Quando o Houston Rockets entrou em quadra no final de janeiro contra o Dallas Mavericks, nenhum jogador com mais de 2,01 metros estava no quinteto titular. Clint Capela, o pivô que elevaria a altura da equipe, estava fora por lesão. Coube então a James Harden, com seus 1,96m de altura, pular para o tapinha inicial contra um gigantesco Kristaps Porzingis de 2,21m de altura e incríveis 2,29m de envergadura. É claro que a noite, portanto, não começou muito bem.
No banco, o Houston Rockets tinha duas opções de emergência: Tyson Chandler, pivô veteraníssimo de 2,16m de altura, e Isaiah Hartenstein, que ainda cheira a fralda e tem 2,13m. Mas o jogo foi avançando, Porzingis foi fazendo uso do seu tamanho para pontuar no garrafão, e nada dos pivôs emergenciais do Rockets entrarem em quadra. Ao término da partida o Rockets havia vencido o jogo e, pela primeira vez desde 1963, ninguém acima dos 2,01 metros havia entrado para participar do jogo.
Parecia uma situação circunstancial, resultado de uma lesão. Mas a verdade é que quem acompanha o Rockets sabe que esse desejo por jogar sem pivôs vem de longa data. Nos Playoffs de 2019, quando a equipe enfrentou o Golden State Warriors nas Semi-Finais da Conferência Oeste, a política de todos os jogadores serem capazes de marcar qualquer adversário, trocando suas funções a cada corta-luz realizado, era bastante prejudicada pela presença de Clint Capela, que mesmo sendo acima da média defendendo o perímetro quando comparado com pivôs mais tradicionais ainda assim era facilmente explorável nessas situações. No ataque, por sua vez, os corta-luzes de Capela tornaram-se PROIBIDOS porque toda vez que ele se aproximava de Harden seu marcador podia abandoná-lo e grudar no Barba, realizando uma marcação dupla. Quando isso acontecia e Capela recebia um passe relâmpago próximo a linha de três pontos, o pivô era incapaz de produzir qualquer coisa – até mesmo dentro do garrafão, mas de costas pra cesta, Capela não era capaz de fazer bom uso das dobras de marcação que Harden enfrentava. Acabou sendo afastado de Harden na quadra, tentando criar espaço para infiltrações, e eventualmente foi perdendo seus minutos. O quinteto responsável por empatar a série (que chegou a registrar duas vitórias pra cada time, antes do Warriors vencer as duas partidas finais), estatisticamente, não envolvia o pivô: era composto por James Harden, Chris Paul, Eric Gordon, Austin Rivers e, o mais bizarro, PJ Tucker como pivô. Eram todos jogadores capazes de trocar suas funções defensivas, não dando um segundo de respiro para os arremessadores de perímetro do Warriors, e PJ Tucker, apesar da baixa estatura – tem apenas 1,96m – foi físico o suficiente para incomodar Kevin Durant e garantir que o time não fosse destroçado na briga pelos rebotes.
Como o Rockets acabou perdendo aquela série, muita gente considerou essa formação mero improviso, um “quebra-galho” resultante de uma investida desesperada contra o Warriors que não adiantou nada. Mas a verdade é que ao fim do Jogo 4, com a série ainda empatada, o Warriors estava completamente desesperado com os impactos do basquete sem pivôs do Rockets. O técnico Steve Kerr disse que os jogadores de Houston pareciam atletas de futebol americano, baixinhos e parrudos, enquanto o Warriors parecia um monte de jogadores de vôlei, altos, esbeltos e avessos ao contato físico. Afirmou também que não adiantava o Warriors ser mais alto na luta pelos rebotes porque as bolas de três pontos do Rockets geravam rebotes muito longos, ou seja, muito distantes da cesta – um tipo específico de rebote que o Rockets, por ser disparado o time que mais arremessa bolas de três pontos de TODOS OS TEMPOS, está mais acostumado em pegar. Durant, após a derrota do Jogo 4, afirmou que era quase impossível garantir os rebotes gerados pelas bolas de três pontos, já que é preciso encontrar um adversário para “empurrar” para fora do garrafão antes do arremesso acontecer e as bolas de três pontos vão para o ar rápido demais, com os defensores longe da cesta e sem saber como se posicionar.
No final das contas, o Rockets saiu eliminado daquelas Semi-Finais de Conferência, mas nenhum jogo teve uma diferença no placar maior do que 6 pontos. Mesmo com Capela relegado a uma posição menor, perdendo minutos e protagonismo, o Rockets se manteve perto o tempo inteiro, não foi dominado nos rebotes e não sentiu falta de uma grande figura de garrafão. Pelo jeito, arremessar bolas de três pontos sem parar e ter um jogador que atrai marcação dupla quando recebe um corta-luz são fatores que acabam tornando pivôs mais supérfluos do que em qualquer outro momento da história.
