>Você está demitido!

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Eddie Jordan: cagando mas não andando

Depois do PJ Carlesimo ser o primeiro técnico demitido da história do Thunder ontem, foi a vez do Eddie Jordan ser mandado embora do Wizards. Eu não lembro de dois técnicos serem mandados embora tão cedo numa temporada da NBA, mas minha memória não é a do PVC então eu posso estar errado.
A situação dos dois é bem parecida, os dois estão no comando de times medíocres, com elenco fraco e que todo mundo sabia que ia dar errado. Mesmo assim os dirigentes foram lá e mandaram eles pra casa mais cedo. Mas por quê?
Para o Thunder (ainda me sinto ridículo dizendo esse nome) eu não sei direito o que houve. O Carlesimo nunca teve fama de grande técnico mas ele tinha conseguido sua grande função no time, que era desenvolver o Kevin Durant e o Jeff Green em jogadores muito bons, com o resto não dá pra fazer milagre, não era culpa dele que todo pivô que os enfrenta arregaça com o jogo. Mas talvez os dirigentes simplesmente não vissem mais futuro com o Carlesimo, ele fez a parte dele em desenvolver o jogo do Durant e do Green e agora é hora de outro continuar o serviço.
Outra opção é que eles podem achar que o time é bom o bastante para ter resultados melhores do que esses. Mas será que um time com Earl Watson, o novato Westbrook em seu primeiro mês de NBA, Durant, Jeff Green e a pior combinação de pivôs e alas de força de toda a liga tem alguma chance de ser melhor do que isso? É como mulher feia, você pode vestir ela melhor, maquiá-la e melhorar um pouco, mas mulher feia é mulher feia pra sempre. O capitão do time de futebol americano sempre vai preferir a cheerleader loira a ela.
Tem ainda outra teoria sobre a demissão, que é a que mais me convenceu. É que foi para agradar a torcida. O time é recém-chegado à cidade, teve seus ingressos de temporada esgotados e a cidade está em êxtase por ter um time da NBA. Aí eles vão lá, perdem 12 dos seus primeiros 13 jogos e com um mês de vida o ginásio antes tomado por festa é assombrado por vaias. Pega mal. A diretoria mandando o técnico embora mostra que está do lado da torcida, mostra que está fazendo o possível para fazer o time se tornar um sucesso. Pura jogada de marketing associada com a falta de competência do Carlesimo, ninguém mandaria um técnico insubstituível só pra agradar a torcida.
A situação do Wizards é um pouco diferente. Embora o time seja realmente ruim e com elenco limitado, esse elenco é limitado por contusões, não por deficiências na hora das contratações. Não é culpa nem da diretoria e nem do Eddie Jordan que o Arenas e o Haywood, armador principal e pivô titular do time, não estejam com a equipe.
Mas se ano passado a gente tinha visto um Wizards se superando com o Arenas fora da equipe, hoje vemos o oposto. Cansei de falar na temporada passada que o Wizards jogava melhor sem o Arenas porque, ao invés de parar e ver o Agente Zero jogar, eles viram que precisavam jogar como um time, defender, rodar a bola, atacar os rebotes e tudo isso que um time de basquete faz se quer mesmo vencer. E deu certo, eles foram um bom time no ano passado.
Mas nesse ano, lá estão eles na mesma situação. O que era pra ser uma superação apenas temporária aconteceu de novo e teve o agravante da perda do Haywood. Então parece que eles desanimaram de vez. Ao invés de um ataque mais organizado e uma defesa mais dedicada, eles responderam aos desfalques com uma atitude de “cada um na sua”. Todo mundo faz o que bem entende no ataque, tenta os arremessos que quer a hora que quer e, se der tempo antes da novela, volta pra defesa.
Ver um jogo do Wizards hoje é ver tudo o que não deve ser feito em uma quadra de basquete. Eles conseguiram perder do Knicks sendo que o time de NY só tinha 7 jogadores prontos pra jogar e nem tinha garrafão. Abriram as pernas pro ataque do Knicks e se deram mal. Pessoas mais próximas ao time falaram pela imprensa americana que os jogadores nem ouviam mais o que o Eddie Jordan falava.
Era mesmo a hora de mudar. É como naqueles times que estão prestes a ser rebaixados no futebol, você sabe que a estrela do time foi vendida pra Europa, que o lateral-direito é amador, que o atacante não sabe nem cortar a unha sozinho, mas mesmo assim finge que a culpa é do técnico e traz um outro que tenha um discurso novo para ver se os jogadores mudam de atitude. Porque de talento não vão mudar de uma hora pra outra, mas de atitude é até possível.
Sim, a solução hoje para o Wizards é o Joel Santana. Eles precisam de alguém que faça os caras se animarem a jogar basquete de verdade outra vez. Então a demissão foi justa embora as derrotas não fossem culpa do técnico, faz sentido? A vida também não, nessas horas que a gente vê como o basquete é filosoficamente profundo.
O que eu não achei nada legal foi o que li num jornal de Washington, com um cara dizendo que o Wizards deveria desde já abandonar essa temporada, pegar um cara bonzão no draft do ano que vem e montar um time forte com a volta do Haywood e Arenas. Já começam a sonhar com um trio de Arenas, Butler e Brandon Jennings.
Em época que todo mundo tá pensando nos Free Agents de 2010, nem parece tão absurdo já pensar no draft do ano que vem, mas é! Estamos no primeiro mês de temporada, o Arenas volta em janeiro e qual é a graça de só ficar pensando no futuro? Planejamento é essencial, mas jogar fora o presente pra isso é tirar toda a graça do jogo, do campeonato. Se eu fosse torcedor do Wizards não assistiria mais jogos do meu time se ficasse claro que eles já estão pensando na temporada que vem. Mas confio no instinto competitivo do Arenas pra acreditar que isso não vai acontecer.
E uma dica para o novo técnico do Wizards: o Nick Young tem que jogar mais minutos por jogo do que o DeShawn Stevenson. O resto é com você.

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