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Isso resume a série entre Lakers e Suns
Tamanho importa. A gente não quer admitir, eu sei, não é fácil, mas faz toda a diferença. Ontem o Lakers abriu 2 a 0 na série contra o Phoenix Suns, passou dos 120 pontos de novo e se tem um motivo principal para isso ter acontecido é o tamanho do Lakers comparado ao tamanho do Suns.
O Suns tem Robin Lopez de volta à equipe depois de um longo período de contusão, isso deveria fazer a diferença na série, mas o irmão cabeludo do Brook não voltou em condições de jogar muitos minutos por jogo. Na partida de ontem não passou dos 18 minutos em quadra mesmo tendo jogado bem (nada excepcional, contudo) durante esse tempo de jogo. Quando ele está em quadra o Suns pega mais rebotes, tem mais opções no ataque (onde ele está surpreendentemente bem!) e o Suns é um time melhor. Quando ele sai, entra o Channing Frye, que acertou só 1 em 13 arremessos tentados nos dois primeiros jogos em Los Angeles. Logo ele, que não defende, não pega rebotes, não sabe andar de bicicleta e só está na NBA porque sabe acertar arremessos. Sobra para o técnico Alvin Gentry três opções: Colocar Louis Amundson, botar para jogar Jarron Collins ou jogar com um time mais baixo.
Collins não entra mais, e com razão, um boneco de posto faria mais diferença. Amundson não joga mais de 10 minutos porque, bom, porque ele é só o Amundson. Assim o time joga um tempão com jogadores mais baixos em quadra. Estratégia que não tem dado certo contra Andrew Bynum, Pau Gasol e Lamar Odom, esse último que destruiu o jogo 1 e, depois de ter sido acusado de ter tido “um jogo de sorte” segundo Amar’e Stoudemire, arrasou ontem de novo.
O Thunder tentou mostrar como defender o Lakers mesmo sem ter um time tão alto. Congestionou o garrafão, deixou Ron Artest livre para arremessar quando ele bem entender e usou a juventude da equipe para fazer essa marcação pressionada e corrida durante 48 minutos. Mas o Suns não tem essa vitalidade, não tem bons defensores de perímetro e, para piorar, o Ron Artest (assim como Kobe, Fisher e até o lixo do Jordan Farmar) estão acertando os arremessos de longa distância. Toda vez que tentaram dobrar a marcação em Odom ou Gasol a bola sobrou livre para alguém matar de longa distância. Se o Suns não parou as bolas de longe e nem o garrafão, não precisa explicar porque o Lakers passou dos 120 pontos duas vezes, né?
Não tem jeito, times com grandes jogadores de garrafão sempre vão sair em vantagem contra outras equipes que tenham seus grandes jogadores em outras posições. Só pensar que desde 1999 até hoje, foram 4 títulos do Tim Duncan (2 deles com um garrafão ao lado de David Robinson), 4 títulos de Shaquille O’Neal, 1 título com Rasheed e Ben Wallace no auge de seu desempenho defensivo e, nas últimas duas temporadas, um garrafão com Kevin Garnett e outro com Pau Gasol e Andrew Bynum. Nesse mesmo período de tempo vimos grandes armadores como Steve Nash, Jason Kidd e Chris Paul pararem sempre nas mãos de times com esses pivôs dominantes. Até Kobe, que é um dos melhores jogadores de todos os tempos, nunca conseguiu ir longe demais quando não tinha um bom aliado no garrafão do seu time.
Não quero dizer que basta um pivô bom e um monte de lixo em volta, mas no passado recente ninguém venceu sem ter um garrafão muito forte. Pode-se dizer que todos esses times campeões tinham pelo menos uma das 3 duplas de garrafão mais fortes de suas temporadas e não necessariamente o resto do time estava no mesmo nível. O Suns e o Mavs, dois dos times que mais venceram em temporada regular e não em playoffs durante a última década, sempre pecaram por não ter jogadores dominantes no garrafão. O grande jogador do Mavs, Nowitzki, sempre se destacou mais por seu jogo de perímetro e o do Suns, Amar’e Stoudemire, nunca foi bom defensor.
Por achar que ter um garrafão mais forte é decisivo é que não acredito que o Suns tenha mais chances contra o Lakers. Apostei em um 4 a 2 no palpitão antes da série mas depois desses primeiros jogos não ficaria surpreso com um 4 a1 ou até com uma varrida. O Lakers está brincando de encontrar seus pivôs livres lá embaixo da cesta, foram 56 pontos no garrafão no jogo 1 e 52 no jogo 2. Somando os dois jogos o Lakers vence por 108 a 80 a disputa de pontos na área pintada. Ontem o Kobe bateu seu recorde de assistências em playoff com 13 passes decisivos e a principal razão disso foi que ele não precisava arremessar, bastava meia dúzia de passes a cada posse de bola para alguém sobrar livre, algumas bandejas do Gasol foram tão fáceis que parecia treino.
Vale dizer também que o tamanho importa, mas não é só isso, o garrafão do Lakers também é talentoso no ataque, bom nos rebotes ofensivos e todos são excelente passadores. Pode perguntar pra qualquer mulher, tamanho importa, mas precisa saber usar. Aliás, consigo pensar em várias relações entre o tamanho do nosso tão protegido membro e o tamanho dos jogadores de um time de basquete: Um muito grande impressiona, dá medo, mas nem sempre é o melhor na hora da ação, falta mobilidade, velocidade. Um muito pequeno até pode dar muito resultado com dedicação extra, com velocidade e um bom plano de jogo, mas nunca vai ser o melhor. O ideal é que seja grande, mas não precisa ser descomunal, basta ser maior que o do seu concorrente.
Tá bom, prometo comparar com tamanho dos peitos de uma mulher da próxima vez.
Quem perdeu o jogo e quer ver um pouco desse domínio do Lakers no garrafão pode ver o vídeo abaixo, chega a parecer fim de treino em alguns momentos, é embaraçoso para o Suns.
Outra coisa muito bizarra no jogo de ontem foi quando o Leandrinho tomou um toco do Lamar Odom e ao cair no chão bateu a cabeça numa câmera e começou a sangrar muito. Mas não foi sem querer, a câmera tava mirando nele desde que isso aconteceu no jogo 1: