[Resumo da Rodada] Thunder acelera e perde o ponto; duelo de arremessos com o Cavs é loucura

Depois do San Antonio Spurs ter surrado o OKC Thunder no Jogo 1 e do Thunder ter roubado uma vitória fora de casa nos 13 segundos mais confusos da História humana no Jogo 2, não sabíamos o que esperar do Jogo 3. A única certeza é que o Thunder iria entrar em quadra com pouquíssima variação, apostando na velocidade, na intensidade e na execução de jogadas individuais, mas o resultado disso poderia variar de desastre famoso a vitória contundente.

A princípio, parecia que veríamos algo mais próximo do Jogo 1. O Spurs estava acertando seus arremessos do perímetro, LaMarcus Aldridge não teve nenhum problema para arremessar por cima de Serge Ibaka e o Thunder continuou errando algumas rotações defensivas. Para sorte do Thunder, Aldridge errou alguns arremessos fáceis, sem marcação, que ele costuma fazer até durante o sono. Do outro lado da quadra, quem errou bolas fáceis foi Russell Westbrook: continuando o plano de pegar rebotes e correr para a cesta, costurando a defesa, Westbrook teve uma série de bandejas relativamente simples que ele simplesmente não conseguiu converter por não controlar a força e a velocidade das suas infiltrações. Erro por erro, o Spurs foi construindo uma vantagem razoável, até que Serge Ibaka começou a acertar os arremessos que a defesa do Spurs lhe dá desde o começo da série e colocou o Thunder no jogo. Ibaka teve muita liberdade para os arremessos na diagonal do garrafão, mas resolveu descer também para a zona morta para ajudar a espaçar a quadra. Ao todo, acertou 5 das 6 bolas de três pontos que tentou e foi essencial para não deixar o Spurs disparar muito na frente. Por outro lado, a defesa do Thunder melhorou demais quando Ibaka deixou de marcar Aldridge, deixando essa função para Steven Adams e até Enes Kanter. Se não fosse algum desses dois na marcação do Aldridge, a escolha do Thunder foi simplesmente FAZER FALTA IMEDIATA, parar a jogada e organizar a defesa bonitinho.

Enes Kanter, que sempre foi um desastre na defesa – tá sempre ali entre os piores defensores da nossa galáxia – tem recebido muitos elogios do resto do elenco pela sua melhora defensiva e a gente continua aqui com cara de CADÊ QUE NINGUÉM VIU. Mas ontem sua defesa contra o Aldridge foi a melhor possível: atrapalhou os arremessos, manteve posição, forçou o adversário a se afastar do garrafão e ROUBOU BOLAS quando o Aldridge deu uma moscada. Adams ainda incomoda mais, isso fica evidente na linguagem corporal do próprio Aldridge, mas foi surpreendente ver que Kanter conseguiu se sair bem na defesa e permitiu, ainda que durante poucos minutos, que o Thunder usasse Adams e Kanter juntos em quadra. Com os dois, a equipe ganhou a disputa de rebotes contra o Spurs e transformou as milhões de tijoladas de Westbrook em pontos fáceis de segunda chance.

Se Westbrook conseguiu acelerar muito o jogo – ao ponto dele nem conseguir acertar as próprias bolas – foi porque a defesa do Thunder fez o melhor que dava, com Andre Roberson apertando no perímetro, Dion Waiters tendo uma das melhores partidas defensivas da carreira e Steven Adams jogando quase 42 minutos no jogo. Ela alimentou o ataque correria do Thunder, que ficou MUITO INCOMODADO com o fato de que a defesa do Spurs, mesmo quando é pega na correria, NÃO COMETE FALTAS. Durant, Westbrook  e até Waiters esperam poder se jogar pra cima da defesa como trens descarrilhados e poder cobrar lances livres, mas a defesa do Spurs é disciplinada demais e o resultado é o Westbrook atravessando o garrafão e passando reto com cara de “NINGUÉM VAI ME BATER, NÃO”?

