🔒Filtro Bola Presa #24

Bem-vindos ao último Filtro Bola Presa da temporada! Agora que deixamos para trás a temporada regular, fica para trás também nossa coletânea semanal de causos aleatórios para os assinantes, já que nos playoffs tudo que acontece é assunto essencial. Mas não temam: os assinantes continuarão recebendo conteúdo exclusivo (mais sobre isso em breve), e ainda tem trocentos causos para a gente visitar nessa última semana!

Começamos direto com o que foi pra mim uma das melhores histórias da temporada: a descoberta de que em 1994, o então New Jersey Nets chegou muito perto de mudar seu nome para New Jersey Swamp Dragons, algo como “os Dragões do Pântano de New Jersey”. Os motivos? O time era uma porcaria, ninguém levava a equipe a sério e nenhum torcedor de New York se arriscava a ir para New Jersey para ver um jogo sequer. O ginásio estava sempre vazio, as crianças preferiam torcer para o Knicks e eles vendiam tão poucos produtos com o logo do time que não conseguiam sequer empresas dispostas a produzir as mercadorias! Como os anos 90 foram uma festa do brega global, o time de Toronto havia feito uma votação popular para se tornar “Raptors” e “Dragons” foi um dos nomes mais votados a serem descartados. Por isso o presidente do Nets queria adotar o nome e fazer uniformes com desenhos enormes de dragões para que as crianças se apaixonassem. A ideia era fazer uma coisa engraçada e nada séria, de modo que resolveram até mesmo adotar o “pântano” pelo qual a cidade era pejorativamente conhecida. O então comissário da NBA, David Stern, achou a ideia uma merda completa, mas permitiu que o Nets fizesse a mudança se os outros donos aceitassem. Foi o suficiente para o time criar logo, uniformes (curiosamente com as mesmas cores do Hornets na época, que fazia sucesso basicamente por conta do mascote, famoso por vender pochetes no Brasil), visual da quadra e se preparar para a mudança. No fim, os donos da NBA toparam mas quem deu pra trás no último minuto foi o próprio Nets, que ficou com medo de estar abusando do ridículo. Será que era patético demais? Julguem sozinhos:

[image style=”” name=”on” link=”” target=”off” caption=”Daltonismo explica”]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2016/04/Dragões.jpg[/image]


Se ao menos o Nets tivesse o mesmo senso estético de Meyers Leonard, do Blazers, que usa uma camiseta com foto de sua própria cachorra, a Bella, né? Quem não iria querer uma? As minas piram!


Ainda no mundo da moda, que tal o novo broche imortalizando o momento de afeto entre Gregg Popovich e Craig Sager? Sager, que vem lutando contra a leucemia e foi informado de que seu estado não tem mais volta, está tentando usar sua condição para ajudar outras vítimas de câncer. No caso, parte do lucro da venda dos broches vai para instituições que lutam contra a doença:


Jeremy Lin caminha a passos largos para ser o jogador mais secundário da NBA a ter um LEGADO. Depois da toda a “Linsanity”, ele conseguiu um papel minimamente importante num Hornets que tem boas chances de ir longe nos playoffs.

O único problema é que, pelo jeito, os seguranças dos ginásios não se lembram do Jeremy Lin muito bem. Além de volta e meia ser parado na porta do ginásio do Hornets para “mostrar sua identificação”, Lin admitiu que isso acontece direto quando ele vai enfrentar outros times em seus respectivos ginásios. O cara foi capa da Sports Illustrated mais de uma vez, capa da Time, mas o preconceito e os esteriótipos não dão conta de achar normal um jogador baixinho asiático tentando acompanhar uma equipe de basquete. Bizarro.


Por falar em esteriótipos sendo ARREMESSADOS PELA JANELA, que tal essa modificação sensacional no “NBA 2K16” que colocou jogadores da NBA no lugar das cheerleaders durante os intervalos? Tem algo de profundamente fascinante e perturbador em ver o Stephen Curry rebolando com um ventre invisível ao som da música cafona:


Stephen Curry deve estar dançando felizão em casa depois de ter quebrado o recorde de vitórias numa temporada, entrado para o seleto grupo dos 50-40-90 (50% de aproveitamento nos arremessos, 40% nos arremessos de 3 pontos, 90% nos lances livres) e ter feito 400 bolas de três pontos numa temporada. Mas vai ter que amargar uma realidade: ele sequer é o Curry com melhor porcentagem nas bolas de perímetro na temporada! Seu irmão Seth Curry, que só começou a ganhar minutos de verdade no Kings mais pro fim da temporada, acabou sua campanha com aproveitamento de 47% nas bolas de três, contra 45% do irmão mais velho. A única diferença, claro, é que Seth Curry converteu 23 bolas de longa distância na temporada, não QUATROCENTAS, mas já dá pra jogar na cara do irmão no próximo jantar de Natal.

