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Em 2003, Dirk Nowitzki já era uma das grandes estrelas da NBA, um pontuador de elite que fazia o mundo inteiro questionar o papel que os jogadores altos deveriam cumprir em quadra. Não é a toa portanto que no draft daquele ano, em meio a uma chamada “onda europeia” na NBA, dois jogadores europeus eram cotados para as 5 primeiras escolhas do draft: Darko Milicic, da Sérvia, e Maciej Lampe, da Polônia. Ambos com mais de 2,11m de altura, deveriam, assim como Nowitzki, aprofundar uma revolução de jogadores de garrafão capazes de correr e arremessar de média e longa distância.
As quatro primeiras escolhas do draft de 2003 aconteceram como todo mundo esperava: LeBron James logo na escolha número um, Darko Milicic na escolha dois, Carmelo Anthony na escolha três e Chris Bosh na escolha quatro. A partir daí, o mais provável era que o Miami Heat, com a quinta escolha, agarrasse a chance de conseguir Maciej Lampe para seu time que carecia tanto de um homem de garrafão – e, curiosamente, também de um armador principal. Mas contra todas as previsões, o que o Miami Heat fez foi escolher Dwyane Wade, nem armador e nem pivô, frustrando sem querer os planos do Chicago Bulls, que tinha esperanças de agarrar Wade com a sétima escolha. Frente a torcedores atônitos, jornalistas começaram a indicar que havia uma dúvida sobre o contrato de Lampe na Europa que poderia estar assustando os times. Como descobrimos futuramente, não passava de um pequeno blefe do Real Madrid, então equipe de Lampe, e seu desligamento para jogar na NBA custou nada mais do que uns trocados. Mas ainda assim seu nome foi sendo ignorado por time após time ao longo do draft. Um dos vinte convidados para estar na Greem Room, a sala presencial em que os jogadores mais “baladados” ficam para apertar a mão do comissário da NBA em frente às câmeras quando são escolhidos, Lampe foi o único que sobrava na sala quando a primeira rodada do draft terminou. Acabou draftado pelo New York Knicks com a primeira escolha da SEGUNDA RODADA, perdendo o contrato garantido e os holofotes que lhe haviam prometido.
Lampe foi apenas um dos DEZ estrangeiros escolhidos nas primeiras 30 escolhas do draft – nas outros 28 escolhas finais, seriam mais ONZE os estrangeiros draftados. Ao todo foram 21 jogadores de fora dos Estados Unidos em 58 escolhas de draft. Foi o ano em que Leandrinho entrou na NBA, marcando presença brasileira numa lista que continha Sérvia, Polônia, Holanda, Senegal, França, Grécia, Argentina, China, Bósnia, Geórgia, Nigéria e Croácia. A NBA finalmente havia se aberto para o mundo justamente no ano em que, sem saber, surgia diante de nós a nova grande geração de jogadores americanos liderados principalmente por LeBron James.
Lampe foi um dos destaques em sua primeira Summer League pelo Knicks, jogando na pré-temporada em meio aos outros novatos. Mas após uma série de pequenas lesões e um processo de reconstrução muito confuso na equipe, Lampe foi trocado para o Suns, onde demorou para ficar saudável e encontrar espaço e, quando finalmente estava ficando confortável, foi trocado para o Hornets, que o trocou para o Rockets. Em três temporadas Lampe passou por QUATRO TIMES, ninguém quis lhe dar uma oportunidade real e sua carreira na NBA acabou sem mal começar, com o jogador preferindo fugir para a Liga Russa, onde foi MVP.
Darko Milicic não teve uma carreira tão diferente assim: ficou como refém no banco do Detroit Pistons, que o escolheu no draft justamente porque ele ainda não estava “pronto” e assim não precisariam colocá-lo em quadra por um time que já estava montado e queria ganhar um título. Eventualmente foi trocado sem ter ganhado oportunidades de amadurecimento, teve uma carreira digna como um defensor reserva em 6 times diferentes ao longo de 10 anos e, sem nem sinal do “estrelato” prometido, entrou para a lista de “piores escolhas de draft” de todos os tempos.
