>Resumo da Rodada O Hawks fede, o Lakers só perde em Portland

>Com Dwyane Wade ainda descansando com uma lesão no pé e o LeBron tendo torcido o tornozelo ao pisar em cima do Paul George na rodada anterior, Hawks e Heat perdeu completamente a graça. Se a equipe de Atlanta ganhasse o jogo, todo mundo diria que era só porque Wade e LeBron não estavam em quadra, que assim não vale, mas se perdessem o jogo ganhariam o troféu de pior time do planeta. No nosso twitter, sugeri que o Hawks também entrasse com os reservas em quadra para se poupar desse tipo de coisa. No Leste, acho que até vale a pena jogar uma vitória no lixo para preservar a moral de um time que já não tem lá muita cabeça. Eles acabaram de perder para o Bulls, duas rodadas atrás, porque faltou perna no final do jogo, estavam exaustos, faltou cabeça para segurar a partida e erraram lances livres a torto e a direito no minuto final.

Pois bem: o Hawks conseguiu perder o jogo para o Heat, ganhar a fama de pior time do mundo, errar trocentos lances livres nos momentos decisivos, e ainda cuspir os pulmões pra fora no primeiro jogo de um back-to-back-to-back. Como explicamos em nossa análise do calendário, agora existem aberrações como três jogos em três noites, e o já cansado Hawks ainda perde para o Heat em três prorrogações apenas para enfrentar outros dois adversários nos próximos dois dias. Sabe toda aquela alegria de ter ao menos resistido três prorrogações contra o atual campeão do Leste? Não existe se o adversário estava sem duas de suas estrelas e você não tem fôlego nem para ir ao banheiro depois do jogo. Esse calendário exige admnistração: tem que saber quando não se matar se você tem dois adversários nos próximos dois dias.

O Hawks errou doze lances só no segundo tempo e não conseguiu marcar um pontinho sequer na terceira prorrogação. Aliás, Josh Smith teve um jogo fantástico em que mostrou controle e enorme habilidade, não precisamos nem colocar em prática aquela campanha de matar uma foca para cada arremesso de três dele pra ver se ele aprende e para com essa bobagem. Mas é claro que na terceira prorrogação, quando as pernas morrem e a cabeça do Hawks vai privada abaixo, Josh Smith tentou sua primeira bola idiota de três pontos – que, claro, não caiu.

A defesa pressionada do Hawks, que é o ponto forte da equipe, funcionou pouco porque faltou energia, pernas descansadas, e também porque o Heat não teve Wade e LeBron para serem pressionados no perímetro. Quem passou mais tempo com a bola em mãos foi o Chris Bosh, que finalmente aceitando seu papel como pivô da equipe acabou sendo marcado por outro pivô improvisado, Al Horford. Foram 35 pontos, 14 rebotes, 5 assistências, 2 roubos e 2 tocos para o Bosh, lembrando seus tempos de Raptors não apenas pela sua produção mas também pela falta de qualidade do resto do elenco. O jogador mais criticado do trio mais criticado da NBA conseguiu impor sua presença no garrafão, encaixar os arremessos de média distância e até converter a bola de 3 pontos que levou o jogo para a primeira prorrogação.

Mas não dá pra esquecer do Senhor Bagos, o superintendente Mario Chalmers, cuja fama é justamente de decidir jogos apertados no final. Dos 29 pontos que marcou, 22 foram após o terceiro período e foi o jogador que ficou com a bola em mãos nos momentos difíceis. Provavelmente ele é o pior jogador da NBA a ter tanta moral e responsabilidade, mas o pior de tudo é que ele merece. Terrel Harris, novato do Heat que sequer foi draftado, também mereceu ter passado quase o jogo inteiro em quadra: mostrou que sabe defender, é agressivo e pula como se sua vida dependesse disso. Apesar de seus 1,96m de altura, pegou 14 rebotes, sendo 7 ofensivos, e salvou o maior problema desse Heat até agora na temporada, que é segurar rebotes. O Hawks se aproveitou disso para ficar vivo no jogo, mas no dia em que a defesa do Hawks não estiver com tanque cheio, eles não conseguem segurar as infiltrações no garrafão e aí não tem rebote defensivo pra pegar. Também dependem muito do Joe Johnson quando o resto do time cansa, e o JJ sofreu a partida inteira tanto com uma marcação por zona, quanto com o Shane Battier no cangote. Mesmo completamente fora de forma, Battier foi essencial para não deixar o ataque do Hawks desafogar e ainda deu o toco no Joe Johnson que impediu a vitória no Hawks na segunda prorrogação.

