🔒 A aventura por trás dos números

Volta e meia falamos sobre a revolução estatística que tomou conta da NBA nos últimos anos. Alguns times tomaram a dianteira na corrida tecnológica, mas logo outros seguiram e hoje é raro uma franquia não ter uma vasta equipe de pessoas especializada em números, tecnologia, programação, visualização de dados e muito mais. Mas o que aconteceu na NBA, ao contrário de muitos outros esportes ou campeonatos, foi que a própria liga resolveu correr atrás do prejuízo. A NBA ignorou o desejo dos clubes de manter muitas estatísticas em segredo e criou a página NBA.com/Stats há duas temporadas, juntando tudo o de mais avançado que o basquete oferece em termos de números. Soa surreal num país onde nosso próprio campeonato brasileiro de FUTEBOL não tem uma página própria.

Não é perfeito, claro. Os times da NBA tem seus números próprios, outras empresas, como a Synergy, disponibilizam dados muito mais avançados, e com vídeo acoplado, apenas para equipes e veículos gigantes da mídia americana. Mas para um fã bitolado, esse mar de dados é simplesmente o paraíso, e certamente tem ajudado a criar um exército de blogueiros, comentaristas e até torcedores de Twitter que ao invés de gritar “falta coração pra honrar a camisa” manda um “ele não tem bom aproveitamento em arremessos da cabeça do garrafão quando o defensor está a menos de 3 pés de distância”.

O que eu sinto é que a obrigação de um blogueiro/comentarista como eu, nesse caso, é dar um passo além. Os números estão lá para qualquer um que clicar, simplesmente listar líderes e exaltar grandes marcas não parece o bastante, mas algumas coisas são tão complexas que talvez interpretar alguns dados que estão lá sejam importantes para a gente fazer o que a gente se dispôs ao começar este blog: explicar o basquete e deixá-lo mais interessante.

Entre o oceano de números que encontrei na NBA.com/stats, escolhi os que eu achei mais “da moda” para comentar. Alguns que estão aparecendo todos os dias por aí, até em comentários nossos, e que talvez não tenham sido explicados por completo. Por que eles são tão falados? Por que são tão importantes hoje?

E-QUI-LÍ-BRIO

Já dizia o Professor Tite na sua passagem anterior pelo Corinthians: não importa ter o melhor ataque ou a melhor defesa, que era o caso da época, o importante é o equilíbrio. E ele dizia isso daquele jeito pausado, que deve ser irritante para quem não torce para o time ele carrega nas costas. É algo tão óbvio que dá vergonha de explicar, mas é algo que volta e meia é atropelado por clichês do tipo “time sem defesa não ganha título”. Primeiro que não existe time sem defesa, né? O que quer dizer essa frase? Que times com a defesa abaixo da média da liga não ganham? Ou que tem que estar no Top 5 da categoria? É algo vago demais. Na temporada passada, Memphis Grizzlies, Milwuakee Bucks e Washington Wizards estavam entre as melhores defesas da NBA, alguém apostava neles? No ataque, Toronto Raptors e Dallas Mavericks apareciam entre os 5 primeiros e foram destruídos na primeira rodada dos Playoffs.

Provavelmente não vai valer ter o melhor ataque se tiver a pior defesa, mas talvez ter a 10ª melhor defesa seja o bastante. Está longe de ser uma ciência exata, mas o melhor jeito de medir o equilíbrio no basquete atual é o Point Differential. Esse dado não é só um saldo de pontos, mas um saldo de pontos calculado dentro do ajuste de posses de bola. Um time que joga mais rápido e disputa mais posses de bola por jogo tem mais chance de marcar e tomar pontos; quem joga mais lento, o contrário. Para igualar isso, existe o Offensive Rating e o Defensive Rating, que medem quantos pontos um time marca e sofre a cada 100 posses de bola disputadas. Vários times beiram as 100 posses de bola por jogo, então é um número bem prático. O Point Differential, como vocês devem ter percebido, é o saldo do Offensive Rating menos o Deffensive Rating.