Daquela leva de estrangeiros em 2003, só dois jogadores tiveram algum sucesso razoável: nosso Leandrinho, que fez fama como sexto homem e chegou a ganhar um título pelo Warriors ainda que em minutos limitados, e o francês Boris Diaw, que encontrou seu lugar quando o técnico Mike D’Antoni resolveu usá-lo em uma posição muito fora daquilo que se esperava convencionalmente dele. Se aquele draft foi o ano em que a NBA se abriu em definitivo para o mundo, também foi o ano em que a NBA aprendeu a ter muito MEDO de que os estrangeiros escolhidos não virassem absolutamente nada.
Não restam dúvidas de que esse medo com a produção futura dos estrangeiros foi o grande responsável por Luka Doncic não ter sido a primeira escolha do draft de 2018. Na verdade Doncic foi a terceira escolha, mas foi trocado para o Mavs, já que o jogador que o Hawks realmente queria era Trae Young. Isso significa que sem o interesse do Dallas, Doncic provavelmente teria sido apenas a QUARTA escolha do draft mesmo sendo inegavelmente o maior talento de toda a safra – talvez, o maior talento da DÉCADA. O medo de que esses “talentos de terras longínquas” sejam não Dirk Nowitzki mas sim Darko Milicic ou Maciej Lampe faz com que alguns times tomem decisões verdadeiramente ESTÚPIDAS na hora do draft e, como Suns e Hawks agora, se arrependam amargamente por anos e anos a fio.
Para justificar não ter escolhido a próxima “grande sensação internacional”, a maior parte dos times repete o mesmo discurso: não é possível saber quão bem esses jogadores se sairão com “competição profissional”, como será a transição de seu jogo para a NBA e quão confiável é a impressão que passam ao jogar em outra realidade, com regras levemente alteradas e uma cultura de basquete bastante diferente daquela que encontramos nos Estados Unidos. O fracasso de Milicic, Lampe e tantas outras estrelas que tiveram dificuldade de encontrar um espaço qualquer nas quadras da NBA seria uma prova de que não basta farejar “talento” ou “potencial” nesses jogadores: quando se trata de estrangeiros, todo cuidado é pouco para não se cair numa “armadilha”.
O problema nesse discurso, no entanto, é evidente. Primeiro que o basquete universitário TAMBÉM É uma liga com regras diferentes da NBA, com uma cultura distinta de basquete e que impossibilita que saibamos como o jogo de cada adolescente fará a transição para o esporte profissional. Há uma falsa imagem de “ciência” na hora de prever a transição desses atletas das universidades para o basquete da NBA, enquanto vemos na prática time após time errar completamente suas previsões, jogadores importantes do basquete universitário sendo incapazes de produzir profissionalmente e estilos de jogo que simplesmente não se encaixam naquilo que se espera na melhor liga do mundo. Pela proximidade que os técnicos, olheiros e até torcedores possuem com o basquete universitário – sem falar também, claro, da relação AFETIVA que possuem com esses campeonatos – há uma pretensão de compreensão maior, como se o costume fosse suficiente para vislumbrar como será o futuro de cada jogador. Em nossa rápida passagem pelos Estados Unidos cobrindo jogos da NBA (que você pode ver melhor em nosso guia em quatro partes) praticamente todo mundo com quem interagimos conversou sobre as finais do basquete universitário com a gente, incluindo comentários constantes sobre os “bolões” que eles fazem por lá como fazemos os nossos na Copa do Mundo por aqui. Há uma sensação de que todo mundo é “especialista”, a um ponto tal que as dificuldades de previsão do sucesso desses calouros são completamente camufladas ou verdadeiramente esquecidas.
O que temos aqui é a falsa ideia de que conhecemos melhor aquilo que está mais perto simplesmente pelo fato de estarmos mais perto – como se a proximidade fosse suficiente para uma melhor compreensão de algo mesmo quando nos falta pensamento crítico, reflexivo ou critérios básicos de análise. Como essa falsa ideia se estende também aos TORCEDORES, muitos times optam pela escolha “local” porque ela agrada a sua torcida – errar uma aposta com algo que os torcedores desconhecem, como um talento estrangeiro, gera mais reclamações porque a torcida automaticamente reconhecerá como “arriscado” (pra não dizer “estúpido”) aquilo que está para fora da sua zona de conhecimento.
