A última vez em que um pivô foi eleito o MVP de uma temporada foi vinte anos atrás, no ano 2000. O responsável pelo feito foi Shaquille O’Neal na fase mais dominante da sua carreira: terminou aquela temporada com médias de quase 30 pontos por jogo, 14 rebotes, 4 assistências e 3 tocos por partida. Como se não bastasse, acabou a votação para Melhor Jogador de Defesa daquela temporada em segundo lugar, venceu o prêmio de MVP das Finais da NBA e ainda levou seu Los Angeles Lakers ao título. Os dois anos seguintes, ainda que não tenham sido coroados com o prêmio de MVP da temporada regular, foram similares: mais dois títulos de campeão (o primeiro tri-campeonato desde o Bulls de Jordan) e mais dois MVP das Finais. Foram três anos em que ninguém conseguia sonhar em parar Shaquille O’Neal.
Esse grau de dominância gerou dois efeitos imediatos no restante da NBA. O primeiro, claro, foi que todos os times queriam encontrar o próximo Shaquille O’Neal, o próximo grande jogador de garrafão imparável. Nos 8 anos seguintes ao primeiro título de Shaq, foram primeira escolha de draft Kenyon Martin, Kwame Brown, Yao Ming, Dwight Howard, Andrew Bogut e Greg Oden. Fora desse molde durante o período, na primeira escolha, apenas dois atletas: LeBron James, por conta do seu talento inegável, e Andrea Bargnani, que apesar dos 2,13m de altura seguia mais o modelo de Dirk Nowitzki do que o de Shaquille O’Neal. Vários desses jogadores foram bem sucedidos, alguns foram grandes desastres, mas o importante é que times estavam dispostos a arriscar a mais valiosa escolha do draft para encontrar alguém que jogasse próximo à cesta como a estrela do Lakers..
O segundo efeito da dominância de Shaq foi que os demais times, ainda que sem esperança de encontrar uma cópia à altura, precisavam ter em seus elencos atletas capazes de ao menos tentar marcá-lo. Pivôs que, em condições normais, teriam pouco ou nenhum espaço na NBA, passaram a ser disputados a tapa para ocupar essa função de defensor de Shaq. Bastava um corpo grande, corajoso, com pouco carinho pela vida e por suas belezas, e algum time já aparecia para oferecer contratos milionários. Shaquille O’Neal tornou relevante jogadores que, sem ele, seriam inúteis, e inflou indiretamente a carteira de jogadores que em outras circunstâncias teriam passado curtas carreiras com contratos mínimos. Um exemplo curioso é Mark Madsen, jogador que nunca marcou mais do que TRÊS PONTOS POR JOGO de média numa temporada e que foi tri-campeão ao lado de Shaq, mas que só estendeu sua carreira por mais 6 temporadas depois disso porque – apesar dos 2,06m de altura – ganhou alguma fama como defensor de Shaq no garrafão.
Não é acaso que vários dos contratos conhecidos como “os piores de todos os tempos” contemplam pivôs dos anos 2000: Ben Wallace em 2006 (já em sua versão decadente), Todd MacCulloch em 2001 (logo antes de se aposentar por problemas neurológicos), Eddy Curry e Jerome James em 2005 (ambos completamente fora de forma, e ambos pelo Knicks).
Copiar ou impedir – essa é a reação que os maiores jogadores causam ao redor da NBA. Frente ao domínio de Shaq, a indiferença não era uma opção.