Ter que jogar sem Capela foi circunstancial, fruto de uma lesão indesejada, mas deu vazão a um desejo de um quinteto menor que o Rockets já nutria desde a temporada passada. O tempo forçadamente sem Capela acabou apenas forçando o time a colocar esse experimento em prática. O jogo contra o Dallas Mavericks, na verdade, não foi o primeiro: poucos dias antes o Rockets já havia passado praticamente um jogo todo sem pivôs em quadra ao enfrentar o Utah Jazz, mas 6 minutinhos de Hartenstein em quadra acabaram impedindo a marca histórica, comparável aos baixíssimos anos 60, que só viria contra o Dallas. As circunstâncias acabaram obrigando o Rockets a enfrentar em sequência Rudy Gobert (2,16m de altura, insanos 2,36m de envergadura), Hassan Whiteside (2,13m de altura, 2,31m de envergadura) e Kristaps Porzingis (2,21m, com 2,29m de envergadura), jogadores capazes de tratar os jogadores de Houston como se eles fossem DUENDES. Gobert acabou marcando apenas 12 pontos, com o Rockets vencedor; contra o Blazers, Capela até jogou alguns minutos, arriscando uma volta que se mostrou precipitada, mas Whiteside não passou dos 15 pontos; contra o Mavs, os 35 pontos e 12 rebotes de Porzingis não foram suficientes para impedir a vitória do Rockets. Os três jogos serviram para mostrar, portanto, que apesar das dificuldades – o time sem um pivô precisa dar mais ênfase para PJ Tucker, construir uma defesa mais alinhada, mudar o ritmo de jogo, resgatar alguns jogadores do banco, etc. – era perfeitamente possível abrir mão de Capela, um jogador caro, que ganha mais de 15 milhões por temporada, e cuja importância para o time cai vertiginosamente desde os Playoffs passados.
Isso não significa que Capela seja um mal jogador, pelo contrário. Sua capacidade atlética permite que ele pegue pontes-aéreas de fora do garrafão, ajuda a espaçar a quadra mesmo sem arremessar bolas de três pontos, é razoável defensivamente perto do aro e passa menos vergonha do que a média para sua posição quando defende os armadores rivais. Mas na atual situação do Rockets, tendo que afastar Capela de Harden e querendo um jogador que apenas seja capaz de criar espaço no garrafão para que Harden e Westbrook possam entrar, muitas vezes a melhor contribuição que Capela podia dar ao esquema tático era FICAR LONGE DE TUDO. Não é a primeira vez que o Houston Rockets teve que admitir que seu pivô era bom demais para aquilo que o time precisava desempenhar: na temporada 2015-16, Dwight Howard ainda tentava ser uma estrela no time, ainda tinha algum potencial físico e técnico, e tudo que o Rockets queria era que ele pegasse uns rebotinhos. Acabaram abrindo mão de Dwight e indo atrás de Omer Asik, um pivô infinitamente mais limitado, mas também mais barato e que, vejam só, pegava exatamente os mesmos rebotes que Dwight Howard. Ninguém vai negar o incrível PODER de um amontoado de dinamites, mas às vezes tudo que você quer é abrir uma porta e alguém capaz de GIRAR UMA MAÇANETA é suficiente. Clint Capela tornou-se, assim como Dwight Howard foi um dia, o equivalente a abrir uma porta usando dinamite.
Com Capela oficialmente descartável, chegou então o momento do Rockets abrir mão dele em nome de Robert Covington, um dos jogadores mais desejados do período de trocas. Covington é aquilo que costumamos chamar de “3 and D” (uma expressão que só faz sentido porque rima em inglês): um jogador capaz de defender qualquer posição e, no ataque, arremessar bolas de três pontos. É o tipo de jogador que todo elenco deseja porque dá maleabilidade defensiva e ofensivamente faz o que precisa sem incomodar, ou seja, arremessa bolas de três pontos, o novo padrão da NBA. Na prática, é exatamente aquilo que PJ Tucker desempenha para o Rockets – Tucker tem a melhor porcentagem de acerto de bolas de três pontos da zona morta na NBA, e o time não precisa que ele faça nada além disso no ataque. Mas Covington é um pouquinho mais alto: com 2,06 metros de altura ele tem, quem diria, quase a mesma altura que Clint Capela, mas com braços mais curtos, menos quilos e sem o código de barras lhe vendendo como pivô. Covington é, agora, o jogador mais alto do Rockets com minutos regulares, e acaba ocupando um lugar que está vago no time desde 2018: o de Trevor Ariza.
