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Uma bela foto para um belo jogo
Como o Danilo disse no post anterior, nos demos uma folga no final de semana já que as finais começam só na quinta-feira, e com isso falo da classificação do meu Lakers somente agora. Mas como na frase que acabei de cunhar depois de muito estudar, antes tarde do que nunca.
Primeiro temos que dimensionar o fato de o Lakers ter ganhado o Oeste por dois anos seguidos. Ninguém ganhava o Oeste em anos consecutivos desde o tri-campeonato do próprio Lakers de 2000 até 2002. Pelo Leste isso aconteceu pela última vez quando o Pistons venceu em 2004 e 2005. Ser bi-campeão de conferência e ainda mais de uma conferência tão disputada como o Oeste hoje em dia é um fato gigantesco que parece que passou despercebido pra muita gente.
Difícil culpar as pessoas que não viram a dimensão do fato se o próprio Lakers fez parecer que é pouca coisa. Ao sair da quadra contra o Nuggets no jogo 6, depois de uma vitória incontestável, o time parecia que tinha acabado de sair da primeira rodada. Cumprimentou os adversários (né, LeBron?) e foi para os vestiários. Lá, com uma cerimônia simples e sem muito alarde, receberam o troféu de campeões da conferência.
Nas entrevistas o mesmo discurso de todos, só as palavras mudavam um pouco: Aprendemos muito nessas três séries de playoff, aprendemos muito na final do ano passado e finalmente estamos de volta para dessa vez fazer bem feito.
A sensação que eles passaram me fez voltar à minha infância. Jogando videogame eu passava uma fase dificílima para só então chegar no chefão e morrer, sendo obrigado a voltar desde o começo daquela fase enorme. Jogava de novo, puto, e só queria saber de chegar no chefão, não vibrava ao passar de nenhum trecho mais difícil, tudo o que eu queria era ir lá e chegar naquele final de novo mas dessa vez ao invés de morrer, o que me obrigaria a começar do zero pela enésima vez, queria matar o diabo do chefe e ir pro abraço.
O Lakers não está feliz de estar na Final de novo, está aliviado. É a sensação de ter uma nova chance, de serem consagrados, de tirar qualquer rótulo de “soft“, amarelão e tudo aquilo que cansamos de ouvir no ano passado. Por isso que a ansiedade pela final e o alívio de estar nela são maiores do que a excitação de serem bi-campeões do Oeste.
Voltando ao jogo 6, o do título, devo dizer que fazia muito tempo que eu não ficava tão impressionado com o Lakers, acho que foi o melhor jogo do time desde os tempos de Shaq. É sério, não me lembro de ver, no mesmo jogo, tudo o que Lakers pode oferecer de bom ao mesmo tempo: 57% de aproveitamento dos arremessos, 56% das bolas de 3, 20 pontos e 8 rebotes do Odom vindo do banco, 20 pontos e 12 rebotes pro Gasol, 17 pontos em 22 minutos pro Ariza e 35 pontos e 10 assistências para o Kobe. Tudo isso já aconteceu várias vezes, mas tudo em um mesmo jogo e em um jogo fora de casa com uma puta pressão nas costas? Assustador.
Isso só foi possível porque o Lakers jogou com cabeça de Spurs. O time foi frio na hora de atacar, sempre explorando todas as opções possíveis no ataque e não arremessando logo na primeira chance que aparecia. Nem sempre o Lakers tem saco pra tanto. Também foi possível porque o Nuggets, ao ver o Lakers tomando conta do jogo, tentou resolver ao estilo do Denver do ano passado, com bola de 3 atrás de bola de 3. O Nuggets virou a potência que virou porque nesse ano aprenderam a complementar seu jogo com defesa e variação de ataque. Mas na hora do desespero fizeram tudo errado, nem o Billups salvou.
E se erramos muito ao insistir na nossa previsão que o Magic não ia chegar a lugar nenhum (devo um pé pro Danilo), acertamos quando falamos que o Lakers passou a temporada inteira sendo irregular mas vencendo quando mais precisava. Perdeu jogos idiotas na temporada regular (alô, Bobgatos!), mas teve aproveitamento espetacular contra seus adversários do Oeste (venceu a série da temporada regular contra todos), além das varridas sobre Celtics e Cavs.
Nos playoffs venceu a partida 4 em Salt Lake contra o Jazz antes que a série complicasse, contra o Rockets, a pior série do Lakers, conseguiu vencer a primeira partida em Houston para recuperar o mando de quadra e dominou o jogo 7. Contra o Nuggets pegou um time que não perdia em casa desde meados da temporada regular e lá venceu 2 das 3 partidas disputadas, uma para recuperar o mando de quadra e a outra para fechar a série.
Ou seja, por mais defeitos que o Lakers tenha, e tem vários, o time até agora conseguiu minimizar esses defeitos nas partidas mais importantes.
E pode-se dizer que essa pode ser a grande diferença desses playoffs. Como já dissemos e parece que muita gente concordou, esses playoffs não são os playoffs de um time dominante, de times inquestionáveis, muito pelo contrário, a final será entre dois times que ganharam, com toda razão, o rótulo de inconsistentes.
Tanto Lakers quanto Magic foram inconsistentes, o Magic até dentro dos jogos é inconsistente, mas na hora que mais importava, jogaram bem. O Magic jogou bem nos jogos 6 e 7 contra o Celtics, o último fora de casa, jogou muito bem ao eliminar o Sixers na Philadelphia sem Dwight Howard e foi bem de novo contra o Cavs, bem nos jogos fora de casa e fatal, com instinto assassino, no jogo para fechar a série.
Inconsistência por inconsistência acho que o Lakers sai na frente por ter um elenco mais forte e porque não perde uma série em que tem mando de quadra desde 2004. Mas é só um palpite. Até quinta-feira faremos uma análise mais profunda dessa Final de NBA. Vamos analisar os confrontos individuais, os confrontos da temporada regular, um possível retorno do Jameer Nelson, a parte tática e até vamos dar um tempinho, amanhã talvez, para falar um pouco dos derrotados. Afinal, o que a Mãe Dinah prevê para o futuro de Cavs e Nuggets, os Barriquelos de suas conferências?
E tem mais um comercial da Nike com o LeBron e o Kobe em bonequinhos. A campanha mais legal dos últimos tempos. Esse vídeo abaixo é em referência a esse vídeo do Kobe.
Vocês imaginam se o Lakers não passa para a final, como esses comerciais iam ficar patéticos? Afinal, eles foram feitos com a esperança de uma final Kobe x LeBron. Não duvide que na Adidas já tinha gente fazendo as versões puppets de Chauncey Billups e Dwight Howard pra tirar sarro da concorrente.