Mas além dessa questão, para mim a maior dificuldade do discurso de que estrangeiros são mais “imprevisíveis” na hora de determinar seu futuro na NBA está em outro fator, aquilo que chamo informalmente de PROFECIA AUTO-REALIZÁVEL.
Muitas vezes quando dizemos que algo “será um fracasso”, essa coisa simplesmente fracassa – não devido a algum tipo de “poder mágico da fala”, ou das “ondas negativas” que jogamos nas coisas, mas simplesmente porque é o discurso quem orienta as nossas AÇÕES a respeito do mundo. Os casos de Lampe e Milicic, nesse sentido, são bastante emblemáticos.
O discurso de que a situação contratual de Lamp era “confusa” criou uma narrativa que tornou o jogador “pouco confiável”. Times evitaram escolhê-lo, temendo gastar em vão uma primeira escolha de draft. Com uma escolha de segunda rodada, já não havia qualquer OBRIGAÇÃO de desenvolvê-lo, de lhe entregar minutos, de esperar ele ficar saudável após uma lesão antes mesmo da temporada começar, e muito menos qualquer confiança para lhe entregar uma franquia nas mãos. O medo de “mas será que esse europeu vai dar certo, a gente nunca viu ele numa quadra da NBA” fez com que se tivesse receio de colocá-lo numa quadra da NBA, o que imediatamente fez com que ele – vejam que surpresa! – mal ganhasse minutos e aí não desse certo. Como sabemos que ele não teria se tornado um grande jogador caso tivesse ganhado os minutos e os incentivos típicos de uma escolha Top 5 do draft? E, caso ele tivesse dado errado ainda com tanto apoio, o que o diferenciaria de outros americanos que também fracassaram em sua transição para o basquete profissional, como Adam Morrison e Anthony Bennett?
Preso no banco de reservas, Darko Milicic nunca se desenvolveu – até que o Pistons, sob a reclamação de que seu jogador “não se desenvolveu o bastante”, chutou ele de lá. Sem ter sido “digno” de uma oportunidade, caiu em times que também não arriscariam lhe dar muito espaço. Seu jogo ofensivo, que precisava de trabalho, nunca recebeu qualquer trabalho. É por isso que podemos afirmar que o trajeto vai sendo determinado pelos medos iniciais: muitos estrangeiros são recebidos com receio, de modo que perdem espaço e incentivo, se tornando à força justamente aquilo que se temia que eles se tornassem. Enquanto isso, muitos americanos recebem espaço “na marra”, para tentar reproduzir uma “certeza” de sucesso que se INTUÍA no basquete universitário. Que muitos deles, nessas condições, possam de fato se desenvolver e brilhar é mais fruto da paciência e da dedicação das franquias do que necessariamente do talento individual de cada jogador.
Não quero com isso dizer que todos os jogadores que recebem tempo e esforço por parte de suas franquias se desenvolvem igualmente – é claro que jogadores distintos possuem ritmos de amadurecimento distintos, além de estilos que se casam melhor ou pior com as equipes, situações e momentos históricos em que se inserem. Meu ponto aqui é que alguns jogadores recebem CHANCES maiores – basta pensar no Sixers aguardando seus novatos dos últimos anos se recuperarem de lesões sérias porque o time precisava desesperadamente deles, tendo todo seu futuro dependendo desses jogadores. É preciso inclusive dedicar-se a esses jogadores em suas lesões e até mesmo em seus fracassos iniciais (como é o caso de Markelle Fultz) para justificar para os torcedores o fato de que foram escolhidos no draft depois de anos e anos de reconstrução. Escolhas de segunda rodada, nomes desconhecidos da Europa, da África ou do Brasil, são mais descartáveis para a franquia e para a torcida: é mais fácil abrir mão deles em caso de lesão ou de dificuldades iniciais em quadra, de modo que o receio inicial dos times com essas escolhas acaba se traduzindo numa situação em que esses jogadores REALIZAM esses receios.