Quando Shaquille O’Neal se aposentou em 2011, os pivôs já estavam saindo de moda. Nenhum grande nome na posição surgiu para substituí-lo; o mais próximo foi Dwight Howard, muito longe de ser de fato uma força ofensiva imparável. Aquelas primeiras escolhas do draft não deram muitos frutos, com Yao Ming, Greg Oden e Kenyon Martin abandonando o basquete graças a lesões, Kwame Brown sendo amplamente considerado um fracasso e Bogut sendo apenas um pivô mediano que sofreu a carreira toda com problemas físicos. As regras da NBA começaram a mudar para favorecer os jogadores de perímetro, pivôs deixaram de ser uma posição obrigatória no All-Star Game dada a escassez de talento, e os modelos a serem seguidos pelos times passaram a ser alas e armadores explosivos capazes de atacar a cesta, numa tentativa de copiar (ou impedir) jogadores como Kobe Bryant, LeBron James e Dwyane Wade. Depois, com o sucesso do Golden State Warriors, o foco mudou novamente, dessa vez para copiar (ou impedir) Stephen Curry. A princípio, todo time que não conseguia uma estrela nessas posições procurava um especialista em defesa de perímetro para compor o quinteto titular; agora, toda equipe procura um “3-and-D” (“três-e-defesa”), um jogador capaz de arremessar de três pontos (para imitar o espaçamento proporcionado por Curry) e especialista em defender o perímetro (para combater os arremessos do próprio Curry). O caso dos “3-and-D” é curioso porque se trata de, ao mesmo tempo, copiar e impedir. É uma cópia um tanto fajuta, meio “cospobre” ao invés de “cosplay”, e que não é de fato capaz de impedir os maiores talentos da NBA, mas é o que há de possível em termos de resposta. De novo, o que importa é que os times RESPONDEM a essas grandes estrelas e às tendências que elas estabelecem, direta ou indiretamente.
Mas o que torna a NBA tão fascinante é que essas estrelas (e consequentemente essas tendências) não conseguem se manter por muito tempo. Basta uma conjuntura perfeita – uma série muito impressionante nos Playoffs, um resultado inesperado, um título da NBA conquistado de uma maneira imprevista ou pouco usual – e a NBA começa a virar o seu pescoço em outra direção. Depois de tanto tempo sem ver Curry e Klay Thompson (que, aliás, rompeu seu tendão de Aquiles e deve ficar ao menos mais um ano fora das quadras) e das eliminações de James Harden, Kawhi Leonard e Paul George, fomos tomados por uma súbita AMNÉSIA COLETIVA a respeito da importância das estrelas arremessadoras. No lugar delas, tomaram nossas televisões e nossas mentes o sucesso de Nikola Jokic, comandando a maior zebra da temporada rumo às Finais da Conferência Oeste, e de Anthony Davis, ganhador do título de campeão pelo Lakers. De repente, todos os astros se alinharam para que a NBA voltasse a olhar para uma posição supostamente em extinção: os pivôs.
Já escrevemos bastante por aqui sobre o exagero das constantes afirmações a respeito da “morte dos pivôs” na NBA moderna. Pivôs ainda são peças fundamentais em elencos vencedores, eles apenas cumprem papeis diferentes do que cumpriam décadas atrás. O pivô forte e lento, que protegia o garrafão, agora tem menos pivôs fortes e lentos para marcar, não pode ficar no semi-círculo embaixo do aro e é constantemente colocado em situações de “pick-and-roll” em que acaba tendo que defender jogadores de perímetro; o pivô atlético, explosivo e pontuador agora tem menos oportunidades de pontuar, dada a facilidade de dobrar marcações perto do aro; o pivô que estabelecia posição de costas para a cesta e esperava a bola chegar agora precisa saber se afastar do garrafão para atrair com ele defensores e abrir espaço para as infiltrações dos outros jogadores. Isso significa que os pivôs tiveram que se adaptar em todas essas áreas fundamentais: defender jogadores menores no perímetro, finalizar pontes-aéreas ao invés de receber a bola embaixo da cesta, e pontuar quando se afasta do garrafão para “espaçar” a quadra.
Ao invés de jogadores dominantes no garrafão como Shaquille O’Neal, o que se busca hoje são pivôs com boa velocidade lateral para defender, explosão em pontes-aéreas e um arremesso de média ou longa distância para abrir espaço próximo ao aro. Essa mudança de papel e de expectativa faz com que os números do passado – as médias absurdas que Shaq conquistou em 2000, por exemplo – pareçam impossíveis de se repetir hoje em dia. Como comparação, um jogador como Rudy Gobert, peça fundamental do Utah Jazz, por exemplo, tenta 8 arremessos por partida. Aquele Shaquille O’Neal de 2000 tentava VINTE UM arremessos por jogo. Pivôs ainda são importantes, mas em funções mais modestas; o que separa Gobert de Shaq não é apenas uma questão de talento (embora seja, claro, TAMBÉM questão de talento), conta também a questão do protagonismo, das oportunidades, das regras, das vezes em que se toca na bola.