Nos Playoffs de 2018 o Rockets foi outra vez eliminado pelo Warriors, mas dessa vez nas Finais da Conferência Oeste e num traumático Jogo 7 depois de estar liderando a série por 3 a 2. Naquela época o Rockets inaugurou o conceito de marcar o Warriors com marcadores que trocam de alvo a cada corta-luz, e quando PJ Tucker era tirado da jogada quem assumia era, quase sempre, Trevor Ariza – na época, a alma defensiva do time e mais um do grupo dos “3 and D”. Ter dois fortes defensores de perímetro que podiam trocar de função um com o outro o tempo inteiro era enlouquecedor para os adversários e o Warriors acabou sendo forçado a um jogo de mano-a-mano que anulou as principais armas táticas do time, que quase foi eliminado em vários momentos durante o final da série. A saída de Ariza foi muito dura para o time porque, com a defesa do Rockets virando TENDÊNCIA, ficou difícil encontrar substitutos. Covington é, finalmente, isso: alguém que ocupa o espaço de Ariza e que torna a vida de PJ Tucker infinitamente mais fácil.
Na primeira partida após a troca, o Rockets enfrentou o Los Angeles Lakers, um dos maiores times da NBA com os 2,13m de JaVale McGee (e 2,29m de envergadura), 2,06m de LeBron James e 2,08 de Anthony Davis (com 2,27m de envergadura). Mas não ter um pivô fez todo sentido do mundo quando Anthony Davis fez um corta-luz para LeBron James e os defensores envolvidos (PJ Tucker e Robert Covington) apenas INVERTERAM seus lugares, não cedendo espaço para as duas estrelas adversárias e forçando uma jogada de mano-a-mano que não funcionou. Foi apenas uma jogada, um breve momento, mas foi suficiente para eu levantar da cadeira e comemorar: esse era o sonho do Rockets desde 2018 e finalmente se concretizou. Não quer dizer que vá dar certo a ponto de levar o time ao título, mas é a concretização de um modelo de basquete que o Rockets ajudou a criar, a popularizar, e que só agora o time finalmente pode desempenhar da maneira que havia imaginado. Mais do que um título, que é uma coisa imprevisível e que depende de tantos fatores diversos, o que cabe ao Rockets é desenhar um plano e desempenhar a MELHOR VERSÃO POSSÍVEL DESSE PLANO. Infelizmente essa versão não envolvia Clint Capela; por sorte, ela envolve Robert Covington e ele estava disponível.
Não à toa, o Rockets saiu vencedor desse duelo contra o Lakers. Assim como havia ocorrido contra Porzingis, os 32 pontos e 13 rebotes de Anthony Davis não foram suficientes para punir o basquete em miniatura que o Rockets colocou em quadra. Na verdade, a vontade de punir essa “miniaturização” foi outra vez uma armadilha: James Harden é um dos 20 melhores jogadores em desviar bolas antes que cheguem em seu destino e o quarto que mais recupera bolas desviadas (além de o único jogador, na temporada passada, a somar mais de 50 tocos e mais de 150 roubos de bola), enquanto PJ Tucker é o quarto melhor em cavar faltas de ataque, parando o caminho para a cesta, e ainda assim o que mais contesta arremessos de três pontos; além disso, os dois são muito, muito mais fortes do que parecem. Some isso ao tamanho de Robert Covington e até o retorno de Thabo Sefolosha, um defensor acima da média com 2,01m de altura mas assustadors 2,18m de envergadura, e o Rockets é um time muito mais difícil de bater próximo da cesta do que parece. Tentar insistir em pontuar no garrafão acaba quebrando o plano de jogo em busca de uma cesta fácil que não é tão fácil assim, gera bolas desviadas e, com isso, contra-ataques. O Rockets é, disparado, o time que mais recupera bolas desviadas na NBA e agora pode correr ainda mais quando faz isso.
Essa é, aliás, a lição que o Golden State Warriors campeão nos ensinou e que o Rockets tenta, agora, levar às últimas consequências: parecer um alvo fácil no garrafão e perder a luta pelos rebotes não quer dizer muita coisa se você puder, com isso, correr no contra-ataque. Nos três títulos que conquistou, o Warriors foi o décimo terceiro, o nono e o vigésimo primeiro em rebotes; o Raptors, campeão na temporada passada, era o vigésimo segundo. Quando um time pode pegar um rebote defensivo e DISPARAR para o ataque, os adversários tem uma decisão difícil para tomar: vale a pena tentar pegar um rebote ofensivo, já que você supostamente tem os jogadores mais altos, se CASO VOCÊ NÃO CONSEGUIR seu oponente vai transformar isso em uma cesta fácil de contra-ataque? Ou o melhor é, com medo da transição, voltar rápido seus jogadores mais altos para o garrafão de defesa e NEM SE DAR AO TRABALHO de tentar um rebote de ataque? É com essa fórmula que times mais baixos – o Warriors sem pivô nenhum em longos períodos de seus títulos, o Raptors eventualmente com Ibaka de pivô, etc. – nem sempre sofrem tanto com rebotes como poderíamos imaginar a princípio. Há um preço a se pagar ao brigar por rebotes de ataque, mesmo pros times mais altos, e esse preço é especialmente caro contra um time como o Rockets que tem quatro arremessadores disparando pro outro lado da quadra e um quinto jogador chamado Russell Westbrook.