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Na temporada passada, o Golden State Warriors conseguiu alucinantes +10.32 de Point Differential. Ou seja, marcava em média 10 pontos a mais que os adversários a cada 100 posses de bola disputadas. Isso colocou o time na lista de míseros 8 times na HISTÓRIA DA NBA a acabar uma temporada regular com média superior a 10 nesse quesito. Sabem o que aconteceu com todos esses times? Venceram o título da NBA naquele ano. A única exceção foi o Milwuakee Bucks de 1971-72, que teve média de +11.2. O motivo? Na final enfrentaram o Los Angeles Lakers, que teve média de +12.3 na mesma temporada, a melhor marca de todos os tempos.

Uma lesão pontual nos Playoffs pode mudar tudo, mas se você quer um número único para ranquear os times da NBA em uma temporada, é esse. Esse é o dedo duro que conta que time está precisando ralar para vencer jogos no finalzinho e quem está sobrando. Nas últimas temporadas, tem sido um ótimo indicador de quem vai ser campeão. O líder em PD foi campeão em 2015 e 2014; em 2013 o líder foi o OKC Thunder, que foi eliminado após a lesão de Russell Westbrook, aí o título ficou com o Heat, segundo colocado no saldo. No ao anterior o Heat tinha sido 3º no PD e também campeão, na frente deles estavam o Chicago Bulls, que perdeu Derrick Rose na primeira rodada dos Playoffs, e o San Antonio Spurs, que tomou aquela inexplicável virada do Thunder na final do Oeste.

chart

O gráfico acima, retirado do site NBA Savant, é um outro jeito de analisar esse saldo de pontos. Ao invés de pegar a média por jogo, simplesmente soma pontos feitos e sofridos ao longo do ano para ver como um time tem evoluído ao longo da temporada. Os dois times históricos da temporada são fáceis de identificar: Warriors só ganha, então só cresce; Sixers só perde, então só cai.

Somando esse gráfico com a média por jogo, podemos destacar algumas equipes:

San Antonio Spurs, discreto como só eles conseguem, está chegando nos dois dígitos de média também, tem tudo pra ser o grande adversário do Warriors
Miami Heat tem a melhor defesa da liga e isso está garantindo uma boa posição no ranking, é um caso de boa média ser boa por um dos lados ser poderoso demais. Será que embalam o ataque para preparar um ataque ao Cleveland Cavaliers?
Boston Celtics começou bem a temporada, ainda tem o 7º melhor saldo da liga, mas sofre para se manter entre os 8 classificados do Leste. Ganham com sobras, perdem por pouco.

O próximo passo da estatística: colocar filtros, descobrir o Point Differential de cada equipe contra determinados grupos de adversários. Somente times de Playoff, por exemplo.

O Warriors, após 17 jogos e 17 vitórias, alcançou a incrível marca de +16.5 de Point Differential em 2015-16. Não tenho ideia se isso é sustentável ou não, o time é de outro planeta. Se continuar assim, supera em QUATRO PONTOS o melhor time da história da NBA, que, por acaso, é também o que tem o recorde de maior sequência de vitórias na liga: 33. Que o Warriors busque sua tríplice-coroa da temporada regular:

(1) Superar a marca de 72 vitórias e 10 derrotas do Chicago Bulls de 1995-96
(2) Superar o Point Differential de +12.3 do LA Lakers de 1971-72
(3) Vencer mais de 33 jogos seguidos numa mesma temporada, recorde do Lakers de 1971-72

Ah, e tem que ganhar o título depois, senão todo mundo esquece.


TIPOS DE JOGADAS

Uma das partes mais legais do NBA.com/stats é uma chamada “Play Types“. É lá que você descobre que jogador  ou time lidera a NBA em cada tipo de jogada ofensiva.