[image style=”” name=”on” link=”” target=”off” caption=”Medo do soco que nunca veio”]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2016/05/Wes.jpg[/image]

O Spurs também entrou um pouco nessa correria pelo segundo jogo consecutivo e como resultado também errou bolas muito fáceis, que vimos ser facilmente convertidas na tranquilidade cadenciada do Jogo 1.

Mesmo errando algumas bolas simples, o fato de que o Spurs sempre dá arremessos em boas condições e o Thunder varia demais – depende de quem tem a bola nas mãos, se a jogada é contra-ataque ou não, se teve rebote ofensivo ou não, etc – acaba criando um abismo no placar entre as duas equipes a longo prazo. Mesmo quando o Thunder teve uma sequência de excelentes jogadas de defesa e bolas de três pontos convertidas durante o terceiro período, a diferença caiu para 2 pontos mas rapidamente voltou para 9, bastando para isso apenas um ou outro arremesso torto do Thunder e o Spurs fazer a MESMA COISA DE SEMPRE.

Se o jogo foi apertado foi porque o Thunder soube explorar bem os raríssimos minutos que Aldridge não esteve em quadra. Neles o espaçamento do Spurs sofre um pouco, o jogo de pick-and-roll fica mais limitado e a defesa individual do Thunder soube forçar arremessos bem ruins do adversário. Numa sequência particularmente boa do Thunder, que mostrou o poder ofensivo que eles conseguem ter quando engatam uma boa defesa, Ibaka acertou uma das suas bolas de três e conseguiu virar o placar no último período. A partir daí, a defesa do Spurs não perdoou: passou a dobrar no Kevin Durant, marcar individualmente Ibaka e desafiar Dion Waiters a arremessar; chegou a um ponto que Durant não podia mais usar NENHUM corta-luz, senão passava a ter marcação dupla e era obrigado a se livrar da bola. A defesa do Spurs pressionou a saída de bola do Westbrook, que estava tentando acelerar ainda mais o jogo, e descolou dois roubos seguidos que viraram bandejas fáceis do outro lado.

Todo atrapalhado no ataque, com Westbrook gerando turnovers e errando todos os seus arremessos forçados, o Thunder tentou se segurar no minuto final na base da vontade. Teve rebote de ataque do Westbrook de arremesso dele mesmo, roubo de bola do Durant em marcação individual, mas o Spurs sempre manteve duas posses de bola de vantagem. Na bola final, que o Thunder precisava defender para ter chance de empatar o jogo, o Spurs errou um arremesso mas Roberson, que teve excelente partida na defesa, errou sua marcação e deixou Kawhi Leonard pegar um rebote de ataque que definiu o jogo.

O Thunder pode se orgulhar de ter atrapalhado o ritmo de Aldridge – se ele errou bolas sozinho, isso também é em parte mérito da defesa e do ritmo do Thunder – mas Kawhi Leonard assumiu o ataque com 31 pontos e até Tony Parker, que participa pouco da finalização de jogadas hoje em dia, aproveitou os espaços no perímetro que a defesa focada em Aldridge gera e converteu 3 das 6 bolas de três pontos que tentou. Defensivamente, não dá pra conter todo mundo. O Thunder só tem chance se executar tudo perfeitamente no ataque, mas aí o Westbrook vem e faz isso:

É claro que isso é culpa, em parte, de sua função tática: pegar a defesa desprevenida, manter a pressão no aro para gerar espaço para os companheiros, e deixar a defesa tão BITOLADA nele que isso aqui se torna possível:

Mas se ele não converter BANDEJAS, não há nada que possa salvá-los. O Thunder cobrou apenas 20 lances livres, então não adianta apostar que as faltas salvarão qualquer infiltração estabanada. O Spurs, por exemplo, cobrou 34 e nem foi tão agressivo assim embaixo da cesta. O jeito é acertar os arremessos mesmo para ter chances nessa série.


