarto parelho, em que o Cavs jogou bem e defendeu no melhor da sua capacidade (que não é tanta assim) se transformou, depois de dois erros defensivos e duas bolas forçadas no ataque, numa vitória de 8 pontos no quarto para os visitantes, além de uma vantagem de 2 pontos no placar geral para o Warriors.

Entrando no quarto período, o Cavs não sabia se celebrava ou se chorava. Por um lado, o time conseguira até ali forçar Stephen Curry a acertar apenas UM dos seus CATORZE ARREMESSOS, 7% de aproveitamento – o que seria sua pior marca num jogo em que deu mais de 10 arremessos. Além disso, LeBron já estava com um triple-double, parecia razoavelmente descansado e teve o apoio de seus companheiros, com uma partida extraordinária de Kevin Love e provavelmente a melhor partida da CARREIRA do morto-mas-passa-bem Rodney Hood. Por outro lado, o Warriors vencia o jogo por 2 pontos MESMO ASSIM, com o Cavs incapaz de acertar a defesa do pick-and-roll e, mesmo contestando os arremessos de Durant, sendo INCAPAZ de verdadeiramente incomodá-lo mesmo nas situações de mano-a-mano. Perder o Jogo 1 com a LAMBANÇA de George Hill nos lances livres e JR Smith na ignorância do placar foi inaceitável, mas perder um Jogo 3 em casa numa partida em que finalmente as bolas de três pontos do Warriors (e especialmente de Curry) não caíram parecia AINDA PIOR.

Compreensivelmente, LeBron James tentou ASSUMIR o quarto período: bateu para dentro, cavou faltas, fez arremessos por cima dos seus defensores e manteve o time na briga. No entanto, sua pontaria do perímetro estava completamente descalibrada, acertando apenas uma das suas 6 tentativas no jogo e errando 3 desses arremessos no quarto final. O Warriors, por sua vez, continuou meio em pânico, meio comendo pelas beiradas. De repente, num contra-ataque, Stephen Curry acertou uma bola longa de três pontos – para fechar o jogo com 3 acertos em 16 tentativas. E aí Kevin Durant seguiu o feito com duas bolas de três pontos seguidas, em transição, sob marcação, as duas a literalmente DOIS METROS da linha de três pontos.

E o cara NEM COMEMOROU. Liberou o seu Tim Duncan interior como se estivesse dando um passeio no parque. E se essa bola te pareceu muito familiar, é porque Durant acertou outra IGUALZINHA no Jogo 3 contra o Cavs do ano passado:

Nos seus anos de Warriors, Durant tentou 17 desses arremessos a dois metros da linha de três pontos e tinha convertido apenas DOIS. Ontem, contra o Cavs, ele tentou desses e acertou OS QUATRO, incluindo dois seguidos no quarto derradeiro.

Ainda assim, o Cavs trocou lideranças com o Warriors por 4 vezes no período e ainda tinha chances no final: perdia por 4 pontos, a 30 segundos do fim, precisando de uma boa defesa, um contra-ataque rápido e aí, quem sabe, cometer uma falta e torcer para um jogador do Warriors não saber qual era o placar. Mas por algum motivo doido, nessa posse de bola defensiva crucial JR Smith estava em quadra, errou a rotação de defesa e deixou Draymond Green livre para uma enterrada. Ginásio mudo. Fim de jogo.

Foi uma noite MEDONHA para o Warriors. O pesadelo de todos os times que arremessam de três pontos se concretizou: enfrentaram defesa focada nesses arremessos, as bolas não caíram, Stephen Curry errou praticamente tudo e o jogo parecia tacado na privada. Foi um jogo assim que eliminou o Rockets nas Finais do Oeste, e um jogo assim que eliminou o Celtics nas Finais do Leste. Se tivesse jogado assim umas semanas antes, o Warriors talvez não tivesse sequer alcançado as Finais da NBA.

Mas o Cavs, por melhor que tenha se saído, é um time com falhas claras o bastante para que o Warriors tenha por onde escapar, por onde MANOBRAR, durante um jogo horrível como esse. De tempos em tempos o Warriors conseguia explorar uma falha de rotação, ganhava uma bola livre, colocava Durant em situação de arremesso ou de receber uma falta, ganhava contra-ataques fáceis. Mesmo numa noite terrivelmente fora da curva, o Warriors ainda é um time bom o bastante para usar as BRECHAS que o adversário lhe dá. Foi por essas beiradas que o time se manteve vivo, até nos minutos finais usar do talento puro (E MUITO SÉRIO) de Durant, que terminou o jogo com 43 pontos, e de uma falha de JR Smith para enterrar o jogo, e possivelmente a série, de uma vez por todas. Durant salvou o dia mesmo quando tudo apontava que o jogo estava perdido, e mesmo sob forte marcação individual no final do jogo.

O que o Cavs fez nessa pós-temporada é quase incompreensível, e talvez tenha sido a melhor pós-temporada da carreira de LeBron James. Mas nunca podemos perder de vista que se trata de um time feito literalmente no IMPROVISO, reconstruído às pressas no meio da temporada com uma troca que mudou praticamente metade do elenco, que teve pouquíssimo tempo para fazer ajustes reais e que, embora seja MUITO BOM em uma série de momentos, é um time com limitações óbvias e fáceis de serem exploradas pelos times de elite (Raptors não vale). O Warriors é um ECLIPSE, um fenômeno que aparece uma vez por geração: um time que draftou quase todo o seu elenco, transformou esses jogadores em estrelas, criou um esquema tático revolucionário tanto no ataque quanto na defesa, construiu um CLIMA capaz de fazer todos os jogadores se sentirem bem na franquia e ainda conseguiu atrair uma estrela de fora – coisa que muitos tentam, mas quase nenhum grande time consegue por conta de questões salariais, de ambiente no vestiário, de egos conflitantes e, principalmente, de estilo de jogo. O Warriors está aí para fazer TUDO ISSO AÍ FUNCIONAR, e então enfrentar nas Finais da NBA um time que é o oposto em estrutura, feito às pressas pelas trocas que estavam disponíveis aos 45 minutos do segundo tempo.

Não há maior mérito para o Cavs do que ter estado em reais condições de vencer tanto o Jogo 1 quanto o Jogo 3. Algumas bolas diferentes e menos erros defensivos talvez fossem suficientes para que o Cavs estivesse até liderando essa série. Mas a formação desse time lá no meio da temporada agora cobra um preço, e o Cavs volta para um Jogo 4 arriscando tomar uma varrida – o único placar que o Warriors ainda não conseguiu impor ao rival durante seus três confrontos nas Finais da NBA até aqui.

Torcedor do Rockets e apreciador de basquete videogamístico.

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