As categorias são essas:

Transição: basicamente um contra-ataque, quando a posse de bola acaba antes da defesa se estabelecer
Isolação: ataque mano-a-mano, só é contabilizado assim se existe um defensor estabelecido para o atacante
Pick-and-roll/Ball Handler: é quando acontece uma jogada de pick-and-roll, e quem define o lance é quem conduz a bola
Pick-and-roll/Roll Man: jogada de pick-and-roll, mas quem finaliza é quem fez o bloqueio inicial
Post-up: quem finaliza o lance está de costas para a cesta, e próximo à cesta
Spot-up: a posse de bola acaba com um jogador que estava posicionado, parado, recebendo um passe para o arremesso ou infiltração
Hand-Off: auando um jogador passa a bola para o outro e faz um bloqueio ao mesmo tempo
Cut: a posse de bola acaba após um jogador cortar em direção à cesta, receber a bola e finalizar
Off Screen: o jogador usa um bloqueio para ir da linha de fundo para o perímetro, e então arremessando
Rebote de ataque: o atacante consegue o rebote de ataque e finaliza antes de começar um novo ataque
Miscelânea: quando o lance não se encaixa em nenhum dos lances anteriores, inclui arremessos do meio da quadra, bate-e-rebate, etc.

Se você pulou tudo isso, não te culpo (embora tenha linkado umas coisas interessantes!), mas fica aí pra quem não entender alguma que a gente acabar citando. As coisas mais importantes para ver em cada lista são os itens PPP (pontos por posse de bola), Freq% (porcentagem de vez que um jogador executa tal lance) e FG% (aproveitamento dos arremessos nesse tipo de lance). Juntando esses números você descobre o básico, quantas vezes o jogador executa esse lance e qual seu aproveitamento. O padrão da liga é que, na maioria dos lances, ter cerca de 1 ponto por posse de bola é um bom número. Claro que em contra-ataques é melhor ter mais, em mano-a-mano é normal ter menos, mas fica esse parâmetro.

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TRANSIÇÃO E MANO-A-MANO

Dentro das transições, acho impressionante o caso de Steph Curry. Cerca de 21% das posses de bola arremessadas pelo atual cestinha da NBA são nesse tipo de lance. Embora Curry pareça indefensável no mano-a-mano, ele tem feito muito mais estrago nos contra-ataques, que é quando a defesa não consegue se posicionar direito e ele acaba com aqueles arremessos livres, sem marcação. E nas isolações? Steph Curry é apenas o segundo melhor da NBA, com 1.10 pontos por posse de bola, atrás apenas do surpreendente Brandon Knight.

No tal mano-a-mano, para a surpresa de ABSOLUTAMENTE NINGUÉM, os dois que mais tentam a jogada são James Harden e Carmelo Anthony. Ambos gastam 29% das posses de bola que finalizam nesse tipo de jogada. Mas Harden fica um pouco abaixo daquela marca do 1 ponto por posse de bola, enquanto Carmelo Anthony é um dos míseros 10 que ultrapassam esse ponto simbólico. Os outros são os citados Knight e Curry, além de LeBron James, Blake Griffin, Chris Paul, Damian Lillard, Damian Lillard 2 (também conhecido como CJ McCollum) e Giannis Antetokoumpo. Faltou um? Ah é, aquele tal de Kevin Durant faz RIDÍCULOS 1.47 pontos por posse de bola em mano-a-mano.

Costumo dizer que o Los Angeles Lakers não sabe muito o que fazer com a bola, e os números da isolação mostram um pouco disso. Julius Randle e Kobe Bryant estão no Top 10 dos que mais forçam essa jogada, e como os dois passam muito tempo em quadra juntos, dá pra imaginar o péssimo ritmo de passes que o time vê nesses períodos. O lado bom? Randle está com 0.95 pontos por posse de bola e 45% de acerto dos arremessos nesse lance, nada mal para um pirralho.

Se analisamos as estatísticas gerais dos times, vemos que o Lakers é o segundo time em frequência de isolações. São 10.5% das posses de bola que acabam assim, agravado pelo fato de que nenhum jogador do time figura entre os destaques da função. Na casa dos 10% estão apenas o Knicks de Melo e o Rockets de Harden.

E lembra que dissemos no Podcast que o San Antonio Spurs tem sido cada vez mais parecido com a sua versão 2007 do que com sua versão 2014? Pois é, os números da transição bancam isso também. Apenas Dallas Mavericks, o super lento Memphis Grizzlies e o Charlotte Hornets usam menos a transição ofensiva para finalizar lances que o time de Gregg Popovich.  Não estão sentindo falta, longe disso, é só o Spurs mostrando que é possível ser bom de todas as maneiras.

