🔒Todos já de olho em 2019

A temporada 2018-19 da NBA ainda nem começou e já tem muito time já ansioso pelo seu fim. Não digo técnicos e jogadores, sempre competitivos e preocupados em vencer o próximo jogo e em superar metas imediatas, mas há General Managers que colocaram o verão (do norte) de 2019 como alvo principal de suas ambições.

Em parte isso é culpa do Golden State Warriors, que montou um time tão acima da média (mesmo a média dos times campeões) que fez com que equipes do nível “quase-lá” não acreditem que possam ser campeões tão cedo. Embora a briga real pelo título seja sempre entre poucas equipes, talvez 4 ou 5 no máximo, a superioridade do Warriors faz com que times que estão um pouco abaixo dessa elite já nem se preocupem em fazer sacríficos para tentar alcançar esse patamar logo de cara.

Mas a maior parte dessa ansiedade entra na conta dos próprios times e das decisões questionáveis que eles tomaram há alguns anos. Explicamos: se nessa temporada tivemos, na prática, apenas CINCO times com espaço na folha salarial para fazer grandes contratações; em 2019 podemos ter cerca de DEZ equipes com espaço para oferecer ao menos um salário máximo a uma grande estrela.

Neste ano, Los Angeles Lakers, Dallas Mavericks, Atlanta Hawks, Philadephia 76ers e Chicago Bulls tinham a possibilidade de fazer grandes contratações sem grandes malabarismos. Destes, só o Hawks praticamente não usou o seu espaço e os outros times fizeram apenas contratos de um ano de duração: DeAndre Jordan no Mavs, Jabari Parker no Bulls (embora há uma Team Option no 2º ano), JJ Redick e Wilson Chandler no Sixers. A exceção foi o Lakers, que com toda razão conseguiu assegurar LeBron James por QUATRO anos. Mas mesmo eles só fizeram contratos de uma temporada com o resto do elenco e ainda dispensaram Luol Deng, garantindo espaço para mais um contrato máximo na próxima offseason.

Além desses cinco, que voltarão com espaço e flexibilidade no próximo ano, Indiana Pacers, Brooklyn Nets, Sacramento Kings e LA Clippers poderão ter grana de sobra para gastar. Outros times, como o Orlando Magic, o NY Knicks e o Minnesota Timberwolves, poderão ter mais espaço dependendo de decisões ainda pendentes.

Existem motivos para termos tantos times com espaço de sobra em 2019. Primeiro que alguns dos contratos assinados em 2016 finalmente chegam ao fim. Para quem não lembra, aquele foi o ano em que um novo contrato televisivo entrou em vigor e adicionou novos BILHÕES de dólares na liga, fazendo o teto salarial saltar de uma hora para a outra. Os times responderam com a irresponsabilidade típica de quem sempre teve dinheiro contado e de repente recebeu uma bolada: torraram tudo com Evan Turners, Timofey Mozgovs e Ryan Andersons. A expectativa era por outros aumentos significativos no teto salarial nos anos seguintes, o que não aconteceu.

Ao mesmo tempo que parte desses contratos acabam (embora a maioria termine mesmo em 2020), a liga finalmente prevê um novo aumento significativo de teto. Ao invés dos 101 milhões de dólares desta temporada, o teto salarial provável para 2019-20 deve chegar na casa dos 109 milhões! Oito milhões não são nem um quarto de um contrato máximo hoje em dia, mas pode empurrar vários times para a briga por grandes nomes. De qualquer forma, fica a ressalva: tudo isso são PREVISÕES da NBA, só quando fecharem as contas em Junho de 2019 é que saberemos ao certo o quanto a NBA faturou no ano e, logo, qual será o teto salarial.

Há ainda outros dois motivos para termos tantos times com tamanha flexibilidade no próximo ano, sendo o primeiro o TRAUMA de 2016. Depois de tantos contratos ruins que engessaram times por anos, os gerentes gerais passaram a preferir contratos de curta duração, então além do fim dos contratos de 2016, o próximo ano também terá vários contratos de 2017 e 2018 também chegando ao fim. Por fim, temos os times pacientes, que desde o ano passado já esperam 2019 chegar porque sabem que muitos nomes de peso devem estar disponíveis. Para se ter uma ideia, a offseason do ano que vem PODE ter no mercado Kevin Durant, Kawhi Leonard, Kyrie Irving, Klay Thompson, DeAndre Jordan, Al Horford, Trevor Ariza, Ricky Rubio, Jimmy Butler, Robin Lopez, Nikola Vucevic, Jeremy Lin, JJ Redick, Kemba Walker, Dwight Howard, DeMarcus Cousins, Tobias Harris, Markieff Morris, Isaiah Thomas, Patrick Beverley e, ufa, Nikola Mirotic. Alguns deles serão Free Agents de qualquer forma, outros têm opções para sair do contrato se for do interesse deles.