De maneira resumida, o medo com o fracasso de jogadores estrangeiros muitas vezes lhes arrasta para o fracasso, e é preciso algum time muito desesperado (como o Houston Rockets e seu Yao Ming) ou algum treinador de muita visão (como Gregg Popovich e seu Manu Ginóbili) para aturar o processo natural de transição desses jogadores e lhes apoiar para que se tornem não aquilo que se temia que eles se tornassem, mas sim a estrela que poderiam ser por baixo de camadas e mais camadas de medos infundados. Muitas vezes jogadores europeus possuem estilos de jogo que destoam levemente daquilo que é praticado em dado momento na NBA, o que exige ajustes – seja por parte do jogador, seja por parte do time. O que não faltam são times que se alteram inteiros para se adequar a um estilo mais “marcado” de suas principais escolhas de draft, mas vemos constantemente o estilo “europeu” ser podado e enfiado numa caixinha, muitas vezes tornando ineficiente aquilo que de mais interessante e criativo havia nesses jogadores. De novo, é o discurso quem dita essa dinâmica: esses jogadores já chegam taxados de “descontrolados”, “soft“, “pouco agressivos”, e precisam ser alterados enquanto jogadores americanos com as mesmas características são “criativos”, “arremessam de fora do garrafão” ou são “cerebrais”. Abraçar a diferença do estrangeiro, como aconteceu com o Spurs de Ginóbili, pode ser a diferença entre ter um jogador comum, que perde espaço progressivamente, ou ter uma super-estrela que coloca seu nome na História.
Luka Doncic é um caso ABSURDO de sucesso internacional: profissional pelo Real Madrid aos 16 anos, campeão do EuroBasket pela Eslovênia (e membro do quinteto ideal do torneio) aos 17 e campeão da Euroliga (incluindo MVP do torneio e das Finais) aos 19. Nenhum outro jogador conseguiu tanto sucesso tão cedo na Europa quanto ele, mas o mais importante – como insistimos aqui no Bola Presa – não é o que ele conquistou, mas COMO: Doncic sempre teve uma posição de liderança, jogando um basquete agressivo, arremessando de todos os lugares da quadra, com incrível visão de jogo, ótima defesa e uma explosão e uma primeira passada surpreendentes para um jogador do seu estilo, jogando muitos minutos e com números impressionantes, uma máquina de triple-doubles apaixonada por render ainda mais nos minutos mais relevantes de jogos importantes. Não havia qualquer ângulo pelo qual fosse possível olhar Doncic e cogitar que ele não fosse ter uma carreira especial na NBA.
Por isso acho simplesmente inviável acreditar que os olheiros PROFISSIONAIS na NBA não soubessem quão fantástico ele é: são especialistas em basquete europeu, calejados de acompanhar jogos e treinamentos de atletas do mundo inteiro, pagos para serem os melhores do planeta em sua função. Olheiros “menores”, desses que você encontra nos sites de análise das futuras escolhas de draft, já cravavam que se tratava de um “prodígio”, “possivelmente o melhor novato a sair da Europa em todos os tempos”. Acreditar que os olheiros da NBA simplesmente NÃO PERCEBERAM que Doncic era um talento imperdível é inferir que se trata de uma legião de olheiros cegos, surdos e mudos. Não acho que nossa análise deveria passar por aí.
É muito mais provável que Suns, Kings e Hawks soubessem EXATAMENTE quão bom Doncic era através dos relatos de seus especialistas, eles apenas escolheram IGNORAR esses relatos em nome de uma “sensação”, de um medo irracional que remete a 2003 e que está apoiado por infindáveis “profecias auto-realizáveis” que assolaram a NBA desde lá. Muitos dirigentes apenas não queriam ter que explicar para sua torcida os motivos de ter escolhido um ESLOVENO caso a escolha desse errado (ou não desse tão certo quanto necessário), dado que a esmagadora maioria dos torcedores nunca havia visto Doncic jogar – já que a cultura americana é, para não dizer “auto-centrada”, ao menos “auto-suficiente”. Cientes de muitas escolhas de europeus jovens e vencedores que não deram em nada (possivelmente porque o medo das franquias fez com que esses jogadores tivessem pouca ou nenhuma oportunidade), os engravatados preferiram escolher jogadores mais próximos, que você pode acompanhar pela televisão local toda semana, crentes de que crescer vendo basquete universitário automaticamente torna você um ESPECIALISTA EM FAREJAR TALENTO.