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O POST-UP MORREU?

Entre os post-ups, o que chama a atenção é a quantidade de jogadores que tiveram, até aqui, ao menos 40 arremessos tentados nesse tipo de lance. Como a maioria dos jogadores está com 16 ou 17 jogos disputados, tentar 40 arremessos é como dar, em média, míseros 2.5 arremessos de costas para a cesta por jogo. Estou louco ou isso é muito pouco? Penso que seja quase o mínimo para um pivô. Uma lástima não existirem números da época áurea dos pivôs para compararmos.

Bom, o fato é que hoje somente 19 jogadores estão com essa média de ao menos 2.5 jogadas de post-up por jogo. Os líderes, com muita sobra, são o veterano Al Jefferson, com 108 arremessos tentados em 16 jogos, e o novato Jahill Okafor, com 102. O terceiro, com apenas 69, é Andre Drummond.

Todo mundo sabe que Al Jefferson vive dessas jogadas de costas para a cesta, então não é surpresa que ele lidere a liga em tentativas. O seu aproveitamento não é dos melhores, mas são TANTOS arremessos a mais que os outros que é quase injusta a comparação com gente que só usa esse lance em situações muito favoráveis. De qualquer forma, os 0.85 pontos por posse mostram bem porque o Charlotte Hornets fugiu de Jefferson como sua primeira opção ofensiva de ataque. Veja como é a nova NBA: o Hornets tira o protagonismo de Jefferson, coloca mais arremessadores no elenco e BUM, é o ataque que mais evoluiu na NBA entre a temporada passada e esta. Nem joga muito rápido, mas basta fugir para o perímetro que os pontos aparecem.

Mas enquanto tudo isso indica a morte do post-up, a lista coloca lá em cima dois dos mais promissores pivôs da NBA no momento: Okafor e Drummond, são eles que irão ressuscitar o jogo de costas para a cesta? Difícil cravar, mas tudo indica que só poderão fazer isso se forem capazes de oferecer o que Jefferson não conseguiu ao longo de sua carreira, mais versatilidade.

Antes especialista no pick-and-roll, base do ataque do Detroit Pistons, Drummond começou a ser alvo fácil das defesas. Bastava ele fazer o bloqueio para seu armador que a defesa adversária corria para fechar o garrafão, evitar as pontes aéreas e os passes para jogadas fáceis. Restou para o Pistons outra jogada, usar o bloqueio para deixar um arremessador livre e, só depois, achar Drummond embaixo da tabela. Ele deixou de ser o cara que finaliza de frente para a cesta, e agora arremessa de costas. O aproveitamento no pick-and-roll é de 57%, excelente, de costas para a cesta, para a alegria das defesas, é de míseros 40%. Ele está aprendendo e está mostrando movimentos que nem ameaçava há um ano, mas ainda há um longo caminho a percorrer, especialmente no jogo de pernas.

Um dos motivos para tantos erros é a sua pressa. Ao contrário de Jefferson e Okafor, Drummond não toma um bom tempo da posse de bola para trabalhar seu defensor e achar o melhor arremesso ou gancho. Ele sabe que se fizer isso, tomará uma falta forte. Todo mundo sabe que a melhor coisa do mundo é mandá-lo para a linha do lance-livre, onde ele acerta patéticos 43% dos arremessos. Bizarramente essa é a sua melhor marca na carreira! Até o Shaquille O’Neal era melhor. O Detroit Pistons precisa criar mais oportunidades de pick-and-roll para seu pivô, coloca essa nas costas de Stan Van Gundy, mas Drummond precisa aprender a arremessar para expandir o seu jogo. Até lá ele consegue causar impacto no rebote ofensivo, onde usa seu corpanzil para conseguir 25% de seus arremessos (!!!), mas ele precisa ser mais do que isso, ele precisa ser mais do que um novo DeAndre Jordan.