Isso leva a uma dúvida interessante sobre investimentos: vale a pena buscar uma estrela (ou uma superestrela), pagando um salário correspondente a esse posto, para um jogador que tentará 8 arremessos por jogo ao invés de 21? A questão vale também defensivamente: os 3 tocos por jogo de Gobert impedem 6 pontos em potencial, porque são próximos à cesta. É claro que ele desvia muitos mais, e atrapalha muitas bandejas, mas faz sentido um investimento financeiro considerável em busca desses 3 tocos quando um bom defensor de perímetro conseguiria o mesmo saldo impedindo apenas duas bolas de três pontos? O mercado de pivôs na NBA vive esse dilema: enquanto alguns times gastam fortunas para segurar os melhores pivôs porque não é todo mundo que consegue fazer em alto nível esse trabalho “modesto”, de pouco protagonismo, dos pivôs atuais, outros times preferem investir esses salários em jogadores que trariam mais resultado estatístico por terem mais protagonismo potencial. E foi assim que o Houston Rockets desistiu de vez de ter pivôs no seu elenco e trocou Clint Capela. Por 15 milhões de dólares, salário anual de Capela, é possível pagar DOIS salários de PJ Tucker; será que num papel tão modesto (9 arremessos por jogo, quase sempre pontes-aéreas, 1.8 tocos) faz sentido um investimento que seria capaz de financiar atletas mais versáteis e, portanto, mais capazes de assumir posições de protagonismo na NBA atual?
A decisão do Rockets, à época ainda sob comando da obsessão de Daryl Morey por estatísticas e eficiência, parece exagerada, caricata. No entanto, é difícil deixar de imaginar que muitos outros times estivessem cogitando soluções parecidas. O que o Rockets fez foi algo que diversos times já sonharam, sem muita coragem de concretizar ou expor publicamente; o Rockets jogou na cara da NBA a realização mais extrema de uma de suas vontades mais secretas. O sucesso do “super small-ball” do Rockets finalmente liberaria diversas franquias já engatilhadas para reproduzir a dose. E foi aí que o Rockets foi eliminado nas semi-finais da Conferência Oeste para um time com Anthony Davis e Dwight Howard.
Todas as franquias queriam saber se o plano do Rockets era viável e reproduzível, porque é caro demais ficar contratando pivôs que veem tão pouco a cor da bola. Acredito que muitos General Managers torceram, secretamente, pelo sucesso do Rockets. E o Rockets falhou.
Não foi apenas o Rockets que ruiu frente a Anthony Davis como pivô e a infinidade de rebotes ofensivos que o Lakers conquistou naquela série. Também não foi apenas o Rockets que descobriu, no meio dos Playoffs, que ter pivôs dignos pode fazer toda a diferença. O badaladíssimo Los Angeles Clippers não teve resposta para Nikola Jokic, pivô do Denver Nuggets – com média de 24 pontos, 13 rebotes, 6.6 assistências e 1.4 tocos na série, Jokic liderou os dois times nas quatro categorias. Já o Boston Celtics perdeu as Finais da Conferência Leste para o Heat sem conseguir descobrir qual pivô deveria deixar em quadra: Enes Kanter não conseguia defender, Daniel Theis não tinha velocidade lateral, Robert Williams não tinha tamanho, Grant Williams tinha menos tamanho ainda, e Tacko Fall não tinha experiência alguma. Com exceção de Fall, o Celtics tentou todo mundo, mas ninguém entregou exatamente (ou tudo) que o time precisava. E aí tivemos as Finais da NBA, em que o Lakers pegou 70 rebotes de ataque ao longo da série enquanto o Heat, tentando jogar sem pivô, pegou míseros 39. Pela porcentagem de aproveitamento nos arremessos, somando todos os jogos das Finais, o Heat deveria ter sido campeão – dentre tantas coisas, os 20 rebotes de ataque de Anthony Davis certamente contribuíram para que não fosse o caso.