Outro detalhe pra gente ver como já perdemos completamente a noção com o Stephen Curry. A ESPN divulgou a informação que Curry precisava acertar 8 bolas de três pontos na sua última partida da temporada para ser “o primeiro jogador a acertar 400 bolas de três numa temporada”.

Por que isso é ridículo? Pelo simples fato de que Curry JÁ ERA o primeiro jogador a ter 392 bolas de três convertidas numa temporada, o primeiro jogador a ter 300 bolas convertidas numa temporada… a partir do arremesso 270 convertido no perímetro, Stephen Curry já é o único a ter conseguido isso. Qualquer número acima disso é só OSTENTAÇÃO.


Depois de ser informado que o Warriors havia perdido 33 vezes consecutivas em San Antonio, o técnico Steve Kerr resolveu deixar bem claro que “ninguém, NINGUÉM, vence o Warriors 34 vezes seguidas!” Trinta e uma? Tranquilo. Trinta e duas? Acontece. Trinta e três? Até vai. Mas trinta e quatro? INACEITÁVEL. De todo modo, o Warriors realmente não foi vencido pela trigésima quarta vez, o que foi fundamental para terem conseguido o recorde de 73 vitórias na temporada.


Mais Steve Kerr: ele mostrou toda a confusão que existe em responder à pergunta sobre se o Bulls de 1996 venceria o Warriors de agora. Além de não gostar de comparar eras diferentes (algo que a gente insiste aqui até ficar chato!), por ter participado das duas campanhas Kerr afimou:

“Eu não sei quem é ‘nós’ e quem é ‘eles’. Apenas direi: se os dois times se enfrentassem, não há dúvida de que nós poderíamos nos derrotar”.

[image style=”” name=”on” link=”” target=”off” caption=”Eu, eu mesmo e Irene”]http://bolapresa.com.br/wp-content/uploads/2016/04/Kerr.jpg[/image]

Mais do que uma viagem verbal no tempo, acho correto: qualquer um dos dois times poderia vencer o confronto.


Uma coisa que o Warriors ainda não conseguiu superar sobre o Bulls de 1996: a música de entrada do time na quadra. Até Stephen Curry e Draymond Green admitiram que ouvem a música e ficam todo arrepiados. Quem não?

Enquanto isso, o Warriors ainda não encontrou uma música que os defina. Minha sugestão é essa aqui.


Ainda assim, o Bulls perder o recorde de vitórias é uma sensação muito estranha. Rolou até vídeo sobre como seria acordar de um coma iniciado em 1996, 20 anos depois: o Bulls não ganhou mais nenhum título desde então, não foi sequer pros playoffs, o Jordan até voltou mas foi pelo Wizards, o time até teve o MVP mas ele desmontou como Lego, e o Warriors (com Steve Kerr) retirou do Bulls o recorde mais icônico de todos. Não está fácil acordar de comas em Chicago…

Também não está fácil a relação entre Jimmy Butler e Derrick Rose por lá. Quando perguntaram para o Butler sobre o Rose numa das derrotas da equipe, Butler ficou revoltado dizendo que falam do desgraçado do Rose em toda derrota da equipe.

Já alertei sobre isso por aqui: o Bulls ficou tão preso psicologicamente ao Derrick Rose que só se pensa nele quando está contundido fora de quadra, e só se pensa sobre sua “volta ao auge” quando está em quadra jogando normalmente. O time ficou refém da pior maneira possível e Jimmy Butler, que deveria assumir a equipe, está de saco cheíssimo. Mudanças para a próxima temporada?


Sugestão para que os dois se reconciliem: colocá-los pra ficar disputando rebote dentro do garrafão um dia inteiro. Bogut deu uma entrevista sobre como é marcar os pivôs da NBA, e disse que só sente problemas contra Zach Randolph, por conta do jogo físico, brigado, sofrido, e que os dois se respeitam DEMAIS por conta dessas batalhas. É incrível como gente que se MACHUCA mutuamente numa prática esportiva, que gera um esforço físico surral dos dois lados, cria um senso de respeito e irmandade. A entrevista do Bogut vale também pra mostrar um pouco da importância dele no elenco do Warriors: Bogut alega saber as tendências no ataque de todos os jogadores que enfrenta na NBA, precisando ver vídeos e ler os relatórios de scouts só quando vai enfrentar a pirralhada que acabou de entrar na NBA. Nerds de basquete, uni-vos!


Com o fim da temporada regular, como ficou aquela história de que o Leste estava se saindo melhor nos jogos contra o Oeste? Pois bem: o Leste teve seu segundo melhor desempenho contra o Oeste nos últimos 17 anos (só abaixo da temporada 2008-09), o que é lindo. Mas ainda assim acabou com menos de 50% de aproveitamento, perdendo mais partidas para o Oeste do que ganhando. Foi uma bela retomada da Conferência, mas ainda falta um pouco de feijão (e falta o Sixers não perder mil jogos também, claro).