Existem ainda todos os jovens draftados em 2015 que negociam seus novos contratos. Os times tem cerca de um mês para oferecer extensões de contrato para Karl-Anthony Towns, D’Angelo Russell, Justise Winslow, Myles Turner, Kelly Oubre, Kristaps Porzingis, Terry Rozier e cia. Alguns devem receber propostas a qualquer momento, outros têm grandes chances de se tornarem Free Agents Restritos daqui uma temporada. Sabendo de tantos times com espaço para oferecer grana pesada, alguns agentes e jogadores podem até forçar essa segunda situação.

Na prática temos UM TERÇO dos times da NBA com espaço de sobra para se revolucionarem e METADE dos jogadores com ao menos chance de se tornarem Free Agents daqui um ano. Em resumo, faz tempo que a liga não tinha uma chance tão grande de virar do avesso.

Como vocês devem já ter percebido pela lista de nomes, esse avesso pode começar com o fim da dinastia do Golden State Warriors como o conhecemos. Vão chover ofertas para Klay Thompson e Kevin Durant, que já é especulado no Knicks desde que o mundo é mundo. No Leste, as principais estrelas do Toronto Raptors e do Boston Celtics também podem deixar os times. Os verdes têm tudo para manter o elenco firme, mas existem rumores de que Kyrie Irving é um dos All-Stars mais ativos da NBA na conversa com outras estrelas e que ele estaria disposto a mudar de time se conseguisse achar um cenário onde pudesse se unir a Jimmy Butler, por exemplo. Nesse caso acho que tudo depende de como será esta próxima temporada: se o Celtics manter sua sequência de sucesso, Irving será capaz de DE NOVO deixar um time que está no topo?

Quem fica babando nessas histórias de jogadores discutindo futuras uniões são os times dos chamados “grandes mercados” dos EUA. Na costa leste, NY Knicks e Brooklyn Nets querem se vender como cenários ideais para abrigar novas “panelas”. O Knicks pode oferecer a fama, a glória e Porzingis (se eles chegarem a um acordo), o Nets poderá ter DOIS contratos máximos para abrigar a galera, além de um esforço de anos formando uma imagem de time organizado e sério sob o comando do técnico Kenny Atkinson. Na costa oeste temos o LA Lakers de LeBron James procurando uma segunda estrela e o LA Clippers, que fez uma limpa em seu elenco na esperança de atrair Kawhi Leonard e outras estrelas que sonham em jogar em Los Angeles mas que não queiram ficar na sombra de LeBron.

Se der tudo errado, não seria a primeira vez que os times das grandes cidades ficariam de mãos abanando numa offseason importante. A diferença em relação a outros anos é que dessa vez houve planejamento dos times (talvez com exceção do caos do Knicks) para oferecer alguma coisa além do CEP. Tanto Lakers quanto Clippers e Nets mantêm o mesmo técnico há alguns anos, têm estilo de jogo definido e fizeram mudanças estruturais nas últimas temporadas para vender a ideia de um ambiente profissional e organizado. Nem sempre cola, mas a última década mostrou que as grandes estrelas raramente estão dispostas a jogar anos importantes de suas carreiras em times que mais parecem um circo.

Outro fator interessante para se observar em 2019 é quanto dinheiro os times FRACASSADOS irão gastar. Os nomes mais disputados certamente vão conseguir todo o dinheiro que eles desejam, mas como irão gastar os times que falharem em conseguir Kevin Durant, Kawhi Leonard e Jimmy Butler, por exemplo? E alguém vai começar a offseason já jogando dinheiro na cara do Tobias Harris ou ele vai ficar jogado na segunda prateleira à espera de times que perderam as estrelas de primeiro escalão? Existe uma dúvida na liga se essa onda recente de tantos contratos de apenas um ou dois anos seja só um reflexo da offseason de 2016 ou se será norma para o futuro. O ano que vem será a hora de descobrir.

Mas para os mais imediatistas, como isso tudo influencia ESTA temporada que está prestes a começar? Ainda difícil saber, mas é possível que times façam diversas negociações ao longo do ano, especialmente próximo à data-limite de trocas, em fevereiro, pensando na offseason de 2019. Imagine, por exemplo, o Minnesota Timberwolves: é um time cheio de esperanças, que paga caro em suas estrelas de hoje e que deve pagar ainda mais para manter Karl-Anthony Towns. Mas o time não convence, sofre para defender e pode se dar mal em um Oeste SELVAGEM nesta temporada. Se a equipe estiver em DÉCIMO LUGAR no meio da temporada e tudo indique que Jimmy Butler esteja planejando não ficar por lá, o que eles podem fazer? De repente podemos ter Jimmy Butler se movimentando antes da hora ou Andrew Wiggins mudando de time.

E qualquer time que sinta, pelos rumores, o cheiro de que podem ganhar Kevin Durant ou Kawhi Leonard no próximo ano, estarão dispostos a grandes trocas que abram espaço na folha salarial. Ainda não sabemos como isso vai acontecer, muito menos O QUE vai acontecer, mas tudo indica que a NBA daqui 12 meses será bem diferente do que é hoje.

Torcedor do Lakers e defensor de 87,4% das estatísticas.

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