Anthony Davis terminou sua primeira participação nos Playoffs com o Lakers com médias muito impressionantes: quase 28 pontos por jogo, quase 10 rebotes, 3.5 assistências, 1.4 tocos, e o mais incrível, mais de 17 arremessos por jogo. Nikola Jokic alcançou marcas parecidas: mais de 24 pontos por jogo, quase 10 rebotes, quase 6 assistências, 1 toco e 18 arremessos por partida. Podem não ser aqueles números históricos de Shaquille O’Neal nos anos 2000, mas se aproximar dos seus 21 arremessos por jogo mostra de certa forma um retorno ao modelo. Mostra um PROTAGONISMO desses jogadores de garrafão que poucos anos atrás parecia impensável. Enquanto os times sem pivôs, ou com pivôs inexpressivos, foram caindo um a um, Anthony Davis e Nikola Jokic seguiram firmes mostrando que ainda faz sentido entregar as rédeas para jogadores da posição.
Ao invés de embarcar no trem do “vamos ficar sem pivôs e correr livres pela noite de luar”, é natural que os demais times da NBA queiram agora, pelo contrário, embarcar no trem dos pivôs em algum grau. Como ocorreu com Shaq, e com outras estrelas de outras posições antes dele, o mote para a próxima temporada é o copiar ou impedir – encontrar jogadores que possam reproduzir o sucesso de Lakers e Nuggets ou dificultar a vida dessas equipes quando for a hora de um embate nos Playoffs.
Copiar é sempre um problema gigante: não basta pegar um brutamontes para ter Shaquille O’Neal, nem draftar um arremessador para ter um Stephen Curry; a questão do talento individual é crucial. Mas nos casos de Nikola Jokic e Anthony Davis a situação é ainda mais difícil porque além de muito talentosos, os dois jogadores são incrivelmente ESQUISITOS, fora da curva em habilidade e também em estilo. Jokic não é só um pivô que arremessa de três pontos, aquele modelo que todo time gostaria de ter hoje em dia, ele é também um dos maiores passadores de todos os tempos (com uma capacidade para passar a bola com uma mão só vinda de seus tempos de POLO AQUÁTICO) com um corpo capaz de impor posição perto do aro e habilidade suficiente para colocar a bola no chão e driblar por aí. É essa combinação que cria um pacote entre o incompreensível e o imparável: o arremesso dele abre espaço para o drible, o drible abre espaço para ele infiltrar e passar, os passes abrem espaço para o arremesso.
Anthony Davis pode não ser tão completo, mas os pés ágeis e a envergadura de 2,27m criam um cenário de defensor perfeito: não só está entre os líderes de tocos da temporada como também é o jogador que força os adversários a errar mais arremessos de média e longa distância somando as últimas 5 temporadas. Arremessar contra ele é um pesadelo perto e longe da cesta, e seu jogo ofensivo de quem usa sua envergadura para arremessar por cima de qualquer defensor é apenas um bônus. Encontrar esse tipo de físico, de envergadura, de agilidade e de explosão, tudo somado, não é tarefa fácil. As franquias da NBA estão perfeitamente cientes de que não acharão tão cedo alguém que possa simular esse tipo de talento à altura. Mas isso não vai impedir ninguém de tentar.