Dois dos times que citamos antes como os que usam menos a transição estão entre os que mais usam o post-up, são eles San Antonio Spurs e Memphis Grizzlies. O Grizzlies tem nos seus pivôs, Marc Gasol e Zach Randolph, suas melhores opções de ataque, então é normal ir devagar, esperar eles chegarem no ataque e então acioná-los. Em 13.3% das posses de bola do Grizzlies o lance acaba com uma jogada de post-up. O Spurs, por outro lado, tem muitas opções, mas fez uma escolha. Com o crescimento de Kawhi Leonard no post-up, resolveram abusar das jogadas de costas para a cesta. Quando não é o jovem ala, jogam a bola para Tim Duncan ou LaMarcus Aldridge. O time dos arremessos de dois anos atrás virou o time dos pivôs. São 13.8% das posses assim, a maior marca da liga.

É importante, porém, lembrar que não é uma regra. Não é porque um time não joga no conta-ataque que ele necessariamente joga com seus pivôs de costas para a cesta. Bom exemplo é o Dallas Mavericks, que pouco aposta nos contra-ataques, até por ter armadores mais lentos, e também não joga de costas para a cesta. É um time que gosta de arremessar, mas gasta muito tempo para criá-los.

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TODO MUNDO ARREMESSA

Um último dado para a gente reparar é no catch-and-shoot, aqueles lances em que o jogador simplesmente pega e arremessa a bola. Entre os jogadores que já deram ao menos 40 arremessos, só 5 estão acima dos 50% de aproveitamento, um número bom demais, e são exemplos de ataques que estão funcionando bem. Cada um deles reflete uma faceta de sistemas ofensivos que estão difíceis de serem parados.

O líder é Jerryd Bayless, do Milwuakee Bucks, que foi tema de post nessa semana. Ele está com 63% de acerto em 44 tentativas, um número que nem Kyle Korver teve na histórica temporada passada. Provavelmente não vai se sustentar, mas é incrível como ele, que sempre se consagrou por atacar bem a cesta e cavar lances-livres, está fazendo de longa distância. Ele se especializou justamente no que seu time mais precisava e não à toa foi titular tantas vezes. Parabéns pra ele, mas, como dissemos, foi só o ataque melhorar que a defesa virou uma das piores da liga. Cadê o equilíbrio, Bucks?

Logo atrás de Bayless aparece um jovem senhor chamado Dirk Nowitzki, que do alto de seus 37 anos segue acertando 57% de seus arremessos no catch-and-shoot. Ele não consegue mais se virar tanto assim nas isolações e nos post-ups como nos Playoffs de 2011, mas ainda faz estrago. Quando o ataque carregado de armadores do Dallas Mavericks cria espaços, lá está Dirk para matar uma bola decisiva. O problema? Depender de Deron Williams, Chandler Parsons e Raymond Felton, nem sempre eles estão jogando tudo isso. O saldo da temporada, porém, ainda é bom.

Os dois seguintes são armadores que, em teoria, deveriam ser de uma posição que joga com a bola na mão, não são que recebe a bola de alguém para arremessar. Mas estamos falando de dois ataques criativos e que aprenderam a delegar funções. Kyle Lowry está um pouco menos fominha nesse ano, delegando a bola para DeMar DeRozan e até Luís Scola, quando ele recebe a laranja de volta… 56% de acerto nos arremessos de catch-and-shoot. Não por acaso está jogando um tempo na posição 2, deixando a criação das jogadas com Cory Joseph. Logo atrás está o citado e idolatrado Steph Curry. Esse ataque a gente conhece bem: Draymond Green, Shaun Livingston, Andre Iguodala, todo mundo cria um para o outro e o outro time só chora.

Finalizando a elite do catch-and-shoot está, vejam só, Langston Galloway! Sim, aquele cara do Knicks que ninguém deu bola quando começou a jogar bem no ano passado. Ele se firmou no time e tem sido essencial para que o ataque do Knicks pareça o de um time de verdade neste ano. Se Carmelo Anthony está bem no mano-a-mano, como citamos antes, é porque tem time com medo de mandar marcação dupla, pode ter certeza. Galloway e Kristaps Porzingis ajudam Melo só por estarem lá na quadra do lado deles.


Encontrou alguma estatística que você não esperava ou não entendeu? Mande aí nos comentários e vamos tentar descobrir o que está acontecendo. Os números não valem nada se a gente não enxergar a história por trás deles.

Torcedor do Lakers e defensor de 87,4% das estatísticas.

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