No segundo jogo bacanudo da rodada, o Lakers se meteu numa furada: enfrentar o Blazers fora de casa. Se não bastasse o Blazers ser talvez o melhor time da temporada até agora (uma espécie de versão bizarra do Denver Nuggets mas com jogadores bons de verdade), o Lakers ainda sofre de uma maldição terrível em Portland. Desde que Kobe foi draftado, o Lakers perdeu 23 vezes para o Blazers fora de casa e ganhou apenas 6 vezes. Quer dizer, pode aumentar o número de derrotas para 24. O Bynum estava dominando o jogo no garrafão, mas o Lakers não consegue tornar isso um hábito e quando o garrafão da equipe parou de ver a cor da bola, o Blazers marcou 24 pontos e tomou apenas 8 no terceiro quarto para garantir a vitória. Verdade seja dita, o Lakers voltou a usar o Bynum depois e conseguiu encostar, mas nesse ponto o Blazers já estava jogando num ritmo que o Lakers simplesmente não conseguiu acompanhar.

É natural que equipes com um garrafão forte tenham dificuldade de envolver seu pivô no ataque porque a tendência da equipe adversária é ir se amontoando embaixo da cesta. Cansei de ver o Yao Ming dominar um período de jogo e de repente passar 10 minutos sem tocar na bola, com o time preocupado em arremessar e usar o espaço no perímetro. Com o Lakers, é a mesma coisa. Quanto mais o técnico Mike Brown tenta colocar o Lakers para jogar rápido, impor um ritmo de jogo veloz, mais o Bynum vai sendo ignorado e mais o Blazers foi se sentindo à vontade no jogo. Essa equipe de Portland pode jogar em qualquer estilo, mas se você entrar na correria será atropelado pelo Gerald Wallace e até pelo Jamal Crawford, que não é muito afeito a parar e pensar na vida. Kobe teve uma grande partida, mas o Gerald Wallace torrou o saco dele defendendo bem pra burro e se aproveitando dos contra-ataques. O Lakers vai demorar para encontrar um meio-termo entre o jogo veloz e o uso constante do Bynum no garrafão (quer dizer, enquanto o Bynum estiver com as duas pernas, claro, porque ele é “made in Taiwan”). Quando acontecer, esse será finalmente o Lakers de Mike Brown, mas até lá qualquer time que forçar o ritmo como o Blazers fez vai se sair melhor. Se for um time tão completo quanto o Blazers, então, melhor ainda.

A rodada ainda teve dois jogos menores. No primeiro, o Dallas tomou uma surra tão grande, mas tão grande do Spurs que no primeiro quarto já sugeri que assim que o Mavs estivesse perdendo por mais de 20 pontos o jogo acabasse e os dois times fossem pra casa. O calendário é corrido, os times estão cansados, temos que aprender a não levar qualquer joguinho desses até o final! Já analisamo os problemas defensivos que o Mavs enfrenta com a saída do Tyson Chandler, mas o Spurs evidenciou cada detalhe desses problemas com a precisão de um cirurgião sádico de filme de terror. Se o Mavs tem dificuldade em atacar quando não pega rebotes nem força erros do adversário, imagina então contra uma defesa impecável do Spurs? Resultado: o Mavs tentou 19 bolas de três pontos e converteu apenas uma. É assim que se soletra f-r-a-c-a-s-s-o.

No outro jogo menor, o Kings teve sua primeira partida após a demissão do técnico Paul Westphaul e enfrentou o Bucks, o time de técnico mais chato e disciplinador da NBA. O problema do Bucks é que mesmo quando a defesa está em seus melhores dias, ainda assim a equipe não consegue estabelecer um ritmo no ataque. Recentemente o técnico Scott Skiles cobrou mais agressividade do armador Brandon Jennings, e ele simplesmente chutou traseiros na noite de ontem e dominou o ataque do Bucks do começo ao fim do jogo, metendo 6 bolas de três pontos no processo. Mas não adiantou nada: DeMarcus Cousins de novo controlou o garrafão como uma força da natureza (e de novo saiu com 6 faltas com menos de 30 minutos de jogo), Marcus Thornton continuou arremessando até a sua mãe na cesta, e o Tyreke Evans provou que não é preguiçoso com sua partida mais guaraná-com-açaí da temporada,  defendendo bem Brandon Jennings na posse de bola final e acertando seus lances livres pra selar o jogo. Nada como um time se sentindo livre do técnico mala para todo mundo jogar com vontade. Ou seja: campanha “libertem o Bucks já!”

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Fotos da rodada

Tyreke Evans brinca de espelho com o Greene
 Shane Battier tem um braço que se move sozinho
 Pau Gasol tenta a famosa “defesa passarinho”
 Nowitzki nega um beijinho
 – Vem, me dá o braço e vamos passear no bosque
 Jogo dos 7 erros: uma cara-de-Duncan dessa rodada…
… e uma cara-de-Duncan da rodada passada.
Parker chora ao ter a careca grudada em um sovaco

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