Quando o New Orleans Pelicans trocou Jrue Holiday assim que a janela de trocas foi aberta antes da temporada 2020-21, deixou uma mensagem clara: o time agora é de Zion Williamson. Apesar de todas as dúvidas e receios com relação ao seu físico e o medo de um corpo que ignora todas as leis da gravidade, o Pelicans sabe que tem um talento capaz de remeter ao Shaq: desde de 2000, apenas Zion e Shaquille O’Neal conseguiram uma temporada 15 pontos de média no garrafão somados a 5 pontos de segundas chances, ou seja, pontos vindos de rebotes ofensivos. Além disso, 90% dos arremessos de Zion na temporada vieram das imediações do garrafão – números similares aos pivôs de 20 anos atrás, quando a linha de três pontos ainda não era unanimidade. Ao invés de encorajar Zion a “ampliar seu jogo” – como foi feito com jogadores como Joel Embiid, por exemplo – o que o Pelicans está fazendo é abraçando o estilo de Zion e construindo um time ao seu redor, de modo que ele possa comandar o garrafão e todo o resto do elenco possa jogar em velocidade e acioná-lo em transição para finalizar próximo ao aro. Isso não quer dizer que ele não arremessará de fora, nem que seu jogo ficará estático, mas indica que depois dos Playoffs de 2020 times conseguem considerar ceder total protagonismo, quando possível, para jogadores de garrafão – por menos ortodoxos e estranhos que eles sejam. E os que não puderem terão que estar preparados para enfrentá-los.
É por isso que numa classe de draft sem nenhuma estrela óbvia, com vários times acreditando ser possível conseguir jogadores sólidos mas nenhum All-Star, os pivôs acabaram sendo escolhidos aos montes. Pra começar, o Golden State Warriors abriu mão de jogadores mais bem cotados para pegar o pivô James Wiseman na segunda posição. Wiseman tem potencial para ser um pivô veloz e isso foi suficiente para o Warriors escolhê-lo – gastar uma segunda escolha pareceu mais barato do que os apuros pelos quais passaram Rockets e Celtics, por exemplo, tentando encontrar o jogador ideal para sequer FICAR EM QUADRA e fechar um quinteto numa série difícil dos Playoffs. Pouco depois, na sexta escolha, o Hawks pegou o pivô Onyeka Okongwu mesmo que eles já tivessem feito uma troca para receber o pivô Clint Capela, aquele que o Rockets resolveu que não valia a pena segurar – ou seja, é melhor GARANTIR que pelo menos um pivô saudável no elenco eles terão, ao invés do Rockets que quis garantir não ter pivô nenhum. Na escolha 16, mais um pivô, dessa vez Isaiah Stewart para o Pistons; na 17, o pivô Aleksej Pokuševski foi para o Thunder. Ainda teve Zeke Nnaji na escolha 22 para o Nuggets e Udoka Azubuike na escolha 27 para o Jazz. São pelo menos 6 jogadores só da primeira rodada desse draft que devem jogar como pivôs na NBA, dois deles no Top 10, e um deles no Top 3. Imagino que ninguém espere encontrar nessas escolhas o próximo Jokic, o próximo Anthony Davis ou mesmo o próximo Zion, mas vários desses times esperam encontrar um pivô pra chamar de seu, alguém capaz de fechar um quinteto sem ter que abrir mão de tamanho, de rebotes ofensivos, de tocos.
A NBA foi dormir sonhando com poder se livrar de todos os pivôs, mas acordou desesperada para não ser o Rockets – o time que foi ao extremo e perdeu, implodiu, acabou. Ninguém queria ceder aos pivôs protagonismo, e agora tem time correndo para draftá-los. A procura pelo próximo Jokic e pelo próximo Anthony Davis já começou, claro, mas o que deve impactar imediatamente a NBA é esse medo de repentinamente ser pego sem pivôs no meio de uma série dos Playoffs, em rede nacional, quando ceder mais um rebote ofensivo pode ser uma porta para o desastre público. Copiar ou impedir tendências sempre fará parte do esporte, e nenhum time quer ficar para trás ou largar atrasado. Acompanhemos, nos próximos anos, como serão os contratos para os pivôs que entrarem no mercado – nos próximos dias, Montrezl Harrell, Jerami Grant e até DeMarcus Cousins não devem sair barato. Grandes estrelas aquecem o mercado para jogadores menores, que simulem ou atrapalhem esses papeis, e o preço por não seguir a onda pode ser muito caro. Ninguém quer acordar tarde demais e ser o Rockets num mundo em que do outro lado está Anthony Davis – eis o fantasma que assolará não apenas a franquia de Houston, mas os próximos anos de toda a NBA.