No outro jogo da rodada, o Hawks entrou – olha que bonitinho! – ACHANDO QUE DAVA PRA VENCER. Com Kyle Korver no banco (já que não acerta os arremessos mesmo, né?) e Thabo Sefolosha de titular para tentar parar o perímetro destruidor do Cavs, o Hawks chegou a acabar o primeiro tempo 8 pontos na frente. Al Horford teve uma partida impecável e acertou os arremessos de três pontos, que não deveriam ser responsabilidade dele mas que, quando ele acerta, torna o time mais perigoso no ataque. Sefolosha conseguiu contribuir no perímetro, convertendo as 2 bolas de três pontos que tentou, minimizando o peso de estar em quadra para defender. Paul Millsap também meteu 2 bolinhas do perímetro e até Dennis Schroder, que só sabe atacar a cesta, acertou um par da linha de três. Para completar, Korver VOLTOU DOS MORTOS e meteu 5 bolas de três, tudo que a equipe precisava. Ao todo o Hawks acertou 16 das 34 bolas de três que arremessou, o suficiente para derrotar a maior parte das equipes da NBA e sinal de que a defesa do Cavs, muito centrada em não ceder rebotes ofensivos, não estava dando conta de parar os arremessos adversários.

O Cavs só não foi engolido logo de cara porque seus arremessadores também estavam calibrados, vindo da marca HISTÓRICA de 25 bolas de três pontos no jogo: Kevin Love começou a partida ACERTANDO TUDO, marcando os primeiros 13 pontos do Cavs e convertendo 5 bolas de três pontos no jogo; Kyrie Irving continua em boa fase e meteu 4 bolas de três em 5 tentativas. A produção dos dois, comandada por um LeBron agressivo na transição, manteve o Cavs no jogo – basicamente um duelo insano de arremessos de longe. Até que Channing Frye entrou em quadra e MUDOU A ROTAÇÃO DA TERRA. Foram 7 bolas de três pontos em 9 tentativas, 27 pontos, e tudo aquilo que se esperava dele quando o Cavs foi atrás do jogador e se livrou do Varejão: arremessos, arremessos e mais arremessos.

Engraçado que James Jones, amigo do Frye, mandou ele parar de ficar passando a bola por motivos de que ELE É RUIM NISSO, e arremessar porque está todo mundo no Cavs esperando isso dele. Frye virou um buraco negro, arremessou tudo que lhe chegou à mão, e só parou de arremessar quando o sedaram em casa depois. Depois de quebrar o recorde da NBA com 25 bolas de três pontos, o Cavs acertou VINTE E UMA no Jogo 3 em 39 tentativas, manteve o excelente aproveitamento e enterrou qualquer chance do Cavs de entrar nessa disputa insana de quem arremessa melhor. A gente não sabia disso, não dava pra imaginar, mas disputar arremessos com o Cavs parece nesse momento dos Playoffs a pior ideia do mundo. O problema é que o Hawks não tem mais o que tentar além disso e está moralmente devastado. Tudo leva a crer que mais uma bela noite de arremessos é tudo que o Cavs precisa para varrer o Hawks pelo segundo ano consecutivo e sentar bonitinho pra esperar Raptors ou Heat na Final. Passando na miúda, o Cavs se tornou de repente a grande história da pós-temporada – e mesmo assim a gente não liga pra eles porque tem série PEGANDO FOGO no resto da tabela. Depois ainda nos questionamos dos motivos para a equipe estar desmotivada…

Torcedor do Rockets e apreciador de basquete videogamístico.

Como funcionam as assinaturas do Bola Presa?

Como são os planos?

São dois tipos de planos MENSAIS para você assinar o Bola Presa:

R$ 14

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

R$ 20

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo: Textos, Filtro Bola Presa, Podcast BTPH, Podcast Especial, Podcast Clube do Livro, FilmRoom e Prancheta.

Acesso ao nosso conteúdo exclusivo + Grupo no Facebook + Pelada mensal em SP + Sorteios e Bolões.

Como funciona o pagamento?

As assinaturas são feitas no Sparkle, da Hotmart, e todo o conteúdo fica disponível imediatamente lá mesmo na plataforma.