Festival de estatísticas! Que tal uma tabela com a frequência de jogadas criadas de costas para a cesta na NBA e a eficiência dessas jogadas comparadas com a média da Liga? O time que mais usa essas jogadas é, também, o time mais eficiente nelas DISPARADO: o San Antonio Spurs. O único time que joga quase tanto de costas para a cesta é o Knicks, mas sua eficiência nessas jogadas é bem mediana. Logo atrás em número de jogadas desse tipo vem o Grizzlies, mas infelizmente com uma das piores eficiências da NBA. Alguns casos surpreendentes: o Jazz e o Clippers são os times que MENOS usam essa jogada; Hawks, Mavs e Thunders estão entre os mais eficientes, mesmo usando pouco esse recurso.


Melhor estatítica da temporada! A ENORME lista de jogadores com média de pelo menos 1.8 roubos e 1.7 tocos na temporada:

Paul Millsap.

Fim.


Essa temporada do Paul Millsap dá ainda mais medo de que o Hawks passe vergonha nos playoffs, mas nada vai ser pior do que se o Raptors perder de novo na primeira rodada. Pra gente ter ideia de quão favorito o Raptors deveria ser na pós-temporada, basta ver que eles tiveram 72% de aproveitamento na temporada contra os times do Leste que vão para os playoffs. O segundo melhor time foi o Cavs com 59%, e em terceiro o Hawks com 50%. O Raptors está simplesmente em outro nível – na temporada regular, claro.


Ainda sobre playoffs: sabem qual foi o único time a vencer tanto Warriors quanto Spurs na temporada regular? O Nuggets. Pois é. Voto imediatamente para a gente tirar o Rockets dos playoffs e colocar o Nuggets lá para ver se dá graça.


Um dos motivos pelos quais o Rockets não tem nenhuma chance contra o Warriors, mas no gráfico MAIS LEGAL DA HISTÓRIA: James Harden quebrou o recorde de mais turnovers cometidos numa temporada.


Tem gente que também acha que o Pistons não tem chance nos playoffs, e tem até torcedor querendo ajudar. Mas o Pistons tem uma mensagem clara para eles: “A gente ama vocês, mas tá tudo sobre controle, viu?”


Quão felizes estamos pela temporada regular ter terminado e os playoffs estarem prestes a começar? A lista de jogadores contundidos do Pelicans explica bem: nossa VONTADE DE VIVER como torcedores também está contundida de ver tanto jogador merda tendo que entrar em quadra.

Mas pelo jeito o lance do Pelicans é nível maldição mesmo (uma de verdade, não como a Maldição Bola Presa): nas suas 4 temporadas no Pelicans, Ryan Anderson perdeu mais de 80 jogos; Anthony Davis mais de 70 em também 4 temporadas; Tyreke Evans mais de 70 em apenas 3 temporadas; Jrue Holiday mais de 100 em também 3 temporadas; e Eric Gordon perdeu 173 partidas em 5 temporadas! Ninguém joga nesse time!

Imagine esse time então enfrentando o GLORIOSO Nets no começo de abril, todo mundo lesionado, todo mundo poupado, nada valendo, a maior perda de tempo do planeta com desconhecidos randômicos usando uniformes famosos.

Quando a gente for dono do Bucks, vamos sortear assinantes para poder jogar essas incríveis partidas de abril no futuro! Aguardem!


Fim da temporada regular é dar adeus aos times porcaria, ao Filtro do Bola Presa e também aos jogadores que se aposentam (chuif, chuif). Mas se Tracy McGrady serve de modelo, podemos ter certeza de que Kobe Bryant vai estar se divertindo muito pelos próximos anos:


E pra quem está órfão de ídolos na ida de Kobe, não temam. Basta dar uma olhada no LeBron James Jr, filhote de 11 anos do King James, para ver que o futuro do basquete é BRILHANTE. Como raios um moleque de 11 anos consegue ter um euro step, passar a bola com essa habilidade, ter arremesso de três pontos e dominar na defesa dessa maneira? É um absurdo inexplicável. Tão absurdo, mas tão absurdo que quando o garoto está puxando um contra-ataque e o papai LeBron em pessoa grita para o filho “enterra, enterra” no vídeo abaixo, eu ACREDITEI que o moleque iria pular 3 metros e cravar de costas. Nossos ídolos vão, mas a nova geração ainda nos faz acreditar.

Ou seja: os filtros da temporada que vem também vão ser AINDA MELHORES. Obrigado por terem acompanhado essa temporada com a gente! Rumo aos playoffs!

Torcedor do Rockets e apreciador de basquete videogamístico.

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