Nos últimos 10 jogos, quase todos sem Clint Capela (ou com Capela com minutos limitados), Russell Westbrook marcou mais de 240 pontos NO GARRAFÃO, uma marca que só foi alcançada por um outro jogador em toda a história da NBA: Shaquille O’Neal. Um dos motivos é que os jogadores mais baixos do Rockets estão mais preocupados em desviar bolas e empurrar os adversários para fora do que em pegar rebotes, o que permite a Westbrook ser o responsável por brigar por esses rebotes – algo que ele sempre fez muito bem por toda a carreira – e então correr para o outro lado da quadra, atacando a cesta sempre que possível. Finalmente temos o encaixe com que eu sonhei desde que Westbrook foi anunciado na equipe, com Harden responsável mais pelo ataque de meia quadra enquanto Russell pode puxar os contra-ataques em que tanto brilha, com outros 4 jogadores – incluindo Harden, chegando depois na linha de três pontos – disponíveis para passes de última hora. Mas mesmo na meia quadra estamos vendo Westbrook brilhando, e isso é também influência da inexistência de um pivô que atrapalhe o espaçamento, levando um defensor para próximo do aro. Com todos os jogadores adversários tendo que marcar no perímetro, Westbrook pode atacar a cesta com uma tranquilidade inédita. Se o time adversário quer manter pivôs em quadra, precisa saber que eles terão que marcar arremessos de três pontos e estarão fora de posição quando Westbrook ou Harden infiltrarem. O técnico Mike D’Antoni foi categórico ao afirmar que finalmente o Rockets poderá usar inteiramente aquilo que Westbrook faz de melhor; sacrificar seu potencial em nome de qualquer tipo de pragmatismo ou de um jogador como Capela simplesmente não faz sentido.
Até aqui, o resultado é misto: o time que venceu Lakers também derrotou o Celtics, que vinha de 7 vitórias seguidas (e 10 vitórias em 11 jogos), mas tomou a PIOR DERROTA DA TEMPORADA para o Phoenix Suns num dia em que, apesar da ausência de Westbrook (que não joga partidas em dias consecutivos), absolutamente nada deu certo para o Rockets no perímetro. Ou seja, dá pra vencer os melhores e mais altos times da Liga, mas também dá para perder para um dos piores.
O projeto, no entanto, não acaba aqui. Estamos vendo a versão mais drástica, exagerada e radical de tudo aquilo que o Rockets sonhou ser nos últimos anos, uma versão TUDO OU NADA de um time que bateu na trave por duas temporadas consecutivas; ainda assim, essa versão precisa fazer uma série de ajustes porque o sonho de ter Robert Covington só aconteceu agora, com mais de 50 partidas decorridas na temporada regular. Até o fim da temporada, o Rockets precisa que essa versão extremada também dê resultados extremos: esse time precisa ser o melhor arremessador de três pontos da NBA, liderando a Liga no arremesso que eles acreditam estatisticamente ser o que há de melhor no basquete, mas precisa ser também o melhor time DEFENDENDO bolas de três pontos, ou seja, negando aos adversários o recurso mais valioso que existe. É aqui que entra PJ Tucker e Rovert Covington trocando de função, por exemplo, apertando e pressionando o perímetro, e até convencendo os times a tentar explorar a “falta de tamanho” para pontuar no garrafão.
Se isso der certo, não tem problema que jogadores mais altos tenham pontuações elevadas contra o time, não tem problema perder algumas batalhas por rebotes (e punir os adversários com contra-ataques nessas situações), não tem problema ter o time mais baixo desde 1963. Mas se isso não der certo – se o Rockets não for o melhor em fazer e em defender bolas de três pontos – aí tudo terá ido privada abaixo e não haverá justificativa para esse sonho exagerado de longa data. O clima de “tudo ou nada” não é apenas uma questão filosófica, de que o conceito que dá errado precisa ser abandonado, é também uma questão prática: Mike D’Antoni está no seu último ano de contrato e a disputa pelo título na NBA está inteiramente aberta, sem nenhum time claramente estabelecido como um favorito imbatível. Um fracasso do basquete em miniatura significaria ter perdido uma oportunidade e avançar fundo demais num caminho contrário ao de outros times, que se consolidariam como “o caminho certo”; seria custoso demais retomar o rumo, e isso certamente teria que acontecer num futuro sem D’Antoni. Essa é possivelmente a última chance desse time da maneira como foi desenhado, sonhado e concebido. É um TIME CONCEITO; resta saber se, na prática, a realidade seguirá as planilhas.