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Na rodada de ontem tivemos o Heat enfrentando o surpreendente Pacers, mas sem Dwyane Wade, fora com uma lesão no pé. Não é nada grave, mas deve perder ao menos uns dois jogos. LeBron assumiu o ataque então, venceu o jogo fácil e simplesmente chutou todos os traseiros do planeta: foram 33 pontos, 8 rebotes e 13 assistências. Mas é claro que ele andou em todas as suas enterradas e matou mico-leões dourados no vestiário como bom vilão de filme ruim. Meio sem ninguém perceber, LeBron acertou ao menos 55% dos arremessos que tentou em todos os jogos dessa temporada, e está com o melhor começo em pontos marcados de toda a sua carreira. Esse ataque novo do Heat, em que todo mundo faz o que bem entender, está sendo ótimo para ele e para Wade.
O foco na defesa continua, entretanto. Ontem o Heat venceu o jogo no segundo período, quando tomou apenas um arremesso no quarto inteiro, tomou só 12 pontos, e forçou 10 desperdícios de bola do Pacers. O coitado do Danny Granger não conseguiu fazer bulhufas, e o Paul George (que é o melhor marcador do Derrick Rose desde os playoffs passados) teve seu melhor momento defendendo o LeBron numa hora em que estava simplesmente existindo em quadra, o LeBron caiu em cima dele e acabou torcendo o pé. Ou seja, o confronto entre Hawks e Heat que o Denis tanto esperava foi para o saco porque nem Wade nem LeBron devem estar em quadra para a próxima partida.
Enquanto isso no Leste, o Knicks continua seu projeto de perder para os times mais vagabundos da liga. Na partida anterior conseguiram perder para o Raptors, agora foi a vez de perder para o Bobcats. A defesa do Knicks continua tão ruim que Boris Diaw e Gerald Henderson pareciam deuses do basquete: juntos acertaram 22 arremessos de quadra e erraram apenas 6, coisa de treino. O Byron Mullens, pivô do Bobcats que treinou numa prisão durante o locaute (ele não foi preso, apenas conhecia gente de lá e conseguiu entrar para treinar duro com os trutas), continua em boa fase e também pareceu gênio quando marcado pelo Amar’e Stoudemire. O Knicks parece que não dá a mínima, só o novato Iman Shumpert (que acabou de voltar de contusão) joga com vontade e se atira em todas bolas. Vergonha.
Na partida “vamos babar ovo” da rodada, o Wolves conseguiu perder por 2 pontos para o Grizzlies após tomar um 13-0 no quarto período, coisa de time jovem que não sabe como terminar uma partida. Vale lembrar que o Grizzlies está sem Zach Randolph, que deve passar ao menos 2 meses fora com uma lesão no joelho. Você não achou mesmo que o Universo ia deixar o Randolph magro ficar fazendo ponte-aérea na NBA, né? A lesão vem em boa hora para equilibrar o espaço-tempo. A cota de fissura no espaço-temporal veio nas mãos do Tony Allen, que fez 20 pontos acertando todos os seus arremessos, todinhos. Quando o Tony Allen faz isso além de defender fantasticamente, o Grizzlies é um time fantástico, pena que só acontece uma vez por eclipse solar. Normal mesmo é só o Kevin Love fazendo mais de vinte pontos e pegando mais de dez rebotes: dessa vez foram 27 pontos e 14 rebotes. Em notícia tão chocante quanto, informamos que a água é molhada.
Mas não vamos esquecer do nosso queridinho-lindinho-da-titia: Rubio terminou o jogo com 12 pontos e 10 assistências, uma delas fantástica para mostrar o controle de bola e a leitura de jogo do moleque. Quando em contra-ataques outro armador só teria tacado a bola pra frente, o Rubio sabe pingar a bola e esperar o caminho abrir. Não é uma gracinha?
Essa assistência do Rubio não foi a mais legal da rodada, entretanto. Olha só esse passe do Rudy Fernandez para o Kenneth Faried:
A assistência resume o jogo: o Nuggets passeou num basquete completamente coletivo, 9 jogadores chutaram pelo menos 6 bolas, ninguém chutou mais de 10, e todo mundo no elenco (todo mundo!) fez ao menos 6 pontos. Se o elenco todo abraçar essa ideia de “não temos estrela, vamos jogar todos juntos”, dá pra fazer bastante estrago no Oeste e ainda ser um dos times mais legais de acompanhar. O Kings não teve chance, até porque o DeMarcus Cousins voltou a jogar depois da polêmica do “pediu ou não pediu para ser trocado”, chutou traseiros, dominou o garrafão do Nuggets por completo, foi um gênio, mas saiu com 6 faltas em pouco mais de 20 minutos de jogo. Cabeça? Não trabalhamos.
No restante da rodada, o Clippers fez 41 pontos só no primeiro quarto contra o meu Houston, com o Chris Paul fazendo o que bem entendeu e o Blake Griffin comendo o garrafão com um pouco de arroz (depois não entendem porque eu digo que o Luis Scola é uma mãe na defesa, ele não só deixa o Griffin entrar como lhe serve uns biscoitinhos no processo). O Mavs passeou contra o Suns, mesmo com o Nash jogando bem como sempre e o Gortat se firmando como um bom cosplayer do Amar’e. Monta Ellis meteu 38 pontos no Spurs, o Warriors pareceu jogar melhor que o adversário, Kwame Brown teve boa partida, mas aí é claro que o Kwame errou 6 lances livres e o Spurs sem Ginóbili deu um jeito de ganhar por exatamente 6 pontos. Jru Holiday liderou a vitória do Sixers contra o Hornets, com o Spencer Hawes mantendo sua posição como melhor pivô da temporada, dessa vez sendo um monstro na defesa. No Cavs e Raptors, Antawn Jamison ganhou o prêmio de pior defensor vivo, tomou cesta de todo mundo, e deixou o Bargnani fazer 31 pontos como se fosse o Nowitzki mais gatinho. Com Deron Williams machucado, o Celtics não precisou nem entrar em quadra para sair com a vitória. Rip Hamilton jogou bem contra o Pistons, seu ex-time, e o Bulls simplesmente passeou e deu risada do Ben Gordon, que ontem fedeu. E, por último, o Dwight Howard teve 28 pontos e 20 rebotes contra o garrafão juvenil do Wizards. Como comentamos na análise de ontem do que fazer com o Dwight, o pivô pode vencer esse tipo de garrafão sozinho, mas como fazer contra os times fortes nos playoffs?
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Fotos da rodada