Eu entendo a dificuldade psicológica: a noção de que agora existe um MUNDO INTEIRO de jogadores (e de coisas, e de culturas, e de valores) é assustador, muitas vezes nos faz sentir pequenos e assustados. É mais difícil se sentir “no controle”, “no comando” ou “especialista” quando a quantidade de coisas a serem conhecidas se estende muito além de nossa televisão, da nossa cidade e de nosso pequeno repertório de referências. Em resposta, alguns de nós se FECHAM em seu mundinho, mesmo que esse mundinho seja o CAMPEONATO UNIVERSITÁRIO LOCAL – algo tão pequeno e mesquinho que a gente só percebe quando repete em voz alta. Dirigentes e torcedores que clamam por talentos universitários à frente de jogadores como Luka Doncic estão apenas resistindo à GLOBALIZAÇÃO, torcendo para que seu mundo minúsculo dê conta de toda a verdade, e fingindo que o resto do mundo simplesmente não existe. Ao invés de usarem os especialistas para expandir suas fronteiras (incluindo suas fronteiras de conhecimento), o que tivemos foram times que estreitaram suas fronteiras – chegando ao cúmulo de um Phoenix Suns que, com a primeira escolha do draft, escolheu sem hesitar um jogador da equipe universitária local, da mesma Arizona em que a franquia se encontra.
Mesmo o Dallas Mavericks, supostamente “apaixonado” por Luka Doncic e disposto a consegui-lo mesmo tendo apenas a quinta escolha do draft (o que acabou lhes custando, além dessa quinta escolha, uma outra escolha de primeira rodada em 2019), não o recebeu com a “pompa” característica de um jogador de seu talento. Doncic teve que se adequar ao rígido (e entendiante) esquema tático, participava de poucas posses de bola no começo de temporada e muitas vezes estava tão podado pela estratégia do time (e, às vezes, pelos objetivos individuais dos demais jogadores do time) que parecia até que estava sendo “boicotado”, abrindo espaço para uma infinidade de fofocas sobre os bastidores da equipe. Ver a liberdade de Trae Young no Hawks torna o engessamento de Doncic ainda mais evidente e mais DOLOROSO de se assistir, por exemplo. Mas com menos de 30 jogos na temporada já podemos ver o esloveno conquistar seu espaço NA UNHA, quebrando jogadas quando acredita ser necessário tomar decisões e assumindo completamente a equipe nos momentos decisivos, arrancando das mãos de um assustado e combalido Harrison Barnes a bola nos minutos finais de jogos apertados. Ontem, contra o meu Houston Rockets, Doncic foi o responsável por 11 pontos CONSECUTIVOS e virou uma partida que parecia perdida nos últimos 3 minutos:
Luka Doncic scores 11 straight @dallasmavs PTS in the 4th quarter to propel them to victory! #NBARooks pic.twitter.com/Lb27hk14TW
— NBA (@NBA) December 9, 2018
O repertório de Doncic é invejável e o “step back”, esse passo para trás que ele dá para arremessar, já é um dos mais longos e eficientes de toda a NBA. O que temos aqui é um jogador imparável, com movimentos condizentes com o basquete moderno, que pode jogar em QUALQUER uma das cinco posições, e que tem o tal “espírito assassino” que os americanos tanto desejam de suas grandes estrelas nos momentos cruciais. Enquanto o mundo se rende ao seu talento (depois de passar ANOS cantando a bola de que ele seria um jogador genial), resta a alguns times tentar justificar o medo que sentiram dele, apequenados em seu mundinho. O problema é que o medo continuará, mas agora em nova forma: serão obrigados a temer Doncic quando ele enfrentar suas equipes, do outro lado da quadra, num eterno lembrete de que tomaram a pior decisão que poderiam ter tomado quando outro “step back” fizer seu caminho rumo à cesta.